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VIAGENS NA MINHA TERRA: O ALGARVE MONUMENTAL

14/8/2019

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Como ali faltam os monumentos, diligenciarei evocá-la em paisagens.
Manuel Teixeira-Gomes, in «Reminiscências aguareladas»

Por Patrícia de Jesus Palma

      Talvez tenha sido com Almeida Garrett que fortaleci a aprendizagem de viajar sem sair do lugar. Ou, como agora se diz, a ser «turista quotidiana».
        Entrelaço as viagens dos livros com os lugares e os lugares com as leituras. Fermentam.
Ando a pé, sentidos aparelhados. Faço um dos mais interessantes trajectos ferroviários do país. Duas horas de uma diversidade paisagística singular, exuberante e íntima, sempre nova, sem época baixa (Turismo do Algarve: tanto potencial que (a)guarda!).
      A partir dessa espinha que atravessa o Algarve e em que se reconhece uma rede de cidades antiga, interligada, procuro desenhar a rota do Algarve Monumental, contrariando, é bom de ver, as «reminiscências aguareladas» de Teixeira-Gomes a propósito da sua terra. Aquele Algarve que, desde 1910, vem esboçando uma cartografia de monumentos com valor cultural relevante para a Nação, os designados Monumentos Nacionais. Contam-se 26.
    Da pré-história aos nossos dias, erguem-se as grandes e as miúdas telas da nossa civilização, memória e imaginação, um inestimável manancial patrimonial, cuja visita enche de júbilo qualquer passaporte cultural, não fosse estar, em alguns casos, inacessível ao público. 
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    ​Uns estão fisicamente inacessíveis, outros com sérias limitações em termos de acessibilidade cultural. Isto é, quanto a identificação, a materiais interpretativos que permitam, mesmo que superficialmente, a sua valorização, do contexto e da paisagem. O descaso, a incúria, está bem patente no documento «Mapeamento dos investimentos em infra-estruturas culturais e patrimoniais» que sustenta a estratégia de investimento e desenvolvimento do Algarve 2020 (https://algarve2020.pt/info/sites/algarve2020.eu/files/documentacao/Doc_Referencia/20180125_mapeamento_cultura.pdf), revelando a enorme frequência de não controlo do fluxo de visitantes ao património classificado, indício firme da falta de conhecimento dos públicos, de programação e da possibilidade de uma oferta cultural qualificada.
      Mas não é só o consumo ou a fruição turística ou o apreço estético destes monumentos nacionais. E é aí que bate o ponto: é a possibilidade de vivermos as cidades enquanto espaços abertos, fluídos, habitados, construídos e reconstruídos, relacionais, vividos, inteligíveis. É, no fundo, a possibilidade de acesso e consequente apropriação à riqueza do conhecimento, pilar essencial das sociedades democráticas. Lembrem-mo-nos que somos tanto aquilo a que temos acesso, como aquilo a que não temos.
     Os últimos dados controlados atestam de forma inequívoca o que os nossos olhos impressivamente registam à entrada de alguns destes monumentos: a grande e interessada afluência ao património monumental algarvio tanto por nacionais quanto por estrangeiros: uma taxa de crescimento na ordem dos 55% entre os dados apurados em 2014 e 2018 para os monumentos monitorizados, afectos à DRCALG (cf. http://www.postal.pt/2019/08/publicos-nos-monumentos/).
     Que não possamos conhecer o pórtico renascentista da Igreja de São Sebastião (Lagos) e a comovente história de amor que as suas pedras narram, a capela dos ossos (umas das três que existem na região); a manuelina igreja matriz de Estômbar (Lagoa), ou o “mais impressionante e historicamente importante conjunto religioso islâmico no Ocidente da Península Ibérica”, o Ribāt da Arrifana  (in https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/grandes-reportagens/2072-o-ribat-da-arrifana) (foi assinado há poucos dias o protocolo que permitirá explorar este espaço: https://www.sulinformacao.pt/2019/07/protocolo-do-ribat-da-arrifana-foi-ponto-alto-de-cerimonia-no-centro-ismaelita-de-lisboa/), são razões para persistirmos, ou para ser mais exacta, para admoestar, palavra com origem no latim moneo, -ere, de onde deriva igualmente a palavra monumento.
Monumento, admoestação viva, perene. 
Amanhã é feriado, procuremos o nosso Algarve Monumental!

1. Forte de São Sebastião, Castro Marim (créditos: Câmara Municipal); 2. Igreja Matriz de Estômbar (créditos Câmara Municipal); 3. Pórtico renascentista da Igreja de São Sebastião, Lagos (créditos: Francisco Castelo, fototeca municipal de Lagos); 4. Ribat da Arrifana, configuração conforme dados já conhecidos (créditos Anyforms)
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