Por Bruno Inácio Carlos Silva e Sousa, um Senhor É inevitável começar o meu texto quinzenal com uma referência a Carlos Silva e Sousa, falecido Presidente da Câmara Municipal de Albufeira. O “Lugar ao Sul” já aqui fez uma bonita nota de pesar mas não posso deixar de escrever umas linhas sentidas sobre o homem que conheci e de quem gostava. Não me irei alongar em muita adjetivação porque não era propriamente visita de casa do Carlos, mas desde que as lides políticas nos aproximaram sempre o tive como amigo. Apreciava acima de tudo o seu sentido de humor. Era um humor inteligente, discreto mas fatal. Sabia ser engraçado sem ser engraçadinho. Sabia nos fazer sorrir sem ser brejeiro ou perder a compostura. Refiro esta qualidade porque para mim é das mais importante que qualquer um de nós pode ter: apesar das responsabilidades, dos encargos e da pressão, é fundamental encontrarmos espaço para sorrir para a vida e percebermos que assim também podemos ser pessoas melhores. De resto, os seus mais próximos, já tiveram a humildade de partilhar connosco as suas qualidades de gestor, de advogado, de agricultor, de político… de Homem Bom. Guardarei com carinho e com o sentimento de sabedoria que ele me quis transmitir as últimas (longas) conversas que tivemos, aquando da preparação do processo eleitoral autárquico do qual ele saiu vencedor. Era um Senhor. Honremos a sua memória. O Algarve Unido Já aqui o escrevi e não quero quebrar a minha coerência. Não tenho uma opinião formada sobre a exploração de petróleo no Algarve pois nunca estudei o assunto de forma suficiente para o entender de forma clara. Posto isto, prefiro não emitir juízos de opinião simplistas só “porque sim” ou porque é politicamente correto. Também já aqui escrevi, muito pela rama, me parece que a exploração de hidrocarbonetos parece mais prejudicial do que benéfica para a região, mas, volto a frisar, é uma opinião pela rama. Remonto a este tema para enaltecer o acontecimento do dia 22 de Fevereiro de 2018. Como não se via há bastante tempo, autarcas, associações empresariais, entidades descentralizadas do estado e movimentos da sociedade civil, juntaram-se para falar a uma só voz. Não foi apenas mais um dia, apenas mais um momento. Este momento é um momento-chave. Esta iniciativa demonstra que, quando existe a disponibilidade de envolvimento e de união, é possível o Algarve falar a uma só voz sem que necessite de “uma só voz”. Neste caso tratou-se de uma questão ambiental mas devemos aproveitar este movimento para outras ações que são tão ou mais importantes: a descentralização, o ordenamento do território, a diversificação da economia regional e a qualificação do turismo. Existe coragem? Valemos 6 mil milhões. O Hospital custava “apenas” 250 milhões.
O Banco de Portugal divulgou no passado dia 21 de Fevereiro as contas finais de 2017 do turismo. Portugal gerou mais 15 mil milhões de euros com o sector do turismo. Esta subida, na ordem de quase 20%, representa a maior subida do sector desde a Expo 1998. Se tivermos em conta que o Algarve representará cerca de 4,5% do PIB nacional e cerca de 40% do sector do turismo nacional (e estamos a jogar por baixo), então, grosso modo, estamos a falar de um valor na ordem dos 6 mil milhões de euros. Só para colocarmos em perspectiva os valores enunciados: a requalificação de toda a EN125 terá um custo a rondar os 125 milhões de euros; o novo Hospital Central do Algarve representará (um dia longínquo….) um investimento na ordem dos 250 milhões de euros. Posto isto, não será legítimo o Algarve e os Algarvios reivindicarem uma maior dimensão política nas escolhas de investimentos para a região? E acompanhado dessa maior dimensão política, não é mais do que legítimo reclamar mais investimento público na região? É certamente, mas precisamos que todos, em uníssono o apregoem.
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