Por Sara Luz
Diz-nos a experiência que o resultado das últimas eleições autárquicas em Castro Marim já fazia prever um mandato turbulento. O que não se esperava é que o conflito político determinasse o encerramento da Unidade Móvel de Saúde (UMS) em dezembro de 2017, ou não fosse esta uma ideia completamente estapafúrdia. Um projeto que, apesar de não ser inovador na região algarvia, se tem distinguido por aproximar os cuidados de saúde a uma população maioritariamente idosa e com mobilidade reduzida a residir no interior de Castro Marim, um concelho cuja extensão ascende os 300 Km2 e índice de envelhecimento os 200%. A ideia parece simples. Uma unidade móvel, com um médico e um enfermeiro em permanência num total de cerca de 20 horas semanais, a assegurar a prestação de cuidados de saúde a uma população com acesso limitado aos mesmos, especialmente após o encerramento das extensões de Azinhal e Odeleite em outubro de 2013. A par disso, uma população que enfrenta grandes desafios no que respeita à logística envolvida numa simples ida a uma consulta de saúde ou não fossem muitos os quilómetros a percorrer, perante uma fraca rede de transportes públicos e pensões mínimas face aos custos a suportar. Nada fazia crer, portanto, que a oposição ao executivo camarário castromarinense decidisse chumbar a manutenção da UMS. Mas, enveredar por esse caminho pressupunha que a oposição tivesse no mínimo feito o “trabalho de casa”. Não se descontinua um serviço de saúde oferecido à comunidade baseando-se na suspeita de aproveitamento político, sem a apresentação pública e imediata de um plano concreto com propostas de melhoria. Primeiro, porque se atropela o princípio da não maleficência. Segundo, porque a intenção de melhoria em prol da população é totalmente desacreditada. Terceiro, porque a população mais facilmente irá condenar quem extinguiu o serviço do que quem o implementou alegadamente com vista à angariação de votos. De facto, e de acordo com um artigo publicado no jornal Público (https://www.publico.pt/2017/12/29/local/noticia/castro-marim-perde-unidade-movel-de-saude-1797555) parece existir a pretensão por parte da oposição em tornar o serviço mais completo, com mais valências e menos dispendioso (custo atual 60-65 mil euros/ano). Contudo, a falta de sentido de oportunidade, rigor e responsabilidade determinaram a ausência da prestação de cuidados de saúde à população durante o último mês e meio (e sem fim à vista!), com a agravante do período crítico do ano em que nos encontramos. Na política não pode valer tudo, ou pelo menos não devia!
4 Comments
FA
13/2/2018 19:41:13
Concordo a 110% - Acabem com a palhaçada, reativem o serviço e a seguir introduzam as melhorias que acharem convenientes.
Reply
joao M Veia
13/2/2018 19:53:48
Se a UMS é a melhor resposta ao fecho dos Centros de Saúde do Azinhal e Odeleite para a população , deve ser o SNS a suportar os custos,caso contrario desresponsabilizamos o SNS , Cada organismo publico deve ter a sua competência, na pratica a CM de Castro Marim já não consegue exercer algumas das suas obrigações ncomo por exemplo a recolha do lixo por falta de verba e de recursos humanos e privatiza esses mesmos serviços.
Reply
Fernando Júnior
13/2/2018 20:09:28
Isto é só uma ponta de vários icebergs. Na verdade isto também não é uma oposição mas sim um grupo organizado para a práctica da maldade e da subversão, liderados por uma pessoa a quem lhe custou imenso ser derrotado dentro do paritdo, nas eleições autárquicas de Tavira e nas eleições autárquicas de Castro Marim + um PS que envergonha os seus militantes e simpatizantes. Se é que os tem ainda.
Reply
Xica
15/2/2018 00:28:33
Isso que se passa em Castro Marim é política?? Pergunto
Reply
Leave a Reply. |
Visite-nos no
Categorias
All
Arquivo
October 2021
Parceiro
|