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Uma certa tosse europeia...

27/3/2020

1 Comentário

 
Por Gonçalo Duarte Gomes

Uma das coisas mais marcantes que resulta do "Platoon", de Oliver Stone, é a clara percepção de que a primeira vítima de qualquer guerra é a inocência, aforismo que, de resto, serve de promoção a esse magistral filme.

A União Europeia parece nesta altura ser inquietante reflexo disso mesmo. Tornada epicentro da pandemia (embora rapidamente outros focos concorram para a destronar de tão infeliz liderança), grandemente por incapacidade de concertação de pensamento e acção, não parece estar a conseguir cumprir as suas promessas de solidariedade e cooperação, em particular na reacção à doença e na preparação do futuro imediatamente a seguir.

Resta esperar que seja apenas a convulsão e desorientação (todos têm direito a ela e devem assumi-la, já que vemos inclusivamente liberais a defender intervenções estatais, e intervencionistas a apelar à maior acção do privado) que acompanha a tosse e que, ultrapassado tal espasmo, as coisas voltem a um renovado lugar, pese embora este quadro sintomático não seja de hoje e represente mesmo o nicho em que medram os populismos (diagnóstico extensível às Nações Unidas - Organização Mundial de Saúde incluída - que cada vez mais se parecem com a Sociedade das Nações, e António Guterres com um Seán Lester).

Para resolver os problemas, há que identificá-los, com coragem e desassombro, e não varrê-los para debaixo do tapete da menoridade intelectual. E depois trabalhar - muito - em conjunto.

Saibam os Governos pôr os olhos nos grandes exemplos de humanismo e entreajuda que a sociedade civil vai dando (ok, excepto o pessoal da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, e aqueles animais de La Línea de la Concepción, em Espanha), de modo a que se ergam à altura das suas responsabilidades, e todos nós com eles.

Que seja esse o grande legado desta crise, e não o seu contrário.

Citando Keynes, numa frase que embora extraída da teoria económica, me parece aplicável, com adaptação, neste nosso contexto: 
O importante para um governo não é fazer coisas que os indivíduos já fazem, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior; é fazer aquelas coisas que não estão a ser feitas de todo.

​No entretanto, esperança e ânimo.

A História não acaba aqui.
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1 Comentário
Miguel
29/3/2020 14:05:05

Sou Europeísta, não direi convicto pois soa a optimismo a mais, pragmático vá, a UE trouxe e continua a trazer benefícios que suplantam as desvantagens para os países membros, mas está enferma com um vírus há muito mais tempo que compete com o covid, e é um vírus ideológico porque o próprio projecto europeu é ele todo ideologia.
Não tem tido vida fácil a UE por uma série de factores externos sobretudo mas por decisões internas que começaram a guinar para o lado errado desde a crise de 2008, alguns aprenderam mas largos sectores com influência não, não há margem de manobra para erros da dimensão dos previamente cometidos.
Seria de uma triste e macabra ironia que fosse um micro-organismo a dar a machadada final com tanto conhecimento e alternativas disponíveis, se assim for a UE terminará por vontade própria ainda que inadvertidamente, sad to say the least.

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