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Bem-vindo

Serviço de Urgência- 1º Episódio

1/9/2017

1 Comment

 
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Por Joana Cabrita Martins

Serviço de Urgência- 1º Episódio
 
16ª Temporada
 
Co-produção:
Ministério da Saúde,  Chua (Centro Hospitalar Universitário do Algarve)
Com:
Joana Cabrita Martins, Otília Martins, Médico João Fonseca, Enfermeiro Francisco Eduardo, ...
Género:
Drama
Classificação:
M/18
Outros dados:
POR/ALG, 2017, (ao vivo e a) Cores, 840 min. (14 horas)
 

Resumo:
Domingo, 20 de Agosto, dia calmo, quente (para não dizer ardente). Joana visita a sua avó paterna para uma tarde em família, tranquila.
 
Encontra a avó num estado não muito saudável ao seu olho, não clínico, e resolve confirmar as suas suspeitas levando-a ao Centro de Saúde de Silves. Onde pouco tempo depois se vê confrontada com a terrível confirmação:
 
Agudização da patologia de insuficiência cardíaca severa, com edemas visíveis nos membros inferiores e insuficiência respiratória grave.
 
Seguem de ambulância para o Hospital de Portimão onde são recebidas na triagem por volta das 19h00, como se em Manchester estivessem.
 
Nota: Tradição é tradição em Manchester ou em Portugal, estejamos num festival ou num Hospital a pulseira é um ritual.
Laranja significa MUITO URGENTE!!!
Falta saber qual a definição de MUITO URGENTE para o Ministério da Saúde para se poder compreender certas e determinadas situações, mas isso fica para o episódio 2.
 
Aguardam.
Primeira observação do médico leva à requisição de uma série de exames. A noite avizinha-se longa. Joana está calma, longe de saber o que a espera.
 
A avó não come nem bebe desde a hora de almoço. Joana questiona o médico sobre poder dar-lhe de jantar, e o quê?
“Pode comer tudo. Pode comer tudo. Ah Sem sal!”
 
Deixa avó na sala de espera e desloca-se à cafetaria para comprar o jantar para ambas.
-“Dos pratos que têm, qual deles não tem sal?” questiona à senhora da caixa.
-“Nenhum! Aqui tudo tem sal.”
 
-“Então e os doentes que têm restrições e estão à espera de serem atendidos em consultas ou urgências não têm opções para se alimentarem? Sem sal, sem gordura, sem açúcar, etc?”
-“Aqui no bar não!”
 
Resignada, Joana regressa com 2 sopas e 1 empadão de atum, COM SAL, GORDURA E TUDO A QUE SEM TEM DIREITO NUM HOSPITAL.
 
A avó? Onde está? Estava aqui!!! Não fugiu de certeza na cadeira de rodas que mais parecia ter saído de um filme de guerra, já sem suporte para os pés.
 
Encontra-a na sala de enfermagem já sentada numa poltrona, a fazer inalação de bronco-dilatadores com mascara.
Questiona uma das enfermeiras da equipa sobre o jantar que tinha nas mãos.
 
Ao que esta lhe responde que antes de ingerir o que quer que fosse, a avó teria que terminar os tratamentos, caso contrario com a insuficiência respiratória que apresentava corria sérios riscos de contrair uma pneumonia por ingestão de alimentos.
 
Joana arregala os olhos de espanto. Há nem meia hora, o médico responsável tinha-lhe dado a indicação que a avó poderia comer tudo à excepção de SAL?!
 
Dirige-se à avó para a tranquilizar e dizer-lhe que estaria na sala de espera. Regressaria quando a inalação terminasse.
 
E regressou.
 
E a avó só comeu e bebeu na manhã seguinte porque a situação era de facto MUITO URGENTE, como diriam em Manchester.
 
Porque quando questionou novamente outro enfermeiro da equipe sobre se a avó já poderia ingerir o jantar, visto a medicação por inalação ter terminado, a resposta que lhe deram foi tão somente:
-“Não sei, isso só o médico é que sabe! E ele foi agora para o Hospital de Faro acompanhar um doente poli-traumatizado. Só regressa daqui a 2 horas provavelmente!”
 
-“Só regressa daqui a 2 horas, e nesse tempo ninguém sabe o que fazer com os doentes MUITO URGENTES que estão à sua responsabilidade?”
 
Indignada, Joana dirige-se à sala de atendimento e observação médica da urgência para saber junto dos restantes médicos, se aquela situação é procedimento normal no CHUA.
 
Os dois médicos que lá se encontram, prontamente se disponibilizam a verificar o processo da avó, porque, segundo lhe disseram, quando os médicos responsáveis se ausentam (por variados motivos) deixam indicações num plano sobre o doente para que os que permanecem possam dar seguimento caso necessário.
 
Qual não é o espanto de ambos quando verificam que, não existe plano para a avó.
 
Joana decide aguardar pacientemente, apesar do adiantado da hora, do cansaço, do stress, da avó com 87 anos não ingerir nada desde a hora de almoço.
 
Não sem antes passar novamente no cadeirão, de aspecto confortável, para saber se a avó não gostaria de se recostar e descansar, pois encontrava-se sentada há já varias horas a oxigénio, na mesma desconfortável posição, pernas e costas a 90º, quando ambas as pernas apresentavam grandes edemas provocados pela acumulação de líquidos.
 
À resposta afirmativa, Joana chamou novamente o enfermeiro para que este inclinasse o cadeirão.
O enfermeiro respondeu que provavelmente não seria possível porque o equipamento em questão já não estava em condições e não travava na posição reclinada.
 
Ao que Joana respondeu que a avó estava naquela posição há horas e que as pernas no estado em que estavam não deveriam permanecer naquela posição e imóveis por muito mais tempo.
 
-“Então diga-me que solução é que tem para mim?!” responde o enfermeiro.
 
-“Para si? Não!!! Que solução é que tem para a minha avó?!” devolve Joana já não muito calma.
 
-“Encontre um banco ou algo que possa ser colocado de forma a manter a posição reclinada.” continua Joana.
 
E assim foi, o enfermeiro proporcionou a reclinação da poltrona com a solução encontrada por Joana, que deixou a avó a dormir reclinada e regressou à sala de espera para aguardar o regresso do médico e obter informação actualizada sobre a condição, prognósticos e terapêutica da avó.
 
Pela 01h15 conseguiu saber que as primeiras análises demonstravam, para além do já diagnosticado, uma infecção urinária (que no dia seguinte foi desmentido pelos médicos da decisão clínica, que lhe disseram que em nenhuma análise surgia esse indicador).
E que só agora iria fazer o raio-x aos pulmões para verificar a condição dos mesmos.
 
Pelas 02h00 da manhã a avó foi levada para o raio-x regressando poupo depois.
 
Pelas 02h30 Joana tentou perceber junto do médico se já havia resultados do mesmo. No entanto o médico tinha acabado de sair novamente, desta feita, para a sua pausa de hora e meia para dormir.
 
Hora e meia depois pelas 04h00 da manhã Joana regressa à sala de observação médica para confirmar que o edema não era só o das pernas mas também dos pulmões. E que avó pernoitaria no serviço de urgência, naquela confortável poltrona. E ela, Joana, também ali pernoitaria, mas nas duras cadeiras de plástico da sala de espera, porque seria incapaz de deixar a avó no caos.
 
Depois de assistir a vários episódios dignos de filmes de terror protagonizados por outros doentes e respectivos familiares em desespero pela MUITA URGÊNCIA de tratamento que tardava em ser sequer urgente.
Imagem
Pelas 07h00 da manhã, Joana foi tomar o pequeno-almoço na cafetaria com SAL, AÇUCAR e GORDURA o quanto baste.
E quando regressou pelas 08h00 para saber a evolução e plano para a avó, é-lhe dito que a mesma já tinha sido internada na Decisão Clínica. Que a ajudasse a trocar de roupa e guardasse todos os seus pertences.
Assim o fez. E seguidamente pediu para saber o diagnóstico no momento do internamento, assim como o prognóstico e plano de tratamento. Ao que lhe foi dito que não era possível fornecer nenhuma informação nesse sentido, e que estas só poderiam ser dadas na visita das 19h00 pelo médico responsável nesse momento.
Como seria de esperar após mais de 12 horas no Hospital Joana não achou que tal fosse admissível.
Reclamou no livro amarelo.
 
 
Serviço de Urgência- 2º Episódio
16ª Temporada

 
Resumo:
Sábado, 26 de Agosto. A avó paterna de Joana continua internada no Hospital de Portimão e a avó materna de Joana vai de ambulância para o Hospital de Faro com uma paragem respiratória.
...
 
 
Os nomes das personagens médicas e de enfermagem são fictícios. O argumento é original e baseado em factos totalmente reais.
 
(Não é mas podia ser, o início de mais uma “season” da famosa série da NBC, que entre 1994 e 2009 nos mostrou os meandros de um serviço de urgência americano, ER)
 
 
Nota: Por opção, a autora não escreve aplicando o acordo ortográfico actualmente em vigor.
1 Comment
Rui Santos
2/9/2017 12:22:22

Infelizmente a triste realidade que nos é premiada no serviço de saúde público no Algarve. É absolutamente incompreensível e revoltante que um episódio destes possa ter o mínimo de realismo. Sendo totalmente real, nem sei o que te diga...

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