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Será que o Algarve não muda? (III)

1/10/2016

1 Comentário

 
​Por Luís Coelho

​Esta questão admite uma multiplicidade de respostas. Assim, tendo em conta a minha formação de base, penso que o meu contributo será mais interessante se se focar na questão económica. Neste sentido, importa começar por referir que os dados disponíveis revelam que 2015 e 2016 foram anos memoráveis para o Algarve. A razão é simples: neste biénio a procura turística registou níveis interessantes, o que permitiu dinamizar a economia Algarvia, fortemente dependente da performance do sector do turismo. Nestes anos o Aeroporto de Faro bateu recordes de tráfego ao mesmo tempo que a nossa hotelaria registou taxas médias de ocupação e preço médio por quarto como há muito não se via. No período os restaurantes, o pequeno comércio, os parques temáticos e as todas restantes actividades ligadas ao fenómeno turístico voltaram a desfrutar de níveis de procura similares aos que registavam no período pré-crise de 2010. Por outro lado, assistiu-se a uma retoma do dinamismo do imobiliário na região, nomeadamente no que toca à compra de casas por estrangeiros (veja-se o exemplo de muitos cidadãos franceses que adquiriram segunda habitação por cá). Todos estes factores ajudaram a reduzir ligeiramente o desemprego na região (provavelmente o mais sério dos problemas que temos para resolver), a reforçar a tesouraria e solvabilidade das empresas e a aumentar a cobrança de impostos (nomeadamente via imposto sobre o valor acrescentado). 
​Então, se tudo está a correr bem, para quê pensar em mudança? A resposta reside na dicotomia entre curto e longo-prazo, a qual é bem conhecida dos economistas. Neste momento e apesar de, em geral, a situação mundial e da Europa não ser a ideal, a verdade é que o Algarve tem tido um desempenho económico relativamente aceitável. O problema é que, em grande medida, este pode ser um fenómeno passageiro. De facto, muito do que aconteceu em 2015 e 2016 não é o resultado do esforço concertado da região para melhorar a procura turística internacional que lhe é dirigida. Ao invés, o Algarve simplesmente beneficiou da triste situação que atravessam vários países do Norte de África e a Turquia, players importantes e fortes concorrentes da nossa região. Claro está que ter resultados sem esforço é algo pernicioso; permite que se crie a ideia de que é possível ter sem ser. É exactamente aqui que entra a ideia da sustentabilidade, palavra que só faz sentido quando nos focamos no longo-prazo. Daqui resulta que se admitirmos que o sector do turismo é e continuará a ser a principal fonte de riqueza do Algarve, então temos de criar condições para que o que aconteceu em 2015 e 2016 se continue a materializar nos anos vindouros, algo que permitiria transformar um fenómeno que para já é conjuntural em algo de verdadeiramente estrutural. Neste sentido, importa resolver os vários problemas que dilaceram a nossa capacidade de desenvolvimento. Temas como os transportes (portagens na via do infante vs. requalificação da nacional 125; melhoria significativa da linha de comboio, melhor aproveitamento de portos e marinas, etc.), a saúde (criação de um hospital central na região, melhoria dos cuidados de saúde primários nomeadamente na zona do barlavento algarvio, melhor articulação entre o sector público e privado na região), a qualificação dos nossos recursos humanos (segundo a Pordata 35% dos residentes no Algarve tem o 1.º ciclo do básico ou menos), o ordenamento do território (desertificação do interior algarvio e concentração da população na orla costeira, aproveitamento das ilhas, conservação da Ria Formosa, etc.) ou até a “simples” questão da promoção do Algarve como destino junto dos seus mercados tradicionais e outros (para, nomeadamente, combater a sazonalidade) são recorrentes e merecem ter uma solução. Ao mesmo tempo, importa discutir de que forma o Algarve poderá diversificar a sua base produtiva de forma a que, nunca esquecendo o Turismo, a região possa ser mais do que um gigantesco campo de férias para estrangeiros e nacionais, oferecendo assim melhores condições aos que cá vivem. Referir ainda que neste movimento de mudança cabe também uma reflexão sobre a questão política da região. Em particular, sou da opinião que o Algarve deve reflectir sobre a forma de motivar os que por aqui são eleitos a melhor defender os nossos legítimos interesses e aspirações. Termino pois com o seguinte pensamento: mais importante do que perguntar se Algarve muda é questionar sobre quando e como é que o faz. 
1 Comentário
Luis
1/10/2016 20:50:21

E pronto está tudo dito. Além dos hóteis, restaurantes, parques temáticos não há mais nada no Algarve...
Não se vê mais além disso...E é um povo teimoso...Se na Árabia saudita fosse assim seriam uns coitadinhos como os portugueses...

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