Por Bruno Inácio Pelo titulo bem sei que isto mais parece uma feira de gado, mas hoje quero é realmente falar-vos de habitação, arrendamento e turismo no Algarve. Somos quem tem mais segunda habitação e o mercado de arrendamento tem sofrido uma redução devido ao aumento dos preços das habitações. Por pouco interessante que isso nos possa parecer, seria muitos importante as rendas não descerem permitindo assim que os proprietários possam manter a capacidade de continuar a colocar oferta em arrendamento no mercado. Falo à vontade pois não sou proprietário de imóveis para arrendamento.
No Algarve, a nossa vocação turística tem levado a dinâmicas interessantes, nomeadamente no Alojamento Local, onde, por força da lei que veio simplificar a actividade, se criou um grande nicho de negócio que finalmente teve oportunidade de sair da clandestinidade com todas as mais valias que esse movimento económico trouxe ao sector turístico. Incredulamente, no último ano andamos a trás e o poder politico aumentou os impostos nesta actividade. Tudo isto acontece porque quem decide, olha apenas para a sua beira, e confunde a estrada da beira com a beira da estada. Ou seja, quem decide olha apenas para Lisboa onde a pressão sobre a cidade é grande e as dinâmicas completamente diferentes. Curioso é que mais de 50% das casas para arrendamento de curta duração se situam no Algarve. Mas infelizmente o nosso peso politico continua a ser muito curto. Mais outro exemplo de que a vista é curta são as novas propostas de legislação que vão surgir nesta área. Como aqui explica o ex-secretário de estado do turismo, Adolfo Mesquita Nunes, caminhamos para mais proteccionismo que em nada vai contribuir para a dinamização no sector e apenas é mais “açúcar social” que se atira aos olhos das pessoas em busca da construção da retórica do “novo tempo” e do “virar de página da austeridade”. Se no País (o “país Lisboa”, pois claro) os efeitos vão ser bastante perversos, no Algarve vão ser naturalmente piores. O ex-governante explica de forma sintética este embuste: “As propostas ficam bem no papel: limitar rendas, impedir despejos, dar direitos. Quem as defende aparece como gente com soluções, preocupada com os mais fracos, interessando pouco que sejam os mais fracos a sofrer os efeitos perversos das propostas.” São cada vez mais os sinais (e as leis!) contraproducentes da potenciação da actividade turística. O que para além de ser estranho devia ser exactamente o oposto. Estamos num momento de crescimento e são fundamentais politicas públicas que consolidem este crescimento. É fundamental que as empresas consolidem as suas posições, retomem os seus balanços positivos de forma consolidada para que assim possam gerar mais investimento e com isso mais emprego. O discurso do turismo como a galinha dos ovos de ouro é uma presença constante nos nossos governantes, mas a sua acção tem levado a que a galinha tenha vindo a diminuir a sua capacidade de voar. Bem sei que as galinhas não voam, mas se o nosso Primeiro Ministro acredita que as vacas podem voar, então bem que podia dar uma ajuda também a galinha.
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