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SAPERE AUDE! Ousa saber!

4/2/2019

1 Comentário

 

A propósito dos 10 anos do Curso de Medicina da UALG

Por Patrícia de Jesus Palma

Cursos, conferências, palestras, oficinas, clubes, publicações são modalidades recorrentes para quem continua a acreditar que o conhecimento, a curiosidade, a transmissão do pensamento aos outros e ao futuro continua a ser a única forma de encarar, com esperança, os desafios que se nos colocam.
Não é de hoje, porém, este optimismo, como bem comprova a expressão latina «Sapere aude!», que o Iluminismo fixou como lema.

Precisamente neste tempo histórico surgiu entre nós D. Nuno José Fulgêncio Agostinho João Nepomuceno de Mendonça e Moura, 6.º Conde Vale de Reis, governador do Algarve entre 21.8.1786-9.11.1795. Como gosto de imaginá-lo dirigindo a sua acção sob esta divisa!...

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Como já referi aqui (http://www.lugaraosul.pt/home/2019-40-anos-de-universidade-do-algarve-228-anos-de-universidade-no-algarve), a ele se deveu a oficialização do primeiro curso com estatuto de ensino superior no Algarve: o Curso de Estudos Militares. Mas também a ele se deveu a vinda do cirurgião e professor de cirurgia, José Gonçalves de Andrade, que a 23 de Janeiro de 1787 foi nomeado «cirurgião mór do hospital militar de Tavira» com a obrigação de socorrer os hospitais e demais regimentos (Faro e Lagos), assim como de «explicar Cirurgia na Aula, que lhe destinar o Governador daquele Reino, Conde Vale de Reis» (Decreto de 23.1.1787).

Sabemos que a Aula de Medicina (Anatomia e Cirurgia) esteve em funcionamento até 1805. Representou, nessa época, a entrada de uma nova área e modalidade de ensino na região, equivalente ao que só era possível frequentar no curso do Hospital Real de São José em Lisboa, ficando os seus alunos igualmente habilitados cirurgiões, após o exame final naquele hospital.

Esta «ousadia» de D. Nuno contribuiu para a descentralização do ensino radicado em premissas científicas e para a fixação de profissionais de saúde na província, reforçando a rede de cuidados prestados à população.

Um indício seguro das vantagens desta Aula colhe-se no duplicar da experiência formativa que o governador António José da Franca e Horta (n. Faro, 4.9.1753) levou a São Paulo, no Brasil, criando o «primeiro curso médico oficial instituído no Brasil», capaz de deixar naquela capitania «pessoas com todos os conhecimentos da arte que possam socorrer as moléstias da humanidade destituída até aqui de uma tal providência» (in Ernesto de Souza Campos, História da Universidade de São Paulo).

Foi também como uma ousadia que a abertura do Mestrado Integrado em Medicina, da Universidade do Algarve, foi encarada há 10 anos atrás. Hoje ninguém ousa duvidar da sua relevância para o conhecimento e cuidados de saúde. Vida longa!

A realidade precisa da ousadia de todos nós, sobretudo da que nasce do rigor do conhecimento e da excelência da inventividade: sapere aude!

1 Comentário
Miguel
7/2/2019 11:57:52

Não querendo ser um critico directo do Curso em questão, que aliás muita falta faz ao Algarve, como cidadão tenho algumas preocupações com a sua estrutura, inovadora é certo, mas que me parece correr riscos grandes.
É compreensível o desejo de possuir um curso de Medicina pelo prestigio que o mesmo acarreta e pela necessidade de médicos em especial na nossa região, mas parece-me um caso em que a Ualg teve mais olhos que barriga, porque razão foi o curso concebido nestes moldes possivelmente arriscados e não na forma tradicional com provas dadas? Talvez por incapacidade de o aplicar dessa forma no que respeita às exigências de corpo docente? E dada a seriedade do mesmo, porque não aposta a ualg em cursos relativamente simples de instituir e inexistentes na região como Direito?
Não sou da área das ciências naturais, muito menos ciências da saúde, mas o facto do curso conceder a qualquer pessoa da área das ciências naturais ou de outras áreas de estudo inclusive desde que o candidato tivesse tido quimica no ensino secundário, parece-me um risco tremendo, porque sejamos francos, como é possível que um psicólogo, um engenheiro um agrónomo possam ter equivalência a 2 anos do curso de Medicina?
Não duvido minimamente da vontade e capacidade das pessoas, duvido sim dos métodos de selecção que talvez se devessem focar em pessoas oriundas das ciências da saúde, caso contrário poderão surgir (espero que não) situações desagraveis para não dizer pior, para pacientes e o descrédito para actuais e futuros profissionais que enveredaram por esta escolha.

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