Lugar ao Sul
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos

Bem-vindo

Que futuro(s)?

20/12/2018

0 Comments

 
Por Ana Gonçalves 
Imagem
A Universidade do Algarve entrou em contagem decrescente para comemorar o seu 40º aniversário. Este marco de entrada nos “entas” institucionais está revestido de muito simbolismo e também de muitos desafios que não se resumem exclusivamente aos constrangimentos financeiros vividos atualmente por algumas (demasiadas) Universidades Portuguesas.

Instalada em 1979, a Universidade do Algarve desde cedo se diferenciou das restantes Universidades Portuguesas. O seu espectro territorial e a necessidade de responder aos desafios que a ausência de uma dimensão crítica desde logo potenciaram, conferiram-lhe sempre uma missão integradora, agregadora, projetada para o impacto no desenvolvimento regional e para a atenuação dos efeitos da sua natureza periférica.

Foi em 1982 que a Universidade do Algarve viu nomeado o seu primeiro Reitor, o Professor Doutor Manuel Gomes Guerreiro. Munido de uma visão assente na indispensável afirmação da Região, afirmou, desde logo, o carácter irreversível da instituição e a necessidade de uma aposta sólida no “investimento intelectual”. Como o próprio afirmou em entrevista ao primeiro número do Informativo da Universidade do Algarve (1984),

“o investimento intelectual, embora com efeitos a médio prazo, é o que melhor e mais rapidamente pode responder aos anseios de desenvolvimento de um povo; não só é o menos oneroso em termos de divisas mas também o mais democrático, fecundo e multiplicador. Na realidade o investimento intelectual é o que permite congregar o maior número de pessoas de uma Região num mesmo projeto de solidariedade institucional.”

Assim, desde o primeiro momento que a Universidade do Algarve foi pensada para se apresentar como um elemento indispensável ao desenvolvimento da região, privilegiando a comunidade em detrimento da individualidade, democratizando o acesso ao conhecimento e contribuindo para diminuir os efeitos causados pelas assimetrias territoriais. Certo é que, volvidas quase 4 décadas, alguns dos desafios com que a Universidade do Algarve se deparava mantém-se e a propriedade e a clareza de espírito com que o então primeiro Reitor abordava os desafios da Universidade e da Região são demasiado atuais: a distância simbólica que afasta consecutivamente o Algarve dos centros de decisão; a escassez de financiamento que retira liberdade e autonomia às instituições; a fragilidade do tecido produtivo; e, também, a dificuldade de atrair capital humano competente e qualificado.

É inegável que nos seus quase quarenta anos de história, a Universidade do Algarve tem superado bastantes constrangimentos, mostrando ser uma instituição resiliente, determinada e comprometida com a envolvente regional. Esse caminho merece ser enaltecido, valorizado e encarado com orgulho. Mas é também evidente que o maior desafio que enfrenta atualmente é aquele em que se alicerça a crise de valores, de identidade e de solidariedade que tem vindo a caracterizar a ação das Universidades Portuguesas.
​
As pessoas. Os territórios e as instituições são, em primeiro lugar, as pessoas que estão lá dentro. A Universidade do Algarve é, desde o seu primeiro momento, a gente que está lá dentro. E esta é uma dimensão que tantas vezes parece ser relegada para segundo plano, como se olhar para as pessoas tornasse a aritmética demasiado confusa. É este o efeito que o PREVPAP (Programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública) tem gerado nas universidades: uma aritmética confusa. Sendo bastante elucidativo da forma como a precariedade se institucionalizou no seio do Estado e, particularmente, nas Universidades, este programa colocou em destaque a forma instrumental, numérica, com que as Universidades têm lidado com o assunto.

É certo que as Universidades precisam de mais financiamento. É certo que as Universidades precisam de mais estudantes. É certo, também, que as Universidades necessitam de tempo para se ajustarem a uma nova realidade. Mas também é certo que o maior valor que as Universidades têm são as pessoas que as constroem. E a este respeito, que futuro(s) estamos a traçar?
0 Comments



Leave a Reply.

    Visite-nos no
    Imagem

    Categorias

    All
    Anabela Afonso
    Ana Gonçalves
    André Botelheiro
    Andreia Fidalgo
    Bruno Inácio
    Cristiano Cabrita
    Dália Paulo
    Dinis Faísca
    Filomena Sintra
    Gonçalo Duarte Gomes
    Hugo Barros
    Joana Cabrita Martins
    João Fernandes
    Luísa Salazar
    Luís Coelho
    Patrícia De Jesus Palma
    Paulo Patrocínio Reis
    Pedro Pimpatildeo
    Sara Fernandes
    Sara Luz
    Vanessa Nascimento

    Arquivo

    October 2021
    September 2021
    July 2021
    June 2021
    May 2021
    April 2021
    March 2021
    February 2021
    January 2021
    December 2020
    November 2020
    October 2020
    September 2020
    August 2020
    July 2020
    June 2020
    May 2020
    April 2020
    March 2020
    February 2020
    January 2020
    December 2019
    November 2019
    October 2019
    September 2019
    August 2019
    July 2019
    June 2019
    May 2019
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    January 2019
    December 2018
    November 2018
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    July 2018
    June 2018
    May 2018
    April 2018
    March 2018
    February 2018
    January 2018
    December 2017
    November 2017
    October 2017
    September 2017
    August 2017
    July 2017
    June 2017
    May 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017
    January 2017
    December 2016
    November 2016
    October 2016
    September 2016

    RSS Feed

    Parceiro
    Imagem
    Proudly powered by 
    Epopeia Brands™ |​ 
    Make It Happen
Powered by Create your own unique website with customizable templates.