Ontem foi aberta oficialmente a época balnear no Algarve. Há muito tempo que é debatida a questão da sazonalidade na região. Gastaram-se milhares e milhares de euros no desenvolvimento de estudos sobre formas de optimização da economia algarvia. A ideia é simples: encontrar áreas complementares ao sol e praia, relacionadas com cultura, desporto, natureza, gastronomia, eventos âncora etc...
Diga-se, em abono da verdade, que o saldo tem sido positivo naquilo que é a conquista de novos nichos de mercado. Agora o Algarve tem problemas que urge resolver. Não vou abordar as problemáticas relacionadas com a EN125 e com o estado calamitoso da saúde no Algarve pois creio que os portugueses, em geral, e os algarvios, em particular, já se aperceberam que com este Governo dificilmente os problemas terão uma solução condizente com os ensejo básicos da população. O primeiro twist da questão é que não vale a pena desenvolver grandes estratégias de promoção se as actuais condições se mantiverem. O segundo twist da questão é que continuamos (aliás, é um problema que varre o país) a não conseguir responder àquilo que é uma necessidade básica dos nossos veraneantes: a segurança. Não, não se trata de garantir a segurança nas ruas embora este também seja um enorme problema, basta ver a realidade diária de cidades como Albufeira, Portimão ou Faro. O reforço de Verão só chega no início de Junho o que provoca vários constrangimentos. Este tema dará, seguramente, para uma outra análise que não esta. O que padece de reflexão é o seguinte: porque é que que a época balnear só se inicia em 15 de Maio quando, no limite, os operadores turísticos começam a operar no Algarve em Março? Porque é que vendemos um destino turístico que, para todos os efeitos, só garante a segurança dos banhistas de 15 de Maio a 15 de Outubro ou, em alguns casos, de Junho a Outubro ? Porque é que a maioria dos municípios algarvios não muda de estratégia (a excepção tem sido Albufeira, Lagoa e Portimão)?Afinal o Algarve é para "todo o ano" , ou não? É importante reflectir e exigir a resolução de questões complexas, mas também é necessário ter a capacidade necessária para ultrapassar problemas que podem ser resolvidos numa estratégia conjunta entre autarquias, região de turismo do Algarve, Capitanias, CCDRAlg e APA. Não será fácil, seguramente, mas pensem em destinos que outrora eram um farol turístico e que hoje em dia foram ultrapassados pela gritante incapacidade de resolver os seus problemas. Vários problemas dão origem a um grande problema. A questão é que podemos resolver com tempo as pequenas questões, enquanto os grandes desafios dificilmente têm resolução. Fica a reflexão.
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