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Quando (o centralismo) é descarado ainda custa mais

14/6/2017

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Por Bruno Inácio

No que respeita ao bicho papão da descentralização, já estamos todos habituados ao jogo de cintura dos políticos de Lisboa ou daqueles que, não nascendo nesse clima capitalesco, foram absorvidos pelo deslumbramento do poder vigente na capital. Todas as decisões que centralizam ainda mais o país custam-nos, mas o que custa ainda mais é quando altos responsáveis políticos deste país já nem se dão ao trabalho de ter vergonha para exercitar o jogo de cintura nos argumentos públicos que exibem para tomar determinadas decisões.

Desta feita foi o Primeiro-ministro que descaradamente atirou à cara de todos os Portugueses não lisboetas as razões pela qual não sairemos desta cepa torta tão cedo. O caso deu-se a propósito da candidatura de Portugal para receber a Agência Europeia do Medicamento que será deslocalizada de Londres no âmbito da saída do Reino Unido da União Europeia. Ao se saber dessa notícia vários estados membros mostraram interesse em formalizar junto da Comissão Europeia candidaturas para receber o organismo. Portugal não foi excepção e cedo vários responsáveis políticos nacionais mostraram interesse em que a agência pudesse ser instalada em Lisboa, no Porto, em Braga ou em Coimbra.

Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, escreveu uma carta ao Primeiro-ministro para lhe dar conta do interesse da cidade em acolher a agência. Não tardou a ter resposta na volta do correio. Sem desplante, António Costa, privado da falta de qualquer argumento sólido, nem se deu ao trabalho de construir uma narrativa que fizesse sentido. Se é para a malta da província, a malta de Lisboa não tem que se preocupar muito com o que diz.

Desmontemos os argumentos de António Costa para candidatura Lisboa em detrimento do Porto.

O primeiro argumento é a proximidade, em Lisboa, do Infarmed. Ora, como diz o ditado, “fala de barriga cheia”. Se o argumento de gerar desenvolvimento for o de apenas realizar investimentos onde já existe esse desenvolvimento, passaremos a vida toda numa pescadinha de rabo na boca e Lisboa será sempre Lisboa e cada vez mais Lisboa.

O segundo argumento é que só em Lisboa poderá vir a existir uma Escola Europeia, destinada prioritariamente a filhos de funcionários europeus. Mais um argumento primário e um atestado de incompetência a tantas escolas de elevada qualidade que existem neste país.

O terceiro argumento é o mais descarado de todos: existirem já na capital portuguesa duas agências europeias a funcionar. Ora, para além de ser mais da tal pescadinha de rabo na boca, é uma falácia em toda a linha. Paulo Rangel, eurodeputado, neste vídeo (ver aqui) não só desmonta todo este argumento como revela que tal situação é penalizadora para a candidatura de Portugal pois a maior parte das agências europeias descentralizadas não se encontram nas capitais do países. Em Espanha, por exemplo, que segundo a Rádio Renascença, existem cinco agências europeias. Nenhuma está situada em Madrid.

Este exemplo é apenas mais um a juntar a tantos outros que vamos assistindo regularmente e que prejudicam todo o país em prol de Lisboa. Confesso que me cansa falar e escrever tantas vezes sobre esta questão (aqui no Lugar ao Sul é tema recorrentíssimo) sob pena de dar uma imagem de provinciano. No entanto as coisas são o que são e vivemos em permanente desvalorização por parte do poder central que ainda não entendeu que a falta de coesão territorial é uma das principais razões da incapacidade do nosso país convergir com os restantes países da União Europeia.

E quando tudo isto é descarando, ainda custa mais.

Termino fazendo um apelo a assinatura de uma petição pública contra esta decisão. Podem assinar a petição carregando aqui
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