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PORTUGAL MULTICULTURAL

6/2/2017

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Por João Fernandes

A cultura em geral e a relação entre culturas em particular, assumem cada vez mais relevância nas sociedades.
 
Muitos defendem que a globalização tem contribuído para a reconfiguração das identidades. A crescente facilidade de comunicação entre pessoas de todo o mundo e a maior mobilidade humana têm gerado sociedades multiculturais, compostas de indivíduos de diferentes origens, religiões, costumes, identidades… .
 
Só mesmo alguns (infelizmente, ainda assim muitos) defensores do “nós primeiro” contestam esta evolução das sociedades, mas estão em colisão com o curso da história e, em não raros casos, com a sua própria história.
 
As nossas sociedades serão cada vez mais multiculturais, pelo que a questão que nos devemos colocar é: Qual a melhor forma de integrar as minorias culturais?
 
 Alguns Modelos na Europa
 
O Modelo Francês privilegia a integração através da assimilação cultural. Não visa apenas a tolerância das diferenças, mas a sua integração na cultura dominante. Os emigrantes são encorajados a assumir os valores da República, a língua e a história da França, em detrimento dos valores das suas sociedades de origem. O Estado é usado para dissolver as diferenças, não apenas para as tolerar.
 
O Modelo Britânico (em vigor antes dos atentados em Londres em 2005) visava a integração dos imigrantes, através da manutenção das diferenças culturais. Aqui o Estado era um agente ativo na salvaguarda das diferentes comunidades e da tolerância pelas diferenças, mas não exercia verdadeiramente uma política da diferença.
 
Independentemente da classificação que lhe possamos atribuir, sabemos é que ambos os sistemas estão em crise, conforme acontecimentos recentes o evidenciaram.
 
Os atentados e a degradação das condições sociais, motivadas pela crise financeira mundial, desencadearam uma chuva de críticas em ambos os países.
 
Os britânicos diziam que os bombistas eram um produto do modelo multiculturalista que diminuiu o sentido da comunidade, balcanizou a sociedade e destruiu a “britishness”. Hoje, até pelos movimentos que emergiram com o BREXIT, temos uma opinião pública britânica maioritariamente favorável ao reforço do controlo de fronteiras e à descriminação negativa das prestações sociais a garantir a estrangeiros.
 
Por outro lado, os franceses culpam o modelo anti-multiculturalista da incapacidade de integrar os jovens identificados com os grupos de emigrantes da 2ª e 3ª gerações, mas aderem cada vez mais a medidas extremas de repúdio pela cultura dos “outros”.
 
 
O Modelo Português
 
Em Portugal, a multicuturalidade assume uma relevância assinalável, conforme o confirmam os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF). Em 2015 a população estrangeira residente em Portugal rondava os 390.000 habitantes. No Algarve, o SEF apresenta para o mesmo ano mais de 58.000 estrangeiros residentes, num total de 492.000 habitantes (prodata), o que corresponde a quase 12% da população da região.
 
Por outro lado, muitos são os emigrantes portugueses nos mais diversos países do mundo que acabam por criar laços afetivos ou até mesmo criar família nesses locais.
  
Mas será que Portugal tem um modelo estruturado para a integração de imigrantes e de diferentes culturas? Muitos afirmam que temos um modelo Intercultural, que preconiza uma gestão da diversidade, reforçando o sentido de pertença e a construção participada da sociedade de destino. A diversidade é considerada um valor em si mesmo.
 
Mais que a co-existência pacífica das diferentes comunidades e indivíduos, o modelo afirma-se na miscigenação cultural. Mais que a aceitação do outro, propõe-se o acolhimento e a transformação de ambos, decorrendo daí um ”Nós”.
 
A interculturalidade inclui também o princípio da múltipla pertença, isto é, a integração na sociedade de acolhimento deve co-existir com a ligação à cultura de origem, sem roturas e sem obrigatoriedade de deixar uma para pertencer à outra.
 
Talvez a nossa história tenha, de alguma forma, condicionado a capacidade de acolhemos outros povos. As sucessivas ocupações por povos do Norte e Centro europeu e da Bacia Mediterrânica, a epopeia dos descobrimentos ou mesmo por via da emigração, fomos beneficiando dos contactos com outras vivências culturais.
 
O “certo” é que hoje a nossa identidade é contruída em cima de um legado cristão, islâmico e judaico… que o nosso prato mais tradicional é de um peixe que não existe na nossa costa, muitas vezes apimentado com especiarias oriundas de outras paragens. O certo é que o Fado se reinventa e ganha contemporaneidade com influências de partes do globo que outrora influenciámos. O certo é que a nossa própria identidade ganha com o contributo de outras culturas.   
 
 
Conclusões
 
Não se depreenda deste texto que considero existirem soluções mágicas e universais para a integração dos imigrantes. De acordo com o Eurobarómetro Standard do outono de 2016, a imigração é mesmo considerada o primeiro problema da EU em todos os Estados-Membros, com exceção de Espanha e de Portugal. Para esta realidade concorrem obviamente inúmeras variáveis como: as especificidades culturais de quem emigra e de quem acolhe, a pressão da imigração a que cada sociedade está sujeita, a realidade económica de cada país…
 
Enfim, são muitas as dúvidas e poucas as certezas, mas as experiências bem-sucedidas, como a do caso português, talvez nos devam merecer a melhor atenção.


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I
12/5/2020 13:33:19

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