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Pode alguém ser quem não é?

6/9/2019

1 Comentário

 

Por Sara Fernandes

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​Carlos Sequeira inicia o prefácio de “Ensino do Empreendedorismo – Teoria & Prática, Reflexão das I Jornadas do Ensino do Empreendedorismo em Portugal”, lançado pelo Instituto Pedro Nunes com a seguinte questão: “Pode alguém ser quem não é?” (inspirado no título de uma música de Sérgio Godinho), que nos obriga a refletir sobre o seguinte: se o empreendedorismo é algo que se possa ensinar? Supondo que sim, será algo que também deva ser ensinado por quem nunca foi empreendedor?
​
Lembro-me que no meu último ano de licenciatura, o nosso director de turma questionou: “Quantos de vocês querem ter o vosso próprio negócio?” Todos levantaram o braço à excepção de dois colegas. Após 10 anos, talvez mais de metade da turma tenha experimentado ter o seu próprio negócio, dependendo das oportunidades que surgiram e do momento da sua vida. Alguns claramente com sucesso, outros com irreparáveis dissabores.

Até porque um empreendedor enfrenta diariamente desafios interessantíssimos, tais como: não tem dinheiro para investir, por isso tem de ser criativo; não tem os recursos suficientes para desenvolver os seus produtos e serviços, e por essa razão torna-se multitasking; e se tiver de competir com líderes industriais de produção massificada, então terá de encontrar o seu nicho de mercado e “dar o litro”.

Há quem diga que há “dor” em empreender, caso contrário não faria parte da palavra empreendedor. Há quem refira que o empreendedorismo nos coloca para lá dos nossos limites, que nos faz assumir desafios tremendos e dar pegadas de gigante quando ainda estamos a aprender a andar.

Na verdade, em cada empreendedor português há um pequeno masoquista. Alguns mais equilibrados, outros em constante burnout. Esta é a realidade nacional. É preciso gostar de sofrer para ser empreendedor em Portugal! Aqui no nosso país, isto é mesmo a sério! Não há cá espaço para aprendizagens, enganos ou recomeços como na América do Norte em que a regra aplicável é de tolerância e admiração; ou como no México onde foram idealizadas as “Fuckup Nights” que já chegaram a 86 países e 318 cidades. Uma iniciativa onde já foram partilhadas quase 1600 histórias de fracassos empresariais, porque segundo eles a vida é para ser vivida sem filtros.

Infelizmente, no nosso pequeno Portugal, nem as fotografias são partilhadas sem filtros, quanto mais histórias de verdadeiros falhanços! Há um certo deslumbramento neste status de ser empreendedor e por cá é difícil contornar a penalização social do erro. Este é o verdadeiro obstáculo que encontramos nesta área, que nos impede de chegar a uma cultura honesta, com indivíduos capazes de reconhecer as suas competências e os seus limites.

Se alguém desejar ser quem não é, terá de saber que ao final do dia impera a “lei do mais forte”. E nos dias de hoje, os “fortes” são aqueles que se adaptam aos desafios, que sabem trabalhar em equipa e crescem através das suas parcerias e redes de colaboração para escrever o futuro com as suas próprias mãos.

1 Comentário
Miguel
7/9/2019 21:41:30

Subscrevo o seu artigo Sara, de facto o empreendedorismo é olhado como panaceia do desenvolvimento nacional e como solução para a maior parte dos males de desemprego existentes - visão obviamente falaciosa - tal como exemplificou não é empreendedor quem quer mas quem pode, quem tem recursos, ajudas e sobretudo sorte, o empreendedorismo mais vezes é causador de dividas, dissabores diversos, em solo luso; é que é fundamental que o Estado dê os incentivos certos e sobretudo que o país onde se planeia iniciar actividade, não esteja capturado por monopólios económicos que tornam virtualmente impossível nos sectores mais rentáveis a existência de alternativas e portanto concorrência.
Tal como na China Portugal parece ter o pior dos dois mundos, Estado sufocante em sectores que necessitavam ser liberalizados e Estado insuficiente onde ele faz falta e mais contribui para ascensão social - distribuição da riqueza criada e provisão de serviços públicos -

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