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O Algarve sim, e mamas, não?

13/9/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

No Algarve lamenta-se, recorrentemente, o distanciamento da região relativamente aos centros e eixos da inovação.

No entanto, as iniciativas no sentido de tentar essa aproximação são sistematicamente recebidas com desconfiança e até mesmo resistência. Mesmo em áreas nas quais o Algarve é cronicamente deficitário, como é o caso da saúde.

E temos um exemplo bem fresco para analisar, já que no início da semana surgiu um programa inovador, no âmbito do qual mulheres algarvias foram convidadas a enviar fotografias dos seus seios via telefone, como parte de um protocolo pioneiro de diagnóstico de cancro da mama.

Vai daí, e em linha com o pensamento retrógrado e cinzentão que enjeitou, aqui há uns bons anos, o portento tecnológico das mamografias por satélite, não tardaram a surgir classificações de fraude, acompanhadas da promessa de envolvimento das autoridades competentes.

Não se pode pensar um bocadinho fora da caixa, que é logo um despautério!

Ora isto no Algarve é estranho, principalmente por se tratar este método daquele que é utilizado para a gestão central do Estado relativamente à região…
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Esta rábula mirabolante de alguém que pretende, em plano Séc. XXI (ou talvez por isso mesmo), fazer passar esta burla apenas indica que ainda há grande fé na inocência das pessoas, e de que são capazes de acreditar em quase tudo, desde que a patranha seja embrulhada de forma habilidosa.

A isto não é certamente alheio o momento de campanha eleitoral que atravessamos, em que tudo e um par de botas é prometido, quando sabemos que não a mínima intenção de cumprir. Na melhor das hipóteses, serão pensamentos positivos.

Mas há quem acredite.

Mesmo quando o descolamento dos nossos governantes face à realidade é notório, e eles disso fazem gala, não se furtando a qualquer demonstração.

No Algarve tivemos disso exemplo acabado com o recente périplo do Primeiro-Ministro pela Estrada Nacional 2, proferindo lindos discursos sobre um outro qualquer “interior” e suas políticas de gestão, que nada tinham a ver com aquele que visitou e sobre o qual decidiu (ou deveria ter decidido) nos últimos 4 anos.

Mas, e isto é muito importante, é apenas um exemplo, não sendo, nem de perto nem de longe, o único, ou o pior!

O que é facto é que onde a condição periférica do Algarve é mais gravosa é precisamente na ideia dos governantes. Porque do Algarve não têm qualquer ideia, excepto a que fica do Endless Summer que por aqui vivem durante uma ou duas quinzenas, de um recreio onde se vêm divertir quando faz calor, e que se empresta aos turistas.

Naturalmente há excepções, e honrosas, mas não as suficientes para quebrar a regra. E, assim sendo, o olhar emprestado ao Algarve é precisamente o de uma fotografia recebida num qualquer grupo de Whatsapp do telemóvel.

Olham, podem até gostar, podem achar interessante, mas não registam. E, principalmente, não inscrevem.

Não inscrevem o Algarve no seu pensar do País, não inscrevem o Algarve no seu pensar em torno do que pode o País dar ao Algarve que este necessite e, em sentido contrário, daquilo com que o Algarve pode contribuir para as necessidades nacionais, integrado numa lógica de coesão, articulada com o restante território.
​
Se tivéssemos tanto pudor com a região e o seu futuro, como temos com mamas…
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