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O Algarve para além da praia

12/8/2017

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Por Hugo Barros

​Chegou o agosto!
Chegaram as bolas de Berlim, a fruta fresca e a bolacha americana nas praias. Chegaram as horroríficas e intermináveis filas na Nacional 125, particularmente para os mais resilientes de nós que ainda não conhecem os prazeres de um carro com ar condicionado. Chegaram as “summer parties” e as noites brancas, noites vermelhas, noites amarelas e todas as festas de verão. As sardinhadas e as petiscadas. E para os que têm filhos pequenos e que não estão de férias, o difícil período de encerramento das creches.
Mas há mais Algarve…
Complementarmente a toda esta azáfama (isto das férias é cansativo), apraz-me realçar a relevância que os produtos autóctones têm vindo a assumir neste período de elevada densidade populacional, potenciados pelo turismo, e pela notoriedade da região junto dos meios de comunicação social, é claro. Mas é bom que assim seja. É bom poder provar as bolinhas de alfarroba, comer os figos frescos e os figos cheios, os doces de amêndoa, a aguardente de medronho e de figo, a melosa e o sumo de laranja. É bom poder temperar com flor de sal e descobrir a reinvenção do artesanato regional e as potencialidades da cortiça.
O Algarve está bem e recomenda-se (ate já temos uma app para pedir as bolinhas… sendo que, pessoalmente, nada pode substituir o tradicional grito “Oh Chefe!, são duas com creme”), e espero que assim se mantenha por muito tempo.
MAS NÃO É DESTE ALGARVE QUE VOS QUERO FALAR!

Quero falar do (meu) outro Algarve, aquele que continua a funcionar com a normalidade imposta pela natureza enquanto o turismo de agosto acontece, fiel aos seus tempos e às suas tradições.
É o Algarve que acorda quando a maior parte dos bares e discotecas ainda estão a encher e que, antes do nascer do sol para fugir ao calor, já “chicoteia” as alfarrobeiras e as amendoeiras com varas que transitam dos pais e dos avós. O Algarve dos que recolhem figo a figo para que não fiquem “amassados” pelas canas. Que secam os figos ao sol e que partem as amêndoas à mão, sentados à sombra durante o dia e pela noite dentro quando o calor teima em não adormecer. É o Algarve dos que enchem os figos com amêndoa, canela e açúcar para acompanhar o copo de aguardente no inverno (e no verão também, convínhamos). É o Algarve dos que trepam a serra para tirar a cortiça sem danificar os sobreiros, e dos que tiram o mel sem inchar o corpo com a picadela das abelhas. E tudo isto enquanto se procura fugir ao calor de agosto e enquanto se procura uma oportunidade de, também nós, podermos ir dar um banhito à praia, armados em turistas.
É este Algarve, que muitos dos que habitualmente nos visitam continuam a ignorar, que penso que importa reconhecer, manter e valorizar, ancorado e potenciado pelo dinamismo económico do turismo e pela presença dos inúmeros potenciais “embaixadores” presentes na região, sempre em harmonia e equilíbrio com o que de mais genuíno e autêntico existe por este Lugar ao Sul.
São estes Algarvios que sobrevivem muito para além dos excessos do agosto que mantêm as tradições e os costumes, e que reinventam a cultura e a gastronomia regional. São estes Algarvios que asseguram que possamos pedir uma bolinha de alfarroba na praia, postar selfies com acessórios de cortiça, ou oferecer o cabaz de figos cheios aos familiares emigrados que nos visitam.
É este Algarve barrocal e serrenho que gostaria que possam também visitar, e mais importante provar e degustar. E são estas pessoas que gostaria que possamos reconhecer, porque são eles e elas (e nós) que caracterizam o Algarve e que dão alma e vida às praias, aos bares e às festas, ano após ano.
Boas férias, e o meu desejo de que possam descobrir a maravilha que é (todo) o Algarve!

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