Lugar ao Sul
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos

Bem-vindo

O Algarve não faz parte do Serviço Nacional de Saúde

7/5/2019

2 Comments

 
Por Luís Coelho (4 minutos de leitura)

Foi recentemente aprovado pelo conselho de ministros
o Programa de Investimentos na Área da Saúde, com o qual o actual governo pretende “alavancar o investimento, a recuperação e a melhoria de infraestruturas e equipamentos do sector da saúde.” O pacote financeiro ascende a 91 milhões de euros (69,3 provenientes do Orçamento do Estado e 21,3 de fundos europeus), estando prevista a sua execução entre 2019 e 2021.
Fico muito contente por verificar que existe uma preocupação em investir num sector que tem, manifestamente, sentido muitas dificuldades em manter níveis de operacionalidade minimamente aceitáveis. De facto, é notária a degradação dos equipamentos de muitas unidades de saúde que operam na esfera pública algo que, naturalmente, prejudica a qualidade dos serviços prestados à população pelo Serviço Nacional de Saúde.

Um caso paradigmático e bem ilustrativo desta situação é o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). Em particular, na página 84 do último Relatório e Contas disponibilizado por esta unidade de saúde (relativo ao ano de 2017), pode ler-se que “(…) O CHUA mantém um nível de investimento manifestamente insuficiente para repor a capacidade instalada. Esta situação não é nova e ocorria já pelo menos desde 2010 nos, então, Hospital de Faro, E. P. E. e Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E. Salienta-se ainda que a qualificação do Hospital de Faro como hospital central em 2008 nunca foi acompanhada adequadamente dos meios que efetivamente assegurassem caraterísticas de hospital central, o que, à época, estava previsto ocorrer com a construção do novo Hospital Central do Algarve. Ou seja, o nível de investimento deveria estar a assegurar a qualificação e diferenciação hospitalar, sendo pouco – e mesmo assim não atingido – repor a capacidade instalada (…)."   Uns parágrafos mais abaixo o mesmo documento relata que "(..) Em finais de 2016 foi apresentado um plano de investimento no valor de 19.118.343€ para o período 2017/19 (2017: 11.293.197€; 2018: 6.441.313€; 2019: 1.453.833€), que tinha como objetivo dar resposta à necessidade de reabilitação e requalificação imediata da infraestrutura tecnológica do, agora, CHUA (…)",   ao que se segue “(…) À semelhança de anos anteriores, o CHUA, em 2017, não teve ainda um nível de atividade e de eficiência que lhe permita libertar meios financeiros da exploração suficientes para o investimento, razão pela qual não se concretizou a despesa em investimento inicialmente prevista no plano apresentado à tutela.(…)".

Infelizmente, como seria previsível, neste contexto a conclusão só pode ser uma: a deterioração muito significativa dos activos afectos ao CHUA à data da elaboração do seu relatório e contas de 2017. Disso mesmo dá nota este documento ao afirmar que “(…) Como consequência, o parque de equipamentos (médicos, administrativos e informáticos), tem um valor atual liquido que corresponde a aproximadamente 8,5% do seu valor de aquisição, o que evidencia claramente um parque com elevado nível de utilização, assim como elevado desgaste, o que significa que a capacidade produtiva do CHUA está em risco elevado de rutura, com consequências potencialmente dramáticas na atividade assistencial (…).”

Pelo que julgo saber a situação acima descrita ainda não foi corrigida, pelo menos de uma forma significativa e cabal. Nesse sentido, convenhamos, o Algarve merece mais. Muito mais. No entanto, as notícias mais recentes e que chegam vindas de quem pode decidir sobre esta matéria não podiam ser piores. Valerá a pena recordar que o Orçamento de Estado para 2019  consagra verbas para a construção de cinco novos hospitais (Évora, Lisboa Oriental, Madeira, Seixal e Sintra) deixando de fora o Algarve. Mais, apesar das dramáticas carências que existem nesta região neste campo, o novo plano de investimento agora aprovado pelo governo volta a ignorar as nossas necessidades. Em particular, pelo que se conhece, os 91 milhões de euros anunciados - que têm como objectivo permitir a aquisição de aceleradores lineares para radioterapia, a requalificação de instalações e equipamentos e projetos com vista à eficiência energética - são para ser distribuídos pelos seguintes hospitais:
. Centro Hospitalar Barreiro/Montijo;
. Centro Hospitalar Póvoa Varzim/ Vila do Conde;
. Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro;
. Centro Hospitalar do Médio Ave;
. Centro Hospitalar do Baixo Vouga;
. Centro Hospitalar de Lisboa Norte;
. Centro Hospitalar de Setúbal;
. Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil;
. Hospital das Forças Armadas


Posto de forma gráfica, o novo Programa de Investimentos na Área da Saúde prevê gastar exactamente zero euros abaixo do Rio Tejo!

Em face de tudo o que foi exposto, poder-se-á concluir que definitivamente o Algarve não faz parte do Serviço Nacional de Saúde. Assim, fico a aguardar que Mário Centeno anuncie que a nossa região vai ficar pelo menos parcialmente isenta de contribuir com impostos para os Orçamentos de Estado de 2019, 2020 e 2021. É o mínimo que, enquanto Algarvios, devemos exigir.
2 Comments
Miguel
7/5/2019 12:48:11

O Algarve não faz, pelas verbas a ele destinados nos sucessivos Orçamentos parte de Portugal Continental; a minha parte racional e contida diz-me que é preciso continuar a lutar pela Regionalização e mesmo por mudanças constitucionais que acabem com a aberração da proibição de partidos de cariz regional.
Seria de acordo com os inúmeros estudos, artigos e ensaios feitos uma solução em que os benefícios superariam os riscos; mas a minha parte emocional (com plena noção que vou dizer uma blasfémia) diz-me que tudo seria melhor para a Região menos pertencer a Portugal, um protectorado, união com a Andaluzia, o que fosse beneficiaria mais os seus habitantes (todos nós portanto) que um continuado desprezo e tratamento colonial pelos poderes centrais e seus apaniguados, isso não mudou nunca nem nunca vai mudar com ou sem descentralização de competências, qual cavalo de troia com laço dourado.

Reply
Alexandre Oliveira link
7/5/2019 23:10:37

Sendo o baixo número de residentes no Algarve a justificação para muitos dos casos de não investimento nossa região, não entendo como não existem mais politicas favoráveis à habitação, principalmente nas vilas do interior.

É necessário alterar os PDMs de forma a aumentar a oferta da habitação e reduzir custos.

Reply



Leave a Reply.

    Visite-nos no
    Imagem

    Categorias

    All
    Anabela Afonso
    Ana Gonçalves
    André Botelheiro
    Andreia Fidalgo
    Bruno Inácio
    Cristiano Cabrita
    Dália Paulo
    Dinis Faísca
    Filomena Sintra
    Gonçalo Duarte Gomes
    Hugo Barros
    Joana Cabrita Martins
    João Fernandes
    Luísa Salazar
    Luís Coelho
    Patrícia De Jesus Palma
    Paulo Patrocínio Reis
    Pedro Pimpatildeo
    Sara Fernandes
    Sara Luz
    Vanessa Nascimento

    Arquivo

    October 2021
    September 2021
    July 2021
    June 2021
    May 2021
    April 2021
    March 2021
    February 2021
    January 2021
    December 2020
    November 2020
    October 2020
    September 2020
    August 2020
    July 2020
    June 2020
    May 2020
    April 2020
    March 2020
    February 2020
    January 2020
    December 2019
    November 2019
    October 2019
    September 2019
    August 2019
    July 2019
    June 2019
    May 2019
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    January 2019
    December 2018
    November 2018
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    July 2018
    June 2018
    May 2018
    April 2018
    March 2018
    February 2018
    January 2018
    December 2017
    November 2017
    October 2017
    September 2017
    August 2017
    July 2017
    June 2017
    May 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017
    January 2017
    December 2016
    November 2016
    October 2016
    September 2016

    RSS Feed

    Parceiro
    Imagem
    Proudly powered by 
    Epopeia Brands™ |​ 
    Make It Happen
Powered by Create your own unique website with customizable templates.