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Notas de uma quarentena improvável (8)

5/4/2020

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Ao domingo, poesia para os mais pequenos

Por Anabela Afonso

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​Não sei o que acham, mas o domingo parece-me um bom dia para partilhar poesia. Sobretudo um domingo como este, com o mistério da névoa que não nos deixa ver o horizonte, e com a chuva miúda incessante, que acaricia a terra já cansada de esperar.

Para esta partilha escolho Manuel António Pina e a sua poesia infantil. Ao que parece, hoje é dia dos filhos, e sobretudo para quem os tem mais pequenos, não é fácil mante-los em casa durante tanto tempo, a ter que, a toda a hora, inventar algo novo para fazer.

Como sugestão de leitura para/com eles, fica um dos poemas desse livro encantador que é o Pequeno livro de desmatemática:

História de uma conta de somar


​Uma conta de somar
sensível às coisas belas
pôs-se a contar as estrelas
numa noite de luar.

Estava ela a olhar o céu
somando infinitamente
quando uma estrela cadente
luziu e desapareceu...

Com uma parcela cadente
não estava a conta a contar!
Que fazer? Passar à frente?
Contá-la? Não a contar?

Fazer de conta que não
se dera conta de nada?
Mas, e depois, a adição?
Não daria conta errada?

E quando ela fosse dar
contas à prova dos nove?
Ia a prova acreditar
em parcelas que se movem?

E a conta achou-se a contas
contemplando o céu sereno
com um problema terreno
difícil de resolver.

A solução que encontrou
foi terra-a-terra também:
quando um problema não tem
solução já se solucionou...

E, contas feitas, a conta
decidiu fazer de conta...
Estava a contar estrelas,
não a tomar conta delas!

Fingiu, pois, que não deu conta
da escapadela da estrela,
afinal a vida dela
não era da sua conta!

Só que enquanto fazia
tais contas à conta dela
a manhã amanhecia
e apagavam-se as estrelas.

Nasceu o sol, fez-se dia,
e o quadro negro do céu
aonde a conta fazia
contas desapareceu...

Nunca antes uma conta
teve tanto que contar
como a conta de somar
​que quis contar as estrelas!

Aproveitem! #Vaificartudobem

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