Lugar ao Sul
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos

Bem-vindo

Notas de uma quarentena improvável (32)

29/4/2020

0 Comentários

 

A dança também vai curar o mundo!

Por Anabela Afonso

Hoje assinala-se o dia mundial da dança. Pessoalmente não tenho grande entusiasmo por estas efemérides que servem para alguns de nós fazerem de conta que se interessam por qualquer temática, à qual se deixa de prestar atenção logo no dia seguinte. Mas reconheço que estas datas têm a vantagem de, nem que seja por um dia, trazer à discussão as mais variadas matérias, e hoje, como disse, é dia de falar de dança.

Imagem
Gregory Maqoma


​ Todos os anos, nesta data, o Comité Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) convidam uma personalidade da área da dança a criar uma mensagem alusiva à efeméride com o objetivo de destacar a importância desta arte universal. Este ano, essa tarefa coube ao coreógrafo Sul Africano Gregory Vuyani Maqoma, e pode ser ouvida neste vídeo entretanto partilhado nas redes sociais, e que brevemente se resume de seguida:

“Vivemos tempos de tragédias inimagináveis, que melhor se podem descrever como uma era pós-humana. Mais do que nunca, precisamos de dança com sentido de missão para lembrar ao mundo que a humanidade ainda existe”. Para Gregory Vuyani Maqoma, “o sentido de propósito e empatia devem prevalecer sobre anos e anos de dor universal que estão para vir, e conquistar essa tristeza da dura realidade de morte, rejeição e pobreza”. “A dança deve, mais do que nunca, dar um forte sinal aos líderes mundiais – e a todos os que garantem a melhoria das condições da vida humana – que somos um furioso exército de pensadores, e o nosso propósito é mudar o mundo passo a passo”, escreve ainda, na mensagem.
​
Tenho que sublinhar na sua mensagem a força do excerto que se segue: 
"Dança é liberdade, e através da nossa liberdade descoberta, precisamos libertar os outros das armadilhas que enfrentam nos vários cantos do mundo. A dança não é política, mas torna-se política porque transporta em si a fibra da conexão humana, e é assim que responde às circunstâncias na sua tentativa de restaurar a dignidade humana”
Remata a sua mensagem falando do enorme poder curativo que os corpos que dançam em conjunto representam e do qual precisamos tão desesperadamente, para concluir que, o que precisamos, então, é dançar, mais e mais!!! 

Curiosamente, a edição deste ano dos Encontros do Devir, integrados na programação da 4.ª edição do 365 Algarve, tinha prevista duas apresentações de uma peça de Gregory Maqoma, nos dias 3 e 4 de março, no Cine-teatro Louletano e no Centro Cultural de Lagos, respetivamente, não fora a suspensão de toda atividade cultural por força da pandemia. Essa peça, um solo intitulado Beautiful Me, é uma reflexão sobre essa condição de ser artista, ser africano, e do que significa essa procura de identidade através da dança e de uma estética, assim como sobre que visão tem o ocidente (e sobretudo os media ocidentais) sobre esse continente tão diverso em cultura, tradições e identidades, como o próprio explica neste vídeo, aquando da sua apresentação em Barcelona em 2011.


​ Deixo a quem possa estar interessado, a mensagem original, em inglês:

«It was during an interview I had recently that I had to think deeply about dance, what does it mean to me? In my response, I had to look into my journey, and I realized that it was all about purpose and each day presents a new challenge that needs to be confronted, and it is through dance that I try to make sense of the world. We are leaving through unimaginable tragedies, in a time that I could best describe as the post-human era. More than ever, we need to dance with purpose, to remind the world that humanity still exists. Purpose and empathy need to prevail over years and years of undeniable virtual landscape of dissolution that has given rise to a catharsis of universal grief conquering the sadness, the hard reality that continues to permeate the living confronted by death, rejection and poverty. Our dance must more than ever give a strong signal to the world leaders and those entrusted with safeguarding and improving human conditions that we are an army of furious thinkers, and our purpose is one that strives to change the world one step at a time. Dance is freedom, and through our found freedom, we must free others from the entrapments they face in different corners of the world. Dance is not political but becomes political because it caries in its fibre a human connection and therefore responds to circumstances in its attempt to restore human dignity. As we dance with our bodies, tumbling in space and tangling together, we become a force of movement weaving hearts, touching souls and providing healing that is so desperately needed. And purpose becomes a single hydra-headed, invincible and indivisible dance. All we need now is to dance some more!!!!»

E para quem quiser "perder" um pouco mais de tempo, para conhecer mais do seu trabalho enquanto coreógrafo, ficam mais dois vídeos, um deles, um pequeno excerto de uma versão do Bolero de Ravel - Requiem of Bolero's Ravel, e outro, uma absolutamente incrível Ted Talk, mais uma vez dedicada a esse paradoxo  que é, por um lado, a forma como se olha para África, como um continente de miséria, guerras e desgraças, e por outro, o mundo de oportunidades que a sua diversidade cultural e o seu enorme potencial criativo representam. Por amor à dança, ou apenas por amor ao mundo, que seja, não deixem de ver este Beyond the euphoria of movement!

Sim, a dança também vai curar o mundo, por isso sei que #Vaificartudobem!

0 Comentários



Enviar uma resposta.

    Visite-nos no
    Imagem

    Categorias

    Todos
    Anabela Afonso
    Ana Gonçalves
    André Botelheiro
    Andreia Fidalgo
    Bruno Inácio
    Cristiano Cabrita
    Dália Paulo
    Dinis Faísca
    Filomena Sintra
    Gonçalo Duarte Gomes
    Hugo Barros
    Joana Cabrita Martins
    João Fernandes
    Luísa Salazar
    Luís Coelho
    Patrícia De Jesus Palma
    Paulo Patrocínio Reis
    Pedro Pimpatildeo
    Sara Fernandes
    Sara Luz
    Vanessa Nascimento

    Arquivo

    Junho 2020
    Maio 2020
    Abril 2020
    Março 2020
    Fevereiro 2020
    Janeiro 2020
    Dezembro 2019
    Novembro 2019
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Agosto 2019
    Julho 2019
    Junho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Março 2019
    Fevereiro 2019
    Janeiro 2019
    Dezembro 2018
    Novembro 2018
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Julho 2018
    Junho 2018
    Maio 2018
    Abril 2018
    Março 2018
    Fevereiro 2018
    Janeiro 2018
    Dezembro 2017
    Novembro 2017
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Agosto 2017
    Julho 2017
    Junho 2017
    Maio 2017
    Abril 2017
    Março 2017
    Fevereiro 2017
    Janeiro 2017
    Dezembro 2016
    Novembro 2016
    Outubro 2016

    Feed RSS

    Parceiro
    Imagem
    Proudly powered by 
    Epopeia Brands™ |​ 
    Make It Happen

“Sou algarvio
​e a minha rua tem o mar ao fundo”
 

​(António Pereira, Poeta Algarvio)

​Powered by Epopeia Brands™ |​ Make It Happen