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Nós devíamos é de ser Coreanos (do sul, claro)

10/7/2018

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Por Luís Coelho   

A larga maioria dos Portugueses provavelmente ainda não visitou a Coreia do Sul (Coreia daqui para a frente). Eu próprio fazia parte deste grupo até à semana passada, algo que só mudou com a ajuda do programa Erasmus+. De facto, foi através de um acordo de mobilidade estabelecido no âmbito deste programa que tive a oportunidade de ir à Coreia, tendo passado pela cidade de Daejeon e visitado a capital do País, Seul. São três os aspectos essenciais que retiro da minha experiência e que agora partilho na convicção de que estes possam ser importantes para o nosso País.
. Nível de organização dos Coreanos. É verdadeiramente impressionante como estes lidam com os mais diversos aspectos da sua existência. Vai desde a forma como encaram o trabalho, a maneira como dão forma e estruturam a sua rede de transportes e a capacidade para aplicar tecnologia de ponta a tudo o que se possa imaginar (exemplo estúpido: a tecnologia da casa de banho do tasco mais modesto que visitei é superior à colecção de gadgets que tenho em casa).

. Estrutura etária da população. Existem mais jovens por m2 do que buracos na Nacional 125 no troço Olhão- Tavira nas duas cidades que visitei. A única forma de descrever o que experienciei neste domínio passa por dizer que na Coreia do Sul nunca tive a sensação de estar rodeado pelos simpáticos “cabelos brancos” que vão cada vez mais caracterizando muitas das cidades do nosso País.

. Forma como o povo coreano se comporta em sociedade. Apesar de serem muitos milhões de pessoas em Seul (e Daejeon), tudo acontece de forma calma e relativamente sossegada, nunca tendo assistido a qualquer tipo de desrespeito entre coreanos ou destes para com os estrangeiros que por lá encontrei. O nível de segurança é impressionante (podemos andar na rua a qualquer hora do dia ou da noite sem qualquer problema) e a limpeza – das zonas públicas e da maioria dos locais privados que visitei – é irrepreensível.

Tudo o que aponto acima nasce simplesmente da minha experiência directa enquanto visitante de um país por um período muito limitado de tempo. Neste sentido, as minhas percepções podem não passar de uma visão sobre a Coreia. Tentei esclarecer o assunto conversando longamente com o único contacto que tenho nesse País, um Professor de Marketing oriundo do Brasil que já por lá vive há alguns anos. O nosso “papo” confirmou muitos dos aspectos que tinha intuído, acrescentando ainda algumas ideias interessantes. A saber. A Coreia forjou o seu espírito nacional ao longo de séculos em que batalhou de forma muito violenta com a China e o Japão. Em particular, ao longo da sua história, a Coreia teve momentos em que foi independente e outros em que esteve subjugada ao império Japonês ou à governação Chinesa. Mais recentemente, a Coreia passou por uma guerra sangrenta com os vizinhos do Norte, guerra essa que acabou por dividir o território da península coreana em dois, dando azo à geografia que hoje conhecemos. A necessidade de lidar com estas provações criou uma mentalidade coreana muito conservadora onde pontifica o rigor, a exigência e o trabalho. Outro aspecto importante a que o meu contacto deu ênfase foi à aposta séria que a Coreia vem fazendo no seu sector da educação. De facto, há apenas algumas décadas atrás, a maioria dos Coreanos vivia de forma simples e tinha um nível formal de educação baixo. Actualmente a situação é totalmente distinta por força do investimento significativo do governo Coreano na educação, que permitiu que contemporâneamente a Coreia se posicione como a Meca do ensino na Ásia. O meu contacto terminou enaltecendo a aposta estratégica do País na área da tecnologia.  Neste momento, a Coreia é a pátria de marcas tão como a Samsung ou a LG, que são líderes de mercado globais em variadíssimos temas de tecnologia (televisões, telemóveis e telecomunicações, electrodomésticos, etc). Em paralelo, o País tem um programa de desenvolvimento bastante rico no sector automóvel, com a Hunday e a Kia a serem pensadas, desenhadas e em parte produzidas na Coreia.

Ao comparar o que encontrei na Coreia do Sul com o que conheço de Portugal fico (muito) preocupado. De facto,nas condições actuais, não temos qualquer capacidade de (sonhar em) competir com este País asiático em quase nenhum campo da nossa existência. Adicionalmente, as opções dos nossos sucessivos (des)governos deixam-nos cada vez mais longe do comboio da modernidade que a Coreia representa. Que futuro então nos espera? Na realidade não consigo responder a esta questão. Fico é com a sensação que este será algo de muito diferente relativamente ao que está reservado para os Coreanos (muito felizes) que encontrei em Daejeon e Seul.
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