Por Hugo Barros No seguimento do amável convite (entenda-se lá porquê…) para me juntar a um grupo de pessoas que muito admiro e respeito, decidi escrever o primeiro texto sobre “a minha área”. É um mecanismo de segurança, bem sei, mas para além da segurança que a construção das frases que se seguem me dá, penso ser importante continuar a reconhecer outros fatores positivos do nosso Algarve turístico, que muito têm contribuído (e que continuarão a contribuir) para a consolidação de uma região mais inovadora e competitiva. O EMPREENDEDORISMO é um daqueles conceitos que parece destinado a ser alvo de alguma “sazonalidade” (recorrendo a uma expressão sensível na região), dependente da estratégia e alinhamento político. Quando não é suficientemente divulgado e reconhecido, incidimos as críticas na necessidade de uma maior aposta, sob pena de desperdiçarmos os recursos e o conhecimento. Quando passa a integrar as dinâmicas dos territórios e das políticas públicas, torna-se um potencial alvo de demagogia, apresentado como incapaz de resolver todos os problemas económicos, potenciando inclusivamente o insucesso e a ostracização do empreendedor. Há quem considere que é insuficiente, e quem defenda que já é demais; quem o classifique como uma moda, e para quem é uma forma de estar na vida… Não obstante a necessidade de equilíbrio (neste ou em qualquer outro tema ), é hoje inequívoca a importância da existência de políticas de inovação e apoio ao empreendedorismo, que estimulem os territórios a valorizar o conhecimento, a criar emprego qualificado, a gerar riqueza, a reter massa crítica relevante, e, transversalmente, a afirmar o potencial autóctone dos territórios.
No primeiro contributo para este espaço, reforço a importância do trabalho desenvolvido por toda a região na captação e apoio a jovens (e menos jovens) talentos empreendedores. Todos eles audazes e irreverentes. Todos eles loucos heróis disruptivos, capazes de imaginar e implementar novos conceitos, muitas vezes contra ventos e marés (e muitas opiniões que não são mais que apenas isso). É este trabalho e estas dinâmicas que pretendo enfatizar. É certo que devemos muito ao trabalho de promoção e apoio das instituições (Associações empresariais, instituições públicas, Universidades, CCDR’s, Municípios, entidades bancárias, entre tantos outros) que possibilitam estas dinâmicas. Mas mais importante, é aos empreendedores, aos “insatisfeitos” e aos “loucos” que devemos os resultados. São eles que transformam a realidade que conhecemos, que hipotecam o seu património (por muito limitado que seja por vezes) em benefício do sonho de criar algo próprio. São eles que geram emprego, que abrem novos mercados nacionais e internacionais, que representam a região no exterior, que acolhem quem nos visita. E são quem (também) paga impostos…. Dado o período pré-eleitoral em que nos encontramos, e aproveitando a oportunidade que me é dada pelos meus “parceiros a sul”, utilizo estas primeiras linhas para reforçar o desejo de que as políticas de governança intensifiquem a aposta na valorização do conhecimento, na inovação, e na valorização do potencial empreendedor. É no reforço das condições de contexto que se deve apostar, dando espaço para que estes empreendedores continuem a encontrar na região estruturas de apoio adequadas à validação, maturação e crescimento das suas ideias. Só assim seremos capazes de continuar a inovar e a diversificar a base económica da região, e afirmar a nossa capacidade de atração de mais e melhores recursos. Recorrendo às palavras de um ilustre empresário e representante associativo regional que muito tem trabalhado e contribuído para a afirmação da região (Dr. Vitor Neto, espero que não me leve a mal), e gozando de alguma liberdade na expressão, termino com a ideia de que “O Algarve não tem turismo a mais. Temos sim alguns setores a menos”. Devemos, portanto, ser capazes de criar as condições para que os setores mais consolidados possam continuar o seu crescimento, e para que os mais emergentes possam encontrar as dinâmicas que necessitam para o seu desenvolvimento. Para isso precisamos inovar! Para isso, precisamos continuar a EMPREENDER A SUL!
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