Por Luís Coelho No passado dia 07 de Abril li com estupefação uma notícia publicada pelo Sul Informação na qual se dava nota de que o CDS-PP decidiu indicar o João Rebelo como cabeça de lista pelo Algarve nas próximas legislativas de Outubro. Não tenho nada contra o João Rebelo. De facto, nem o conheço. E este é exactamente o problema. Em particular, o CDS-PP voltou a escolher como cabeça de lista pelo círculo de Faro alguém que vem de fora da região. Escrevo voltou pois há quatro anos atrás este partido alinhou exactamente pela mesma bitola, colocando uma tal de Teresa Caeiro na lista conjunta que apresentou com o PSD para concorrer pelo círculo Algarvio às legislativas. Pergunto: alguém se lembra de ver a Teresa Caeiro a fazer política em prol do Algarve, seja na região ou na Assembleia da República? Aliás, alguém se lembra de alguma coisa que a Teresa tenha feito nos últimos quatros anos?
Poder-se-á argumentar que não podemos julgar o João Rebelo com base no que outros fizeram no passado. Concordo. Infelizmente o histórico pessoal do João não augura nada de bom. De facto, basta consultar os registos públicos disponibilizados pelo parlamento português para perceber que o João é um “político profissional”. Em particular, o seu dado curricular mais relevante resume-se ao facto de ser deputado à Assembleia da República desde 1999, sempre eleito pelo círculo de Lisboa (curiosamente - ou não - menciona também que é "Professor Universitário", apesar de aparentemente ser apenas licenciado em Relações Internacionais). Mais, das suas 42 intervenções em plenário nesta legislatura exactamente zero tocam em assuntos remotamente relevantes para o Algarve. Desconheço a lógica que preside à formação das listas que os partidos decidem apresentar ao sufrágio dos eleitores. No entanto, conhecendo um pouco da realidade Algarvia, choca-me que as estruturas partidárias regionais compactuem com práticas que apenas contribuem para a degradação da imagem do Algarve junto do poder central e dos próprios eleitores locais. São cada vez mais as vozes que clamam por uma acção política regional concertada e capaz, de forma a que o Algarve possa ganhar capacidade negocial junto da capital e, com isso, resolver os seus problemas estruturais. Permitir que gente de fora com currículos e históricos duvidosos concorram como cabeças de lista pela região não ajuda a este desiderato. Aliás, no que me toca, tal linha de acção serve apenas para desqualificar e destratar os quadros partidários que seguramente existem na região, afastando os eleitores que à minha semelhança jamais votarão em listas compostas por verdadeiros paraquedistas políticos. Faço pois votos de que o CDS-PP reveja as suas opções neste domínio muito rapidamente e que os outros partidos se empenhem em escolher personalidades de reconhecido mérito e com forte ligação à região para as listas que em breve vão apresentar aos eleitores algarvios.
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