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Bem-vindo

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor

23/11/2018

1 Comentário

 
Hoje tenho o enorme privilégio de receber, neste canto do Lugar ao Sul, António Branco.
Dizer que o convidei corresponderia apenas a meia verdade, uma vez que nos encontrámos, por feliz coincidência, no meio do percurso entre uma generosa partilha (da parte dele) e um ousado desafio (meu).
Uma e outro partilham uma raiz comum: o profundo, emocionante e pungente exercício de cidadania que o António ofereceu a um inexplicavelmente reduzido número de pessoas e que tem, obrigatoriamente, que chegar a muitos, muitos mais.
Posso apenas agradecer penhoradamente que me deixe, e também ao Lugar ao Sul, participar dessa meritória partilha.

Gonçalo Duarte Gomes
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Por António Branco

Na passada sexta-feira, usei da palavra numa sessão dedicada ao tema «Democracia e Participação», integrada no ciclo intitulado «O Algarve, Portugal e o Futuro», coorganizado pelo Rotary Clube de Faro e pela editora Sul, Sol e Sal. Estava presente, entre outras pessoas que muito respeito e admiro, o Gonçalo Duarte Gomes. No seguimento desse acontecimento, o Gonçalo, muito generosamente, desafiou-me a ser seu convidado no Lugar ao Sul – convite que aceitei sem hesitação, tanto em nome do que atrás disse sobre ele, quanto pela importância que atribuo a este espaço de que sou leitor assíduo, por se tratar de um excelente exemplo de cidadania empenhada, inteligente e plural que nos é oferecido por uma geração de algarvios muito promissora. Obrigado, por isso, ao Gonçalo e ao Lugar ao Sul. Aqui fica o texto da minha intervenção.
 
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor
O Algarve, Portugal e o Futuro: Democracia e Participação
16 de novembro de 2018, 21h30, Anfiteatro da Escola Secundário João de Deus
António Branco
 
Agradeço o convite que me foi dirigido para intervir nesta sessão dedicada a um tema tão difícil. Não fosse a simpatia que nutro pelos organizadores e o reconhecimento por se terem lembrado de mim e não o teria aceitado, porque, desde que cessei as funções de reitor da Universidade do Algarve, decidi remeter-me ao silêncio, para compensar os 4 intensos anos em que falei demais. Esse excesso ficará patente num livro que publicarei em 2019, numa parceira da Universidade com a editora Sul, Sol e Sal, e no qual reunirei cerca de 50 intervenções públicas realizadas durante o mandato, de um total de mais de 80 que encontrei no meu arquivo informático, sem contar com as muitas intervenções improvisadas. Por aqui começarei a reflexão que fiz para esta ocasião.
 
A verdade é que a espantosa mediatização envolvendo as pessoas com cargos públicos faz delas «faladoras intensivas», como se a velha máxima iluminista de Descartes se transformasse numa nova: «falo, logo existo». Esta idiossincrasia não é só observável nos detentores de cargos públicos: também é visível na solicitação insistente dos jornalistas aos anónimos presentes nos locais de reportagem para que deem o seu testemunho, nos serviços noticiosos ininterruptos, na profusão de programas de comentário político, nas milhares de horas de debate futebolístico televisivo, no modo como usamos as redes sociais e em muitos outros contextos da nossa vida comum. Para mim, há nesse processo de imediatização da fala um efeito cujas consequências não são positivas: é que, na perspetiva da defesa da Razão enquanto albergue das boas decisões coletivas, a «fala» que mais contribui para o progresso e para o bem-estar das comunidades é aquela que decorre do «pensamento». Ou seja, seria melhor assim: «Penso, logo existo – e, logo, falo.» Bem sei que António Damásio nos alertou para o «erro de Descartes», que consistiu em não compreender o papel central das Emoções nas decisões humanas, mas a Emoção também se distribui por muitos estratos: uns mais à superfície e outros mais no fundo de nós. Assim, também o exercício da Emoção profunda exige um tempo e um silêncio de que cada vez mais abdicamos ou que nos são sonegados. Diria, sintetizando: falamos muito, mas não sei se escutamos e pensamos proporcionalmente ao tanto que falamos. É certo que o excesso de fala pode ser entendido como resposta histórica ao silêncio de 48 anos que a Ditadura Salazarista nos impôs enquanto povo, mas talvez seja importante fazermos a síntese.
 
Chegado a esta constatação pessoal e intransmissível, só me lembrava, quase obsessivamente, do primeiro verso de um famoso poema de Eugénio de Andrade. Começa por ser isso o que tenho para vos dizer hoje, a vós, comunidade a que pertenço, a vós, meu amor:
 
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
[…]
 
Interrompo esta revisitação, porque se segue uma despedida e eu não me quero despedir de vós. Pelo contrário, sei que sem vós só me resta mais de mim e a vulnerabilidade do individualismo e da solidão.
 
Fui educado no seio de uma família de esquerda. Não sendo militante partidário, já votei, em momentos e contextos diferentes, nos três partidos principais da atual maioria parlamentar. Os tempos que vivemos, contudo, obrigam-me a uma especificação: não sou só de esquerda, sou da esquerda democrática. O adjetivo «democrática» é, hoje, mais importante do que nunca, porque delimita o meu campo de tolerância política e o meu posicionamento numa época em que a Democracia está a ser ou já foi posta em causa em vários pontos de mundo. Isto significa que, se o confronto político vier a ficar, em Portugal, reduzido àquilo a que chamo «os mínimos olímpicos», estarei mais próximo da direita democrática do que da esquerda não-democrática. Há umas semanas, um amigo meu (da direita democrática) dizia-me esta verdade pungente: «Chegará o dia em que estaremos os dois do mesmo lado da barricada, a lutar pelas mesmas coisas. Serão dias tenebrosos.» Eu concordei com ele. O que são, então, os «mínimos olímpicos» que me colocam do mesmo lado desse meu amigo? Para mim, são estes, cumulativamente:
  • a separação de poderes, num sistema claro de pesos e contrapesos;
  • o direito de escolha dos nossos representantes através do voto;
  • a liberdade de expressão e associação;
  • a proteção da dignidade humana;
  • o primado da Lei.
 
E o confronto político democrático é aquele que, para cada um desses «mínimos olímpicos» ou para o seu conjunto, nos oferece projetos diferentes entre si, em Democracia representados pelos partidos políticos e outras formas de associação. Para mim, a saúde da Democracia mede-se, entre outros fatores, através do nível do reconhecimento social de que as organizações políticas em confronto representam, realmente, modos muito diversos de agir e de pensar e solucionar os problemas sociais. Neste âmbito, a sensação mais mortal para a Democracia exprime-se através da frase: «São todos iguais.» Quanto mais cidadãos a proferirem convictamente mais a Democracia corre riscos. Ora, eu acho que já demasiados cidadãos portugueses sofrem dessa sensação: uns, referindo-se aos políticos, em geral; outros, aos políticos de direita e centro-direita; outros, aos políticos de esquerda e centro-esquerda. Nomeio apenas estes três grupos, porque representam atitudes diferentes sobre as quais pretendo refletir convosco.
 
Os grupos de cidadãos que metem no mesmo saco os políticos de direita e centro-direita ou de esquerda e centro esquerda, maioritariamente constituídos por militantes e simpatizantes dos dois lados, ainda exprimem, apesar de tudo, uma escolha diferenciada com base nesses grandes blocos. Enfermam, contudo, da doença do clubismo que considero altamente perniciosa para a Democracia. Chamo «clubismo» ao combate político similar ao da disputa entre adeptos ferrenhos dos clubes de futebol: é apaixonado, irracional e totalmente desprovido de capacidade autocrítica – o que, não poucas vezes, resulta num certo tipo de desonestidade intelectual. Exemplifico. Imaginemos que é denunciado um erro grave de um certo político, à luz da Lei ou da Ética. Logo o campo adversário o atacará e o seu próprio se apressará a defendê-lo ou a minimizar os factos que lhe são imputados – independentemente de eles ou outros similares já terem acontecido em ambos os lados da contenda. O campo desse político tentará demonstrar que aquela lama também atinge o campo adversário e esses apressar-se-ão a negar e a afirmar veementemente as diferenças que encontram entre aquele comportamento e o de um seu eventual correligionário. Não sei qual é a vossa experiência, mas já vi isto acontecer em situações envolvendo ambos os campos. Parece indiciar uma espécie de «norma implícita» no combate político atual, segundo a qual assumir a autocrítica com a mesma clareza com que se critica o outro é «dar pontos ao inimigo». Observando o modo como os adeptos ferrenhos discutem entre si os «casos futebolísticos», não posso deixar de notar semelhanças. E também não posso deixar de alertar para o facto de uma grande parte do jornalismo acicatar esse modo de combate político, talvez por ser mais benéfico para a dramatização do espaço político que faz aumentar as audiências. Honra seja feita a figuras públicas de todos os quadrantes que escapam a esta lógica viciada. Não são muitos, mas são bons.
 
Na minha opinião, o «clubismo político» (seja no modo estreito do «clubismo partidário», seja no mais geral do «clubismo de campo ideológico»), ajuda a engrossar o outro grupo a que me referi: o daqueles que metem todos os políticos e todos os partidos no mesmo saco. «São todos iguais.» Esta frase, quando associada à frustração e à revolta surda provocada pelo sofrimento económico sem alternativas, pela desigualdade gritante, por um sentimento difuso de injustiça e pela degradação da ética republicana, escancara as portas aos populismos de cariz autoritário, ao sucesso dos boatos e das notícias falsas e aos «ditadores com voto mas sem lei», como recentemente lhes chamou Pacheco Pereira. Porque a frase «São todos iguais» sinaliza que o cidadão deixou de confiar nas palavras de que os vários partidos e quadrantes se servem para defenderem os seus diferentes projetos para a governação do país. Sim, Já gastámos as palavras pela rua, meu amor.
 
Conto-vos uma história típica dos tempos que vivemos. Quando fui eleito reitor, pressenti que a imagem da Universidade do Algarve estaria desgastada na região, independentemente do grau de justiça das críticas que lhe eram dirigidas (umas apropriadas e outras, não). Considerando que a força simbólica, social e cultural da Universidade também dependia da vitalidade dessa ligação, no início do mandato tomei a iniciativa de propor a todos os concelhos algarvios receberem-me para me mostrarem o melhor que ali se fazia no setor público e privado. O impacto desta iniciativa, a que os jornalistas chamaram «o périplo do reitor» e «a abertura da Universidade à região», foi tremendamente positivo, tendo ajudado a mudar a perceção pública relativamente à qualidade da instituição e ao seu papel central no desenvolvimento do Algarve. Perguntar-me-ão: a Universidade mudou assim tanto durante o meu mandato? Mudou para melhor numas coisas, piorou noutras, mas a instituição que deixei em 2017 não era essencial e estruturalmente muito diferente daquela que encontrei em 2013. Melhorou, isso sim, muito, a perceção interna e externa sobre ela, graças a um ambicioso plano de comunicação institucional que, sem nunca mentir ou manipular, conseguiu fazer passar mais notícias positivas sobre a instituição. Por que motivo considerei esta história típica da época em que vivemos? Porque há muito tempo que sabemos que a credibilidade das instituições democráticas, incluindo a dos partidos e dos seus protagonistas, se joga no território da perceção social, agora intensificado pela multiplicação dos instrumentos que contribuem para a sua formação.
 
Tem sido amplamente noticiado e debatido o papel dos boatos e das mentiras em processos eleitorais recentes, sendo os casos mais notórios o das eleições presidenciais americanas, em 2016, e o das brasileiras, no mês passado. Deixo aos especialistas a tarefa de nos explicar cientificamente o sucesso eleitoral desses procedimentos. Mas ficam-me, desde já, duas perplexidades, a partir da seguinte constatação: todos os indicadores fidedignos confirmam que o nível de educação formal das populações é hoje muito superior ao que era há algumas décadas. Sendo assim e se for comprovado que milhões de pessoas se deixaram manipular por uma avalanche de mentiras, então isso significaria que o preceito muito antigo de que «mais educação traz mais consciência», um dos pilares da Democracia, já está a ruir. A segunda perplexidade está relacionada com um dado que não pude comprovar, mas que parece ser coerente com o papel muito ativo que os próprios eleitores desempenharam na partilha dessas mentiras com milhões de outros: segundo li numa publicação credível, uma percentagem significativa de eleitores quer acreditar nessas mentiras, sendo essa uma das bases em que assenta a eficácia dos poderosos algoritmos que escolhem os destinatários a quem determinadas mensagens devem ser enviadas. Sendo que essas mentiras em que, alegadamente, tantos eleitores querem acreditar visam sempre representantes do status quo democrático e ainda que correndo o risco de produzir uma inferência abusiva, faz-me sentido estabelecer uma relação entre essa crença cega nas mentiras massivamente difundidas e aquela frase mortal: «São todos iguais.» Desdobro a frase: «São todos iguais na falsificação, no oportunismo, na corrupção, na incoerência, no carreirismo, etc.» Não é, de modo nenhum, o que eu penso, porque me excluo totalmente da corrente que diaboliza os partidos políticos, mas o que imagino que pode conter aquele desabafo genérico. E confesso que, às vezes, também me sai, inadvertidamente, esse desabafo entredentes, logo reprimido e corrigido pela minha formação e pelo meu próprio sentido autocrítico.
Ora, quando, para uma franca maioria dos cidadãos, se instala a perceção, definitivamente transformada em convicção, de que «eles são todos iguais», passa a parecer solução (sublinho o verbo «parecer») para a sensação de bloqueio que ela gera apostar desesperadamente numa alternativa aparentemente diferente de tudo o que existe, entregando o poder a quem, oportunística e organizadamente, seja capaz de afirmar a sua diferença relativamente ao status quo democrático, mesmo que o faça recorrendo à rotura muito violenta com os códigos políticos, comportamentais, linguísticos e comunicacionais vigentes. E é isso que assusta tanto: a capacidade de sedução tão vasta dessa violência. E perceber que, em Portugal, não estamos preparados para a eventualidade de isso vir a acontecer.
 
O que podem aqueles que ainda acreditam nas virtudes da Democracia, sejam da esquerda ou da direita democrática, fazer para evitar que esse tipo de combate ganhe uma força incontrolável do nosso país? (Digo «força incontrolável», porque ela já cá está, latejante.) Não tenho ideias suficientemente pensadas e abrangentes para responder. Mas, como em tudo, creio que devo começar por mim. Fá-lo-ei em jeito de conclusão.
 
Em primeiro lugar, posso reconhecer que também eu contribuí para o desgaste de palavras de que agora tanto precisaria quando apelidei de «fascistas» práticas que, na realidade não o eram ou quando, por omissão, não condenei tão veemente uns processos de degradação ou derrota da democracia como o fiz relativamente a outros: fui muito mais incisivo nas críticas ao que Jair Bolsonaro representa do que ao que Nicolas Maduro está a fazer na Venezuela. Em segundo lugar, posso assumir que também participei nos «clubismos de bloco» sempre que, por omissão ou explicitação, tendi a valorizar mais os erros da direita do que os da esquerda. A lista continua, mas quis apenas deixar-vos dois exemplos do que tenho a certeza de que tenho andado a fazer individualmente para sanear o meu próprio exercício democrático. Não se trata de nenhuma recomendação a nenhum dos presentes nem de nenhum programa transponível para o plano coletivo. Acredito, contudo, que, quando nos restam mais dúvidas do que certezas e os tempos se tornam sombrios, a mudança que está mais imediatamente ao nosso alcance é aquela que temos a possibilidade de operar sobre nós próprios. Sim:
 
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
 
Calo-me agora, para fazer jus ao poema.

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António Branco nasceu em Malange (Angola), a 16 de Janeiro de 1961. Entre 1979 e 1983, foi actor no Teatro do Mundo (em Lisboa). Em 1989, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Depois de ter exercido a profissão de professor de português e de francês no Terceiro Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, entre 1984 e 1990, e de ter sido assistente estagiário no Departamento de Estudos Portugueses da Universidade da Ásia oriental (Macau, 1990-1991), começou, em Setembro de 1991, a dar aulas na Universidade do Algarve como assistente convidado, na área de Estudos Literários. Em Janeiro de 1999, doutorou-se em Literatura (Literatura Portuguesa Medieval) pela Universidade do Algarve, tendo passado em consequência disso a professor auxiliar da Unidade de Ciências Exactas e Humanas. É desde 2003 professor associado em Didácticas das Línguas e das Literaturas da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, tendo aí realizado a sua agregação em Comunicação, Cultura e Artes, em Junho de 2012, mais precisamente na área do Teatro, em que lecciona e investiga actualmente.
Na UAlg, já ocupou vários cargos dirigentes, nomeadamente: Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Director da Biblioteca e do Arquivo Central da UAlg e Coordenador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Foi também membro eleito do Conselho Geral (entre 2009 e 2013) e Director do Mestrado e do Doutoramento em Comunicação, Cultura e Artes.
Exerceu o cargo de Reitor da Universidade do Algarve entre 2013 e 2017.
1 Comentário
fernando santos pessoa
26/11/2018 21:50:52

Não tive oportunidade de participar na sessão em que o Prof. António Branco proferiu o texto que felizmente agora tive oportunidade de ler. Raras vezes temos a felicidade de encontrar um espírito tão lúcido,, sensível e transbordante de conhecimento como o do nosso ex Reitor. . Espero por outra oportunidade para o ouvir de viva voz !!

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