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Investimento: a vacina contra a crise

12/12/2017

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Paulo Pereira volta hoje ao Lugar ao sul com um novo texto sobre a problemática do Investimento.
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Por @Paulo Pereira

​Os dados mais recentes do INE confirmam que o PIB cresceu 2,5% no terceiro trimestre deste ano (abaixo dos 3% do trimestre anterior) mas está a ser sustentado pelo consumo, com o investimento em queda. Uma análise à dinâmica económica dos últimos 10 anos permite concluir como o investimento é muito mais sensível às flutuações da economia do que o consumo. Por esse motivo, parece ser evidente que a melhor forma de “vacinar” a economia contra a crise, será através do incentivo ao investimento. Mas a “dose” parece não ser ainda suficiente, já que os incentivos diretos ao investimento apenas financiaram cerca de 2,5% do investimento total registado entre janeiro e setembro de 2017. O Orçamento de Estado para 2018, a avaliar pela análise dos empresários, parece não trazer perspetivas melhores.

No seguimento da minha anterior contribuição para o “Lugar ao Sul”, proponho-me abordar os dados apresentados pelo INE relativos à dinâmica da economia nacional no 3º trimestre deste ano. As primeiras conclusões são claras:
              - O PIB cresceu 2,5% no terceiro trimestre, abaixo dos 3% do trimestre anterior;
       - No segundo trimestre a evolução favorável do PIB explicava-se, em parte, pelo contributo positivo da procura interna que aumentou devido ao comportamento do Investimento, através da variação de existências e da chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).
        - No terceiro trimestre, pelo contrário, verifica-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do Investimento.

Esta é a síntese do “Destaque” do INE publicado no site do Instituto, acompanhado de uma breve análise e de informações com todos os registos disponíveis desde 1995 (online em: https://goo.gl/4aZtqY ).

Consumo a recuperar
O valor calculado pelo INE como Despesas de Consumo Final, corresponde à soma do consumo das famílias, das Instituições sem fins lucrativos e das Administrações Públicas. Como se pode observar no gráfico 1, depois da significativa queda entre 2010 e 2012 (-28%), o consumo voltou a registar uma tendência de recuperação a partir do último trimestre de 2013. Apesar do desempenho recente, o valor do consumo está ainda 3,1% abaixo do máximo registado no segundo trimestre de 2010.
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Fonte: Elaboração própria a partir dos dados oficiais do INE (2017).


Em termos absolutos, o consumo atingiu o pico quando chegou aos 156,6 mil milhões de euros em 2010 (média de 15,6 mil euros gastos anualmente por cada português). A partir de 2011 começou a queda do Consumo, chegando ao mínimo de 141,4 mil milhões de euros em 2013 (9,7% menos que no final de 2010). A retoma surgiu a partir do final desse ano, tendo chegado aos 149,6 milhões de euros no final de 2016. A manter-se a dinâmica recente, no final deste ano o Consumo poderá voltar a ultrapassar os 150 mil milhões de euros, recuperando o registo de 2011. 

Investimento com dificuldade em recuperar
A segunda componente da procura interna que contribui para o PIB, é o indicador da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) que corresponde, na prática, ao Investimento realizado num determinado período, onde se inclui o imobilizado, as aquisições e a variação de existências.​


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Fonte: Elaboração própria a partir dos dados oficiais do INE (2017)

Como se pode observar pelo gráfico 2, a retoma do investimento está longe de ter a dinâmica do consumo. Desde o pico registado no segundo trimestre de 2008, período em que o investimento atingiu o máximo de 10,8 mil milhões de euros, a que foi quase a pique até ao último trimestre de 2013, altura em que se registou novo mínimo com 6,3 mil milhões de euros de Investimento (43,8% menos do que cinco ano antes). A partir do início de 2014 assiste-se a nova retoma do Investimento, com subidas sustentadas, chegando aos 7,9 mil milhões de euros no final do 2º trimestre deste ano, recuando ligeiramente para os 7,82 mil milhões no 3º trimestre de 2017. Contas feitas, o nível do investimento está ainda 27,5% abaixo do melhor registo dos últimos 10 anos (10,8 mil milhões no segundo trimestre de 2008). Para perceber a sensibilidade do consumo e do investimento devemos comparar a dinâmica relativa registada nos últimos anos.
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onte: Elaboração própria a partir dos dados oficiais do INE (2017).

A visualização do gráfico 3 permite observar o comportamento do consumo e do investimento. Não se precisa ser cientista para concluir que o consumo tem um comportamento, apesar de tudo, mais estável que o investimento. Enquanto a variação do consumo se situação no máximo entre cerca de 5% negativos e 3% positivos, já o investimento pode variar entre -25% e +15%. Ora, se a procura interna é composta pelo consumo e pelo investimento, rapidamente se pode concluir que é importante prestar uma particular atenção ao comportamento do investimento.

Empresas investem 40 euros por cada euro “comunitário”

Mesmo com os estímulos induzidos pelos sistemas de incentivos ao investimento, previstos no Portugal 2020, o investimento está ainda longe de registar uma tendência de retoma sustentada ao mesmo nível do consumo. Da análise dos dados do INE verificamos que entre janeiro e setembro, deste ano, o investimento atingiu os 23,2 mil milhões de euros. Comparando este número com o valor dos incentivos pagos às empresa no mesmo período (576,7 milhões de euros, segundo o relatório COMPETE de outubro de 2017: https://goo.gl/UcfjBs), verificamos que os incentivos apenas financiaram 2,48% dos investimentos realizados. Em números redondos, isto quer dizer que por cada euro dos Sistemas de Incentivos, as empresas investem 40 euros que financiam através dos seus próprios meios ou através do sistema financeiro. 
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Fonte: Elaboração própria a partir de dados do INE (11/2017) e COMPETE (10/2017)

Orçamento de 2018 sem novos estímulos 

A avaliar pelos comentários das confederações empresariais, aparentemente o Orçamento de Estado para 2018 parece não trazer os estímulos públicos necessários para que o investimento das empresas recupere para os níveis que foram registados nos anos mais recentes. A Câmara de Comércio de Indústria de Portugal (CCIP), por exemplo, considera que face a um enquadramento macroeconómico extremamente favorável e a uma conjuntura excepcional, falta ambição para criar condições de competitividade da economia portuguesa por via da fiscalidade e do incentivo ao investimento. Contrariamente ao que seria aconselhável, o período de bonança e a margem de manobra subjacentes não parecem estar a ser aproveitadas ao nível da política orçamental para corrigir situações de desequilíbrio estrutural acumuladas no passado no domínio da competitividade da economia e das empresas portuguesas.
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A CCIP identifica ainda a ausência de medidas capazes de estimular significativamente o investimento privado, tanto mais quanto continua a escassear o investimento público orientado para a melhoria da competitividade internacional da economia portuguesa. Sem uma política fiscal marcadamente orientada para a competitividade empresarial, não só as empresas portuguesas terão mais dificuldades em investir, como será cada vez mais difícil não só manter como atrair para Portugal investimento estrangeiro e projetos estruturantes - conclui a CCIP.


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