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Greve cirúrgica(mente) necessária!

6/11/2018

1 Comentário

 
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Por Sara Luz

Decorrido pouco mais de um ano do início das fortes contestações por parte da classe profissional de Enfermagem (tema que pode ser recuperado aqui) sabemos duas coisas: uma é que o Ministro da Saúde não resistiu e na hora da queda o seu lema “somos todos Centeno” de pouco lhe valeu; outra é que os enfermeiros que “inventam problemas”, “geram o caos”, revelam “egoísmo profissional” e promovem movimentos “ilegítimos, imorais e ilegais” mantêm-se firmes na luta por uma carreira mais justa e na defesa de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) melhor para todos.

Prova dessa perseverança é a mais recente angariação de 300 mil euros para a realização de uma greve cirúrgica nos principais blocos operatórios do país (i.e., Santa Maria, Universitário de Coimbra e São João (https://ppl.com.pt/prj/greve-cirurgica?fbclid=IwAR1Es5SU18FU4uj3opTAcFjw0kozzGPpYta1ubOGr314tNRjhVMvuzOVM-Q).

Os enfermeiros portugueses a exercer funções em Portugal e no estrangeiro, assim como enfermeiros reformados, estudantes de enfermagem e tantos outros de alguma forma ligados à Enfermagem, cansaram-se de discursos eleitoralistas (https://www.youtube.com/watch?v=92CLlBhYXDE) e greves estéreis, e decidiram que era altura de acertar em cheio no coração da Tutela ou não fosse o atual sistema de contratualização hospitalar muito vocacionado para a atividade cirúrgica. A ideia passa, portanto, em utilizar o dinheiro angariado para assegurar os vencimentos dos enfermeiros grevistas entre o período de 22 de novembro a 31 de dezembro.

Dizer que o objetivo da angariação não só foi atingido como superado, razão pela qual já está a ser equacionada a hipótese de se alargar o fundo para apoiar os enfermeiros grevistas em exercício noutros blocos operatórios de relevo do país (a saber, Porto e Setúbal; e onde, claro, o Algarve nem sequer foi considerado), nesta que poderá tratar-se da maior greve da história do setor da saúde e, mais concretamente, da Enfermagem em Portugal.

Problemas disto? Alguns… A começar pelo facto de algumas pessoas considerarem esta forma de pressão inaceitável independentemente dos seus propósitos. Depois, teremos aquelas que, ainda que solidárias com a causa, não pouparão críticas aos enfermeiros na hora de verem as suas cirurgias programadas, ou as dos seus familiares, canceladas e adiadas. A luta parecerá ainda mais inglória com o início dos “malabarismos” do Governo que, apesar de considerar legítimas as reivindicações dos enfermeiros, não se coibirá de usar a opinião pública a seu favor – como fez, por exemplo, com os professores – ou não estivéssemos nós a um ano das legislativas.

Sei bem que isto não agradará a quem apoia a causa (onde eu própria me incluo!), mas sei também que a esmagadora maioria dos enfermeiros o faz em consciência e, ao contrário do que se possa pensar, com grande sentido de responsabilidade. É tempo de dizer basta ao desrespeito pelas dotações seguras de Enfermagem e, por inerência, à negligência que se assiste nos cuidados de saúde; é tempo de dizer basta à falta de avaliação e progressão na carreira de Enfermagem que perdura há mais de 13 anos; é tempo de dizer basta a um SNS cronicamente sub-orçamentado que vive a subsidiar os privados; é tempo de dizer basta ao discurso que os impostos dos cidadãos não chegam para dar resposta às necessidades em saúde, mas servem bem os interesses da banca. Por tudo isto, esta é uma greve cirúrgica(mente) necessária! 

1 Comentário
Maria Joana Nobre Oliveira
7/11/2018 09:04:33

O meu BEM HAJAM pela Determinação e Esforço em prol de todos nós. Dificuldades hão-de vir mas o motivo é Nobre e mais que Justo, que não vos falte a lucidez e a União para que se Devolva o Respeito e Reconhecimento de uma classe e profissão tão Nobre e Necessaria que não se deve vender nem prostituir.
Pela Dignidade Humana e Respeito pela Profissão o meu Muito Obrigada

Maria Joana Oliveira

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