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Fenómeno Turístico: o exemplo da resiliência da região do Algarve

29/10/2019

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Por Luís Coelho
Não raras vezes os escribas deste Lugar ao Sul chamaram a atenção para as consequências nefastas de termos a economia Algarvia centrada no fenómeno turístico. Eu próprio, acérrimo defensor da necessidade de revermos tal situação, abordei este tópico neste e noutros fóruns. Sou, no entanto, forçado a reconhecer que o sector turístico é, de facto, um caso de surpreendente resiliência no nosso algarve, o qual deve ser observado com estima.
Vamos aos factos. No passado dia 16 de Outubro o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou o seu “Destaque” no qual faz uma resenha sobre a actividade turística nacional entre Janeiro e Agosto de 2019. Confesso que fiquei agradavelmente surpreendido com a consulta deste documento. Apesar deste ter sido um ano de grandes desafios para o Algarve (falências, instabilidade do tempo, greves – no próprio sector e na área dos combustíveis, aumento da concorrência internacional, brexit, etc.), os dados disponíveis apontam para um forte crescimento da procura turística na região. No mês Rei deste fenómeno entre nós (i.e., Agosto) registaram-se 3.4 milhões de dormidas no Algarve, o que corresponde a um crescimento homólogo de 1.8% face ao ano anterior, algo comum a residentes (+5.1% face a 2018) e a não residentes (+2.2% face a 2018). É desta forma que o Algarve consegue representar mais de um terço (36% para ser rigoroso) do total de dormidas registadas em Portugal em Agosto 2019, algo sempre assinalável dado sermos a “região dos 4%” (do produto, a população, etc.). Os dados disponíveis também mostram um crescimento interessante dos proveitos associados a esta procura turística. Em particular, em Agosto de 2019, o INE mostra que os nossos estabelecimentos de alojamento turístico geraram proveitos na ordem dos 262 milhões, i.e., 41.5% do total do País, o que permitiu um crescimento homólogo face a 2018 de 7.4%.

Desenganem-se aqueles que pensam que esta performance é específica do mês de Agosto. Na verdade, o retrato para o resto do ano é muito simpático. Em particular, entre Janeiro e Agosto assiste-se a um crescimento de 2.5% nas dormidas face a 2018, as quais chegam mesmo aos 15 milhões, representando 31.3% do total nacional. Destas, 3.8 milhões são de residentes (+5.1% do que em 2018) e 11.2 milhões de não residentes (+ 2.2% que em 2018). Neste capítulo importará dizer que Algarve foi responsável por um terço de todas as dormidas de não residente no País neste período. Impressionante. Já agora, dizer que a situação relativa aos proveitos é também interessante já que os mesmos ascendem a 904 milhões de euros, 30.6% do total nacional, ditando um crescimento homólogo face ao ano anterior na casa dos 7.2%.

Podemos ficar descansados? Como diria o outro “penso que sim mas acho que não”. De facto, apesar dos números acima revelarem a excelência da performance da dinâmica turística regional, como economista atrevo-me a afirmar que é preciso fazer mais em pelo menos três vertentes distintas. A primeira é a do combate à sazonalidade por todos os meios possíveis e imaginários. Muito se fez (veja-se o produto golfe e os vários eventos off peak season que vão acontecendo no Algarve) mas muito terá ainda de se fazer, sendo que a variável-chave neste domínio parece ser o acesso à região – seja por via área, marítima ou terrestre. A segunda diz respeito à “democratização” do turismo na região já que os diferentes concelhos do Algarve beneficiam de forma muito assimétrica dos seus efeitos (positivos e negativos). Tal agrava o distanciamento económico e social entre eles, com perda evidente para a globalidade do Algarve. A terceira, quiçá mais interessante e difícil de alcançar, prende-se com a verticalização da cadeia de valor do turismo com vista a maximizar o seu impacto – directo e indirecto – sobre a capacidade da região para criar riqueza. Esta expressão complexa tem uma tradução relativamente simples: garantir, na medida do possível, que quem nos procura por motivos de lazer (só) consome produtos da região seja à mesa, nos transportes e energia que utiliza, ou nas outras actividades que leva a cabo no nosso território. Se conseguirmos fazer tudo isto na estrita observância dos limites impostos pela sustentabilidade ambiental e dentro de um quadro de desenvolvimento amigo do ordenamento do território estou convicto de que no futuro será possível desfrutar de um Algarve ainda mais robusto do ponto de vista económico e social.  
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