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Economia Partilhada – Quando Ter menos é Ser mais

8/5/2017

1 Comentário

 
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por João Fernandes
A ideia de que temos que ter o que, na maioria dos casos, verdadeiramente não necessitamos está a ser fortemente contrariada. Os bens que adquirimos são feitos para um tempo de vida muito diminuto, novos modelos passam a obsoletos pouco após o seu lançamento e vendem-nos a ideia de somos mais quando compramos mais. Isto não pode terminar bem!
 
Vários autores defendem que a crise mundial de 2008 ditou o momento em que o potencial do mercado, a própria vivência em sociedade e mesmo a disponibilidade dos recursos naturais chegaram a um ponto crítico.
 
Não se trata apenas de uma moda "minimalista", para além de um desencanto com o consumismo, a entrada dos millennials na vida adulta trouxe uma maior valorização da partilha e da colaboração, em prejuízo da posse.
Segundo Rachel Botsman, especialista na matéria, a Economia Partilhada abrange 3 áreas-chave:
1. Mercados de redistribuição: Um bem usado que já não é necessário num certo local passa a estar disponível noutro onde pode ser utilizado.
2. Estilos de vida colaborativos: baseia-se na partilha de recursos, tais como equipamentos, utensílios, dinheiro, habilidades e tempo.
3. Sistemas de produtos e serviços: o consumidor está disponível para pagar pelo benefício do produto e não pela sua aquisição. Assenta na lógica de que “não precisamos de um CD, do que realmente necessitamos é da música”.
A rapidez com que as empresas com este modelo atingem a escala global não seria possível sem plataformas digitais associadas a uma nova eficácia na gestão de grandes volumes de dados, que permitem fornecer o que pretendemos, quando e onde necessitamos. Qual catalisador, o despontar das economias digitais e da inteligência artificial possibilitaram as inúmeras respostas a que hoje assistimos.
No Mercado de trabalho (Freelancing; Coworking; talent-sharing); nos transportes (Car sharing); no alojamento (couchsurfing, apartment/home lending), na revenda de bens (reselling); na partilha de utensílios e ferramentas de jardinagem ou cozinha entre vizinhos (Sharing resources); nos media e entretenimento; no empréstimo de dinheiro entre pessoas (peer-to-peer lending); ou mesmo para boleias de avião.
Outra particularidade é que estas empresas raramente são fornecedoras do bem ou serviço final, atuando como facilitadores na relação entre a procura e a oferta. Casos como a Uber e a Airbnb, “apenas” tornam a transação mais ágil, mais fácil e mais barata entre os proprietários de carros e casas e os passageiros e turistas.
 
É certo que estas novas empresas quebram barreiras que de outra forma não seriam questionadas pelo modelo instalado. Não é menos verdade que, na maioria dos casos, o respeito pelas leis nacionais, pelo pagamento de impostos ou a assunção de outras responsabilidades civis e criminais não estão garantidos.
 
Seja como for esta é uma onda imparável, segundo a Forbes, a receita gerada pela economia colaborativa deve crescer 25% ao ano. As grandes empresas mundiais já estão a investir fortemente na mudança dos seus modelos de negócio, a estabelecer parcerias e a adquirir empresas nesta área. A Price Water House dedica-lhe um relatório onde afirma que os consumidores estão a demonstrar um robusto apetite por este modelo.
 
Estamos no início do que parece ser uma autêntica revolução e qualquer consideração hoje, pode vir a constatar-se precipitada. Mas, sobretudo numa fase de transição, que será inevitavelmente curta para acomodar a nossa capacidade de adaptação, os riscos na desestruturação do tecido empresarial instalado e, consequentemente, do próprio mercado trabalho, não são negligenciáveis.
 
As inquietações quanto à sustentabilidade ambiental, a recessão económica global, o impacto das tecnologias no mercado de trabalho, a forma como as pessoas se relacionam através das redes sociais decretaram que não era mais defensável um modelo baseado no consumismo. Mas não deixa de ser necessária regulação da atividade de empresas que geram riqueza exponencial e que atualmente não garantem uma concorrência leal ou um contributo para um bem-estar social.   



1 Comentário
Manuel Fernandes
9/5/2017 17:12:08

Muito interessante reflexão sobre os desafios e as incertezas do futuro. Gostei!!!

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