Lugar ao Sul
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos

Bem-vindo

Dívida Pública: será este um problema Nacional?

25/10/2016

0 Comentários

 

​Por Luís Coelho

Dados divulgados esta Segunda-feira pelo Eurostat mostram que a dívida pública nacional continua a crescer.

Esta é, naturalmente, uma má notícia para todos aqueles que aqui residem, trabalham e pagam impostos. Infelizmente, não ficamos por aqui. De facto, a mesma fonte revela que no final do segundo trimestre de 2016, o nosso país apresentava o terceiro maior rácio de dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro, logo atrás da Grécia e da Itália. O valor assusta - 131,7% - pois sugere que um ano inteiro de trabalho em terras Lusas já não nos permite pagar (de imediato) o stock de dívida pública que acumulámos ao longo do tempo. O nível de preocupação aumenta quando se verifica que, em simultâneo, a Zona Euro a 19 tem uma média do rácio dívida pública/PIB de “apenas” 91.25%.
Já o povo diz que uma má notícia nunca vem só. Neste caso, o adágio popular confirma-se quando consideramos a dinâmica do rácio dívida pública/PIB. Em particular, em cadeia (i.e., variação relativa ao trimestre anterior), Portugal viu este indicador crescer 2.8 p.p., uma performance que apenas é ultrapassada (pela negativa, claro está) pela Grécia. Já em termos homólogos (i.e., variação relativa ao mesmo trimestre do ano anterior), o valor de crescimento do rácio em análise ascende aos 2.9 p.p., algo que nos coloca no terceiro lugar dos países menos bem comportados da Zona Euro.
Haverá assim tanta razão para preocupação? A pergunta justifica-se pois há quem entenda que a dívida não é para pagar mas sim para gerir. Discordo total e frontalmente com tal visão. Quando um país se endivida está basicamente a solicitar aos investidores que canalizem a sua poupança para financiar as actividades desenvolvidas pelo Estado (visto aqui em sentido lato) que por lá opera. É natural que os agentes que aceitam alocar a sua poupança a estas oportunidades de investimento exijam uma compensação e que queiram ver devolvido o seu capital ao fim de um determinado período. Desta forma, países endividados ganham o dever de pagar juros (a tal remuneração), ficando ainda responsáveis por restituir o capital que lhes foi inicialmente cedido. Quebrar estas condições significa perder o acesso ao financiamento, algo dramático sempre e quando as necessidades do País são permanentes e regulares, situação que infelizmente caracteriza todo o período democrático em Portugal. Resta-nos pois duas soluções extremas. A primeira é reduzir a velocidade com que acumulamos dívida pública. Para isso temos obrigatoriamente que cumprir com o princípio das finanças públicas sãs, o qual pode ser descrito como uma regra de bom senso: não gastes mais do que tens (estamos, naturalmente, a falar do Estado Português). Aqui a principal área de actuação é a do Orçamento do Estado o qual, na pior das hipóteses, terá de ter saldo nulo para não agravar a situação acima descrita. A segunda opção é fazer crescer o produto de forma muito mais significativa e intensa. Neste capítulo a área pública é muito importante (por exemplo em matéria fiscal e de regulação) sendo, no entanto, minha convicção que aqui o papel principal cabe ao sector privado e, em particular, aquelas empresas com capacidade de exportação de bens e serviços com elevado valor acrescentado e todas aquelas que permitam substituir importações.
Estamos pois no domínio puro da economia, já que esta ciência social tenta encontrar formas razoáveis de escolher entre caminhos alternativos. Esperemos que aqueles que têm capacidade de decisão escolham bem e que todos os que podem escrutinar tais decisões estejam atentos e sejam capazes de intervir se tal se justificar. A bem da geração actual e, sobretudo, das que ainda estão para chegar. 
0 Comentários



Enviar uma resposta.

    Visite-nos no
    Imagem

    Categorias

    Todos
    Anabela Afonso
    Ana Gonçalves
    André Botelheiro
    Andreia Fidalgo
    Bruno Inácio
    Cristiano Cabrita
    Dália Paulo
    Dinis Faísca
    Filomena Sintra
    Gonçalo Duarte Gomes
    Hugo Barros
    Joana Cabrita Martins
    João Fernandes
    Luísa Salazar
    Luís Coelho
    Patrícia De Jesus Palma
    Paulo Patrocínio Reis
    Pedro Pimpatildeo
    Sara Fernandes
    Sara Luz
    Vanessa Nascimento

    Arquivo

    Junho 2020
    Maio 2020
    Abril 2020
    Março 2020
    Fevereiro 2020
    Janeiro 2020
    Dezembro 2019
    Novembro 2019
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Agosto 2019
    Julho 2019
    Junho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Março 2019
    Fevereiro 2019
    Janeiro 2019
    Dezembro 2018
    Novembro 2018
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Julho 2018
    Junho 2018
    Maio 2018
    Abril 2018
    Março 2018
    Fevereiro 2018
    Janeiro 2018
    Dezembro 2017
    Novembro 2017
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Agosto 2017
    Julho 2017
    Junho 2017
    Maio 2017
    Abril 2017
    Março 2017
    Fevereiro 2017
    Janeiro 2017
    Dezembro 2016
    Novembro 2016
    Outubro 2016

    Feed RSS

    Parceiro
    Imagem
    Proudly powered by 
    Epopeia Brands™ |​ 
    Make It Happen

“Sou algarvio
​e a minha rua tem o mar ao fundo”
 

​(António Pereira, Poeta Algarvio)

​Powered by Epopeia Brands™ |​ Make It Happen