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Cultura e Turismo numa Europa a desfazer-se...

15/12/2016

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Villa romana de Milreu, Faro, 2004

Por Dália Paulo
Nas últimas décadas fizemos conquistas que pensámos irreversíveis: uma união europeia que nos permitiu liberdade de circulação; uma história múltipla comum; uma moeda única; uma pertença alargada e uma herança de valores de liberdade, tolerância e solidariedade, assim como uma economia solidária. Como consequência uma maior circulação turística, onde, por exemplo, no Algarve 97% da procura vem da Europa.
 
Deu-se por garantido aquilo que não o é, como demonstram os acontecimentos dos últimos anos: uma Europa menos solidária, menos tolerante, onde regimes totalitários estão a ganhar terreno; onde a desfragmentação hoje é real e a liberdade e segurança estão em perigo. Elisabete Azevedo num artigo publicado na revista Visão de 12.12.2016 intitulado “A «minha» Europa mudou construíram muros de medo”, alerta para os perigos latentes e insiste na ideia de que “esta Europa está mesmo ao virar da nossa esquina.” A Europa do medo, onde o “outro” se constitui como uma ameaça.
 
Portugal e o Algarve vêm beneficiando desta desordem mundial/ europeia e, como (e bem) as notícias referem, enfaticamente, que o ano de 2016 foi “o melhor ano turístico de sempre”, a indústria do Turismo é, como sabemos, a indústria da paz e da tolerância; pelo que a região tem aqui um papel importante, mais do que glorificar os números, entendê-los e trabalhar de forma integrada a sua vantagem; creio que temos o dever e a obrigação de servir os outros, todos os que são a nossa comunidade; reforçar os valores da liberdade, da confiança, da tolerância, como sendo fatores essenciais para a Humanidade.
 
Neste Sul, historicamente aberto e plural, Cultura e Turismo têm um papel fundamental para, beneficiando desta conjuntura, ir mais além e desenvolver um trabalho que permita ser polarizador e contagiante para derrubar medos. Para isso, a sua ação deve centrar-se nas pessoas, na identidade e a partir delas construir uma oferta diferenciadora, disruptiva e plural.
 
Muitas tentativas - umas com mais sucesso do que outras de trabalho conjunto entre Cultura e Turismo - têm vindo a ser desenvolvidas há mais de duas décadas, passando pela valorização de recursos (monumentos, museus), criação de rotas, construção de produtos culturais. Hoje exige-se mais do que proporcionar animação turístico-cultural do destino; exige-se implicação e um olhar para o Mundo e, a partir daí, contribuir para defender valores comuns e construir ofertas que permitam afirmá-los.
 
Hoje percebe-se que é um caminho de confiança mútua que se vai construindo, de eliminação de resistências, de convergência de discursos e, acima de tudo, de não submissão de qualquer uma das áreas pela outra. Longe de ser pacífico, consensual ou de estar ganho há ainda muitas resistências a vencer, muita escuta mutua a fazer para que Cultura e Turismo consigam com as suas metodologias, tempos, ambições e estratégias convergir no desenvolvimento do território e da tolerância como bem essencial à nossa sobrevivência.
 
Hoje na Tertúlia Farense estas e outras questões serão abordadas, tendo como mote o programa 365 Algarve – um programa que alia Cultura e Turismo - que tem como alicerce para a sua construção a ideia de que:
 
“O ato cultural converte-se num mecanismo agregador, de descoberta, de apropriação e tolerância e, nesta medida, permite à experiência turística um horizonte de futuro, o da descoberta e da identificação com o outro.”
 
Numa Europa a desfazer-se estas questões são cada vez mais prementes. É necessário construirmos alternativas que signifiquem mais Humanidade, menos medo, mais implicação, menos exclusão, mais diálogo, menos isolamento. E a Cultura tem aqui um papel central nesta mudança! As instituições culturais devem ser as casas seguras onde se têm de debater as questões que nos preocupam, que nos criam mal-estar coletivo, que nos desconcertam. Por seu lado o Turismo também desempenha um papel essencial para ajudar a olhar o outro como uma mais valia e a diferença como a beleza do humano. Não é fácil, mas fazê-lo depende de todos nós!



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