Por Luís Coelho DBRS. Para a maioria dos Portugueses estas quatro letrinhas não significam absolutamente nada. No entanto, neste momento, estas dão nome à empresa que impede que um verdadeiro cataclismo se abata sobre o nosso País. Passo a explicar. A DBRS é uma das agências de rating que serve de referência para o programa de compra de activos do Banco Central Europeu (BCE). Acontece que, actualmente, apenas a DBRS atribui um nível de rating à dívida da nossa República acima da categoria lixo, pelo que, objectivamente esta é a única agência que permite ao País aceder a este programa do BCE. Perguntam vocês: então e o que é que acontece se a DBRS mudar de opinião e proceder ao downgrade da notação de risco da nossa dívida? A resposta é simples: nesse dia a Troika (ou um seu equivalente) estará de volta a Lisboa. De facto, nesse hipotético e malogrado dia, o País deixará de contar com a mão amiga do Banco Central, entidade que por estes dias vai comprando uma verdadeira mini-fortuna em dívida pública Portuguesa. Tal situação levará inexoravelmente à subida da taxa yield das nossas obrigações e, consequente, à incapacidade do País para se financiar nos mercados financeiros.
Agora que fica clara a importância da DBRS falta explicar a razão pela qual decidi dedicar as minhas linhas de hoje a escrever sobre este tema. A verdade é que há duas pessoas que oiço (ou leio!) sempre com muita atenção. O Dr. Bruno de Carvalho, Presidente de todos os Portugueses, e Mário Draghi, actual Presidente do BCE. O primeiro porque fala sempre com eloquência sobre temas excepcionalmente relevantes para o quotidiano dos Portugueses. Já o segundo pode destruir (ou melhorar) a vida de todos aqueles que habitam na Zona Euro com uma simples frase ou palavra. Ora, ontem falou uma terceira pessoa a quem todos nós devemos ouvir com particular interesse. Refiro-me ao Sr. Fergus McCormick, ilustre desconhecido no burgo, mas que é só o economista-chefe da DBRS. Na sua entrevista ao Dinheiro Vivo, o Sr. McCormick mostra-se pouco preocupado com a recente escalada das yields da nossa dívida pública, fenómeno que explica ser comum a toda a Europa e está ligado ao efeito Trump. No entanto, o economista-chefe da DBRS mostra-se inquietado com o nosso crescimento económico. Em particular, McCormick refere que um cenário de aumento das taxas de juro da dívida associado a um crescimento económico lento gerará preocupação por parte da DBRS para com o nosso País. Esperemos pois que os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística sobre o nosso Produto Interno Bruto (nomeadamente, que em termos homólogos, este cresceu 1,6% em volume no 3.º trimestre de 2016) se repitam nos próximos períodos. Haja para tal bom senso do Governo, empenho das empresas e vontade dos trabalhadores!
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