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Júlio Resende é a Personalidade do Ano a Sul 2018

1/1/2019

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Créditos Fotográficos: Tomás Monteiro ​
Site de opinião Lugar ao Sul distingue pelo segundo ano consecutivo uma personalidade marcante do ano. 

Uma personalidade ímpar que em 2018 cimentou a sua posição como um dos grandes músicos da nova geração da cena cultural nacional. Júlio Resende, pianista e compositor Algarvio, teve um ano de 2018 imparável e recebe agora a distinção de “Personalidade do Ano a Sul 2018” atribuída pelo segundo ano consecutivo pelo site de opinião “Lugar ao Sul”.

Participou no Festival da Canção como compositor da música que Emmy Curl interpretou e teve a oportunidade de actuar, com Salvador Sobral, para uma audiência de milhões de pessoas em todo o mundo ao lado de um dos seus ídolos, Caetano Veloso, na final do Festival Eurovisão da canção em Lisboa.

O palco tem chamado insistentemente por ele. Seja a solo, seja em dueto com Salvador Sobra, seja através do projecto comum de ambos, a banda Alexander Search, foram muitos os concertos que o apresentaram definitivamente ao país em 2018. Ainda em 2018 Júlio Resende volta a editar um novo álbum, "Cinderella Cyborg". O Jornal Público escreve que este “é um nome em que o pianista pretende reflectir não um choque, mas um encontro entre aquilo que há de mais inocente e poético – na vida e na música –, e o lado mais maquinal e frio associado à tecnologia.”  Este seu novo álbum foi nomeado como melhor álbum português de 2018 pela plataforma Altamont e ficou ainda considerado entre os melhores discos pela equipa do Observador (jornal on-line). 

Os últimos anos tem sido intensos para Júlio Resende. Em 2007 grava o seu primeiro álbum – “Da Alma” - através de prestigiada editora de Jazz, Clean Feed, tornando-se o mais jovem músico português a editar um disco para esta editora, enquanto líder. Segue-se, em 2009, “Assim Falava Jazzatustra”, álbum que viria a ser considerado um dos melhores discos do ano pela crítica especializada. Em 2011 surge “You Taste Like a Song”, um disco em Trio, com a participação de grandes músicos tendi sido classificado com 5***** Estrelas pela Revista TimeOut. Em Outubro de 2013 lança Amália por Júlio Resende. O seu primeiro disco a solo, onde revisita algumas canções do repertório de Amália Rodrigues, iluminado pela memória e pela Voz da Diva, num dueto (im)possível no tema “Medo”. Este trabalho mereceu a melhor atenção por parte da crítica nacional e internacional. Da prestigiada Clássica francesa onde recebeu CHOC DISC***** à célebre Monocle, o consenso foi claro: este é um disco que marca e “está ao nível do que de melhor se faz pelo vasto Mundo”. Seguem-se “Fado & Further” e “Amália por Júlio Resende”. Pelo caminho ainda cria “Poesia Homónima” com o psiquiatra Júlio Machado Vaz onde apresentam poemas de Eugénio de Andrade e Gonçalo M. Tavares. De relevância assinalável é igualmente o cuidado que tem na escolha das vozes que acompanha ao piano, onde se destacam, a titulo de exemplo, para além de Salvador Sobral, Elisa Rodrigues e Sílvia Perez Cruz, com quem também já gravou.

Mas Júlio Resende não se esgota na música. Assina uma coluna de opinião na Revista Visão onde aborda temas tão diversos. O também licenciado em Filosofia é pois alguém que reflete regularmente sobre si e sobre os outros. Quando questionado recentemente pela revista Blitz sobre a forma como a Filosofia o acompanha, afirmou que o “obriga a pensar em conceitos interessantes. E a trabalhá-los bem. E tento trazer essas reflexões para o mundo musical, ainda que a música seja outra coisa, que vem depois da reflexão. A reflexão faz-se para trás, a vida faz-se para a frente, como se costuma dizer em Filosofia. E a música também.”

Júlio Resende é um profissional inspirador e os autores do site Lugar ao Sul entenderam distingui-lo, depois de em 2017 ter sido distinguido O Prof. Dr. João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve, que foi o presidente da Comissão Técnica Independente responsável pelo apuramento das causas das tragédias dos incêndios de 2017.

Em 2018, Júlio Resende conseguiu impor a sua marca num pais que ainda vive profundamente centralizado. Além disso entendemos que a sua forma de olhar o mundo vai ao encontro do que temos vindo a defender no Lugar ao Sul: necessitamos de mais e melhor opinião. Sobre essa ideia, Júlio Resende, tem uma frase lapidar: “As pessoas que digam coisas! Mas tentem pensá-las antes de dizer, já não seria mau.”
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A data e local da cerimónia pública de atribuição desta distinção será anunciada em breve.
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Chegou a Terceira Vaga ao Lugar ao Sul

4/11/2018

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António Gedeão cantava que o sonho é uma constante da vida.

O Lugar ao Sul, agora com dois anos, conseguiu algo que pouco acreditávamos ser possível: ter uma vida longa e robusta. É certo que já teve os seus momentos menos participados mas nunca deixou de ter actividade constante e regular. Em dois anos de vida foram produzidas mais de trezentos artigos de opinião sobre os mais variados temas e das mais variadas formas.

Tal como outros famosos e espartanos 300, marcam uma resistência. Ao alheamento, ao marasmo opinativo, crítico, reflectivo em torno do Algarve, mostrando que esta região tem pensamento e voz. Valerá o que vale, mas para nós é muito.

Não só pelo empenho e carinho emprestado a esta ideia, mas fundamentalmente porque acreditamos que conseguimos criar um fórum de opinião que tem ganho o seu espaço no espaço público regional, conciliando gente de diferentes áreas, formações e ideologias em torno de um princípio comum: o Algarve e o Sul de uma forma geral como espaço de pensamento e debate.

E, de forma imodesta, acreditamos, porque o vemos, tem vindo a conseguir contagiar a região, que hoje, mais do que há 2 anos, se olha, pensa e discute com outro vigor. Poderá não ser ainda o desejável, mas todo o caminho se inicia com o primeiro passo.

Isto importa porque a continuidade deste projecto, contra a espuma dos dias, se deve mais aos leitores que assiduamente fazem do Lugar ao Sul um site com um volume de visitas invulgar para uma plataforma deste género – fora dos grande centros urbanos e longe dos grandes centros de poder – do que aos autores que o realizam todos os dias. É pois devido um grande agradecimento a todos vós que, pelas mais variadas razões, nos vão acompanhando, que nos lêem, que nos elogiam e nos partilham, mas também aquelas que opinando criticam. São todos vós a fasquia que nos ajuda a elevar o debate.

Obrigado. 
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Outro factor que tem contribuído para o sucesso do Lugar ao Sul é a capacidade que tem tido para chamar a si novos protagonistas. Em 2017 uma segunda vaga de “habitantes” assentou arraial neste “Lugar” e duplicou a nossa densidade de opinar. Agora, já com dois anos e uma curta mas importante história, é tempo de dar as boas vindas a uma terceira vaga de novos elementos.

É também tempo de dizer até já a outros, que deixaram de escrever, pelo menos regularmente.

Sem a sua disponibilidade e a sua entrega, este projecto que, recorde-se, nada mais é que um acto de cidadania activa sem qualquer propósito comercial, não seria possível.

Por isso, ao Pedro Pimpão, à Dália Paulo, ao João Fernandes e à Joana Cabrita Martins, o nosso muito obrigado por terem acedido fazer esta viagem connosco. E, sempre que a queiram continuar, as portas deste vosso Lugar ao Sul estarão sempre abertas para vos receber.

Aos novos elementos, damos as boas vindas e dizemos que contamos com eles para continuar a inquietar mentes, agitar águas e criar ideias e novos pensamentos.

Entram em cena a Patrícia de Jesus Palma, a Anabela Afonso, a Luísa Salazar, o Paulo Patrocínio Reis, a Vanessa Nascimento, a Ana Gonçalves, o Dinis Faísca e a Sara Fernandes.

Conheçam um pouco mais sobre todos, carregando aqui. O restante muito que há a descobrir, conhecerão através dos seus textos.

Esta é a nova vida do Lugar ao Sul.

O propósito é o de sempre: um sentido a Sul, contribuindo para o debate e crescimento deste território. 
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2 anos neste Lugar

1/10/2018

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Por Lugar ao Sul

O Lugar ao Sul completa hoje 2 anos de existência.


São 2 anos a tentar contribuir para uma reflexão crítica em torno do Algarve, das suas dinâmicas, dos seus problemas, do seu tremendo potencial, de tudo o que permita a construção do seu futuro, em moldes de maior prosperidade, equilíbrio e, acima de tudo, felicidade para todos os que aqui vivem, trabalham e nos visitam.

Este esforço nem sempre é fácil, e nem sempre o conseguimos.

Mas não paramos. Nem desistimos.

E porque não há 2 sem 3, iniciamos este novo ano preparando novidades que em breve serão partilhadas.

Entretanto, boas leituras!
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A ficção, a tempestade e a bonança.

12/3/2018

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Por Anabela Afonso
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​Começou na passada quinta-feira, dia 1 de outubro, mais uma fantástica série na RTP2. Ocupados é uma série Norueguesa, produzida em 2014, que nos coloca perante um cenário em que, cumprindo as suas promessas eleitorais - assumidas no seguimento de um fenómeno meteorológico extremo que matou centenas de compatriotas - o primeiro-ministro norueguês decide interromper a produção petrolífera do país assumindo como prioridade o combate às alterações climáticas. Esta decisão leva a uma crise energética europeia e, em resultado, a uma invasão daquele país pelos russos, com o aval da União Europeia. Daqui desenrola-se uma trama política intensa, na qual se percebe a fragilidade da democracia e da soberania de um país que tem a ousadia de desafiar o sistema.

Coincidência ou não, esta série teve início na mesma semana em que, num curto espaço de quatro dias, Faro foi assolado por dois tornados que deixaram claros vestígios de destruição num território que não está muito habituado a lidar com fenómenos meteorológicos extremos, muito menos tão próximos temporalmente. Nos dias que se seguiram, e nos quais a chuva, e sobretudo o vento forte e a agitação marítima foram uma constante, foram vários os registos de derrocadas de arribas na costa algarvia, já para não falar nos estragos em casas e estabelecimentos comerciais.
​
O fenómeno não é novo, mas a sua concentração em tempo e intensidade deixou-nos em alerta e confrontou-nos com a nossa fragilidade. É nos momentos trágicos que percebemos como é fácil o mundo, como o conhecemos, desmoronar de um dia para o outro como se de uma arriba se tratasse, depois do embate da tempestade, e como tudo pode mudar tão repentinamente.

Seguem-se os gritos de angústia e os pedidos para que alguma coisa se faça para repor a realidade como a conhecemos. Isto quando já todos sabemos que nada será como antes e que o exercício necessário é o de começar a aprender a recuar, a desocupar, a reduzir, a abrandar, a começar de novo, talvez. Vivemos num mundo com recursos finitos mas continuamos a comportarmo-nos como se não houvesse limite ao progresso, entendido como a possibilidade de termos, sempre, cada vez mais e melhor. Progresso deveria ser preservar aquilo que verdadeiramente é imprescindível à vida e que é, precisamente, termos um planeta viável e saudável que permita aos nossos filhos uma vida plena. Talvez seja pedir muito e talvez sejam ainda necessárias mais tragédias para acordarmos. Até lá, vamo-nos entretendo com a ficção que sabemos nunca conseguir ultrapassar a realidade, enquanto aproveitamos a bonança esperando, serenamente, pela próxima tempestade.

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Lugar ao Sul nas conferências "O Algarve, Portugal e o Futuro"

8/3/2018

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Por Lugar ao Sul

Dando continuidade àquela que é já uma tradição, o Lugar ao Sul voltou a marcar presença no ciclo de conferências “O Algarve, Portugal e o Futuro”, organizado e dinamizado pela editora algarvia Sul, Sol e Sal, e pelo Rotary Club de Faro.

Desta vez, a nossa Dália Paulo, tal como a nossa convidada Lídia Jorge, fez parte do painel que discutiu as perspectivas e desafios que se colocam à Cultura no Algarve, no sentido da sua plena afirmação como pilar fundamental da identidade da região e alicerce para a construção do seu futuro.

E, claro está, com o apoio dos restantes a partir da bancada.

No Dia Internacional da Mulher, a Dália promoveu uma excelente representação das mulheres deste nosso Lugar, que demonstram e afirmam (para os muito distraídos que ainda possam ter dúvidas), no seu dia-a-dia, nos seus diferentes papéis sociais, a mais-valia indispensável que é poder contar com a participação feminina no pleno usufruto dos seus direitos, livre de preconceitos e injustiças,  em autêntica equidade. 

Também uma saudação muito especial à organização, pela iniciativa que em boa hora materializaram e que claramente vai conquistando o seu espaço como acontecimento de referência no panorama do debate do carácter, momento e devir algarvio.

Até à próxima!
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Adeus a Carlos Silva e Sousa

23/2/2018

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O Lugar ao Sul interrompe-se pela dor e pela consternação.

Hoje o nosso sal é de lágrimas, no adeus a Carlos Silva e Sousa, o Presidente da Câmara Municipal de Albufeira.

Servidor público, voz crítica numa região que sonhou e defendeu, com convicção política de regionalista.

Neste Algarve, que lhe corria nas veias, plantou vinha, semeou valores e simplicidade. Parte, e deixa a colheita e os ensinamentos, em favor de um território e de uma família que sempre valorizou.

À família, a equipa do Lugar ao Sul endereça sentidas condolências.

Ao Carlos, um abraço, e até um dia.
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João Guerreiro propõe a criação de um fundo de coesão regional com base nas receitas das transações imobiliárias da região

7/2/2018

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Presidente da comissão técnica independente que analisa os incêndios do ano passado, recebeu a distinção de “Personalidade do Ano a Sul – 2017” atribuída pela plataforma de reflexão “Lugar ao Sul”
Um fundo de coesão regional para o Algarve, criada pelas autarquias e absorvendo parte das receitas do Imposto Municipal sobre as Transmissões de Imóveis. Foi esta uma das grandes ideias que o Professor Doutor João Guerreiro deixou a uma plateia de cerca de meia centenas de convidados que assistiram no passado dia 05 de Fevereiro a entrega da distinção “Personalidade do Ano a Sul – 2017” organizada pela primeira vez pela plataforma de reflexão “Lugar ao Sul”.

Numa intervenção pautada pela necessidade de afirmação regional do Algarve, a proposta de João Guerreiro visa a concretização de um conjunto de investimentos regionais de base supramunicipal, não dependentes de ciclos políticos autárquicos ou legislativos. A ideia, segundo explicou, seria criar um fundo que pudesse levar a efeito projetos de investimento que por um lado são estruturantes mas também outros que possam esbater as assimetrias existentes dentro da própria região. Seria um fundo que teria de beneficiar adicionalmente da participação de recursos nacionais e comunitários.
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Com diversos presidentes de câmara na plateia, com o Reitor da Universidade do Algarve, com diversos dirigentes regionais, com um conjunto de pessoas de referência em diversas áreas da vida da região e ainda com o presidente da AMAL, Jorge Botelho, ao seu lado, o ex-reitor da universidade do Algarve interpretou a distinção que lhe estava a ser atribuída como uma necessidade de debater mais a região mas ao mesmo tempo de criar pontes que permitam que possamos ser mais concretizadores.
A plataforma de reflexão “Lugar ao Sul” que numa base regular produz textos de opinião no site www.lugaraosul.pt entendeu atribuir esta distinção ao Professor João Guerreiro não apenas através do trabalho realizado nos diversos cargos de responsabilidade que ocupou no passado, desde a presidência da então Comissão de Coordenação Regional do Algarve à Reitoria da Universidade do Algarve, mas também pelo seu pensamento e ação enquanto cidadão. De resto foi esta amplitude de pensamento que norteou a intervenção de Idálio Revés, jornalista do Público, que fez uma resenha da vida do Professor João Guerreiro.

Em 2017, na sequência dos dramáticos fogos da zona de Pedrógão e também dos incêndios de Outubro, João Guerreiro foi a pessoa a quem foi atribuída a missão de coordenação da Comissão Técnica Independente responsável pelo apuramento das causas das tragédias e também pela elaboração de propostas para o futuro da organização institucional, territorial e operacional do País.
Este inequívoco reconhecimento a nível nacional da capacidade e competência do Prof. João Guerreiro constitui uma nota de prestígio para o Algarve, e também mote para uma reflexão interna, pois é de uma das regiões mais carenciadas ao nível do ordenamento e competitividade territorial que é escolhida a pessoa a quem incumbe uma das mais profundas e graves tarefas nesse capítulo, quando as suas ideias nem sempre têm a merecida e devida atenção a Sul.

A cerimónia contou com o apoio da Câmara Municipal de Tavira e na ocasião o seu presidente, Jorge Botelho, enalteceu a ideia desta distinção defendendo a ideia da necessidade de termos mais reflexão regional pois só assim conseguimos criar as condições para o crescimento e desenvolvimento do Algarve.
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2030 – CARROS ELÉTRICOS Powerd by LÍTIO PORTUGUÊS!

6/11/2017

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Por João Fernandes

São cada vez mais os países, as cidades e até os fabricantes automóveis que declaram o fim “a curto prazo” dos veículos com motores de combustão interna.
Devido ao crescente rigor da regulamentação aplicável às emissões de gases nocivos, à redução dos custos da tecnologia e ao maior interesse dos consumidores, pesquisas recentes apontam para que, até 2030, os veículos elétricos possam representar dois terços dos carros nas ruas de cidades como Londres ou Singapura.
 
PAÍSES
Até ao momento, a decisão de interdição de venda de novos veículos alimentados a combustíveis fosseis é projetada para o futuro e a diferentes velocidades.
Na liderança deste desafio, a Noruega pretende que já em 2025 todos os veículos a motor que circulem no seu território sejam elétricos. De salientar que os noruegueses são os europeus em melhor posição para atingir esta meta. Atualmente, 37% dos carros novos vendidos neste país são elétricos.
A Holanda apresenta-se igualmente na linha da frente deste pelotão, que se vai avolumando a cada dia. O objetivo é que a partir de 2025 apenas sejam vendidos carros elétricos.
Recentemente, na terra de reconhecidos colossos mundiais no fabrico automóvel (Volkswagen, Daimler, BMW, Opel…), o parlamento alemão aprovou uma lei que impede a comercialização de automóveis novos com motores de combustão, após 2030.
No passado mês de Outubro, a Ministra do Ambiente sueca, Isabella Lövin, defendeu que a União Europeia deveria adotar uma atuação idêntica à aprovada pelo Bundestag.
Mais comedidos, a França e o Reino Unido apontam baterias para 2040.
Mas a Europa não está sozinha nesta corrida! A China, maior fabricante e vendedora mundial de carros elétricos, poderá estar na iminência de anunciar medidas semelhantes. A Índia ambiciona ser o primeiro grande mercado mundial a disponibilizar apenas automóveis elétricos, em 2035.
Em Portugal, a posição sobre circulação de veículos ligeiros movidos a gasóleo será anunciada após a conclusão do roteiro para a neutralidade carbónica 2050. Não obstante, no âmbito do incentivo à mobilidade elétrica há o compromisso assumido pelo Governo, através do projeto ECO.mob, para a inclusão de 1.200 veículos elétricos no parque do Estado até 2019, bem como o reforço das infraestruturas de abastecimento, com a instalação de 250 novos pontos de carregamento.
Ao nível do Orçamento de Estado 2018, perspetiva-se que os benefícios fiscais para a compra de carros elétricos e híbridos se venha a reforçar para particulares e empresas. E que se verifique um alinhamento do sistema fiscal com o objetivo de descarbonização, eliminando os incentivos aos combustíveis fósseis que ainda persistem.
 
CIDADES
11 Cidades europeias, incluindo Madrid, Paris e Atenas, assumiram o compromisso de proibir a entrada de viaturas movidas a combustíveis fósseis a partir de 2025. E, ainda antes, só será permitido o acesso a modelos mais recentes, ou seja, posteriores a 2014.
Em Lisboa, o novo Plano de Melhoria da Qualidade do Ar para a Região de Lisboa e Vale do Tejo propõe que haja uma extensão das zonas onde é proibida a circulação a carros antigos.
 
FABRICANTES
De Detroit a Yokohama e de Seul a Stuttgart, os grandes fabricantes automóveis já assumiram a mudança! Sem exceção, instituíram cronogramas para a introdução do carro elétrico nos seus portfólios, percebendo o risco de serem excluídas dos maiores mercados mundiais de automóveis.
A Volkswagen está não só a disputar o mercado dos carros elétricos, como a lançar comerciais movidos a bateria destinados a áreas urbanas. O camião da VW, e-Delivery, estará nas nossas estradas em 2020 e as marcas MAN e Scania distribuirão no próximo ano autocarros totalmente elétricos.
A General Motors e a Ford anunciaram planos para 33 novos modelos elétricos.
Os principais fabricantes de automóveis do Japão, a Toyota (marca mais premiada em carros a hidrogénio), a Honda e a Nissan (líder global em vendas de veículos elétricos) estão apostados em reforçar a sua competitividade neste aposta já consolidada.
A sueca Volvo veio publicamente anunciar que a partir de 2019, as suas linhas de montagens produzirão apenas carros elétricos ou híbridos.
O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPMK), Ni Amorim, atesta que “Há construtores que estão a abandonar competições de motores convencionais para se dedicarem única e exclusivamente aos motores elétricos (…) A FIA, entidade que regula o desporto automóvel mundial, está muito atenta a essa transição e evidentemente está articulada com os construtores”.
Na Alemanha, depois de uma reunião de emergência, também conhecida por “Cimeira do Diesel”, o governo e as maiores construtoras acordaram a alteração do software de 5,3 milhões de carros diesel para reduzir as emissões entre 25% e 30%.
Por cá, a pedido de um fabricante automóvel alemão, a Efacec acaba de lançar uma solução pioneira no mercado, uma estação móvel que permite aumentar a autonomia dos carros elétricos até mil quilómetros.
Até a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) quintuplicou a sua projeção de vendas de veículos elétricos, estimando um significativo impacto na procura mundial de petróleo!
 
O LÍTIO PORTUGUÊS
Devido à sua alta densidade energética, as baterias recarregáveis de iões de lítio são hoje as mais frequentes nos veículos elétricos e estão na origem do crescimento exponencial da corrida à exploração deste metal.
De acordo com o Deutsche Bank, em 2015, os principais mercados do Lítio foram: os veículos elétricos (25%), os telemóveis e smartphones (19%) e os computadores portáteis (16%). A U.S. Geological Survey afirma que a produção mundial de lítio aumentou cerca de 12% no ano passado, com as baterias a representar cerca de 39% do consumo.
Segundo o que tem sido divulgado na comunicação social portuguesa, no subsolo nacional existem algumas das maiores reservas mundiais deste precioso metal, que muitos apontam como natural substituto do petróleo.
No próximo ano, está prevista a exploração da primeira mina de Lítio em Portugal, no concelho de Montalegre. Segundo o relatório do grupo de trabalho "lítio", encomendado pelo Governo e concluído no primeiro trimestre deste ano, Portugal tem nove regiões com condições para obter concentrados de minerais de lítio de alto teor, como os que são usados na construção de baterias para os automóveis elétricos, localizadas no Centro e Norte do país.
Desta feita, parece que Portugal não está só interessado em “entregar o ouro ao bandido”, prevendo-se uma estratégia nacional para toda a fileira industrial deste precioso metal, com a implementação de unidades minero-metalúrgicas, em consórcio com empresas exploradoras, a fim de aferir da viabilidade económica da cadeia de valor.


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AUTOCARAVANISMO – Problema e/ou Oportunidade

23/10/2017

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Por João Fernandes

O autocaravanismo no Algarve (e um pouco por todo o país), é um segmento turístico em franco crescimento, caracterizado por uma elevada falta de regras e até de civismo. Importa atuar ao nível da legislação, da fiscalização e da melhoraria significativa da oferta.
 
O PROBLEMA
São recorrentes e fundadas as queixas de cidadãos motivadas pela ocupação indevida, muitas vezes abusivamente prolongada, de autocaravanas que preenchem os parques de estacionamento das nossas cidades, ou que parqueiam em locais de elevada sensibilidade paisagística e ambiental.
Esta conduta tem efeitos perversos e manifestações extremamente negativas para a região, no que respeita à imagem do destino turístico, ao desrespeito pelos instrumentos de gestão territorial em vigor e até em matéria de segurança para os próprios autocaravanistas.
Não é admissível que imagens como as que vamos conhecendo, com descargas de esgotos e de lixo em locais não infraestruturados para o efeito ou o aparecimento de “pequenos hotéis à beira mar plantados”, em alguns casos impedindo inclusive o acesso a locais públicos, permaneça uma realidade.
 
Mas então porque não intervêm as autoridades?
Atenção, não se trata de uma menor atenção das autoridades competentes, designadamente em matéria de fiscalização! É muito fácil acusarmos a GNR e a PSP sem percebermos que aos nossos agentes faltam instrumentos pragmáticos e eficazes.
Faz sentido que a lei não seja clara quanto à forma de evidenciar uma infração, como a pernoita de uma autocaravana num parque de estacionamento? Deverá o agente fazer uma interpretação criativa da lei? Não me parece…
Será eficaz que, na melhor das opções, um autocaravanista estrangeiro que estaciona em local indevido receba um auto de contraordenação no seu país de residência? Não será mais persuasivo pagar a coima da infração logo no local, como acontece em grande parte da Europa, de onde são oriundos a maioria destes turistas?
 
E há alternativas para os autocaravanistas que nos procuram?
É bom não esquecermos que esta procura se acentuou num período recente e que uma parte significativa dos nossos parques de campismo não se constituía como resposta efetiva em termos de oferta. Com efeito, boa parte destas estruturas, apresentava falta de condições de funcionamento (espaços e equipamentos específicos para autocaravanas), mas também uma desajustada prática de tarifário.
De salientar ainda que, não obstante a melhoria iniciada com a publicação do DL 39/2008 e da Portaria 1320/2008, que criaram a figura dos “espaços destinados exclusivamente a autocaravanas” e que permitiram dotar a região de um conjunto de espaços complementares à reduzida oferta de parques de campismo, estamos ainda com insuficiente cobertura do território.
O Barlavento encontra-se já relativamente bem preenchido, havendo espaços para acolher autocaravanas, enquanto o Sotavento apresenta ainda uma reduzida oferta qualificada.
Também no interior da região e na Costa Vicentina há ainda um vazio que poderá ser colmatado com a entrada em funcionamento de novas Áreas de Serviço de Autocaravanas e com a requalificação dos parques de campismo.
Por outro lado, algumas das principais cidades algarvias não têm ainda oferta qualificada. Neste capítulo, penso que o exercício autárquico atual permitirá, do ponto de vista dos meios e da sensibilidade para a problemática, a resolução desta lacuna.
 
 
A OPORTUNIDADE
De acordo com os dados mais recentes da CCDR Algarve, O Algarve é a região portuguesa mais procurada pelos autocaravanistas (mais de 40% do número de dormidas no país) e o potencial deste 'turismo itinerante' aumenta de ano para ano na região, que somou um total de 712.859 dormidas de autocaravanistas em 2016.
Como vem sendo relevado nos relatórios dos anos anteriores, um dos aspetos mais marcantes do autocaravanismo, no Algarve é o facto de a sua maior expressão ocorrer fundamentalmente nos períodos de Outono e Inverno, contribuindo para atenuar o fenómeno da sazonalidade. Até Abril, as áreas acompanhadas pela CCDR Algarve somam já um total de 322.585 dormidas e Março foi o mês que registou maior procura, com 90.810 dormidas.
Reconhecendo a importância do autocaravanismo para o Algarve, as entidades regionais responsáveis pelo desenvolvimento regional, ordenamento do território, ambiente e turismo (CCDR, RTA, ATA e AMAL), criaram em 2015 a Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve, que tem como objetivo criar uma rede que integre os Parques de Campismo e Caravanismo e as Áreas de Serviço de Autocaravanas que preencham os requisitos e critérios de qualidade definidos, de forma a desenvolver um segmento turístico que está em crescimento na região. Atualmente, esta rede conta já com 26 equipamentos.
Também ao nível dos municípios, Silves deu já o exemplo que se pretende venha ser encorajador para os restantes municípios algarvios. Em julho deste ano, a CM publicou o primeiro regulamento municipal para o licenciamento do campismo, caravanismo e autocaravanismo.
De acordo com comunicado da CCDR Algarve, este instrumento contribuirá ainda para disciplinar a atividade do autocaravanismo no concelho, articulando esta modalidade do turismo "com as vertentes ambiental, social e cultural do vasto e rico património de Silves".

 
 

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MONARCH AIRLINES – O que se passa afinal?

9/10/2017

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Por João Fernandes

Nas últimas décadas temos assistido de tudo, da falência de companhias como a Pan American (1991) e a Swissair (2001), às mais recentes declarações de insolvência da Air Berlim e da Alitalia, dos cancelamentos de voos da Ryanair, passando ainda pelas inúmeras reestruturações, fusões e aquisições de companhias aéreas um pouco por todo o Mundo.
​
Não obstante o tráfego de passageiros estar a crescer à razão de 7,9% (acumulado agosto 2017 - IATA), desenganem-se aqueles que acham que a queda da Monarch Airlines é um caso ímpar e irrepetível.

Mas então porque foi à falência a Monarch?

Os astros até pareciam estar alinhados. No mercado mundial de passageiros, a capacidade oferecida pelas companhias aéreas tem vindo a expandir, mas, como a procura cresce mais que a oferta, a taxa de ocupação média nas aeronaves registou um incremento de 0,7 ponto percentual, atingindo 84,5%.

Até aqui tudo bem…Mas o Mundo muda e a instabilidade em destinos como a Turquia, a Tunísia ou o Egipto e a crescente concorrência em destinos seguros no Sul da Europa ditaram uma guerra de preços que deixou a Monarch pelo caminho.  
 
E agora?

Para já, de salutar a rápida resposta do regulador britânico da aviação civil, Civil Aviation Authority (CAA) à falência desta companhia aérea low-cost, no que respeita ao repatriamento dos passageiros que haviam adquirido bilhetes para regressarem ao Reino Unido.

Numa operação que deverá estar concluída já no próximo fim-de-semana e que não faz discriminação de nacionalidade, de salientar também a boa articulação com o regulador português Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e respetivas embaixadas, o que permitiu um acordo de colaboração com a EasyJet para que passageiros que estejam no Reino Unido possam regressar a Portugal.

Sem perder tempo, a Secretária de Estado do Turismo promoveu uma reunião de urgência entre Turismo de Portugal, Turismo do Algarve e Aeroporto de Faro para que se encontrassem medidas que garantissem a manutenção da capacidade aérea para o Algarve no Inverno.

Sabe-se que uma eventual solução passará por encontrar novos operadores que possam vir a ocupar o espaço anteriormente explorado pela Monarch, tentando colmatar os 165 mil lugares que esta companhia previa para o inverno IATA no Algarve.

Entre as soluções mais eficazes está um reforço da operação das principais companhias low cost, que têm vindo a demonstrar interesse na operação agora em falta, seja através do aumento da taxa de ocupação dos seus aviões ou mesmo pela adoção de novas rotas.

A favor de um desfecho que mitigue o impacto desta falência para o Algarve está o facto de existirem pilotos, tripulação e aeronaves disponíveis e uma procura muito apetecível. É que, antes de falir, a Monarch estava a crescer nos voos para Faro 10,5%, tendo até ao final de agosto transportado 418 mil passageiros.

A expectativa é a de que muitos turistas acabarão encontrar resposta nas companhias e operadores concorrentes.

No entanto, segundo o Pres. Associação Hotéis e Empr. Turísticos do Algarve, Elidérico Viegas, caso não haja um esforço adicional de promoção para convencer quem ficou sem bilhete de avião a comprar um novo, os hoteleiros algarvios poderão perder entre 400 e 500 mil dormidas até março.

Por outro lado, pelo facto de o grupo britânico deter também operadores turísticos, há ainda a considerar o prejuízo das estadias já realizadas em agosto e setembro, que apenas seriam pagas a posteriori às unidades hoteleiras.

Valerá certamente a pena aproveitar o congresso da Associação das Agências de Viagens Britânica, que trará ao Algarve cerca de 6600 colaboradores da Thomas Cook.

O Reino Unido e a Irlanda são dois dos mais importantes mercados emissores de turistas para o Algarve e muitas das viagens destes turistas ainda são reservadas através do canal de venda dos Operadores e dos Agentes de Viagens. 

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O Lugar ao Sul faz 1 ano!

1/10/2017

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365 dias. 52 semanas.

​Mais de 300 publicações. Mais de 190.000 visitantes únicos. Mais de 330.000 visualizações de página.

Ou, como preferimos dizer, um bom começo.

O Lugar ao Sul completa hoje um ano de existência. Obrigado a todas as pessoas que fazem dele um ponto de encontro, reflexão e participação.

André, João, Filomena, Cristiano, Bruno, Luís, Dália, Pedro, Sara, Hugo, Joana e Gonçalo
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Bookings.COME

25/9/2017

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Por João Fernandes

Na próxima quarta-feira, dia 27 de setembro, celebra-se o Dia
Mundial do Turismo, tendo a
Organização Mundial do Turismo (OMT) definido 2017 como “Ano Internacional do Turismo Sustentável”.
 
Já não restam dúvidas, mesmo para os mais céticos, de que o turismo tem vindo a consolidar um papel determinante no estímulo à economia mundial, com impacto no desenvolvimento económico, social e ambiental.
 
Mas todo este contributo depende, em grande parte, da capacidade de fixar valor nos territórios em que o turismo acontece. É através do investimento captado, do aumento do lucro das empresas, da criação de postos de trabalho ou da geração de receitas fiscais que suportam as políticas públicas, que a sustentabilidade ganha espaço e condições de concretização.
 
Assim sendo, não é sustentável que plataformas de distribuição online, como a Booking, a Expedia ou a Priceline, absorvam grande parte da margem de um setor, sem que lhes seja exigido um contributo para o desenvolvimento local ou o respeito pelas regras da concorrência.  
 
Estamos a falar de empresas que, com riscos e custos diminutos, sem investimento local, sem criar postos de trabalho ou pagar impostos nos territórios em que se concretiza a atividade final, dominam o mercado (só a Booking tem uma quota de 63% das reservas online de hotéis na Europa).
 
A hegemonia destes gigantes é tão avassaladora que várias associações hoteleiras europeias estão a avançar com processos contra estas centrais de reservas por práticas de abuso de posição dominante. Acusam-nas de exigirem comissões excessivamente elevadas e de obrigarem os hoteleiros a praticar as chamadas “cláusulas de paridade”, que implicam preços mínimos nos restantes canais de venda.
 
De acordo com o Secretário-geral da Confederação Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos (CEHAT), Ramón Estalella, as agências de viagem tradicionais cobram uma percentagem de 9%, enquanto as plataformas online “dizem que cobram uma média de 15%, mas os nossos cálculos mostram que é 22%”.
 
Já em 2015, as autoridades francesas e italianas forçaram a Booking à não utilização das cláusulas de paridade e estabeleceram que, em caso de incumprimento desta premissa, serão aplicadas multas avultadas.
 
Recentemente, dez Estados-membros da União Europeia, entre os quais Portugal, França, Alemanha, Itália e Espanha, declararam também que querem aumentar o nível de taxação de gigantes como a Google, o Facebook e a Amazon, que sorvem grande parte do investimento publicitário. Segundo o Comissário da Economia da União Europeia, Pierre Moscovici, "Não podemos ter um sector inteiro da economia que praticamente escapa à tributação".
 
Como havia referido num outro artigo dedicado à Sharing Economy, a rapidez com que estas empresas atingem a escala global, não é acompanhada por regulação nacional ou comunitária eficaz que restitua o necessário equilíbrio entre quem produz e quem distribui, ou entre o usufruto de benefícios e a responsabilidade de contribuir para o bem-estar comum.
 
Relembre-se que, na maioria dos casos, não há garantias de respeito pelas leis nacionais ou pela “simples” assunção de responsabilidades civis e criminais referentes à sua atuação.
 
Mas não vale a pena contrariar o inevitável, até porque há também muitos aspetos positivos nesta oportunidade do consumidor poder conhecer e avaliar a cada momento as opções de que dispõe. O tempo é o do que podemos fazer para o futuro e de que forma se vão posicionar as Associações/Confederações, os Países, a União Europeia ou mesmo organizações à escala mundial, como a Organização Mundial de Turismo, por forma a garantir a preservação dos recursos naturais e culturais, ou o bem-estar social, através de um modelo redistributivo e que respeite a sustentabilidade da atividade no lugar onde ela acontece.


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FACTO - Britânicos aumentam procura pelo Algarve!

11/9/2017

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Por João Fernandes

Recentemente, um jornal nacional de referência anunciou uma forte redução da procura por parte dos turistas britânicos, sobre o título “Brexit tira 56 mil ingleses do Algarve”. A notícia foi logo replicada por outros meios de comunicação, sem qualquer cuidado com a veracidade dos factos, com a clareza da linguagem ou mesmo com a objetividade do conteúdo - “Britânicos estão a perder interesse pelo Algarve (e o culpado é o Brexit)” / “Brexit. Britânicos viajam menos para o Algarve”…
               
Vejamos então alguns factos para uma apreciação mais concreta:
1 – Em julho, mês a que se reporta a afirmação em causa, o relatório de tráfego do Aeroporto de Faro apresenta um aumento do número de passageiros oriundos do Reino Unido de 10,6%, em termos homólogos, e de 14,7% em valores acumulados. De facto, em julho do ano passado a ANA Aeroportos registou 543.762 passageiros britânicos em Faro (o que já traduzia um aumento de 12,9% em relação a 2015) e em julho deste ano 601.591, ou seja, mais 57.829 passageiros que em 2016.

2 - De facto, se considerarmos os dados de agosto deste ano, constataremos que nos primeiros oito meses de 2017 foram registados mais 393.189 passageiros britânicos do que em 2016. Nota: o número de passageiros considera os passageiros que aterram e também os que descolam.

3 – De acordo com os mais recentes dados disponibilizados pelo INE, de junho, a boa performance do mercado britânico determina mais de 20% do aumento das dormidas de estrangeiros em hotelaria classificada na região.

4 – A estada média dos hóspedes do Reino Unido na região sobe para 5,2 noites (+0,2 noites que em 2016).

5 - Dados do Banco de Portugal revelaram que os turistas residentes no Reino Unido foram os únicos que no primeiro semestre gastaram mais de mil milhões de euros (mais 139,91 milhões que há um ano).

6 - No Relatório da Região de Turismo do Algarve sobre o atendimento nos postos de turismo, de julho do corrente ano, verificou-se um aumento acumulado de 15,7% do número de atendimentos de turistas britânicos.

6 – Foi apresentado pelo SEF “Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo 2016”, em que se revela que os britânicos são dos que mais têm aproveitado o regime fiscal português, que oferece impostos mais baixos aos pensionistas estrangeiros e que inclusive o Reino Unido passou a ser a sexta nacionalidade de estrangeiros residentes mais relevante (19.384), com um crescimento de 12,5%, equivalendo a um fluxo de mais 3.066 indivíduos.

7 – A informação divulgada pelo SIR-Turismo Residencial, um sistema estatístico que abrange a atividade de compra e venda de imóveis de turismo residencial, mostra que o Reino Unido continuou a apostar na compra de imobiliário residencial turístico em Portugal em 2016, sendo mesmo a nacionalidade mais representativa entre os investidores estrangeiros, com um peso de 31% no número de transações concretizadas por não residentes. Esta conclusão é ainda reforçada no que se refere ao “Algarve Central”, que representa 44% da oferta imobiliária captada pelo SIR-Turismo Residencial. Neste eixo de Albufeira-Loulé, os Britânicos não só protagonizaram quase metade das transações de origem internacional (46%), como atingiram o investimento médio mais alto, com cerca de 2,1 milhões de euros por operação.
 
De facto, ao contrário do que seria inicialmente expectável, apesar da acentuada depreciação da libra e da correspondente redução do poder de compra dos turistas britânicos, no Algarve o que se tem verificado até à data é uma procura crescente.

Faço este alerta porque é recorrente a falta de cuidado na narração de notícia sobre turismo em jornais nacionais. Frequentemente, tomam por única a informação de uma só fonte ou assumem conclusões a partir de um qualquer indicador isolado. Não me faz sentido que se escreva tanto sobre a economia nacional e que nas redações dos principais órgãos de comunicação não haja alguém que tenha conhecimento especializado sobre um setor que se tem constituído como motor da atividade económica...

É bom lembrar que o Algarve representa dois terços das dormidas turísticas do RU em território nacional, que é “apenas” o principal mercado turístico emissor para Portugal.

 
 
 
 

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O EFEITO DA DESIGUALDADE NO CRESCIMENTO – Um debate também para as autárquicas!

28/8/2017

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Por João Fernandes
Quando se pensava que o combate à desigualdade era um denominador comum a qualquer pessoa esclarecida, comunidade informada ou país desenvolvido, eis que ressuscitam os mesmos de sempre a dar corpo ao indefensável.

Na semana passada decorreu o maior encontro europeu de economistas. Este encontro ficou marcado pelo confronto entre Vítor Constâncio (Vice-Presidente do Banco Central Europeu) e Vítor Gaspar (Diretor do Fundo Monetário Internacional) sobre o efeito da desigualdade no crescimento económico. Sim, para Vitor Gaspar não há qualquer evidência de que a desigualdade prejudica o crescimento…

Desenganem-se os que pensam que se trata de uma disputa isotérica, meramente académica, e sem consequências para as vidas dos comuns mortais! Para além dos “enormes” impactos das opções que grandes instituições adotam, em função das convicções dos seus líderes, a jusante, há que contar com as lições que os “bons alunos” nos aplicam no plano europeu, na governação nacional ou mesmo ao nível local. E o resultado final desta linha neoliberal fundamentalista já o conhecemos, não só é eticamente condenável, como prejudica a produtividade da economia!

Para Portugal, este desígnio é ainda mais importante. De acordo com os últimos dados disponíveis do Eurostat (2015), de entre 34 países europeus, Portugal está entre os 10 em que a desigualdade de rendimentos é maior.

Exatamente por termos uma economia desigual, hoje sabemos que as medidas de austeridade aplicadas pelo anterior governo tiveram impactos sociais agravados e efeitos recessivos mais fortes do que o esperado.

Não é certamente promovendo a acumulação de riqueza em apenas alguns e empurrando todos os outros para o sobre-endividamento que se estimula um crescimento sustentável.

Vale a pena enaltecer o mais recente trabalho de Joseph Stglitz (Prémio Nobel da Economia) - The Price of Inequality: How Today's Divided Society Endangers Our Future - 2012. Neste livro Stiglitz retrata a desigualdade de rendimento nos EUA, criticando a crescente disparidade de riqueza e os seus efeitos sobre a economia em geral.

Um dos argumentos base de Stiglitz é o de que a desigualdade se auto perpetua. Chega mesmo a afirmar que a desigualdade é gerada pelos mais ricos, através do controlo da atividade legislativa e regulatória…

“O mercado neoliberal fundamentalista foi sempre uma doutrina política a serviço de certos interesses. Nunca recebeu o apoio da teoria económica. Nem, agora fica claro, recebeu o endosso da experiência histórica. Aprender essa lição pode ser a nesga de sol nas nuvens que hoje pairam sobre a economia global.” —Joseph E. Stiglitz
 
Felizmente, há também no FMI novos ventos… diria que mais arejados. Recentemente, três economistas do departamento de investigação desta instituição (Ostry, Berg e Tsangarides) publicaram um relatório em que mostram que menor desigualdade estimula um crescimento duradouro e sustentado (“Redistribution, Inequality and Growth”). 

Além das gravíssimas implicações éticas e de justiça social, de que modo são estas desigualdades prejudiciais à sociedade? Não será também a desigualdade causa do avanço dos populistas em economias avançadas e em povos ditos desenvolvidos?

É imprescindível que esta temática adquira ainda maior relevância no debate político e, sobretudo, na ação.

E nós? Não necessitamos de ser versados em “economês”. Podemos, por exemplo, exigir que as prioridades da ação dos autarcas do nosso Lugar ao Sul passem por políticas que visem um crescimento socialmente justificável.
 
CRESCER pode efetivamente expressar diferentes propósitos:
Desenvolver-se, tornar-se maior ou avançar para alguém com modos agressivos.
Resta-nos pois optar pelo significado que realmente pretendemos para a palavra!
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ERA UMA VEZ...UM PAÍS A CRESCER!

14/8/2017

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Por João Fernandes

Para encontrarmos um período tão positivo para as contas portuguesas teríamos que recuar uma década, até ao último trimestre de 2007. E…pasme-se, o INE vem confirmar que o crescimento do segundo trimestre se alicerçou na procura interna (investimento e consumo)…Ele há diabos assim!
No âmbito de uma iniciativa promovida pela Delegação Regional da Ordem dos Economistas do Algarve, o Ministro da Economia afirmou que Portugal vive um bom momento e que acredita que os resultados do primeiro semestre são um bom prenúncio para o futuro.
 
Segundo o Ministro, pelo terceiro trimestre consecutivo, o Produto Interno Bruto (PIB) cresce mais do que a média da União Europeia! Convicções, aliás, secundadas pela estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que informam que a economia portuguesa voltou a crescer no segundo trimestre 2,8%, em termos homólogos, e 0,2%, em cadeia.
 
Ao nível do investimento externo, o ministro revelou ainda que, para além das inúmeras Intenções de investimento de PMEs, estão já em fase de concretização relevantes projetos de reforço do investimento de grandes empresas estrangeiras com participações em Portugal (VW, Bosch, PSA…), cujo impacto se fará sentir nos próximos trimestres.
 
Numa perspetiva mais abrangente, o Prof. Caldeira Cabral relembra o expressivo aumento das nossas exportações nos últimos 12 anos, que nos permite hoje assegurar que a competitividade do tecido empresarial português ultrapassou com sucesso os primeiros impactos da globalização.
 
Trata-se de um crescimento que também evoluiu de forma mais equilibrada, diversificando a sua base, com o contributo de vários setores como o agroalimentar, o automóvel ou o do metal, embora sempre com o Turismo à cabeça dos desempenhos mais favoráveis.
 
Verifica-se igualmente uma clara melhoria no mercado de trabalho e no desemprego, em quase todos os índices. Comparando o período de abril a junho de 2017 com o mesmo trimestre em 2016 (evitando assim enviesamentos devidos à sazonalidade), podemos constatar que a população empregada cresceu 3,4% (+158 mil novos posto de tralho), o que permitiu diminuir a taxa de desemprego em 2 % (de 10,8% para 8,8%).
 
Não menos importante é destacar que o desemprego de longa duração reduziu de 6,9% para 5,2%.
 
Já no que se refere ao desemprego juvenil, não obstante a considerável descida de 26,9% para 22,7%, continuamos a registar valores a que é necessário dar prioridade.
 
Do lado do emprego, para além do mencionado aumento, há a salutar o facto de cerca de 90% destes novos empregos estarem suportados em contratos sem termo!
 
É bom relembrar que no Orçamento de Estado 2017 o Governo previa um crescimento do PIB para este ano de 1,8%, sendo que a maioria das organizações internacionais apontavam para desempenhos bem mais modestos, mostrando-se mesmo muito relutantes em aceitar as propostas do atual executivo português. No mesmo sentido, os dados do desemprego foram, felizmente, muito mais baixos do que os Intenção de investimento “ameaçados” pelo Fundo Monetário Internacional, Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico, União Europeia…que apontavam para valores superiores a 10%!
 
Estes resultados demonstram que a estratégia e as políticas públicas do nosso governo são adequadas, ao contrário do que a grande maioria das organizações internacionais jurava a pés juntos!
Valeu a pena restabelecer rendimentos aos portugueses, acelerar fundos comunitários para financiar o investimento, agilizar a capitalização das empresas, baixar o IVA da restauração, sanar os imbróglios da banca…
 
Uma nota final para destacar o desígnio apresentado pelo Prof. Francisco Serra, Presidente da CCDR Algarve, e que a todos deverá mobilizar. Em 2020, a nossa região deverá cumprir a meta contratualizada com a União Europeia, por forma a contribuir para o PIB nacional na ordem dos 4,9%, sendo que estamos no bom caminho (em 2016 – estima o Pres. CCDR, deveremos ter atingido os 4,6%).
Um bem-haja à Delegação do Algarve da Ordem dos Economistas, cujo presidente é o nosso ilustre companheiro de pena deste Lugar ao Sul, Pedro Pimpão, pela iniciativa de discutir a economia nacional na região que maior contributo dá para o motor dessa mesma economia – O Turismo.
 
 


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Orçamentos Participativos a Sul – Porque a democracia não se faz apenas de eleições!

31/7/2017

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Por João Fernandes

É hoje cada vez mais comum ouvirmos dizer que o sentido da palavra democracia ("governo do povo") tem sido esvaziado ao longo dos tempos. Que este regime político, eleito pelos povos de todos os países mais desenvolvidos, foi reduzido à mera escolha de representantes. Que não existe uma participação ativa e efetiva da sociedade civil na administração dos seus interesses.
Mas será que nós, os cidadãos, estamos genuinamente disponíveis para participar? O que fizemos quando a oportunidade/dever nos bateu à porta?
Em Portugal, realizaram-se até hoje três referendos nacionais, dois sobre Interrupção Voluntária da Gravidez (1998 e 2007), e um sobre a Regionalização (1998), mas nenhum deles contou com mais de 50% dos eleitores…
A taxa de abstenção nas eleições para a Assembleia da República passou de 8,5%, em 1975, para 44,1%, em 2015! Nas últimas eleições autárquicas (2013) a abstenção chegou mesmo a 47,4% e na eleição do atual Presidente da República 51,3% dos eleitores “optaram” por não votar (dados PRODATA).
Como podemos retratar a nossa participação? A democracia também é o que dela fazemos!
Bem, mas será que estamos todos amorfos ao que se passa à nossa volta? Não é bem assim, um exemplo em voga de democracia participativa são os orçamentos participativos, que tem o propósito de submeter o aplicação de parte dos recursos públicos à consulta pública.
Em Portugal, os Orçamentos Participativos estão cada vez mais consistentes e enraizados na cultura democrática local. Temos assistido a um crescimento exponencial do recurso a estes mecanismos, com particular expressão nas autarquias (camaras municipais e juntas de freguesia) e em iniciativas direcionadas para a juventude.
Ao nível nacional, concretizou-se pela primeira vez este ano o Orçamento Participativo Portugal, que, de acordo com o Primeiro-ministro António Costa, “será para repetir em 2018 e com mais dinheiro.”
Segundo a entidade responsável pelo Observatório Nacional dos Processos de Democracia Participativa em Portugal, a Associação In Loco (com sede no Algarve), “Portugal é o único país com um Orçamento Participativo (OP) a nível nacional e um dos países com maior número de OP, considerando que não existe enquadramento legal que torne obrigatória a realização dos mesmos por parte dos municípios, uma vez que resultam da vontade política em envolver os cidadãos nas decisões de investimento sobre os seus territórios.”
O primeiro orçamento participativo desenvolvido em Portugal teve lugar em Palmela e São Brás de Alportel foi o município algarvio pioneiro no desenvolvimento desta abordagem. São Brás de Alportel detém aliás o OP com mais continuidade. 
Desde 2006, 12 municípios desenvolveram OP no Algarve, sendo que São Brás de Alportel e Tavira criaram ainda OP dedicados especificamente à juventude.
É certo que os OP não apresentam todos a mesma ambição, temos casos em que o processo é apenas consultivo e outros em que a população pode propor e votar projetos.
E será que para 2018 esta onda vai crescer?
Realizar um OP depende sempre da decisão dos executivos municipais e não é possível fazer esta previsão. Sabe-se, contudo, que este será um ano atípico em termos de continuidade dos OP, devido às eleições autárquicas. Ao longo do ciclo dos OP em Portugal, os anos de eleições têm representado quebras na continuidade de alguns processos, devido às mudanças de executivo, e prevê-se que este período não seja diferente.
 
Fica aqui o repto para que haja vontade política de envolver os cidadãos nas decisões que lhes dizem respeito e que a adesão dos cidadãos a estas boas práticas transmita também o devido reforço a quem as executa!
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Turismo no Algarve 2020 - PROGNÓSTICOS

17/7/2017

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Por João Fernandes

Não sendo propenso a misticismos ou a prognósticos incautos, arriscar-me-ia a dizer que os próximos três anos serão muito positivos para o turismo em Portugal e, em particular, para o Algarve.
 É certo que num setor exposto à concorrência global e num contexto em que a mudança e a instabilidade são as constantes mais credíveis, ninguém no seu perfeito juízo pode afirmar que estará livre de um qualquer imprevisto que altere rapidamente as previsões mais consolidadas…Como diria o João Pinto “Prognósticos só no fim do jogo”.
 Ainda assim, o histórico recente da evolução da procura, o feeling de quem está no terreno e as perspectivas traçadas pelos mais conceituados organismos internacionais, levam-me a, com alguma segurança, afirmar que não estamos a viver um momento meramente conjuntural.
 O turismo deverá continuar nos próximos anos a ser o principal motor das exportações portuguesas e do crescimento do país. As previsões são da entidade de referência do sector turístico ao nível internacional, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), que em parceria com a Oxford Economics estimou o impacto económico e a relevância social que o turismo vai protagonizar em cada país no espaço de uma década.
 Para Portugal, as avaliações do WTTC não deixam dúvidas quanto à hegemonia do turismo. Entre 2016 e 2027, o contributo total do turismo para a economia portuguesa deverá subir, de 16,6% para 18,5%, no que toca ao PIB, e deverá subir ainda mais, de 19,6% para 22,6%, no que toca ao emprego do país.
Vejamos então alguns dados que retratam a evolução do comportamento recente dos destinos turísticos concorrentes nos contextos europeu, mediterrânico e da Península Ibérica.
 
Europa
 Já este ano, de acordo com o primeiro relatório trimestral da European Travel Commission (ETC), quatro em cada cinco destinos europeus registaram crescimentos de dois dígitos nos primeiros meses de 2017.
 A Islândia continua a liderar o crescimento (+54% chegadas, relativamente ao período homólogo de 2016), beneficiando de um aumento contínuo da capacidade aérea nas rotas transatlânticas. 
 Portugal (+25% chegadas) e Malta (+23% chegadas) revelam importantes conquistas na atenuação da sazonalidade, sendo acompanhados neste primeiro trimestre pela Finlândia, Estónia, Eslovénia e Bulgária, que assinalaram igualmente fortes crescimentos.
 As companhias aéreas confirmam também a forte tendência de crescimento, em parte devido à redução dos custos de combustíveis.
 Quanto à ocupação hoteleira, assistimos a um incremento sustentado na maioria dos países europeus, mas os hoteleiros afirmam continuar cautelosos relativamente à subida acentuada de preços.
  No seu mais recente barómetro de viagens intercontinentais para a Europa, a ETC aponta ainda para que alguns mercados emissores de longo curso, como a China, os EUA, a Índia e o Japão, terão forte influência no crescimento das chegadas na Europa. Em contraste, o Brasil é apresentado como um mercado emissor envolto em grandes incertezas.
 Em Portugal, os mais recentes dados do INE disponíveis, referentes a Maio, assinalam um expressivo crescimento dos hóspedes oriundos dos E.U.A. (+51,5%) e do Brasil (+121,7%).
 
Mediterrâneo
Segundo dados da Organização Mundial de Turismo (OMT 2016), relativos aos 13 principais destinos turísticos da bacia do Mediterrâneo, Portugal foi o terceiro país com maior crescimento da procura internacional (+12,8%). Depois de Chipre (+19,8%) e da Bulgária (+13,8%), Portugal cresce claramente acima da média do Mediterrâneo e do seu principal concorrente - Espanha (+10,3%). Em termos do indicador receitas turísticas, Portugal registou igualmente um crescimento muito positivo (+10,7%), só superado pela Bulgária (+15,7%) e Chipre (+11,9%).
Neste mesmo contexto geográfico, se considerarmos a diferença entre o ponto de partida da procura internacional em 2013 e os resultados de 2016, há a destacar que destinos como a França, Turquia, Egipto e Tunísia perderam cerca de 17 milhões de chegadas internacionais.
 No que respeita à Turquia, um importante destino concorrente do Algarve, os primeiros meses deste ano seguem a tendência negativa que começou em 2015 (chegadas caíram 8,1%, em relação ao mesmo período de 2016).
 Em contraponto, os restantes nove países receberam no ano passado mais 35 milhões de chegadas de estrangeiros do que em 2013.
Ou seja, nestes 4 anos, apesar dos ataques terroristas e da instabilidade política, a procura turística internacional pelo Mediterrâneo continuou a evoluir positivamente, atraindo aproximadamente 18 milhões de chegadas a mais que em 2013, quando a conjuntura era bastante distinta.
Fica também claro que, sobretudo no último ano, as taxas de crescimento do turismo em Portugal não se devem apenas a desvios de fluxos. Há que reconhecer que, mesmo atentando a essa realidade, o nosso país conseguiu apresentar taxas de crescimento superiores à de concorrentes como a Grécia, a Itália, a Croácia ou mesmo Espanha, quer em termos de procura, quer no que respeita à receita.
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Portugal vs Espanha
 Comparando os principais indicadores do primeiro quadrimestre da atividade turística em Portugal e em Espanha, Portugal apresenta inclusive taxas de crescimento superiores às dos nossos vizinhos (11,2% e 4,7%, respetivamente - dados INE - dormidas em estabelecimentos hoteleiros).
 Ao nível das regiões, o Algarve destaca-se na comparação com as suas “concorrentes” espanholas. Neste mesmo período, enquanto o Algarve regista aumentos de 11,7% nas dormidas de estrangeiros, a Andaluzia (+7%), Canárias (+3,4%) e Baleares (+0,5%) ficam ainda assim muito abaixo destas taxas. 
 Sabemos bem que estes resultados refletem um conjunto vasto de fatores, que vão desde a melhoria das condições económicas nos principais mercados emissores até à capacidade e condições da oferta em cada país recetor de turistas, passando pelas inúmeras condicionantes inerentes à sua intermediação.
  
Principais Mercados Emissores de Turismo para o Algarve
 As previsões de crescimento médio anual para os gastos turísticos até 2020 dos nossos principais mercados emissores (Fonte: Turismo de Portugal), são igualmente favoráveis:
 Portugal – Mercado interno (+2,3%); Reino Unido (+3,1%); Alemanha (+4,7%); Holanda (+2,4%); Irlanda​(+​5,4%); Espanha​ (+4,5%); França​ (+4,4%).

 Resumindo:
As perspectivas são muito boas e reforçam a confiança de que temos tudo para continuar este ciclo virtuoso do turismo. É importante acompanhar, antecipar e garantir que estamos a desenvolver todos os esforços necessários para garantir que este crescimento continua a acontecer. 
 
 

 
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Estamos a crescer

12/7/2017

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Quem nos procura é GENTE COMO NÓS e quem os acolhe é a NOSSA GENTE!

19/6/2017

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Por João Fernandes

Regressado de umas mini-férias retemperadoras, confesso a minha indisponibilidade para a controvérsia, a meu ver pouco fértil, sobre os “maléficos” comportamentos de quem nos visita ou a atitude “agreste” de quem recebe…

Escolho centrar-me na inteligência de quem livremente escolhe o Algarve para o justo descanso depois de um ano de trabalho, para o saudável convívio familiar durante as pausas letivas, para as inesquecíveis férias de que está na idade de descobrir a vida, para o romance dos seus sonhos ou para o lazer de quem já contribuiu para as futuras gerações.   
 
A esta altura já haverá quem pense…”Mas será que este marmelo quer enganar quem?”…”Vê-se logo que trabalha para o turismo!!!” Bem… a esses responderei que não nasci cá. Fui turista e hoje vivo, trabalho e tenho família no Algarve.
 
Algarve – partilha o segredo!

 

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RATING DE PORTUGAL – 3º MAIS PACÍFICO DO MUNDO!

5/6/2017

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Por João Fernandes
Ora aí está uma classificação de crédito, também conhecida por rating, de que nos devemos orgulhar - Portugal é o 3º país mais pacífico do mundo!
O Instituto de Economia e Paz (IEP) é um Think Tank independente, apartidário e sem fins lucrativos, dedicado a mudar o foco do mundo para a Paz como uma medida positiva, alcançável e tangível do bem-estar e do progresso humano. Este instituto trabalha com um vasto leque de parceiros internacionais, colaborando com organizações intergovernamentais para medir e comunicar o valor económico da Paz.
Para este efeito, este Think Tank desenhou um novo quadro conceptual para definir a Paz, fornecendo métricas para avaliar a sua relação com a prosperidade, com base em fatores sociais, económicos, culturais e políticos - Global Peace Index (GPI).
A Islândia continua a ser considerada o país mais pacífico do mundo, uma posição que ocupa desde 2008, sendo sucedida pela Nova Zelândia, Portugal, Áustria e Dinamarca. Infelizmente, nada de novo na parte inferior do índice ... A Síria continua a ser o país menos pacífico do mundo, seguida do Afeganistão, do Iraque, do Sudão do Sul e do Iémen.
A contrariar a tendência de declínio registada na última década, o relatório do Global Peace Index  2017 considera que o mundo se tornou “mais pacífico no ano passado” (93 países melhoraram, enquanto 68 deterioraram a sua condição). Não obstante, houve um agravamento da "desigualdade na paz", a maioria dos países a registaram pequenas melhorias, enquanto um pequeno grupo de países sofreram significativos danos na sua condição.
O GPI revela ainda que o mundo continua a gastar enormes recursos na criação e na contenção da violência, mas muito pouco na Paz. De acordo com o Instituto de Economia e Paz, a chave para reverter este declínio é o da construção da Paz Positiva - um quadro holístico de atitudes, instituições e estruturas que sustentam a paz a longo prazo, através da capacidade de uma sociedade para atender às necessidades de seus cidadãos, reduzindo a tensão e os conflitos sociais, sem recurso à violência.
Ao nível das grandes regiões mundiais, a Europa continua a ser a região mais pacífica do mundo, com oito países no Top 10. As maiores preocupações com as fortes descidas registadas ocorreram na América do Norte, seguidas da África Subsaariana, do Médio Oriente e do Norte de África. A má avaliação da América do Norte deve-se inteiramente à prestação dos Estados Unidos da América, devido ao aumento da taxa de homicídios, do nível de perceção da criminalidade pela sociedade, à intensidade do conflito interno e ao aumento dos níveis de polarização política.
Feito este enquadramento sobre a instituição e as principais conclusões deste marcante Index, importa relevar que Portugal subiu duas posições para o terceiro no ranking geral (entre 163 países), a classificação mais alta que o nosso país obteve desde o início desta publicação. Portugal melhorou em 12 dos 23 indicadores GPI, passando assim também a ser reconhecida como a segunda nação mais pacífica da Europa. Uma melhoria notável, considerando que há apenas 5 anos se encontrava no 16º lugar!
Fazendo justiça à sua história de emigração, Portugal é também o segundo país do mundo que melhor acolhe e integra os imigrantes, segundo o novo Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX).
Como dizia Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics, durante as Conferências do Estoril, este ano dedicadas ao tema das Migrações Globais, “Conseguimos, num mundo que se fecha, criar um espaço de tolerância que é raro noutros países”.

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UM CONTRATO ENTRE GERAÇÕES!

22/5/2017

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Por João Fernandes

À semelhança de outros países europeus, Portugal enfrenta sérios desafios ao nível da relação entre o necessário crescimento económico, o exigível equilíbrio financeiro e a garantia de padrões de bem-estar dos seus cidadãos.
 
O emprego parece-me um dos principais nós górdios nesta equação.
 
Como garantir os direitos dos trabalhadores mais antigos e, simultaneamente, reduzir o desemprego dos jovens que “assistem” ao adiar das suas carreiras e projetos de vida?
 
Se por um lado, é indispensável não descurar os mais experientes, que já contribuíram para o benefício de todos, por outro, um país que impede a inclusão dos jovens na plenitude da sua vida ativa está a desperdiçar a sua geração mais qualificada.
 
E como promover a competitividade das empresas e proteger o emprego?
 
Em economias abertas, a competitividade é cada vez mais determinada pela intensidade do conhecimento e do emprego qualificado. O sucesso das empresas portuguesas, sujeitas à concorrência global, dependerá certamente da sua capacidade em integrarem as novas gerações.
 
Face à dificuldade em rejuvenescer os seus quadros, nos últimos anos, a tendência tem sido a precarização do mercado de trabalho, através de “instrumentos de flexibilidade”, com especial prejuízo dos mais novos (abuso dos estágios, do trabalho independente, de trabalho temporário ou dos contratos a termo).
 
Em suma, dificilmente evitaremos mudanças na forma de organização tradicional das empresas e da vida das pessoas, sem desenharmos políticas públicas que ajudem a reverter esta situação!
 
Por exemplo, o número de horas de trabalho deverá variar ao longo da vida, aumentando progressivamente o tempo dedicado a outras atividades, conciliando a vida profissional e familiar e facilitando a relação entre gerações.
 
Atento a esta problemática, o Governo pretende implementar o chamado “contrato-geração”.
 
A ideia parece um Ovo de Colombo. Um trabalhador mais velho passa a trabalhar a tempo parcial, suportando o Estado a diferença da remuneração salarial que este perde pela redução de horário.
 
A empresa, com a poupança salarial criada, compromete-se a contratar um jovem desempregado.
 
Para a empresa não há encargos adicionais e o Estado passa a ter um contribuinte, em vez de um encargo com um beneficiário do subsídio de desemprego.
 
Nesta medida, é obviamente muito importante que haja equilíbrio entre o valor total que o Estado passa a poupar em subsídio de desemprego e a receber em contribuições para a Segurança Social e o valor que terá que assegurar aos trabalhadores que entretanto passam a trabalho parcial.
 
De qualquer forma, parece-me um excelente exercício de incentivo à competitividade das empresas, de combate ao desemprego jovem e de valorização da qualidade de vida dos mais experientes.
 
 

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Economia Partilhada – Quando Ter menos é Ser mais

8/5/2017

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por João Fernandes
A ideia de que temos que ter o que, na maioria dos casos, verdadeiramente não necessitamos está a ser fortemente contrariada. Os bens que adquirimos são feitos para um tempo de vida muito diminuto, novos modelos passam a obsoletos pouco após o seu lançamento e vendem-nos a ideia de somos mais quando compramos mais. Isto não pode terminar bem!
 
Vários autores defendem que a crise mundial de 2008 ditou o momento em que o potencial do mercado, a própria vivência em sociedade e mesmo a disponibilidade dos recursos naturais chegaram a um ponto crítico.
 
Não se trata apenas de uma moda "minimalista", para além de um desencanto com o consumismo, a entrada dos millennials na vida adulta trouxe uma maior valorização da partilha e da colaboração, em prejuízo da posse.
Segundo Rachel Botsman, especialista na matéria, a Economia Partilhada abrange 3 áreas-chave:
1. Mercados de redistribuição: Um bem usado que já não é necessário num certo local passa a estar disponível noutro onde pode ser utilizado.
2. Estilos de vida colaborativos: baseia-se na partilha de recursos, tais como equipamentos, utensílios, dinheiro, habilidades e tempo.
3. Sistemas de produtos e serviços: o consumidor está disponível para pagar pelo benefício do produto e não pela sua aquisição. Assenta na lógica de que “não precisamos de um CD, do que realmente necessitamos é da música”.
A rapidez com que as empresas com este modelo atingem a escala global não seria possível sem plataformas digitais associadas a uma nova eficácia na gestão de grandes volumes de dados, que permitem fornecer o que pretendemos, quando e onde necessitamos. Qual catalisador, o despontar das economias digitais e da inteligência artificial possibilitaram as inúmeras respostas a que hoje assistimos.
No Mercado de trabalho (Freelancing; Coworking; talent-sharing); nos transportes (Car sharing); no alojamento (couchsurfing, apartment/home lending), na revenda de bens (reselling); na partilha de utensílios e ferramentas de jardinagem ou cozinha entre vizinhos (Sharing resources); nos media e entretenimento; no empréstimo de dinheiro entre pessoas (peer-to-peer lending); ou mesmo para boleias de avião.
Outra particularidade é que estas empresas raramente são fornecedoras do bem ou serviço final, atuando como facilitadores na relação entre a procura e a oferta. Casos como a Uber e a Airbnb, “apenas” tornam a transação mais ágil, mais fácil e mais barata entre os proprietários de carros e casas e os passageiros e turistas.
 
É certo que estas novas empresas quebram barreiras que de outra forma não seriam questionadas pelo modelo instalado. Não é menos verdade que, na maioria dos casos, o respeito pelas leis nacionais, pelo pagamento de impostos ou a assunção de outras responsabilidades civis e criminais não estão garantidos.
 
Seja como for esta é uma onda imparável, segundo a Forbes, a receita gerada pela economia colaborativa deve crescer 25% ao ano. As grandes empresas mundiais já estão a investir fortemente na mudança dos seus modelos de negócio, a estabelecer parcerias e a adquirir empresas nesta área. A Price Water House dedica-lhe um relatório onde afirma que os consumidores estão a demonstrar um robusto apetite por este modelo.
 
Estamos no início do que parece ser uma autêntica revolução e qualquer consideração hoje, pode vir a constatar-se precipitada. Mas, sobretudo numa fase de transição, que será inevitavelmente curta para acomodar a nossa capacidade de adaptação, os riscos na desestruturação do tecido empresarial instalado e, consequentemente, do próprio mercado trabalho, não são negligenciáveis.
 
As inquietações quanto à sustentabilidade ambiental, a recessão económica global, o impacto das tecnologias no mercado de trabalho, a forma como as pessoas se relacionam através das redes sociais decretaram que não era mais defensável um modelo baseado no consumismo. Mas não deixa de ser necessária regulação da atividade de empresas que geram riqueza exponencial e que atualmente não garantem uma concorrência leal ou um contributo para um bem-estar social.   



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NO ALGARVE, NÃO HÁ TURISMO A MAIS, HÁ É OUTROS SETORES A MENOS!

24/4/2017

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por João Fernandes
Como não poderia deixar de ser, junto-me à discussão do travão, da estrada e da vacina.
Democrata convicto, valorizo especialmente a diversidade de opiniões. Todo o exercício que contrarie a sentença “TINA” (There Is No Alternative), tão em vigor na Europa a propósito de tudo e de nada, é um contributo para a construção de novas soluções… Não liguem, ainda estou sobre o efeito Macron.
Dito isto, começo por congratular os meus colegas de pena Luís Coelho, Bruno Inácio e Gonçalo Gomes, que na passada semana escreveram interessantes artigos sobre o turismo: “É preciso colocar um travão no turismo - Lugar ao Sul”, “Não travem o turismo. Dêem-lhe uma boa estrada para ele chegar a um bom destino. - Lugar ao Sul “e “E uma vacina para o turismo? - Lugar ao Sul”. Como se poderá depreender pelo título que escolhi, discordo da premissa de base do Luís, mas saúdo a atitude crítica e estimuladora de reflexão.
A ideia do Turismo como o eucalipto que seca tudo à sua volta, do setor que atrofia toda e qualquer atividade que se desenvolva no mesmo território, esconde outras fragilidades.
É certo que o turismo no Algarve, à semelhança de outros destinos que despontaram na década de 60, se desenvolveu muito focado no Sol&Mar, com uma especial concentração da atividade no Verão e em áreas muito demarcadas junto à costa. Este grau de especialização teve os seus benefícios - a criação de uma imagem internacional que se traduziu num forte crescimento dos fluxos turísticos para a região - mas são também conhecidos os efeitos negativos, nomeadamente, ao nível da sazonalidade, da coesão territorial e do ordenamento do território.
As questões que seguidamente coloco são, propositadamente, provocatórias e até tendenciosas, na medida em que negligenciam impactos negativos vários ao nível da sustentabilidade ambiental, social e económica, causados por um modelo de turismo que já muito poucos defendem. De qualquer forma poderão servir de contraponto a alguns lugares comuns, a meu ver errados, sobre o real impacto do Turismo no Algarve.
É facto que no mesmo período em que o turismo crescia, setores como a agricultura, a pesca e a indústria sofreram um significativo enfraquecimento. Mas será que a responsabilidade do declínio de outros setores se deve especialmente ao desenvolvimento do turismo?
Será que foram os empregos “precários, sazonais e mal pagos” que afastaram a mão-de-obra dos outros setores?
Será que o facto de sermos visitados por milhões de turistas e excursionistas, com maior poder de compra que os residentes, nos dificultou a venda de bens e serviços produzidos na região?  
Será que os investimentos realizados com a receita do IVA Turístico, como a melhoria das infra-estruturas de saneamento básico que se realizaram no Algarve nos anos 70 (muito antes do resto do país), prejudicaram a qualidade de vida dos residentes ou as atividades económicas em torno do mar?
Será que um Aeroporto Internacional com fortes ligações aos maiores mercados de consumo, que ainda hoje é subaproveitado na sua vertente de transporte de carga, foi inibidor do desenvolvimento de uma indústria exportadora?...E o que dizer da “imparável dinâmica” do Porto Comercial de Faro?
E o abandono e a decadência de inúmeros edifícios nos centros das cidades, alguns deles património classificado, que agora são procurados para o turismo residencial ou para o alojamento local? Não poderiam ter antes sido objeto da nossa atenção?
Já agora, será que na cidade de Faro a culpa da proliferação de mamarrachos, quais baluartes da arquitetura, também se deve ao turismo? Prédios hediondos e altos no meio da cidade, fábricas abandonadas junto à Ria, depósitos de hidrocarbonetos e bairros da lata em zonas nobres… Para os mais distraídos, Faro, mesmo com o aumento da procura representa sensivelmente 2% das dormidas na região.
Será que os concelhos de maior procura turística, como Loulé e Albufeira (juntos representam cerca de 56% das dormidas na região) são os que apresentam hoje piores respostas sociais aos seus concidadãos?
Será que pagamos mais impostos e taxas por termos turismo? Ou será que o abate dos Programas de Apoio à Economia Local (PAEL), a que muitas autarquias do Algarve tiveram que recorrer para pagar divida contraída para investimento público (Escolas, Teatros, Mercados, Equipamentos Desportivos, estradas, fornecimento de água potável…), se fazem agora por via das receitas adicionais de IMI, IMT e Derrama com origem no Turismo?
Nesta facilidade de imputar ao turismo a causa de todas as nossas incapacidades, há pontos de partida que roçam a pós-verdade. Comparar os 2,9 milhões de hóspedes que o Algarve recebeu em 2016 com os 35 milhões de turistas que Barcelona acolhe por ano… é, como o próprio Luís Coelho explica, falar de cargas e de realidades do próprio território completamente distintas.
É bom lembrar que na hotelaria da região, no ano de maior procura de sempre (2016), a taxa anual de ocupação por quarto foi de apenas 64,9% (48,7% se considerarmos a Tx de ocupação por cama). Temos turistas a mais????????  
Como diria o Dr. Vitor Neto, ex-secretário de Estado do Turismo, Presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve e Empresário na área da Agroindústria: “No Algarve, não há Turismo a mais, há é outros setores a menos!”.
Outro exemplo deslocado é o “efeito perverso do Alojamento Local (AL)” no arrendamento em Faro.  
Então vamos a factos: dos 18.853 registos de AL do Algarve (Registo Nacional de Turismo, 19 Abril 2017), apenas 251 são do concelho de Faro e destes apenas 119 se situam na freguesia Sé-São Pedro (23 estabelecimentos de hospedagem, 26 moradias e 70 apartamentos, correspondendo no total a 713 camas). Ora, só a Universidade do Algarve, com os seus muitíssimo bem-vindos alunos, professores e funcionários, em boa parte oriundos de outras regiões, representa uma pressão incomparavelmente superior sobre o mercado de arrendamento. O mesmo se pode dizer em relação ao efeito da presença temporária dos muitos (e ainda assim muito poucos) profissionais de saúde, justiça, segurança pública ou professores do Ministério da Educação. E então? Ficávamos melhor sem eles?????
E que tal apostarmos na requalificação urbana e em políticas municipais estruturadas de arrendamento?... Já estou a mesmo a imaginar quais as receitas que vão pagar estas políticas que há muito deveriam estar aplicadas…
 
Virando a página, que as provocações por si só não resolvem muito.
É hoje relativamente consensual entre os stakeholders do turismo regional que o Algarve tem que acelerar o processo de reposicionamento, através de novos fatores de competitividade. São também as novas exigências do consumidor que o ditam.
Atualmente, as orientações estratégicas para o setor estão focadas no desenvolvimento de um turismo sustentável, redutor das assimetrias regionais, promotor do bem-estar das populações e que salvaguarde a responsabilidade na utilização dos recursos naturais e patrimoniais.
Pela oportunidade de incorporar bens e serviços na sua cadeia de valor, o Turismo pode e deve ser um catalisador de outros setores. É também a oferta turística que beneficia com uma maior diversidade e capacidade de outros setores da economia regional, na medida em que se diferencia de outros destinos, sempre que um turista tenha a oportunidade de vivenciar o que é genuíno e o que carateriza a região.
Assim tem acontecido com os estímulos recentes à Gastronomia e Vinhos da região, como o atestam: a criação da Rota e do Guia dos Vinhos; as campanhas e os eventos de promoção da Cataplana, da Cavala e da gastronomia regional em geral; a formação de profissionais altamente qualificados em Cozinha, Pastelaria e Mesa&Bar, entre muitos outros.
Há também inúmeros projetos que reforçam e renovam a própria identidade da região, todos eles com um denominador comum - o investimento do Turismo. A Dieta Mediterrânica candidatada e reconhecida como Património Imaterial da Unesco; a nova candidatura dos Lugares da Globalização; o programa 365 Algarve; a criação de rotas turístico-culturais associadas ao património, história e tradições algarvias…
É também por via do turismo que se está a dinamizar o interior algarvio. Veja-se, a título de exemplo, o crescimento da procura fora da época alta motivado pelo Turismo de Natureza e o impacto que está a ter nos territórios de baixa densidade.
As apostas no Golfe, no Turismo Residencial, no Turismo Náutico, no Turismo Sénior, no Turismo Acessível, no Turismo Desportivo e nos Congressos e Incentivos são claros sinais de compromisso com a diversificação de produtos que visam captar não só turistas com outras motivações de visita, como gerar uma procura que permita atenuar a Sazonalidade.
Resumindo, não há que travar o turismo, há sim que reforçar o seu potencial de dinamização e de mudança de perfil da economia regional.
O Turismo não será, como aliás nenhum outro setor per si, a panaceia para todos os males, mas poderá e deverá constituir-se como uma alavanca para a diversificação da base económica da Algarve.
O QUE É MESMO PRECISO É ACELERAR O TURISMO SUSTENTÁVEL!
 

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E TUDO ISTO SEM MUDAR O NOME DO AEROPORTO!

10/4/2017

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Por João Fernandes

Prosseguindo um esforço que se tem concretizado em resultados assinaláveis para o destino Algarve, o Aeroporto de Faro terá este ano, no chamado Verão IATA (Março – Outubro), um significativo reforço das ligações existentes e também novas rotas a explorar.

Com os dados disponíveis, está estimado um acréscimo superior a 1 milhão, correspondendo a um aumento de cerca de 17% da capacidade disponível em relação ao ano anterior, para o período homólogo. No total, as companhias aéreas disponibilizarão uma oferta de voos que abrangerá mais de cem aeroportos, 20 países e cerca de 8, 5 milhões de lugares.

O planeamento, como sempre, fez toda a diferença! O equilíbrio previsto entre a consolidação da tendência de crescimento dos tradicionais mercados emissores da região, a oportunidade de reforço de ligações a mercados emergentes, o estabelecer pontes nos principais hubs europeus e o arrojo de explorar novos mercados traduz um exercício bem conseguido e que, estou certo, produzirá os resultados por todos ambicionados.

Este equilíbrio é ainda mais exigente quando, para além dos mercados, aeroportos, novas rotas/novos serviços, ainda consideramos variáveis como a negociação com companhias aéreas de diferentes naturezas (regulares e charters, companhias de bandeira e operadoras low cost).

Parece anacrónico, mas muitas vezes o bom resultado no Verão é o fator que mais contribui para o alargamento das operações na chamada shoulder season (época intermédia) e até mesmo no Inverno IATA (Nov-Mar).

Novas oportunidades acarretam novas responsabilidades! Estou confiante de que o nosso destino responderá ao repto de tornar mais passageiros em mais turistas satisfeitos!

Na senda do “lado positivo da força”, uma palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido por toda a equipa do Aeroporto. Assegurar um bom acolhimento aos passageiros numa altura em que se verificam aumentos tão expressivos de tráfego (+24,5% até Fev) é digno de registo. Fazê-lo durante um período especialmente exigente de obras de requalificação, demonstra uma enorme capacidade para ultrapassar desafios. 

Um agradecimento também às equipas das inúmeras empresas e instituições públicas (RTA incluída) que têm assegurado o normal funcionamento daquela que é a principal porta de entrada de turistas na nossa região.

E tudo isto, sem mudar o nome ao aeroporto :). 

 
 
 


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“EU É QUE SOU O PRESIDENTE DA JUNTA”

27/3/2017

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por João Fernandes

Aproveitando desde já a oportunidade para agradecer os muitos likes e partilhas do último post, resultado que deverá ser reconhecido não ao autor do texto, mas ao mérito dos elogiados, continuarei a minha senda de pugnar pelo lado positivo da força.
Desta feita, tentarei prestar o meu tributo aos Presidentes das Juntas de Freguesia.
As Juntas de Freguesia foram criadas em 1832, por altura da instituição da paróquia (mais tarde freguesia) como unidade administrativa. Terão sido os republicanos que, ainda durante a monarquia, apresentaram as soluções inscritas pelas Cortes Constituintes, através das quais o reino, no seu território continental, viria a ser dividido em 6 províncias (Minho, Trás-os-Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve), 26 divisões eleitorais, 785 concelhos e 4086 freguesias. O poder local e a descentralização eram assim temas caros ao ideário republicano, por contraponto com o quadro então vigente de tendência centralista, o que permitiu que as juntas de freguesia se mantivessem na primeira república e que chegassem até aos nossos dias.
Curioso como ainda hoje se coloca o desafio da descentralização e a necessidade de o entendermos como um princípio orientador da política de serviço público.
A realidade é que só muito recentemente, talvez pela dinâmica criada na capital, o que até parece um contrassenso, é mais comum vermos Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia a avaliarem as condições práticas para a delegação de competência em diferentes domínios.
Este tem sido, no entanto, um percurso a várias velocidades. Ainda não é dado assente para todos que a descentralização, a proximidade e a responsabilidade partilhada são os princípios que melhor servem as populações, na sua relação quotidiana com o território.
E o que tem mudado? A meu ver, de forma muito expressiva, tem mudado o perfil dos Presidentes das Juntas de Freguesia. Com a limitação de mandatos dos autarcas, nas últimas eleições surgiram candidatos mais qualificados, mais jovens e menos conotados com o statu quo….E a população escolheu-os!
Como muitos se lembrarão, a frase que dá título a este texto ficou conhecida nos idos anos 90, através de uma personagem do programa Herman Enciclopédia, transmitido pela RTP. Exímio na caricatura dos tiques de vários dos atores da sociedade portuguesa, Herman José deu vida a uma personagem de óculos fundo de garrafa e uma voz toldada pelo álcool. Qualquer que fosse a pergunta, declarava repetidamente "Eu é que sou o presidente da junta!".
Mais de 20 anos volvidos, a SIC volta a pegar no mesmo lema e lança o desafio a todas as freguesias do país para um retrato bem diferente da sátira inicial. Diz o canal de Carnaxide, que a estação “Procurou exemplos de boa governação”. Este novo olhar sobre o primeiro elo da cadeia do poder revela uma significativa alteração do perfil e da ação destes novos personagens.
E não é que hoje, de freguesia em freguesia, encontramos ideias criativas, projetos inovadores e soluções inspiradoras!
Desde as tradicionais incumbências da limpeza, conservação e pequenas reparações em espaços e equipamentos públicos, passando pelas habituais festividades populares, até às questões da segurança, da formação, do desporto, da saúde ou da promoção da cidadania, hoje assistimos a uma evolução francamente positiva na maioria das freguesias. Neste processo, tem sido fundamental a capacidade dos executivos e das suas equipas em estabelecerem redes colaborativas em torno dos problemas e das expectativas dos fregueses. Como resposta, o crescente envolvimento das comunidades e a disponibilidade dos indivíduos de boa vontade para que este esforço se concretize num benefício do coletivo.  
Sem desprimor para os autarcas mais experientes, a quem muito devemos, apraz-me registar esta nova vaga que, com a sua energia e arrojo, têm aportado às suas freguesias uma nova vida.
Talvez a maior preparação desta geração para os desafios do futuro, combinada com a ação numa escala mais humana e mais próxima, estejam a dar lugar a um lento e progressivo restabelecimento da confiança dos eleitores nos eleitos. Talvez, neste caso, o exemplo venha de baixo!
 
P.S.: Um abraço sentido aos familiares e amigos do João Paulo da Encarnação Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Bordeira (Aljezur), que esta semana prematuramente nos deixou.

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