Créditos Fotográficos: Tomás Monteiro Site de opinião Lugar ao Sul distingue pelo segundo ano consecutivo uma personalidade marcante do ano.
Uma personalidade ímpar que em 2018 cimentou a sua posição como um dos grandes músicos da nova geração da cena cultural nacional. Júlio Resende, pianista e compositor Algarvio, teve um ano de 2018 imparável e recebe agora a distinção de “Personalidade do Ano a Sul 2018” atribuída pelo segundo ano consecutivo pelo site de opinião “Lugar ao Sul”. Participou no Festival da Canção como compositor da música que Emmy Curl interpretou e teve a oportunidade de actuar, com Salvador Sobral, para uma audiência de milhões de pessoas em todo o mundo ao lado de um dos seus ídolos, Caetano Veloso, na final do Festival Eurovisão da canção em Lisboa. O palco tem chamado insistentemente por ele. Seja a solo, seja em dueto com Salvador Sobra, seja através do projecto comum de ambos, a banda Alexander Search, foram muitos os concertos que o apresentaram definitivamente ao país em 2018. Ainda em 2018 Júlio Resende volta a editar um novo álbum, "Cinderella Cyborg". O Jornal Público escreve que este “é um nome em que o pianista pretende reflectir não um choque, mas um encontro entre aquilo que há de mais inocente e poético – na vida e na música –, e o lado mais maquinal e frio associado à tecnologia.” Este seu novo álbum foi nomeado como melhor álbum português de 2018 pela plataforma Altamont e ficou ainda considerado entre os melhores discos pela equipa do Observador (jornal on-line). Os últimos anos tem sido intensos para Júlio Resende. Em 2007 grava o seu primeiro álbum – “Da Alma” - através de prestigiada editora de Jazz, Clean Feed, tornando-se o mais jovem músico português a editar um disco para esta editora, enquanto líder. Segue-se, em 2009, “Assim Falava Jazzatustra”, álbum que viria a ser considerado um dos melhores discos do ano pela crítica especializada. Em 2011 surge “You Taste Like a Song”, um disco em Trio, com a participação de grandes músicos tendi sido classificado com 5***** Estrelas pela Revista TimeOut. Em Outubro de 2013 lança Amália por Júlio Resende. O seu primeiro disco a solo, onde revisita algumas canções do repertório de Amália Rodrigues, iluminado pela memória e pela Voz da Diva, num dueto (im)possível no tema “Medo”. Este trabalho mereceu a melhor atenção por parte da crítica nacional e internacional. Da prestigiada Clássica francesa onde recebeu CHOC DISC***** à célebre Monocle, o consenso foi claro: este é um disco que marca e “está ao nível do que de melhor se faz pelo vasto Mundo”. Seguem-se “Fado & Further” e “Amália por Júlio Resende”. Pelo caminho ainda cria “Poesia Homónima” com o psiquiatra Júlio Machado Vaz onde apresentam poemas de Eugénio de Andrade e Gonçalo M. Tavares. De relevância assinalável é igualmente o cuidado que tem na escolha das vozes que acompanha ao piano, onde se destacam, a titulo de exemplo, para além de Salvador Sobral, Elisa Rodrigues e Sílvia Perez Cruz, com quem também já gravou. Mas Júlio Resende não se esgota na música. Assina uma coluna de opinião na Revista Visão onde aborda temas tão diversos. O também licenciado em Filosofia é pois alguém que reflete regularmente sobre si e sobre os outros. Quando questionado recentemente pela revista Blitz sobre a forma como a Filosofia o acompanha, afirmou que o “obriga a pensar em conceitos interessantes. E a trabalhá-los bem. E tento trazer essas reflexões para o mundo musical, ainda que a música seja outra coisa, que vem depois da reflexão. A reflexão faz-se para trás, a vida faz-se para a frente, como se costuma dizer em Filosofia. E a música também.” Júlio Resende é um profissional inspirador e os autores do site Lugar ao Sul entenderam distingui-lo, depois de em 2017 ter sido distinguido O Prof. Dr. João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve, que foi o presidente da Comissão Técnica Independente responsável pelo apuramento das causas das tragédias dos incêndios de 2017. Em 2018, Júlio Resende conseguiu impor a sua marca num pais que ainda vive profundamente centralizado. Além disso entendemos que a sua forma de olhar o mundo vai ao encontro do que temos vindo a defender no Lugar ao Sul: necessitamos de mais e melhor opinião. Sobre essa ideia, Júlio Resende, tem uma frase lapidar: “As pessoas que digam coisas! Mas tentem pensá-las antes de dizer, já não seria mau.” A data e local da cerimónia pública de atribuição desta distinção será anunciada em breve.
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Por Ana Gonçalves A Universidade do Algarve entrou em contagem decrescente para comemorar o seu 40º aniversário. Este marco de entrada nos “entas” institucionais está revestido de muito simbolismo e também de muitos desafios que não se resumem exclusivamente aos constrangimentos financeiros vividos atualmente por algumas (demasiadas) Universidades Portuguesas.
Instalada em 1979, a Universidade do Algarve desde cedo se diferenciou das restantes Universidades Portuguesas. O seu espectro territorial e a necessidade de responder aos desafios que a ausência de uma dimensão crítica desde logo potenciaram, conferiram-lhe sempre uma missão integradora, agregadora, projetada para o impacto no desenvolvimento regional e para a atenuação dos efeitos da sua natureza periférica. Foi em 1982 que a Universidade do Algarve viu nomeado o seu primeiro Reitor, o Professor Doutor Manuel Gomes Guerreiro. Munido de uma visão assente na indispensável afirmação da Região, afirmou, desde logo, o carácter irreversível da instituição e a necessidade de uma aposta sólida no “investimento intelectual”. Como o próprio afirmou em entrevista ao primeiro número do Informativo da Universidade do Algarve (1984), “o investimento intelectual, embora com efeitos a médio prazo, é o que melhor e mais rapidamente pode responder aos anseios de desenvolvimento de um povo; não só é o menos oneroso em termos de divisas mas também o mais democrático, fecundo e multiplicador. Na realidade o investimento intelectual é o que permite congregar o maior número de pessoas de uma Região num mesmo projeto de solidariedade institucional.” Assim, desde o primeiro momento que a Universidade do Algarve foi pensada para se apresentar como um elemento indispensável ao desenvolvimento da região, privilegiando a comunidade em detrimento da individualidade, democratizando o acesso ao conhecimento e contribuindo para diminuir os efeitos causados pelas assimetrias territoriais. Certo é que, volvidas quase 4 décadas, alguns dos desafios com que a Universidade do Algarve se deparava mantém-se e a propriedade e a clareza de espírito com que o então primeiro Reitor abordava os desafios da Universidade e da Região são demasiado atuais: a distância simbólica que afasta consecutivamente o Algarve dos centros de decisão; a escassez de financiamento que retira liberdade e autonomia às instituições; a fragilidade do tecido produtivo; e, também, a dificuldade de atrair capital humano competente e qualificado. É inegável que nos seus quase quarenta anos de história, a Universidade do Algarve tem superado bastantes constrangimentos, mostrando ser uma instituição resiliente, determinada e comprometida com a envolvente regional. Esse caminho merece ser enaltecido, valorizado e encarado com orgulho. Mas é também evidente que o maior desafio que enfrenta atualmente é aquele em que se alicerça a crise de valores, de identidade e de solidariedade que tem vindo a caracterizar a ação das Universidades Portuguesas. As pessoas. Os territórios e as instituições são, em primeiro lugar, as pessoas que estão lá dentro. A Universidade do Algarve é, desde o seu primeiro momento, a gente que está lá dentro. E esta é uma dimensão que tantas vezes parece ser relegada para segundo plano, como se olhar para as pessoas tornasse a aritmética demasiado confusa. É este o efeito que o PREVPAP (Programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública) tem gerado nas universidades: uma aritmética confusa. Sendo bastante elucidativo da forma como a precariedade se institucionalizou no seio do Estado e, particularmente, nas Universidades, este programa colocou em destaque a forma instrumental, numérica, com que as Universidades têm lidado com o assunto. É certo que as Universidades precisam de mais financiamento. É certo que as Universidades precisam de mais estudantes. É certo, também, que as Universidades necessitam de tempo para se ajustarem a uma nova realidade. Mas também é certo que o maior valor que as Universidades têm são as pessoas que as constroem. E a este respeito, que futuro(s) estamos a traçar? António Gedeão cantava que o sonho é uma constante da vida. O Lugar ao Sul, agora com dois anos, conseguiu algo que pouco acreditávamos ser possível: ter uma vida longa e robusta. É certo que já teve os seus momentos menos participados mas nunca deixou de ter actividade constante e regular. Em dois anos de vida foram produzidas mais de trezentos artigos de opinião sobre os mais variados temas e das mais variadas formas. Tal como outros famosos e espartanos 300, marcam uma resistência. Ao alheamento, ao marasmo opinativo, crítico, reflectivo em torno do Algarve, mostrando que esta região tem pensamento e voz. Valerá o que vale, mas para nós é muito. Não só pelo empenho e carinho emprestado a esta ideia, mas fundamentalmente porque acreditamos que conseguimos criar um fórum de opinião que tem ganho o seu espaço no espaço público regional, conciliando gente de diferentes áreas, formações e ideologias em torno de um princípio comum: o Algarve e o Sul de uma forma geral como espaço de pensamento e debate. E, de forma imodesta, acreditamos, porque o vemos, tem vindo a conseguir contagiar a região, que hoje, mais do que há 2 anos, se olha, pensa e discute com outro vigor. Poderá não ser ainda o desejável, mas todo o caminho se inicia com o primeiro passo. Isto importa porque a continuidade deste projecto, contra a espuma dos dias, se deve mais aos leitores que assiduamente fazem do Lugar ao Sul um site com um volume de visitas invulgar para uma plataforma deste género – fora dos grande centros urbanos e longe dos grandes centros de poder – do que aos autores que o realizam todos os dias. É pois devido um grande agradecimento a todos vós que, pelas mais variadas razões, nos vão acompanhando, que nos lêem, que nos elogiam e nos partilham, mas também aquelas que opinando criticam. São todos vós a fasquia que nos ajuda a elevar o debate. Obrigado. Outro factor que tem contribuído para o sucesso do Lugar ao Sul é a capacidade que tem tido para chamar a si novos protagonistas. Em 2017 uma segunda vaga de “habitantes” assentou arraial neste “Lugar” e duplicou a nossa densidade de opinar. Agora, já com dois anos e uma curta mas importante história, é tempo de dar as boas vindas a uma terceira vaga de novos elementos.
É também tempo de dizer até já a outros, que deixaram de escrever, pelo menos regularmente. Sem a sua disponibilidade e a sua entrega, este projecto que, recorde-se, nada mais é que um acto de cidadania activa sem qualquer propósito comercial, não seria possível. Por isso, ao Pedro Pimpão, à Dália Paulo, ao João Fernandes e à Joana Cabrita Martins, o nosso muito obrigado por terem acedido fazer esta viagem connosco. E, sempre que a queiram continuar, as portas deste vosso Lugar ao Sul estarão sempre abertas para vos receber. Aos novos elementos, damos as boas vindas e dizemos que contamos com eles para continuar a inquietar mentes, agitar águas e criar ideias e novos pensamentos. Entram em cena a Patrícia de Jesus Palma, a Anabela Afonso, a Luísa Salazar, o Paulo Patrocínio Reis, a Vanessa Nascimento, a Ana Gonçalves, o Dinis Faísca e a Sara Fernandes. Conheçam um pouco mais sobre todos, carregando aqui. O restante muito que há a descobrir, conhecerão através dos seus textos. Esta é a nova vida do Lugar ao Sul. O propósito é o de sempre: um sentido a Sul, contribuindo para o debate e crescimento deste território. |
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