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Campeões Mundiais do oito ou oitenta

6/7/2017

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Por André Botelheiro

A Seleção Nacional é boa, não, é muito boa! A Seleção? Não joga peva de futebol. O governo é bom, bem é mais ou menos. Não, o governo é muito mau! O turismo é a salvação nacional. O turismo? O turismo é a pior coisa que há! O Salvador Sobral é bestial! O Salvador é uma grande besta! O Algarve é lindo. O Algarve não tem ponta que se aproveite! O Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo!!! O Ronaldo é mas é, um grande pesetero! Portugal é o melhor país do mundo!!! Portugal? É uma desgraça pegada!... Quem nunca ouviu algo semelhante ou nunca disse nada parecido, que levante o braço.
 
Se existisse um desporto que utilizasse a velocidade com que se vai de um extremo de opinião a outro, Portugal, seguramente, disputaria os lugares cimeiros. Somos uma espécie de campeões do tudo ou nada, sem lugar cá para os meios-termos, no que diz respeito a opiniões, porque no que toca a ações a história já é outra. Resumindo, em vernáculo somos mais: “cão que ladra não morde”, mas ladra muito.
Mudar de opinião é saudável e revela, muitas vezes, inteligência. Mas saltitar entre opiniões radicalmente opostas ao sabor dos humores ou das intempéries dos fait divers, já não deve tanto à inteligência. Há como que uma facilidade nacional para hiperbolizar e extrapolar. 
Os exemplos são vários e os acima elencados são uma gota de água num mar fértil de sobe e desce, a um ritmo bem mais volátil que os títulos de uma qualquer praça financeira. Apetece pôr o país esticado num cadeirão, onde coubessem uns 11 milhões, em psicanálise coletiva, se é que existe essa técnica.
As redes sociais são palcos à medida para estes atores de oito ou oitenta e as televisões dão-lhes eco. Mas nada destrona as mesas de café, aí tudo se constrói, aí tudo se destrói. São a arena predileta deste espécime. Se as mesas falassem, dir-se-iam profundamente baralhadas por tamanha alternância, com efeitos imediatos, entre o primeiro lugar do pódio e o de lanterna vermelha, e vice-versa, com que os portugueses, em geral, endeusam ou desconsideram. Até a si próprios!
Será que padecemos de impulsivismo? Mero prazer em misturar a maledicência com a “bemdicência”? Incapacidade de ver o copo meio cheio ao invés de meio vazio? Hiperatividade opinativa?
Também não sei as respostas, a minha genética portuguesa, consciente ou inconscientemente, já me fez praticar este desporto nacional onde todos damos “uns toques na bola”.


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