Luísa Salazar volta hoje a escrever para o Lugar ao sul na qualidade de convidada especial. Esta jovem Farense, formada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve tem opinião própria, forte e fundamentada. É pois “material” de Lugar ao Sul. Nota Biográfica de Luisa Salazar d’Eça Com mistura de inglês, cabo-verdiano e louletano a nossa farense de gema vai escrever nos dias sim.Nascida em pleno Verão de 1976, o seu apelido diz-nos que estar à esquerda só quando é para conduzir. Aliás carros e condução é uma das coisas que mais gosta de fazer… Ficou-lhe a genética do pai que foi piloto de rallys. Desde pequena habituada ao mundo imobiliário e à arquitectura no Golden Triangle, não lhe ficou, infelizmente, o dom para nada disso e decidiu estudar Economia na Universidade do Algarve. Gosta de estudar e aprender por isso já voltou à Universidade muitas vezes depois de concluir o curso. Actualmente, e nos últimos 14 anos é Directora Financeira e de Recursos Humanos de Vale do Lobo, onde por mero acaso os seus pais, avó e outros familiares também trabalharam na década de 70. Ainda antes de ter nascido! Adora viajar e conhecer pessoas novas, opta por dizer sempre a verdade porque tem memória muito curta para sustentar in-verdades. É no Algarve que gosta de morar, mas encontrava grandes vantagens que Lisboa fosse apenas a uma hora dia viagem… O seu hobbie é experimentar restaurantes e apenas comenta os que gosta no Tripadvisor. Foi educada num Colégio Católico e talvez por isso entenda muito bem o que é a liberdade. Especialmente onde termina a nossa e começa a dos outros…Por isso não se vai esticar nos textos no Lugar ao Sul! Por Luísa Salazar Cada vez mais o mundo é global de todas as formas. É praticamente impossível nos dias de hoje circulando pelo nosso Algarve conseguirmos estar isolados e não absorvermos os hábitos globais. Desde o café, ao donut, do hambúrguer, à corona, do milkshake, ao gelado, tudo que vem de fora e que adoptamos como se fosse nosso. Agora através das redes sociais cada vez mais os hábitos globais se tornam locais… As nossas tendências, gostos, hábitos, vontades são todos analisados e replicados vezes sem conta por algoritmos matemáticos esses sim novamente a criar novas tendências, gostos, hábitos, vontades, etc… É como se estivéssemos num looping… Passo a explicar! Sabem a que se deve um dos principais sucessos da ZARA? Foi na capacidade de conseguir num curto espaço de tempo replicar um sucesso de uma marca de alta-costura, na mesma temporada a um preço acessível. E como é que isso era feito? Existiam os típicos “olheiros” (não são do futebol) mas os da moda. Entravam nas lojas, andavam nas ruas a ver o que as pessoas queriam usar e conseguiam todas as semanas colocar novidades dos escaparates das suas lojas. Pois actualmente, através de N algoritmos e com a utilização da internet os sites de compras on-line, viagens, companhias aéreas, sites de hotéis, etc., conseguem fazer isto tudo, mas adaptado a si. Interessante, não é?
Nunca reparou que quando acede, por exemplo ao facebook, após ter feito uma pesquisa de qualquer assunto na internet, começam a aparecer sugestões sobre o que viu no seu moral? Nunca reparou que quando faz pesquisas sobre um determinado tema especialmente relacionadas com viagens e turismo que começa a receber no seu e-mail informação sobre esse tema? Interessante ou não, é o que temos! Acabou a globalização física e começou a virtual! Todos os grandes players da internet a analisarem através de algoritmos elaborados o que procuramos, o que gostamos para onde nos deslocamos, onde estamos, tudo sobre nós… (… Admito que a escrever este texto acabei por me sentir assustada… Mas, adiante!) Penso que hoje em dia o interessante continua a ser o global (mas, personalizado, como descrevi acima) é saber o que as massas estão a ver, querem comprar, querem visitar… Penso que ainda não chegámos (mas vamos chegar) ao individuo como um só. Por exemplo: querer saber o que a pessoa X, Y, Z está a ver, onde está e o que vao consumir…Assustador ou Limitador? Por agora limitador… O “Big Data” analisar o que vemos e o que queremos consumir cada vez a seleccionar mais de acordo com os nossos gostos, a efectuar uma selecção automática do que vemos, quando é que vamos poder sair “fora da caixa” sair da nossa zona de conforto se no limite tudo for pré-seleccionado para nós? Welcome to Big Data! Tem muitas vantagens, mas será que nós como consumidores queremos que sejam utilizadas? E se não nos deixamos sucumbir a elas? Será que o nosso Mural/feed de notícias passa a vir em branco?
1 Comment
Susana Neto
17/10/2017 23:17:21
Excelente, Luísa! Duma forma muito simples e com uma linguagem ao alcance de todos, desmistifica um tema tão presente nas nossas vidas. Muitos parabéns e que venham muitos mais!
Reply
Leave a Reply. |
Visite-nos no
Categorias
All
Arquivo
October 2021
Parceiro
|