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"As passinhas do Algarve" & as 12 passas para os 12 desejos, com as 12 badaladas...

14/1/2017

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Por Filomena Pascoal Sintra

O nosso lado mais poético e sonhador, leva-nos à assumpção de rituais e tradições, capazes nesse imaginário, redireccionar os nossos destinos. É o caso das 12 passas, com as doze badaladas, para os 12 desejos, no fim de cada ano.
De um rápido e superficial balanço do ano que passou, e à escala da região, nada do colectivo, extraordinariamente mau, registámos. Felizmente! Pelo contrário, lembramos um forte desempenho do sector turístico e o fim da saga da exploração no petróleo.  Ao pensar naquilo que queremos para um novo ano, ninguém esquece as debilidades da região e as dificuldades sentidas por quem cá vive, muitas vezes com a sensação de que somos uns indígenas engraçados, que servem os turistas.
Assim, e telegraficamente, como se ainda fosse a tempo das doze badaladas, em 2017, mantendo tudo o que de bom acontece, gostaria pelo menos...

1.            Melhor Serviço Nacional de Saúde.  E aqui há tanto por onde concretizar. Não orgulha ninguém, o estado em que o sistema de saúde do Algarve chegara.  Noticias como “centenas de doentes são encaminhados para Lisboa”; “doentes prioritários esperam oito meses; “INEM sem ambulâncias”; “80% dos médicos em formação, não ficam na região”; “Hospital Central, uma prioridade nacional”; “demissões em bloco”; ”saída de dezenas de especialistas da região”... Se resultasse, para cada passa apelaria ao mesmo desejo!

2.            Eleições Autárquicas com elevado sentido democrático, respeito e verdade. Comemorados os 40 anos das primeiras eleições autárquicas, a 12 de Dezembro de 2016, importa continuar a reflexão e reforçar os poderes autárquicos. Sendo que estes, terão também que reforçar a sua credibilidade.

3.            Reforço da Universidade do Algarve, enquanto projecto estruturante para a qualificação da região. Atenção à perigosa equiparação de resultados, e em sequência, os financiamentos, com os tais critérios transversais ao país. É indubitável a importância da Universidade do Algarve, na estrutura social, empresarial e cultural da região. Centenas de docentes rumaram ao sul, milhares de alunos,  perfilaram-se nas instituições e nas empresas, radicando por cá novas famílias, e até criando novas empresas. Há uma nova procura cultural e um rejuvenescimento da população.

4.            Medidas de discriminação positiva, para a região, que por força do alargamento da União Europeia, corre riscos, sérios, do aumento da assimetria regional. Contrariamente ao consenso político sobre a redistribuição dos fundos estruturais, sou da opinião, que deveriam ser alocados em razão à desproporcionalidade concelhia.

5.            A  requalificação da EN 125. Please!
Aplaudindo as boas notícias para o Barlavento, das obras em curso, angustia o processo, que ainda nos espera para o Sotavento.

6.            Redução dos preços das portagens.  Pagamos caríssimo; o tipo de fluxos de mercadorias e pessoas é distinto do resto do país; o contributo da região para a economia e prestigio nacional é determinante; as alternativas não existem; as condições do piso, no sotavento, são vergonhosas e perigosas; a EN 125 não é uma alternativa... Passados estes anos, seria sério, uma análise crítica dos resultados de cobrança, face aos objectivos e afinar o modelo...

7.            Criação urgente, de medidas cautelares, para os efeitos do imposto extraordinário sobre o património, na génese lançado pela menina Mortágua. No Algarve, temo um descalabro com o efeito deste imposto. Muitos loteamentos, parcelas e propriedades, sem alvará válido, sem promotor para os relançar no mercado, a acumular dividas, essencialmente fiscais... como pagarão ainda uma sobretaxa desta natureza?! E que importa a sua penhora, se quem os compra, no filão do bom negócio, muitas vezes estará amarrado a processos urbanísticos infindáveis?!

8.            Reforçar e valorizar MAIS e MAIS, a cultura e o património da região, como garante de um turismo diferenciado e sustentável. Cito, uma recente entrevista da Directora Regional da Cultura “o Algarve precisa desta estratégia sedimentada, em torno da cultura e do património e o esforço de coordenação e complementaridade tem que ser feito por todas as entidades”.

9.            Reduzir a pegada ecológica de cada algarvio, de cada português, de cada cidadão do mundo. Recomendo o documentário Leonardo Di Caprio, “Before the Flood”, para uma maior consciencialização individual e colectiva. Temos tanto por onde intervir: naquilo que comemos; no lixo que produzimos; na reciclagem; na reutilização; na racionalização da água... Um sem fim de pequenas coisas, que serão um grande contributo.

10.          Mais e melhor Ordenamento, nesta nova geração de planos directores municipais e na incorporação da Nova Lei de Bases de Ordenamento. Uma revolução do pensamento na área do ordenamento, que se irá transpor forçosamente em 2017. O modelo parece-me interessante, teoricamente pelo menos.  É necessário que muitos empresários, proprietários, autarcas, técnicos, o interiorizem...

11.          Menos sazonalidade e mais emprego, o que depende da concretização destes e outros desejos, mas sem dúvida, um desígnio de décadas para o Algarve.  Passará pela diversificação da base económica e um regresso às origens, agricultura, pescas e industria, a potenciar, também, o turismo.

12.          Não o menos importante, mas aquele que é aglutinador de todos os desejos: paz! Paz interior, e paz neste mundo louco onde deambulamos.

Acabadas as 12 passas, espero que o preciosismo do momento, fora de tempo, não ponha em crise, a concretização destes pequenos e justos ensejos. Risos! Temos passado as passinhas do Algarve, em muitos momentos desta nossa caminhada. Ficaríamos mais felizes com o degustar dos figos secos, cheios, estrela, ou outros passas do género, num Algarve mais harmonioso, magnético e sempre deslumbrante, em cada casa caiada, platibanda, eira ou chaminé conservada. 


Levo-te emoldurada na retina,
Terra que Portugal sonhou e sonha ainda,
Que imagina depois de conhecer.
Só na retina poderei reter
Um mar que é outro mar,
Um sol que é outro sol,
Gente que é outra gente,
E casas que parecem de repente
Albornozes de pedra.
Magias naturais como a paisagem
Aberta à luz do dia,
Sempre real e sempre uma miragem
Táctil e fugidia...
 
Miguel Torga


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