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ÁREAS DE ACOLHIMENTO EMPRESARIAL. Que estratégia para o Algarve?

13/10/2018

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Por Hugo Barros
As áreas de acolhimento empresarial configuram uma ferramenta fundamental para a capacidade de atração de empresas e projetos industriais, colocando à disposição de empresários e investidores, soluções de localização devidamente enquadradas em termos de Plano Diretor Municipal (PDM), bem como (na maior parte dos casos) em termos de impacto ambiental e demais projetos técnicos (águas, esgotos, etc…). Efetivamente, mais que um ativo diferenciador na capacidade de atração de investimento, consubstanciam uma estratégia municipal (e regional) de gestão dos espaços públicos e de promoção da atividade económica.
Este foi um dos pontos apresentados pelo Dr. António Oliveira das Neves na Universidade do Algarve, responsável pelo estudo dinamizado pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), em colaboração com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e com a Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA). O trabalho realizado objetivou a identificação dos fatores de competitividade das áreas de acolhimento empresarial do Algarve, analisando características como a localização, a gestão de resíduos, as acessibilidades, e a existência de entidades gestoras.

Considero que estas são iniciativas preponderantes no âmbito de uma maior atratividade de investimento e, consequentemente, promotoras de uma maior competitividade regional, na medida em que apenas conhecendo de forma detalhada quais os fatores de competitividade de cada área empresarial, poderemos definir estratégias efetivamente eficientes e diferenciadoras.

No caso do Algarve, este é um fator particularmente relevante, dada a necessidade de complementar o setor do turismo com outras atividades escaláveis e de valor acrescentado, visando mercados internacionais e assente em emprego qualificado. Estas áreas empresariais são preponderantes na dinamização de atividades económicas nos setores da industria transformadora, agroalimentar, ou mesmo da industria do mar.

Neste sentido, gostaria de realçar dois pontos que considero particularmente relevantes do estudo apresentado e das discussões posteriores, nomeadamente a necessidade de existência de equipas de gestão especializadas na dinamização e administração destas áreas de acolhimento, e a necessidade de verticalização ou especialização como forma de diferenciação e criação de massa critica.
No que concerne à existência de equipas de gestão especializada configura, na minha opinião, um fator de profissionalização e excelência, potenciando a atração e retenção de empresas de referência na região. Penso que este é um elemento no qual será possível existir alguma coesão. Numa época de competitividade global, na qual a capacidade de atração dos principais agentes económicas assenta não apenas nos tradicionais fatores de proximidade da procura ou dos fatores de produção, mas sim em fatores imateriais como a qualidade de vida, a mobilidade, ou a abundância de recursos humanos, a existência de uma equipa especializada e orientada para a dinamização e administração das áreas de acolhimento empresarial configura, na minha perspetiva, uma condição absolutamente imperativa e à qual importa dar resposta.
Relativamente à necessidade de verticalização ou especialização, configura outro (relevante) fator de atuação. Em conformidade com a estratégia de especialização inteligente (RIS3 Algarve - https://www.portugal2020.pt/Portal2020/Media/Default/Docs/EstrategiasEInteligente/EREI%20Algarve.pdf), na qual se assume a necessidade de definição e prossecução de setores de especialização alinhados com os recursos e competências da região, penso que é imperativo diferenciar a especialização das diferentes áreas de acolhimento empresarial em conformidade com a estratégia e capacidade de cada município, o que por definição, obrigaria a um trabalho de definição de estratégias concretas por parte de cada concelho. E é neste ponto que penso que as coisas se complicam, dado que implica, de forma clara e frontal, assumir posições de escolha, optando por uns setores em detrimento de outros. E isto não gostamos de fazer, sob pena de assumirmos a escolha menos correta. No entanto, assumamos a alternativa…. Será realista assumir que todos os concelhos, e todas as áreas de acolhimento empresarial assumem as mesmas características, as mesmas valências e as mesmas capacidades? E mesmo que assim fosse, seria essa a melhor forma de atrair investimento? Considero que este é um ponto difícil, mas preponderante (diria até incontornável), na competitividade da economia regional, ou continuaremos a competir por recursos locais, agregando pequenas vitorias individuais, mas não contribuindo para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da região.

Em termos de conclusão, permito-me apenas uma ultima consideração, capitalizando no previamente exposto. 
Como conseguiremos, como região, competir com outras áreas de acolhimento empresarial globais por recursos e empresas, se não formos capazes de assumir uma gestão e administração profissional? Como conseguiremos, como região, competir com outras áreas de acolhimento empresarial globais se não formos capazes de assumir uma diferenciação efetiva?
Penso que se formos capazes, como região, de ultrapassar estas barreiras, assumindo capacidade de gestão e diferenciando cada uma das áreas de acolhimento empresarial, conseguiremos finalmente ultrapassar as fronteiras da concorrência local, e promover de forma agregada, a nível internacional, os recursos e as competências regionais, atraindo investimento e promovendo a competitividade regional. Caso contrário, continuaremos a concorrer pelos mesmos recursos, apontando para todos os setores indiscriminadamente, e observando em admiração a estagnação do sistema económico regional.

Neste sentido, fica a sugestão de um debate mais amplo sobre a oportunidade de uma ação de promoção conjunta das áreas de acolhimento empresarial do Algarve, com verdadeiro impacto internacional.
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