Por Gonçalo Duarte Gomes
Os finais de ano são propensos a balanços e a promessas de realização, ficando, quase sempre, os primeiros sem consequência e as segundas maioritariamente por cumprir. 2017 foi um annus horribilis para Portugal, pelo menos para quem não esqueceu os mortos e a devastação dos incêndios e o falhanço que tal representa para todos nós, enquanto País, Estado e Paisagem. A catarse em torno desta questão e dos seus múltiplos significados é o grande, talvez único – porque tudo entronca aqui – desafio que temos que abordar seriamente na construção do nosso futuro. Nem mesmo com um algarvio a ser chamado para coordenar uma pequena mas importante parte de tal processo foi possível à região evitar mais um ano de adiamento, sem prejuízo das valiosas e meritórias conquistas locais, de Barlavento a Sotavento, da Serra ao Mar. Adiamento da plena realização do Algarve enquanto região dinâmica e diversificada, sempre colocada na mesa dos pequeninos do pensamento e do investimento estratégico nacional – relativamente aos quais, em boa verdade, não consegue sequer entender ou posicionar-se internamente, quanto mais fazer-se ouvir! Seria portanto hipócrita fingir aqui que, face à magnitude do que temos pela frente, enquanto região mas, acima de tudo como País coeso e solidário e a tudo o que tal implica, não tenho sérias e, permitam-me, justificadas dúvidas relativamente à possibilidade do próximo ano ser de milagrosa redenção. Tenho-as. Mas tenho também, e principalmente, esperança. Porque temos capacidade. Falta-nos talvez a vontade, o foco, a concentração. Esperemos então encontrar tal ânimo nestes 12 meses que se avizinham. Venha de lá esse 2018.
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Por Bruno Inácio Quem no final de 2017 fazia previsões e desejos para 2018 não imaginaria o quão bom seria o ano 2018 para o Algarve. Estou certo que muito poucos iriam arriscar prever as resoluções de tantos problemas adiados e a congregação de um conjunto de vontades que permitiu levar por diante as reformas que durante décadas a região aguardava.
Não será justo realçar ninguém pois foram tantos os que contribuíram para este ano fosse único que referir alguns nomes seria reduzir tantas e tão importantes conquistas. Pela primeira vez vimos um alargado conjunto de agentes regionais a contribuir activamente e em linha para objectivos comuns. Talvez tenha sido esse o segredo do sucesso deste ano repleto de coisas boas para o Algarve. Mas vamos por partes e permitam-me que faça aqui uma breve referência aqueles que foram ao meu ver os acontecimentos que marcaram 2018. O Lugar ao Sul dá hoje voz a um jovem muito especial. Ricardo Santos de seu nome, é Farense de gema, joga na equipa sub-25 deste País e licenciou-se na Universidade do Algarve há menos de tempo do que o Porto ganhou o seu último campeonato nacional de futebol na categoria de seniores. Infelizmente o Ricardo viu-se na contingência de procurar o seu futuro fora da nossa região pois apesar do seu talento natural e do seu forte apego à terra que o viu crescer, não encontrou por cá resposta aos seus anseios profissionais (e pessoais). Assim, nesta que é uma fase de balanço, penso ser útil trazer o seu testemunho a este nosso espaço. PS.: Falta apenas dizer que, como pessoa de bom gosto, o Ricardo é um feroz adepto do Sporting Clube de Portugal e, enquanto por cá andou, um habitué do Estádio do Sporting Clube Farense. É pois material de "Lugar ao Sul". Breve Nota Biográfica de Ricardo Moreira Santos: licenciado em Gestão de Empresas pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, atualmente Gestor de Conta na EB Consultores especialista em Consultoria de Gestão situada no Norte do país. Por Ricardo Santos
Escrevo este artigo com o intuito de distinguir e comparar a Economia do Algarve com a Economia do Norte do País. Nasci e cresci em Faro, licenciei-me na Universidade do Algarve, mas vi- me “obrigado” a abraçar outros desafios profissionais a Norte de Portugal. Por Gonçalo Duarte Gomes
Houve um tempo em que o acesso à internet não se pagava. Era-nos oferecido em superfícies comerciais, nas Semanas Académicas, espalhado por cima de mesas e balcões de cafés, em todo o lado. Bastava estender a mão, agarrar um CD de uma qualquer prestadora de serviços de acesso online, ir para casa, instalar, e fazer aquilo que, na altura, se podia chamar de “navegar” na internet, através dos nossos então barulhentos modems. Em boa verdade, flutuava-se, ao sabor de uma maré suave ou, em dias bons, empurrados por uma brisa ligeira. E se alguém levantasse o auscultador de um outro telefone na casa, lá se acabava a festa. Mas depois quisemos mais… Por Bruno Inácio Estaríamos no inicio do verão. Não seriamos mais de 10 pessoas naquele encontro. O motivo prendia-se com a realização das eleições legislativas que iam ter lugar no dia 04 de outubro desse ano, 2015. Tratava-se de uma primeira reunião de preparação da campanha da candidatura da coligação “Portugal a Frente” no Algarve. Após várias trocas de ideias, várias sugestões, várias possibilidades, recordo que dei por mim a pensar: afinal qual é ou onde está o espaço público mediático do Algarve? Não temos uma televisão regional. Não temos um jornal diário impresso. Os espaços de encontro são dispersos e difusos. Se assim é, alguém que queria dizer alguma coisa, onde é que o diz? Como é que o diz?
Não era a primeira vez que refletia sobre esta questão, mas confesso que a partir desse momento esta ideia ficou consolidada e presente na minha mente: o Algarve não tem espaço público mediático. Perdão, terá certamente algum espaço público mediático, mas é muito difícil, no Sul do País, alguém poder passar a sua mensagem. Isso não acontece no Norte que tem uma televisão dedicada a esta região e diversos jornais e revistas diários, semanais e mensais. No centro existem (pelo menos) dos jornais diários, o Diário das Beiras e o Diário de Coimbra. E nem vou falar de Lisboa e arredores. Esta questão parece-me particularmente importante porque o Sul de Portugal, nomeadamente o Algarve, precisam de criar mecanismos que possam alavancar o seu espaço público. Dai o título de texto que hoje escrevo: o Algarve necessita, ao meu ver, de um jornal diário, impresso, dedicado ao Sul do País. Paulo Pereira volta hoje ao Lugar ao sul com um novo texto sobre a problemática do Investimento. Por @Paulo Pereira
Os dados mais recentes do INE confirmam que o PIB cresceu 2,5% no terceiro trimestre deste ano (abaixo dos 3% do trimestre anterior) mas está a ser sustentado pelo consumo, com o investimento em queda. Uma análise à dinâmica económica dos últimos 10 anos permite concluir como o investimento é muito mais sensível às flutuações da economia do que o consumo. Por esse motivo, parece ser evidente que a melhor forma de “vacinar” a economia contra a crise, será através do incentivo ao investimento. Mas a “dose” parece não ser ainda suficiente, já que os incentivos diretos ao investimento apenas financiaram cerca de 2,5% do investimento total registado entre janeiro e setembro de 2017. O Orçamento de Estado para 2018, a avaliar pela análise dos empresários, parece não trazer perspetivas melhores. Nesta altura do ano é importante relembrar que centenas de idosos são abandonados em casa, lares ou hospitais… Tendo em conta que Portugal apresenta um dos maiores índices de envelhecimento da Europa e é um dos países onde mais idosos são abandonados, para onde caminhamos? |
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