No passado dia 27 de Outubro de 2017 e na sequência das recentes eleições autárquicas, Jorge Botelho foi reconduzido como Presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL). Numa nota publicada pelo Sul informação no mesmo dia dá-se conta de que o também Presidente da Câmara de Tavira reconhece que o novo mandato será marcado por “muito trabalho”. É um excelente princípio mas não chega. De facto, para além de trabalho, exige-se que os recém-empossados autarcas algarvios defendam de forma inteligente e coordenada os interesses da região. Estou convicto de que os que cá vivem (e votam) não vão perdoar outra qualquer abordagem a este tema que é fundamental e profundamente estruturante.
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Por Joana Cabrita Martins
Começaram a soprar vindos de Barcelona os mais altos ecos sobre a escasses de habitação para aluguer e compra para os residentes, chegaram a Lisboa e desceram a sul ainda não com a força e assertividade com que os primeiros reivindicam. Mas facto é, que a situação é geral ou global, cíclica até, por este mundo fora nas afamadas e desejadas zonas turisticamente em voga: A subida abrupta dos preços das habitações tanto para arrendamento como para venda, não compatível com o poder económico da esmagadora maioria da população local, visando a aquisição das mesmas por parte de estrangeiros possuidores de capital para esse investimento; A transformação de uma percentagem substancial de antigas habitações de 1ª residência ou de arrendamento de longa duração em alojamentos locais de curta duração; Até ao extremo de se recorrer às ordens de despejo de inquílinos de forma a possibilitar as anteriores situações descritas, têm sido noticiadas e reinvidicadas um pouco por toda a Europa e Portugal, até ao sul. As outrora cidades moribundas, decrépitas, com os seus centros urbanos cinzentos e podres, vêem deste modo o seu património edificado revitalizado, é um facto. As ruínas ou pseudo ruínas, foram hoje intervencionadas como se tivessem saído de uma operação plástica, têm novamente cor, forma, têm chão, paredes, tectos, têm portas, janelas, telhas e varandins, têm presença, é inquestionável. As cidades, o seu espaço urbano e o seu património edificado ganhou vida, está mais limpo, bonito, cuidado. E os seus habitantes? O problema tem sido amplamente discutido nos mais variados palcos, por "experts" de turismo, habitação, desenvolvimento, sustentabilidade, direitos humanos, pelos governantes mundiais, europeus, nacionais e locais. Mas se na identificação da situação existe consenço, o mesmo já não se pode dizer quanto à identificação de solução ou soluções. Regulamentação de plataformas gestoras de alojamentos locais, limitação de licenciamentos dos mesmos. Imposição de quotas máximas de incentivos ao investimento e aquisição de imóveis por estrangeiros. Criação de incentivos para arrendamento e aquisição de imóveis por parte dos locais. As poucas medidas que até ao momento têm sido tomadas, têm-no sido na base dos protestos daqueles que se vêm privados de habitar as suas cidades, por motivos associados à especulação imobiliária estimulada pelo BOOM do turismo e da globalização...ou será da DESUMANIZAÇÃO! É preciso encontrar o equilíbrio entre o residente e o visitante, entre o nacional e o estrangeiro. Saber respeitar ambos nas suas diferentes condições, mas sobretudo proteger os locais. Respeitar e proteger as condições de vida dos locais é mante-los e preservar a nossa identidade, A NOSSA AUTENTICIDADE, que por sua vez é a galinha dos ovos de ouro, do turismo, que atrai os visitantes e os investidores estrangeiros. “ A razão para que as pessoas viajam, e eu não me canso de repetir isto, é porque querem ter uma experiência que não podem ter perto de casa. Eles querem alguma coisa diferente. Se as pessoas vêm cá para ver coisas que já não existem, vão deixar de vir. Receber bem as pessoas não é só aumentar o número de camas disponíveis. É dar alguma coisa diferente, é criar uma marca. ” Doug Lansky, jornalista de viagens e especialista em turismo Até porque se pensarmos numa outra lógica: "As pessoas que se deslocam para visitar familiares ou amigos têm um maior impacto na economia do país anfitrião do que aquelas que simplesmente ficam nos hotéis e acabam por poupar muito porque já gastaram no hotel. Se ficarmos com um amigo poupamos no alojamento e temos mais dinheiro disponível para ir às compras, por exemplo, ou para fazer uma viagem à volta da cidade principal e também acabamos por ir a restaurantes mais pequenos, familiares, que esses amigos conhecem" Doug Lansky Neste sentido é com satisfação que ouço a Câmara Municipal de Olhão pela voz do seu reeleito presidente, António Pina, dizer que vai investir 1 milhão de euros a adquirir para recuperar, casas devolutas em dois dos mais emblemáticos e originários bairros da cidade, Barreta e Levante, posteriormente colocando-as à disposição para compra ou aluguer por casais jovens que residam no municípios há mais de 10 anos. Que se replique. Que não se fique só por estas, que não se fique só por Olhão, que não se fique só pelos casais jovens, que não se fique... “Só há liberdade a sério quando houver A paz, o pão habitação saúde, educação Só há liberdade a sério quando houver Liberdade de mudar e decidir quando pertencer ao povo o que o povo produzir quando pertencer ao povo o que o povo produzir” Liberdade, Sérgio Godinho Por Sara Luz
Somos região de exceção em matéria de saúde e quem o diz é o Tribunal de Contas (TC) no relatório de auditoria ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no triénio 2014-2016. O TC aponta o Algarve como a região do país que “apresenta os mais baixos índices de prestação de cuidados de saúde à população residente”. Uma conclusão pouco surpreendente, que só vem corroborar as dúvidas que nós não tínhamos. Ainda assim, e porque estamos numa era em que só os números parecem contar, decidi partilhar o resultado de uma “procura rápida” no documento usando a palavra-chave “Algarve”: - A determinação da prioridade dos pedidos de consulta que deveria ocorrer num prazo de 5 dias apresentou uma demora média entre “10 dias na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e 53 dias na ARS do Algarve (…) que constitui um risco para a saúde dos doentes.” - “Na primeira consulta de especialidade hospitalar, (…) 76 dias verificados na Região de Saúde do Centro e os 130 e 136 dias registados nas regiões de saúde do Algarve e do Norte, respetivamente.” - “Os tempos médios de espera para cirurgia programada (…) 87 dias da Região de Saúde do Norte e os 162 dias da Região de Saúde do Algarve.” - “Os baixos índices de prestação de cuidados de saúde à população da Região de Saúde do Algarve e os elevados tempos de espera no SNS favorecem o recurso dos utentes a formas alternativas de acesso a cuidados de saúde, tais como subscrição de seguros de saúde e utilização dos subsistemas de saúde.” - O Algarve é a região “que apresenta a maior dependência dos hospitais do setor social ou privado, e é a única em que essa dependência se agravou no triénio: em 2016, realizaram 30,51% das cirurgias programadas da região (4.221 cirurgias).” Tentada a ir um pouco mais além da “pesquisa rápida”, tive ainda oportunidade de constatar que uma das recomendações do TC à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) consiste em “verificações regulares por uma entidade externa à ACSS para averiguar a qualidade dos indicadores de acesso publicitados respeitantes à primeira consulta hospitalar e à cirurgia programada”. Ora, ao que parece “a qualidade da informação disponibilizada publicamente, pela ACSS, IP, sobre as listas de espera não é fiável, devido a falhas recorrentes na integração da informação das unidades hospitalares nos sistemas centralizados de gestão do acesso a consultas hospitalares e cirurgias, bem como devido às iniciativas centralizadas acima referidas” (refere-se à eliminação administrativa de pedidos com elevada antiguidade, falseando os indicadores de desempenho reportados). Face ao exposto, terminaria com três considerações. Primeiro, muito embora a realidade dos factos sobre o acesso a cuidados de saúde no SNS na região algarvia já não choque, é impossível ficar indiferente aos mesmos quando se sabe bem no que se traduzem estas esperas… Uma saúde de primeira para uns e de segunda para outros. No limite, uma linha ténue entre a vida e a morte. Segundo, os dados apurados pelo TC contradizerem os que a ACSS tem apresentado sobre o acesso a consultas e cirurgias entre 2014 e 2016, deita por terra qualquer sentido de transparência por parte deste organismo público, o que nos obriga a considerar se estamos “só” perante falta de competência ou também de seriedade. Por último, acrescentar que este não é o SNS em que acredito, este não é o SNS em que me revejo! Por João Fernandes
Com um nome tão distinto e particular, estou certo que a dada altura já todos ouvimos falar no PREVPAP… na TV, no jornal, num blog, no excerto de algum perito (felizmente temos muitos em muitas áreas, e alguns que são peritos em muitas áreas) ou mesmo em alguma conversa paralela ou conversa de café.
Com uma designação tão singular, e com uma discussão tão significativa, com grande probabilidade muitos terão pensado em algum momento, “MAS QUE RAIO É O PREVPAP?” Como acontece com a maioria destas medidas de regularização, lançadas com destreza política de Messias salvador, mas ancoradas nas malhas dos sistemas partidários, o processo continua a ser uma incógnita e um motivo de aflição para aqueles que na realidade se encontram em situação precária, e que se viram obrigados a formalizar um requerimento sobre algo de que, na realidade, não possuem informação suficiente. Por Gonçalo Duarte Gomes
A propósito de fogos, e da forma como em Portugal se debatem causas, efeitos e responsabilidades, recordei-me de um cão, que há na rua onde moro. Estuporado, ladra feroz e incessantemente de cada vez que passo defronte do portão junto ao qual preguiçosamente dormita todo o dia. Não interessa se me rio ou faço cara feia para ele. É uma besta do Inferno, pronta a arrancar-me um membro ou até a cabeça. Em boa verdade, a única coisa que identifico como capaz de arrancar aquele cão à letargia é a perspectiva de ladrar. Mas não me chateia. Até respeito aquele cão. Porque tal como ladra à minha passagem, ladra à passagem de qualquer outra pessoa. É a sua visão, o seu princípio, a sua afirmação. Perto daquele portão não passa ninguém. Não me chateia e respeito-o porque é coerente e defende aquilo em que acredita, contra tudo e contra todos. Mas nem todos os cães são assim. Há cães cujo ladrar depende. Nunca sabemos realmente o que pensam ou aquilo em que verdadeiramente acreditam, porque não acreditam propriamente em nada, ou antes pensam o que lhes dizem para pensar. Depende do dia, da pessoa, do que trazem vestido, por que lado se apresentam. Apenas reagem a estímulos. Esses cães chateiam-me. Perturbam-me. Desprezo-os, na sua esterilidade de ideias. Eu, que até adoro cães. Mas esses não. Aliás, nem os considero cães. Olho para eles e vejo catos. Não cactos, porque cactos escreve-se com c, ao contrário de catos. Catos, cães gatos, ca-tos. A sua fidelidade e lealdade a princípios é obedientemente volátil, contorce-se felinamente, lateralmente. Porque não têm consciência, memória ou escrúpulos. Apenas têm interesses. Desprezo catos. Curiosamente, os catos, originários de zonas pantanosas, dão-se lindamente sobre terra queimada. Seja queimada de esquerda ou queimada de direita. Sim, porque em desertos de cinza, sobre os cadáveres de gente e paisagem, os olhos dos catos conseguem mesmo distinguir tonalidades, que agrupam por lateralidade. É uma espécie de paleta. Morto ou queimado à esquerda, morto ou queimado à direita. Consoante o azimute, assim se animam, fazendo lembrar o cão que me hostiliza porque do seu portão me acerco mas respeito, ou assim se calam, lembrando os catos de que afinal não passam e que desprezo. E vice-versa. Porque apesar de se morderem mutuamente, são todos iguais. Desde que no lado certo, não há mortos ou desolação que os inquiete. Sim, os catos dão-se lindamente sobre terra queimada. E à sua passagem, e na sua presença, nada floresce, nada renasce, nada se ergue das cinzas. Tudo permanece queimado. Porque para eles, há sempre um queimado certo. Era bom que os cães, como aquele que me hostiliza, afugentassem os catos dos nossos portões. Luísa Salazar volta hoje a escrever para o Lugar ao sul na qualidade de convidada especial. Esta jovem Farense, formada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve tem opinião própria, forte e fundamentada. É pois “material” de Lugar ao Sul. Nota Biográfica de Luisa Salazar d’Eça Com mistura de inglês, cabo-verdiano e louletano a nossa farense de gema vai escrever nos dias sim.Nascida em pleno Verão de 1976, o seu apelido diz-nos que estar à esquerda só quando é para conduzir. Aliás carros e condução é uma das coisas que mais gosta de fazer… Ficou-lhe a genética do pai que foi piloto de rallys. Desde pequena habituada ao mundo imobiliário e à arquitectura no Golden Triangle, não lhe ficou, infelizmente, o dom para nada disso e decidiu estudar Economia na Universidade do Algarve. Gosta de estudar e aprender por isso já voltou à Universidade muitas vezes depois de concluir o curso. Actualmente, e nos últimos 14 anos é Directora Financeira e de Recursos Humanos de Vale do Lobo, onde por mero acaso os seus pais, avó e outros familiares também trabalharam na década de 70. Ainda antes de ter nascido! Adora viajar e conhecer pessoas novas, opta por dizer sempre a verdade porque tem memória muito curta para sustentar in-verdades. É no Algarve que gosta de morar, mas encontrava grandes vantagens que Lisboa fosse apenas a uma hora dia viagem… O seu hobbie é experimentar restaurantes e apenas comenta os que gosta no Tripadvisor. Foi educada num Colégio Católico e talvez por isso entenda muito bem o que é a liberdade. Especialmente onde termina a nossa e começa a dos outros…Por isso não se vai esticar nos textos no Lugar ao Sul! Por Luísa Salazar
Cada vez mais o mundo é global de todas as formas. É praticamente impossível nos dias de hoje circulando pelo nosso Algarve conseguirmos estar isolados e não absorvermos os hábitos globais. Desde o café, ao donut, do hambúrguer, à corona, do milkshake, ao gelado, tudo que vem de fora e que adoptamos como se fosse nosso. Agora através das redes sociais cada vez mais os hábitos globais se tornam locais… As nossas tendências, gostos, hábitos, vontades são todos analisados e replicados vezes sem conta por algoritmos matemáticos esses sim novamente a criar novas tendências, gostos, hábitos, vontades, etc… É como se estivéssemos num looping… Passo a explicar! Por Sara Luz
Por João Fernandes
Por Gonçalo Duarte Gomes
Ontem foi feriado. Diz que é por causa da implantação da república cá no feudo, à laia de balázio e muita rebaldaria que, entre outras coisas, assassinou um dos chefes de Estado interessantes que tivemos, o D. Carlos. Mas, se houve feudo para implantar o que quer que fosse, foi porque uns aninhos antes, coisa pouca, também a 5 de Outubro, mas de 1143, o D. Afonso Henriques meteu, com ajuda clerical, o primo na ordem, e na Conferência de Zamora foi reconhecido o cantinho Portucalense já não como Condado, mas como Reino. Mas pronto, o facto é que o Reino se tornou República. Dentro de Portugal, o Algarve sempre foi uma peça algo excêntrica. Talvez por isso, e contra a maré, ainda hoje sofra grande comoção com questões relacionadas com a Monarch(ia)... Por André Botelheiro
E já lá vão doze No último domingo, dia 1 de outubro, realizaram-se as décimas segundas eleições autárquicas em Portugal, após 43 anos de democracia. No ano passado festejou-se o 40º aniversário das primeiras eleições autárquicas livres (1976). Nunca é demais relembrar, porque se 41 anos sugere uma idade adulta e plena de energia, 41 anos de idade democrática não nos garante, por si só, uma democracia sólida e saudável. Há que estimá-la e “cuidar-lhe da saúde”, para não vermos por aí mais fenómenos como a reinserção eleitoral de Isaltino Morais ou a aclamação do estilo popularucho de André Ventura. E o vencedor foi... a Abstenção Se é de registar a ténue descida da abstenção a nível nacional, menos 2 pontos percentuais relativamente às eleições de 2013, a nível regional, leia-se Algarve, foi o inverso, ou seja, para pior. Com uma ténue subida da abstenção, mais 0,13 pontos percentuais, alcançou-se o resultado mais elevado da história eleitoral autárquica deste lugar ao sul. 52,56% dos eleitores algarvios não foram votar, ou seja, dos 380.811 inscritos só 180.662 foram às urnas. Este recorde do Algarve não se fica por aqui: entra, novamente, no Top 3 nacional da abstenção, só ultrapassado pelo distrito de Setúbal (54,45%) e perseguido de perto pelo distrito de Lisboa (51,33%); e, assim, faz parte do restrito grupo de distritos em que mais de metade dos eleitores preferiu abster-se. Esmiuçando os concelhos algarvios verificamos que, em quase metade destes, os abstencionistas ultrapassaram os votantes: Albufeira (60,71%), Portimão (58,84%), Olhão (56,05%), Loulé (55,41%), Lagos (55,08%), Faro (52,08%) e Lagoa (50,67%). Em equipa que ganha, não se mexe Parece que esta máxima futebolística serviu de inspiração na hora de votar nos burgos mais a sul de Portugal. Todos os presidentes das câmaras municipais do Algarve foram reeleitos, mesmo em Vila Real de Santo António, apesar de concorrerem candidatos estreantes, foi o partido que já estava no poder a ganhar.. Diz-se, muitas vezes, que não é a oposição que ganha as eleições, é quem está no poder que as perde. As escolhas podem ter recaído na estabilidade, nos méritos governativos ou no receio da mudança, mas a verdade é que, por cá, foi o poder que ganhou. Vêm aí 4 anos sem desculpas Dos 16 executivos municipais do Algarve só um vai governar sem maioria (Castro Marim). Este facto invulgar, vem colocar à prova os 15 presidentes reeleitos que apelaram por maiorias governativas, advogando ser imprescindível, para cumprirem as suas promessas eleitorais, poderem usufruir de oposições minoritárias. Assim, ficamos a saber que, nos próximos 4 anos, deixa de valer a justificação de que as oposições foram as forças de bloqueio, que impediram a tomada de decisões, e a sua execução, em prol dos munícipes. Para as televisões Portugal é Lisboa, Porto, Oeiras e Telenovelas A noite eleitoral veio demonstrar um preocupante desinteresse dos três principais canais de televisão, em sinal aberto (RTP, SIC e TVI), pelo país real. Às 20h00, quando passou a ser possível divulgar as projeções, com base nas sondagens à boca das urnas, os milhões de telespectadores nacionais foram prendados com um país muito mais pequeno do que aquele que conhecem. Tudo se resumia a Lisboa, Porto e Oeiras. Projeções, diretos, entrevistas, comentários, tudo omitia um país muito mais vasto do que esses três concelhos. Mesmo sabendo do indiscutível peso político das duas principais cidades portuguesas e do caricato caso ocorrido em Oeiras, nada justifica o esquecimento a que foram votadas as restantes regiões. No caso da RTP ainda se torna mais flagrante a omissão dos deveres a que está obrigada enquanto televisão pública. Não se pode entender como não foram mobilizados os meios das delegações regionais para dar conta do que se ia passado nessas mesmas regiões. Num país, como o nosso, em que as televisões ainda dominam o consumo informativo, tratar as eleições autárquicas com base em critérios de audiência, é muito perigoso! Se assim não fosse, como se justifica que a SIC e a TVI pelas 22h00 já estivessem a exibir as suas habituais telenovelas, quando os resultados ainda não estavam apurados? Ver mais artigos aqui O Lugar ao Sul conta hoje com a opinião de mais uma convidada especial. Ana do Nascimento, lacobrigense de gema é uma mente inquieta, curiosa e sempre à procura de conhecimento. Quem a conhece, sabe bem das suas duas paixões na vida. A primeira é o Serviço Nacional de Saúde, não fosse a Ana enfermeira de profissão. A segunda é o Sporting, algo que atesta bem do seu excelente bom gosto e forte personalidade. É pois “material” de Lugar ao Sul! Nota Biográfica de Ana Cristina Soares do Nascimento Ana Cristina Soares do Nascimento, da colheita de 1982, nascida em Lagos mas com naturalidade no belo e ímpar concelho de Vila do Bispo, onde só vive malta rija, até aos 18 anos cresceu e estudou em Portimão mas sem nunca perder a ligação à sua adorada Costa Vicentina. Chegou a Faro na viragem do milénio para se licenciar em Enfermagem na Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve. Enfermeira no Hospital de Faro, onde exerce desde 2004, trabalhou com diversas especialidades médicas e cirúrgicas e hoje está na Unidade de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Vive o Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma causa pela qual acredita valer a pena lutar, e que espera não vir a entrar na caixa das causas perdidas. A sede por novos conhecimentos e a afinidade com a área de gestão levaram-na a regressar aos bancos da universidade, licenciou-se em Gestão de Empresas e é mestre em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve. Entretanto especializou-se em Enfermagem de Reabilitação na Universidade Atlântica e agora regressa aos estudos e à investigação como doutoranda em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa. Sair pelo mundo é-lhe libertador, Ginástica e Surf são os desportos do coração, Com o mar sempre por perto se faz favor, A praia e os livros fazem a perfeita combinação! A família e os amigos ensinaram-lhe a amar, a profissão a ser resiliente, E não podia faltar…sportinguista para aprender a ser paciente! Por Ana do Nascimento
A saúde constitui uma das primeiras preocupações dos portugueses e quem nunca ouviu «o que é preciso é saúde»! O nosso estado de saúde é fundamental para a nossa liberdade e sem a qual a nossa capacidade de viver de forma plena fica comprometida. Em Portugal foi estabelecido como princípio do nosso Estado de Direito que o acesso aos cuidados de saúde não deve ser condicionado pelos recursos financeiros que cada indivíduo detém, e que a saúde não é um produto que se transacciona como mercadoria. Qualquer um destes graciosos pressupostos dava direito a uma discussão. O acesso aos cuidados de saúde continua a ser um tema chave no Serviço Nacional de Saúde, e as desigualdades de acesso continuam na ordem do dia, porque aos cuidados de saúde disponíveis variam de região para região e o Algarve já se sabe que só aparece no mapa em Julho e Agosto. Mas é aqui que nós estamos, o ano inteiro e com a nossa vida por inteiro, no Algarve! 365 dias. 52 semanas.
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