Por Gonçalo Duarte Gomes
Hoje é dia de greve climática! Ainda por cima numa Sexta-feira, o que dá sempre jeito, e garantiu que alguns veteranos da greve aderissem, mesmo sem ter grande noção daquilo ao que vão. No centro deste movimento, qual Mário Nogueira da coisa (embora sem bigode, mas igualmente sem pôr os pés numa escola há muito tempo), uma jovem de 16 anos: Greta Thunberg. A adolescente sueca, que tem sido figura central da reivindicação por uma acção política global para fazer face às alterações climáticas, viu-se ainda mais na berlinda depois do discurso inflamado que proferiu recentemente na Cimeira da Acção Climática, em Nova Iorque. A sua resposta contundente (e algo descompensada) à pergunta sobre qual a mensagem que trazia para os líderes mundiais ali reunidos, polarizou a opinião pública. Entre a canonização instantânea e a diabolização, passando pelo insulto, pela euforia, pelo achincalhamento ou pelo carinho, houve de tudo. Curiosamente, mais em torno do mensageiro do que da mensagem. O que é sempre mau sinal.
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Por Bruno Inácio Créditos fotográficos: Carlos Barroso / Lusa E agora algo invulgar: uma crítica ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo é hoje a principal (e já das poucas) barreira à concretização de um processo de regionalização em Portugal. A sua conhecida posição está a inquinar o debate sobre a matéria nesta campanha eleitoral e, não havendo alteração da sua posição, é provável que enquanto for Presidente esta reforma, fundamental para o desenvolvimento e a coesão territorial do pais, não avance. O Jornal de Noticias publicou muito recentemente um oportuno estudo de opinião de onde é possível retirar um interessante conjunto de ilações das quais destaco as seguintes:
Esta sondagem revela uma alteração no pensamento dos portugueses nos últimos 20 anos desde o referendo que deitou abaixo a possibilidade desta reforma acontecer. O então Professor Marcelo Rebelo de Sousa foi o principal ponta de lança na campanha pelo “não”. A sua influência foi importante para que o “não” tivesse mais votos. Hoje vivemos um tempo em que o actual Primeiro-ministro e candidato a novo mandato é claramente a favor da ideia. Em que o líder do principal partido da oposição evolui-o de uma posição em que estava contra para uma posição em que entende ser uma reforma fundamental para o desenvolvimento do país. Um dos acordos celebrados entre PS e PSD permitiu a concretização de uma comissão para estudar o tema, presidida por João Cravinho e que produziu um relatório equilibrado e muito bem estruturado que indica uma caminho para a concretização da reforma. Mas hoje vivemos um tempo em que Marcelo é um problema. O próprio António Costa o afirma de forma frontal: “Há que fazer uma avaliação sobre a oportunidade política da introdução do tema, sabendo-se que o atual Presidente da República foi o campeão do combate à regionalização“ e sublinha ainda que “A pior coisa que podia acontecer para quem defende a regionalização (…) era precipitarmo-nos numa confrontação com o Presidente da República, com um risco de comprometer por mais 20 anos” o processo. Fica claro que sem Marcelo a favor não existe regionalização. Não querendo tecer os juízos políticos que são óbvios, importa dizer que Marcelo irá, como tudo indica, ser recandidato a novo mandato nas eleições de Janeiro de 2021, no mesmo ano das eleições autárquicas. Importa pois, que o ano e pouco que nos resta até lá, seja possível desenvolver acções que sensibilizem o Presidente Marcelo para esta importante reforma. Se tal não for possível espero que os 55% de Algarvios que são defensores desta medida, saibam dar a devida resposta. Existam para isso alternativas que o permitam fazer! Por Gonçalo Duarte Gomes
No Algarve lamenta-se, recorrentemente, o distanciamento da região relativamente aos centros e eixos da inovação. No entanto, as iniciativas no sentido de tentar essa aproximação são sistematicamente recebidas com desconfiança e até mesmo resistência. Mesmo em áreas nas quais o Algarve é cronicamente deficitário, como é o caso da saúde. E temos um exemplo bem fresco para analisar, já que no início da semana surgiu um programa inovador, no âmbito do qual mulheres algarvias foram convidadas a enviar fotografias dos seus seios via telefone, como parte de um protocolo pioneiro de diagnóstico de cancro da mama. Vai daí, e em linha com o pensamento retrógrado e cinzentão que enjeitou, aqui há uns bons anos, o portento tecnológico das mamografias por satélite, não tardaram a surgir classificações de fraude, acompanhadas da promessa de envolvimento das autoridades competentes. Não se pode pensar um bocadinho fora da caixa, que é logo um despautério! Ora isto no Algarve é estranho, principalmente por se tratar este método daquele que é utilizado para a gestão central do Estado relativamente à região… Por Sara FernandesCarlos Sequeira inicia o prefácio de “Ensino do Empreendedorismo – Teoria & Prática, Reflexão das I Jornadas do Ensino do Empreendedorismo em Portugal”, lançado pelo Instituto Pedro Nunes com a seguinte questão: “Pode alguém ser quem não é?” (inspirado no título de uma música de Sérgio Godinho), que nos obriga a refletir sobre o seguinte: se o empreendedorismo é algo que se possa ensinar? Supondo que sim, será algo que também deva ser ensinado por quem nunca foi empreendedor? Lembro-me que no meu último ano de licenciatura, o nosso director de turma questionou: “Quantos de vocês querem ter o vosso próprio negócio?” Todos levantaram o braço à excepção de dois colegas. Após 10 anos, talvez mais de metade da turma tenha experimentado ter o seu próprio negócio, dependendo das oportunidades que surgiram e do momento da sua vida. Alguns claramente com sucesso, outros com irreparáveis dissabores. Até porque um empreendedor enfrenta diariamente desafios interessantíssimos, tais como: não tem dinheiro para investir, por isso tem de ser criativo; não tem os recursos suficientes para desenvolver os seus produtos e serviços, e por essa razão torna-se multitasking; e se tiver de competir com líderes industriais de produção massificada, então terá de encontrar o seu nicho de mercado e “dar o litro”. Há quem diga que há “dor” em empreender, caso contrário não faria parte da palavra empreendedor. Há quem refira que o empreendedorismo nos coloca para lá dos nossos limites, que nos faz assumir desafios tremendos e dar pegadas de gigante quando ainda estamos a aprender a andar. Na verdade, em cada empreendedor português há um pequeno masoquista. Alguns mais equilibrados, outros em constante burnout. Esta é a realidade nacional. É preciso gostar de sofrer para ser empreendedor em Portugal! Aqui no nosso país, isto é mesmo a sério! Não há cá espaço para aprendizagens, enganos ou recomeços como na América do Norte em que a regra aplicável é de tolerância e admiração; ou como no México onde foram idealizadas as “Fuckup Nights” que já chegaram a 86 países e 318 cidades. Uma iniciativa onde já foram partilhadas quase 1600 histórias de fracassos empresariais, porque segundo eles a vida é para ser vivida sem filtros. Infelizmente, no nosso pequeno Portugal, nem as fotografias são partilhadas sem filtros, quanto mais histórias de verdadeiros falhanços! Há um certo deslumbramento neste status de ser empreendedor e por cá é difícil contornar a penalização social do erro. Este é o verdadeiro obstáculo que encontramos nesta área, que nos impede de chegar a uma cultura honesta, com indivíduos capazes de reconhecer as suas competências e os seus limites. Se alguém desejar ser quem não é, terá de saber que ao final do dia impera a “lei do mais forte”. E nos dias de hoje, os “fortes” são aqueles que se adaptam aos desafios, que sabem trabalhar em equipa e crescem através das suas parcerias e redes de colaboração para escrever o futuro com as suas próprias mãos. |
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