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Bem-vindo

F de Festival, F de Fenómeno, F de Joaquim Guerreiro

31/8/2017

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Por André Botelheiro

F – essa Letra que fazendo parte do nome da capital deste lugar ao sul, hoje volta a entrar no vocabulário dos farenses e dos que irão inundar a Vila Adentro de Faro.

F – de Festival: foi em 2014 que teve a sua primeira edição, e desde logo se revelou um sucesso. Pelo conceito, com a aposta na música portuguesa, cantada em português ou de músicos portugueses. Mas sem se restringir a concertos, estendeu-se a tertúlias, exposições, performances, comida de rua… Mas sobretudo, e não menos importante, por se realizar na zona mais bonita e antiga de Faro, e ao mesmo tempo a mais esquecida e desaproveitada, conhecida por Vila Adentro. O cuidado com a decoração do espaço denunciou logo o estilo e filosofia do evento, dirigido a um público eclético e de todas as idades. Ao assumir-se como “o último grande festival de verão”, procurou primar pela diferença para ganhar espaço no preenchido calendário da efervescente indústria de festivais portugueses. Inaugura hoje a quarta edição, cresce em dias, três em vez de dois, e promete continuar a aumentar o espaço disponível para os visitantes. Independentemente da subjetividade com que o cartaz e programação é acolhido pelo público, a verdade é que o Festival F já entrou no mapa dos grandes festivais de música de Portugal, ganhando Faro e o Algarve.

F – de Fenómeno: cada terra tem as suas idiossincrasias e Faro não é exceção. A sua população vivia com o orgulho ferido de um lugar que se sente especial, pela sua localização, património, história e gentes, mas que tardava em assistir a algo grande, que trouxesse muitas pessoas de fora e a quem pudessem dizer, com o peito cheio, que são deste lugar e que aquele festival também é seu. É evidente a efemeridade deste tipo de eventos, cujos benefícios e real retorno não devem ser sobrevalorizados, como o “ovo de Colombo”, para o crescimento e desenvolvimento sustentável de uma cidade. Mas se o F trouxe, e traz, muitos ganhos a este lugar ao sul, julgo que um dos principais, e daí chamar-lhe fenómeno, foi a sua imediata adoção pelos farenses. Ao invés da crítica infértil de que nada aqui acontecia, imediatamente e de forma numerosa preferiram enaltecer e participar. Não é que nada acontecesse em Faro, o que acontecia é que, em regra, os farenses eram sempre os mais reticentes em participar e aceitar o desafio de experimentar eventos culturais, que ao longo de décadas, têm ocorrido em Faro.

F – de Joaquim Guerreiro: falar de F é falar de Joaquim Guerreiro. Um projeto desta envergadura é obviamente obra e resultado do trabalho de uma grande equipa, porém a génese do F deve-se ao espírito fazedor, “fora da caixa”, criativo e sofisticado de Joaquim Guerreiro. O currículo deste louletano, natural do Barranco do Velho, é perentório quanto às suas capacidades em fazer acontecer diferente e com sucesso. Para tal, é inegável o seu instinto para se rodear de bons conselheiros e parceiros. Ninguém “muda o mundo” sozinho, mas é necessário que alguém dê o primeiro passo. E Joaquim Guerreiro, por mais do que uma vez, deu o primeiro passo, transformando o que antes parecia difícil no que depois parece óbvio. Falar do Festival Med, da Noite Branca, da programação do ALLGARVE, no concelho de Loulé, com destaque para a utilização inédita da Mina de sal-gema ou do Palácio de Fonte da Pipa para exposições de arte contemporânea, da marca LC - Loulé Concelho, e não falar de Joaquim Guerreiro é impossível e injusto. Em Faro, assumiu os destinos do Teatro Municipal a partir de 2014 e, independentemente da discussão ideológica em torno da escolha da programação, a verdade é que o número de espetadores cresceu e são recorrentes os espetáculos esgotados. Mas Joaquim Guerreiro, no seu estilo low profile é um homem inquieto e ambicioso, sendo capaz de colocar a barreira mais alta quando se tem de pensar no futuro, exemplo disso mesmo foi a sua intervenção no projeto de candidatar Faro (e o Algarve) a Cidade Capital Europeia da Cultura de 2027. Podemos não chegar a levar avante este auspicioso desígnio, mas a meta que Joaquim Guerreiro idealizou obriga-nos, enquanto comunidade, a sermos melhores e a trabalharmos por uma causa comum se a quisermos alcançar. Em tom de brincadeira, mas não isenta de realismo, costumo dizer entre amigos que, a maior obra da coligação que gere os destinos de Faro, há quase 8 anos, chama-se Joaquim Guerreiro. 
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Orgulhosamente algarvios: votem em Paderne, votem no Algarve!

30/8/2017

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Por Cristiano Cabrita

O mundo só pode ser
Melhor que até aqui,
- Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!*

*António Aleixo
 
Os algarvios, por natureza, são bairristas e assumem a luta do seu vizinho como a sua. Fazem-no desprovidos de interesse, com uma naturalidade sadia e com um sentimento de apego que traz sorrisos e aquece o coração de quem tem o privilégio de ser algarvio. E o “ ser” algarvio não se aplica somente aqueles que aqui nasceram ou que aqui têm raízes familiares, aplica-se também àqueles que aqui decidiram constituir as suas famílias, abrir os seus negócios, usufruir da sua reforma, enfim, que decidiriam “viver” o Algarve. O cheiro a maresia, as cores do barrocal algarvio, a beleza da nossa costa, a riqueza da nossa fauna e flora, o azul deste mar, o património histórico e etnográfico e os sabores característicos da região são passaportes identitários que elevam a riqueza da nossa região a patamares únicos no mundo. A própria oralidade é um cimento agregador da nossa forma de estar e ser. Conseguir discernir a origem do môce de Lagos, de Portimão, do Alvor, de Loulé ou de Faro, simplesmente pela maneira de falar é de uma complexidade e de uma riqueza sem comparação.
 
A última vez que senti esta maneira de estar e ser algarvio, este sentimento de apego e partilha comum, foi num dos momentos mais difíceis que tive a oportunidade de viver em primeira mão, no dia 1 de Novembro de 2015. As inundações em Albufeira foram uma tragédia para a cidade. Mas, houve um lado positivo. Foi indiscritível a onda de solidariedade que recebemos de todo o país, do estrangeiro, mas, em particular, de todos os municípios do Algarve e de todos os algarvios. O sentimento, a vontade de ajudar, fosse com um ou dois homens, fosse com um camião, com uma simples bomba de água, ou com apenas uma palavra de apoio, o calor que sentimos naquele dia frio e trágico para a História de Albufeira, aqueceu-nos a alma e deu-nos força para continuar a lutar e reerguer a cidade dos escombros. Nessa semana, houve união sincera, da mesma maneira que todos nos solidarizámos com Monchique aquando dos incêndios que fustigaram aquele concelho, da mesmíssima maneira que nos unimos contra os contratos de exploração de petróleo na costa sul.
 
Talvez por nos considerarmos diferentes, herdeiros de um legado milenar, talvez porque nos sintamos distantes do poder central por razões que não cabe agora discorrer, talvez porque, para o resto do país, quando atravessamos a Serra do Caldeirão, deixamos de ser apenas “albufeirenses”, “monchiquenses”, “louletanos”, “farenses” ou “lacobrigenses”, passando a ser também algarvios. Talvez porque este sentimento é apenas isso, um sentimento que as palavras não conseguem exprimir na sua verdadeira dimensão. Na sua incomensurável grandeza.
 
Por tudo isto, hoje faço um apelo diferente para que votem em Paderne, aldeia finalista do concurso “7 Maravilhas – Aldeias de Portugal”. Como é público, Paderne é a única representante algarvia, concorrente na categoria Aldeias Rurais e para ser considerada uma das 7 Maravilhas de Portugal vai precisar de contabilizar mais votos do que a sua concorrente, a aldeia de Sistelo.
 
Teria a mesma postura se tivesse em causa a eleição de Estoi, de Alte, da Bordeira (Aljezur) ou de qualquer outra localidade algarvia porque entendo que o Algarve é um património comum que deve ser defendido até à exaustão. Da mesma maneira que sou um promotor do Festival de Marisco de Olhão; que aplaudo a Noite Branca de Loulé; que enalteço o Festival F em Faro; que valorizo a tradição vitivinícola de Lagoa e a FATACIL; que promovo o legado de Monchique; que difundo a Feira Medieval de Silves e que aconselho a Fortaleza de Sagres, o Castelo de Silves, a Ermida de Nossa Senhora da Guadalupe e a Fortaleza de Lagos, entre outros, a todos os que nos visitam. Da mesma forma que valorizo e divulgo as maravilhas encerradas em Cacela, Monte Gordo, Cabanas de Tavira, Burgau, São Brás, Bensafrim, Santa Barbara de Nexe, Aljezur ou Castro Marim, venho agora apelar ao voto comum de todos algarvios em Paderne.
​
Se Paderne ganhar, ganhará o Algarve, ganhará o património algarvio, ganharemos todos nós.
 
Para votar em Paderne basta ligar para o número 760 10 70 03, até dia 3 de Setembro, data em que se realiza, em Piodão, a gala final, conduzida por Catarina Furtado e José Carlos Malato, no decorrer da qual vão ser anunciadas as 7 aldeias Maravilhas de Portugal. Caso Paderne seja vencedor, tornar-se-á na terceira maravilha do Algarve, neste caso, na categoria de Aldeias Rurais, depois da eleição da Ria Formosa, em 2010 (7 Maravilhas Naturais) e de Odeceixe, (7 Maravilhas Praias).
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Em pleno verão, qual o balanço da resposta em saúde no Algarve?

29/8/2017

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Por Sara Luz

Refletir sobre os recursos de saúde à disposição da população algarvia é sempre motivo de grande apreensão, particularmente em período estival. Com os constrangimentos do verão a somarem-se aos do resto do ano é de esperar que as assimetrias no acesso aos cuidados de saúde e as ineficiências do sistema possam acentuar-se. Assim sendo, impõe-se a seguinte questão: qual o balanço da resposta em saúde no Algarve em pleno verão?


Ao nível da assistência em saúde nas praias pode dizer-se que o balanço foi positivo. A população pôde contar uma vez mais com os 32 Postos de Saúde de Praia em funcionamento ao longo da costa algarvia, ao abrigo do protocolo de colaboração entre a Administração Regional de Saúde do Algarve e a Cruz Vermelha Portuguesa. Os Postos de Saúde permitiram a atuação imediata de Enfermeiros em situações diversas, como são o caso de golpes de calor, queimaduras solares, picadas de peixe-aranha, alforrecas ou insetos, escoriações, traumatismos, monitorização de parâmetros vitais, administração de terapêutica prescrita, ocorrências que necessitem de acompanhamento até encaminhamento para unidades de saúde mais adequadas, entre outros. Estes atendimentos (em média oito mil entre os meses de julho e setembro), têm sido uma mais-valia no alívio dos serviços de urgência, assim como na realização de triagens mais rápidas em casos de gravidade.

A emergência pré-hospitalar também se destacou pela positiva, com o reforço sazonal de sete ambulâncias e dois motociclos a juntar aos 37 meios em permanência existentes. De salientar que, segundo o INEM, esta decisão prendeu-se essencialmente com ajustamentos regionais para melhorar a capacidade de resposta e não propriamente porque o aumento da população aumente proporcionalmente o número de solicitações.

Ao nível dos cuidados de saúde primários, o balanço foi mais duvidoso. A consulta do turista, por exemplo, foi uma vez mais disponibilizada pelos três Agrupamentos de Centros de Saúde durante estes meses de verão com o intuito de dar resposta às necessidades dos cidadãos que nos visitam em situação de doença aguda não emergente ou doença crónica e, com isso, descongestionar também os serviços de urgência. Contudo, a eterna questão da falta de médicos no Algarve gera algumas dúvidas na forma como tem sido feito o alargamento dos horários de funcionamento dos Centros de Saúde. De qualquer modo, o plano de investimento de 3 milhões de euros nos cuidados de saúde primários para o ano de 2017, dos quais 1,5 milhões já foram investidos, pode deitar por terra a indagação, uma vez que nele consta a contratação de mais profissionais de saúde como forma de aumentar a capacidade de resposta do setor.

Na rede hospitalar, ainda que sem os tempos de espera excessivos a que os serviços de urgência nos vêm acostumando, o balanço está longe de ser favorável e passo a explicar porquê. Em junho de 2017, foi publicado um despacho para reforçar a assistência médica no Algarve, intitulado por modelo excecional de mobilidade de pessoal médico (tema tratado anteriormente aqui). Se em 2016 os resultados desta abordagem já tinham ficado muito aquém das expetativas (sete candidatos), em 2017 os candidatos foram apenas quatro. Talvez não fosse necessário repetir a estratégia, pelo menos em moldes semelhantes, para perceber que não funciona. Ainda assim, a persistência foi mais longe e para fazer face às necessidades emergentes acabou por uma vez mais ter de se recorrer desenfreadamente às empresas de subcontratação (com todas as implicações que lhes estão subjacentes!). É pena que as lições do passado contribuam tão pouco para as decisões do presente!

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O EFEITO DA DESIGUALDADE NO CRESCIMENTO – Um debate também para as autárquicas!

28/8/2017

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Por João Fernandes
Quando se pensava que o combate à desigualdade era um denominador comum a qualquer pessoa esclarecida, comunidade informada ou país desenvolvido, eis que ressuscitam os mesmos de sempre a dar corpo ao indefensável.

Na semana passada decorreu o maior encontro europeu de economistas. Este encontro ficou marcado pelo confronto entre Vítor Constâncio (Vice-Presidente do Banco Central Europeu) e Vítor Gaspar (Diretor do Fundo Monetário Internacional) sobre o efeito da desigualdade no crescimento económico. Sim, para Vitor Gaspar não há qualquer evidência de que a desigualdade prejudica o crescimento…

Desenganem-se os que pensam que se trata de uma disputa isotérica, meramente académica, e sem consequências para as vidas dos comuns mortais! Para além dos “enormes” impactos das opções que grandes instituições adotam, em função das convicções dos seus líderes, a jusante, há que contar com as lições que os “bons alunos” nos aplicam no plano europeu, na governação nacional ou mesmo ao nível local. E o resultado final desta linha neoliberal fundamentalista já o conhecemos, não só é eticamente condenável, como prejudica a produtividade da economia!

Para Portugal, este desígnio é ainda mais importante. De acordo com os últimos dados disponíveis do Eurostat (2015), de entre 34 países europeus, Portugal está entre os 10 em que a desigualdade de rendimentos é maior.

Exatamente por termos uma economia desigual, hoje sabemos que as medidas de austeridade aplicadas pelo anterior governo tiveram impactos sociais agravados e efeitos recessivos mais fortes do que o esperado.

Não é certamente promovendo a acumulação de riqueza em apenas alguns e empurrando todos os outros para o sobre-endividamento que se estimula um crescimento sustentável.

Vale a pena enaltecer o mais recente trabalho de Joseph Stglitz (Prémio Nobel da Economia) - The Price of Inequality: How Today's Divided Society Endangers Our Future - 2012. Neste livro Stiglitz retrata a desigualdade de rendimento nos EUA, criticando a crescente disparidade de riqueza e os seus efeitos sobre a economia em geral.

Um dos argumentos base de Stiglitz é o de que a desigualdade se auto perpetua. Chega mesmo a afirmar que a desigualdade é gerada pelos mais ricos, através do controlo da atividade legislativa e regulatória…

“O mercado neoliberal fundamentalista foi sempre uma doutrina política a serviço de certos interesses. Nunca recebeu o apoio da teoria económica. Nem, agora fica claro, recebeu o endosso da experiência histórica. Aprender essa lição pode ser a nesga de sol nas nuvens que hoje pairam sobre a economia global.” —Joseph E. Stiglitz
 
Felizmente, há também no FMI novos ventos… diria que mais arejados. Recentemente, três economistas do departamento de investigação desta instituição (Ostry, Berg e Tsangarides) publicaram um relatório em que mostram que menor desigualdade estimula um crescimento duradouro e sustentado (“Redistribution, Inequality and Growth”). 

Além das gravíssimas implicações éticas e de justiça social, de que modo são estas desigualdades prejudiciais à sociedade? Não será também a desigualdade causa do avanço dos populistas em economias avançadas e em povos ditos desenvolvidos?

É imprescindível que esta temática adquira ainda maior relevância no debate político e, sobretudo, na ação.

E nós? Não necessitamos de ser versados em “economês”. Podemos, por exemplo, exigir que as prioridades da ação dos autarcas do nosso Lugar ao Sul passem por políticas que visem um crescimento socialmente justificável.
 
CRESCER pode efetivamente expressar diferentes propósitos:
Desenvolver-se, tornar-se maior ou avançar para alguém com modos agressivos.
Resta-nos pois optar pelo significado que realmente pretendemos para a palavra!
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Candidatos, atenção que o Soares quase beijou um anão!

25/8/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

A pouco menos de um mês para entrarmos no período oficial de campanha eleitoral para as autárquicas, há que preparar o fim da silly season, que dará lugar à rentrée season, pois o tempo passa a correr.

Este período “pré-campanha” em que nos encontramos – difícil de distinguir da campanha propriamente dita – é já rico em bizarrias. Mas, se muitos dos devaneios que por aí pululam servem, pelo caricato, para nos alegrar os dias, outros há que nos fazem sentir vergonha alheia mas também própria, por pensarmos que aquelas pessoas poderão vir/continuar a ser os decisores de amanhã.

A esse propósito, não é descabido lembrar a história, testemunhada para a posteridade pelo jornalista Henrique Monteiro, da passagem de Mário Soares por Faro com a sua caravana de campanha para as presidenciais de 1986. Naquele seu registo expansivo de caça ao voto, e numa sequência beijoqueira a um friso de crianças, o então candidato abordou um petiz que esperneou veementemente. E o espavento não era para menos: no seu frenesim popularucho, Soares preparava-se para beijar um anão contra vontade do mesmo. Arrepiando caminho, largou a pessoa e partiu em busca de outras bochechas.

​Este episódio serve desde então – ou deveria servir, parece-me – de alerta a qualquer candidato/a, a qualquer eleição, para os efeitos do excesso de voluntarismo em períodos de campanha, pois se até Soares, dos mais batidos de sempre nas lides eleitoralistas, se enganou, que farão outros menos rodados nessas andanças…
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Recordando e reconhecendo o Engenheiro Luís Guerreiro

23/8/2017

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Por Bruno Inácio
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Foto retirada da página de facebook do Salvador Santos
Tinha 10 ou 11 anos, no máximo 12. Terá sido por essa altura que terei tido o contacto mais próximo e regular com o Engenheiro Luís Guerreiro. Ele estava a preparar a abertura da Livraria Odisseia em Faro em conjunto com primos que temos em comum. Aliás, o parentesco sempre foi motivo de conversa. Não éramos primos. Ou então, como tantas vezes se diz, éramos primos afastados. As localidades pequenas (em dimensão territorial) como Querença assim o propiciam. Não é muita a distancia entre a casa da sua família e a casa da minha família. Da Várzea Redonda ao Cardosal são dez minutos a pé. Os mesmos que mais ou menos percorria para apanhar o autocarro quando fui estudar para Loulé.

Nesses meus 10 ou 11 anos, no máximo 12, numa espécie de férias de verão de Faro, fazia o que podia para ajudar na abertura da Odisseia. Lembro-me de arrumar livros consoante determinada organização. Lembro-me de o ter feito errado várias vezes. Lembro-me de distribuir folhetos pelos carros onde era anunciada a inauguração da nova livraria. Ficava com os dedos todos negros de tanto levantar os limpa-para-brisas. Estive no dia da inauguração. Havia muitas pessoas, o espaço era grande. Havia gravatas e gente que parecia ser importante. Para os meus 10 ou 11 anos, no máximo 12, pareciam ser gente importante. Recordo a barba e a pera do Engenheiro Luís Guerreiro que, lá ao fundo, junto a duas grandes imagens, uma julgo que era do Poeta Cândido Guerreiro, discursava. Não me lembro do que disse. Ali andava aos encontrões no meio daquelas pessoas importantes. Lembro-me sim do sorriso rasgado do Engenheiro Luís Guerreiro. Estava a cumprir um sonho. Esse sorriso era nele uma constante. Um traço de expressividade que sempre manteve. Lembro também os seus olhos cerrados proporcionais ao sorriso. Sempre o vi a rir e a sorrir muito. Era um Homem bem-disposto, positivo e de bem com a vida. Por isso, e por tantas razões mais, é tão injusto que essa vida, com quem ele estava de bem, lhe tenha fugido do corpo de forma tão repentina.

Alguns anos mais tarde tornei-me colega do Engenheiro Luís Guerreiro na Câmara Municipal de Loulé. Eu fazia tudo o que era para fazer. Ele era uma pessoa importante da Câmara. Era o “Homem da Cultura” como tantas vezes o ouvi lhe chamar. Colaborei com ele em vários projectos e gradualmente fomos ganhando amizade que ele já “carregava” por mim e eu por ele, desde que eu nascera já que eu era uma espécie de primo afastado. A determinada altura fomos os dois chefes de divisão. Ele era da Cultura e eu da Comunicação, Relações Públicas e Eventos e depois do Desporto. A proximidade das áreas fez-nos fazer muitas coisas em conjunto. Ás quartas-feiras de manhã tínhamos sempre reunião com o Vereador Joaquim Guerreiro e com os restantes dirigentes sob seu pelouro. O parentesco também era tema nestas reuniões já que o Joaquim Guerreiro é também ele um primo de ambos. Foram muitas quartas-feiras de manhã. À volta daquela mesa eu era o mais novo e aprendi muito com aquelas pessoas.  Passámos por tempos em que havia disponibilidade financeira para concretizar projectos, mas também passámos por tempos em que foi preciso um grande rigor e gestão orçamental o que obrigou a tomar decisões difíceis. Não obstante do bom ambiente geral, propiciado por todos, o Engenheiro Luís Guerreiro enchia a sala. Era normal assim ser. Foi, porventura, o melhor relações públicas que a Câmara Municipal de Loulé alguma vez teve. Tinha sempre uma história para contar. E contava sempre as histórias e as estórias com um grande desembaraço e sempre com umas piadas pelo meio. Monopolizava as audiências fossem elas de pequenos grupos ou de grandes salas.

A Fundação Manuel Viegas Guerreiro, um sonho do Engenheiro Luís Guerreiro, teve, no lançamento da sua primeira pedra o então (agora outra vez) Ministro Eduardo Cabrita. Conduzi essa cerimónia e lembro-me que me enganei a determinada altura e cortei a palavra ao Senhor Padre. Pedi desculpa e devolvi a palavra. Relembro que nesse momento, o Engenheiro Luís Guerreiro, me sussurrou ao ouvido: “Nem Jesus foi perfeito”. Ele tinha muitas deixas destas.

Pese embora as diferenças geracionais tenho bastantes boas memórias do Engenheiro Luís Guerreiro. De alguns convívios no Café Calcinha onde de resto, estou certo, ele teria tido papel importante nesta nova fase desse importante espaço cultural e social da cidade.

Foram muitos os projectos que idealizou e colocou em prática e são muitas as pessoas que vão ter saudades suas. Eu serei uma delas e será destes pequenos momentos que aqui relatei e de tantos outros, que recordarei com saudade um Homem Bom que foi bom para os outros e que deixa a sua marca em Loulé, no Algarve e no País. Até sempre Engenheiro.

P.S: Um dos seus últimos projectos foi a apresentação de uma proposta ao Orçamento Participativo de Portugal com vista a criação de uma Hemeroteca Digital do Algarve na Fundação Manuel Viegas Guerreiro. Pode contribuir com o seu voto até ao dia 10 de Setembro através deste link: https://opp.gov.pt/projetos/todos/709-hemeroteca-digital-do-algarve  

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Inovação, empreendedorismo e regionalização

22/8/2017

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Paulo Pereira volta novamente a escrever a Sul apresentando um texto sobre temas fundamentais para o nosso futuro colectivo: inovação, empreendedorismo e regionalização. É, pois, material de Lugar ao Sul.

Nota Biográfica
Paulo Jorge Teixeira Pereira, esperou pela inauguração da ponte sobre o Tejo para ir nascer a Lisboa em novembro de 1966. É licenciado em Gestão Financeira pela ESGHT e Pós-graduado em Finanças Empresariais pela FE-UALG. Depois de várias colaborações na imprensa regional, viria a ser representante do Semanário Económico na Região até à sua passagem a diário. Há cerca de 25 anos que trabalha como consultor de empresas, tendo-se especializado na área dos apoios e incentivos ao investimento, incluindo ainda duas passagens por funções públicas em Vila Real de S. António e Portimão. Fez parte da Comissão Fiscal da Câmara de Comércio e Industria de Portugal e integra os orgãos sociais da BICS - Associação dos Centros de Empresa e Inovação Portugueses. Foi fundador e ainda é dirigente da Algarve Film Commission. Quanto tinha tempo livre ia ao cinema e dedicava-se à fotografia. Sempre que tem oportunidade, viaja em família. E, claro, é adepto do único clube desportivo nacional que tem um nome que se compreende em qualquer parte do mundo: SPORTING !!!!

Por Paulo Pereira
Os indicadores económicos do primeiro semestre de 2017, dificilmente poderiam ser melhores: o PIB está a crescer 2,8%, empurrado pelas receitas do turismo (+17,5% no Algarve) e pelas vendas imobiliárias (+30%). De facto, a economia está a crescer quase 3%, mas convém não esquecer que está ainda a recuperar de vários anos de “crescimento” negativo. Vistas bem as coisas, o PIB de 2016 estava ao nível de 2010 e os hoteleiros estão ainda a recuperar níveis de rendimento perdidos nos últimos 10 anos. Seria interessante aproveitar o momento, para desenvolver uma estratégia regional integrada de dinamização económica com um modelo de gestão que permitisse acompanhar a dinâmica do mercado. Gostaria de ver a região a pensar em formas de consolidar e potenciar o momento positivo que está a viver.​ 

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#AlgarveLostParadise

18/8/2017

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Por Joana Cabrita Martins

​Dei com esta conta de instagram...
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​Num destes tórridos dias de ócio optei por “caminhar” pelo mundo através das “foot selfies” para não desidratar.
Eis se não quando ...dou por mim a “caminhar” por um paraíso perdido, o Algarve!!!

Fabulosa e hilariante viagem ao espaço público Algarvio pelos olhos de uma visitante.


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Extensão da Plataforma Continental – vêm aí os novos Descobrimentos Portugueses?

17/8/2017

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​Por André Botelheiro

Esta semana fica marcada por um momento que se pode revelar histórico para Portugal. No meio de tantas notícias tristes, dos incêndios por cá e do terrorismo em Espanha ou do extremismo racial nos EUA, quase passou despercebida a notícia do início da discussão sobre a proposta de jurisdição do país sobre os fundos marinhos para lá das 200 milhas marítimas. A 14 de agosto de 2017, oito anos depois, nas Nações Unidas em Nova Iorque, começou a discussão técnica sobre a proposta portuguesa de extensão da sua plataforma continental. Quiçá estejamos perante um dos maiores momentos de transformação da história de Portugal, só comparável com as campanhas dos Descobrimentos. Ainda assim, este processo tem recebido uma anormal indiferença por parte da opinião pública e da maioria dos órgãos de comunicação social, perante a dimensão do impacto que daí poderá resultar.  

Este pequeno lugar ao sul da Europa poderá tornar-se num enorme país com soberania por quase meio Atlântico Norte. Portugal espera vir a ter jurisdição sobre um espaço marítimo total que poderá ultrapassar os 3,8 milhões de quilómetros quadrados, ou seja mais de 41 vezes a área do território emerso, uma área com sensivelmente o mesmo tamanho da União Europeia.

Mas o que é então a extensão da plataforma continental? Ao abrigo Convenção das Nações Unidas sobre o Mar (ou Lei do Mar da ONU), os países costeiros têm a oportunidade de alargar, pacificamente, o seu território no mar. No caso português, trata-se de aumentar a jurisdição sobre o solo e o subsolo marinhos a partir das 200 milhas marítimas. Ao contrário da zona económica exclusiva (ZEE), que pode ir até às 200 milhas e cuja jurisdição é tanto sobre a coluna de água como sobre o fundo do mar, o alargamento da plataforma dá jurisdição “unicamente” sobre o solo e subsolo marinhos.

Mas do que estamos a falar exatamente quando nos referimos à plataforma continental? É a crosta da Terra que se estende, desde o território que está fora de água, mar adentro. Em dado momento, a crosta por baixo dos oceanos adquire características geológicas, geofísicas e morfológicas diferentes das da crosta emersa. Determinar onde se verifica essa transição, entre a crosta continental e a crosta oceânica, é o busílis da questão. Um país que queira aumentar de forma pacífica a sua jurisdição para lá das 200 milhas tem, deste modo, de determinar até onde vai, no oceano, a continuidade geológica da crosta emersa do seu território. Para isto, há que juntar um manancial de dados sobre o fundo do mar, e tem sido esse o trabalho técnico-científico desenvolvido, desde 2005, pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).

E qual a importância desta jurisdição? Não se trata de aumentar a nossa área de pesca, já que só tem a ver com os fundos marinhos, e com o que lá se encontra, que poderá um dia vir a ser explorado, desde petróleo e gás natural até recursos minerais (como ferro, manganês, cobalto, níquel, patina e terras-raras…) e recursos biológicos e genéticos (como bactérias para novos produtos de biotecnologia e medicamentos). Depois existe uma questão muito mais vasta que entra na esfera da geopolítica e nossa maior capacidade de influência no mundo.

A extensão da plataforma continental de Portugal é um desígnio superior que nos deve unir e empolgar muito mais que qualquer outro feito do Portugal contemporâneo. A confirmar-se a notícia, este lugar ao sul passará a um grande lugar cuja imensidão transformará este pequeno país periférico numa centralidade impossível de ignorar. O Portugal futuro poderá ser muito diferente do que conhecemos nos últimos cinco séculos.
 
Fontes: Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e Jornal Público



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Do Algarve ao Minho: onde está o wally costa?

16/8/2017

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Por Cristiano Cabrita
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​Antes de iniciar o artigo, permitam-me que deixe duas notas introdutórias. Em primeiro lugar, o Lugar ao Sul é essencialmente utilizado para debater questões relacionadas com o Algarve. É o que tenho feito até aqui. Hoje, abro uma raríssima excepção para abordar aquilo que é uma violação do mais elementar direito que cada português tem, isto é, o direito a ter protecção do Estado para si, para a sua família e para a sua propriedade. Se retirarmos este direito constitucional da equação, caminhamos a passos largos para o fim do Estado de direito.
 
Depois, em segundo lugar, quero enviar uma palavra de solidariedade à população da Madeira que, depois dos incêndios do ano passado, se vê novamente a braços com uma tragédia. Quero também reconhecer – e, seguramente, que é esse o sentimento de milhares de portugueses – o esforço hercúleo de centenas de bombeiros que diariamente têm arriscado a sua vida em prol de todos nós. Sei que ser bombeiro não é fácil, mas também sei que muitos deles se sentem reconhecidos com um simples obrigado. E é isso que devemos fazer sempre que encontramos um bombeiro, um GNR, um PSP, um militar, um elemento da protecção civil, entre outros, que luta para nos proteger a nós e à nossa propriedade. Um singelo obrigado é algo que perdura para sempre.
 
Posto isto, é simplesmente vergonhoso, inconcebível, desesperante, exasperante, impensável, viver num país onde estes homens lutam sem terem meios suficientes para combater as chamas. E atenção as palavras não são minhas. O sentido de revolta atravessa dezenas de autarcas que têm visto as suas florestas, as suas matas, as suas ruas, as suas casas, a arder sem poder fazer nada. Ontem, o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Manuel Moreno, corporizou numa frase o que realmente se passa: "Os incêndios morrem quando os combatemos de início". Enquanto isso, no Fundão viviam-se momentos dramáticos com o Presidente da autarquia, Paulo Fernandes, a apelar ao “reforço dos meios”. Ou seja, se existissem meios suficientes muitas destas tragédias não teriam acontecido. O problema é que não os há.
 
Consequentemente, enquanto as pessoas perdem as suas vidas, enquanto o país arde, o debate resvala quase sempre para uma simples questão: de quem é a culpa? Bom, em termos latos, a génese de um incêndio pode ser imputada a um pirómano, a um qualquer acidente ou a uma simples condição de natureza. Sendo importante encontrar “culpados”, o verdadeiro problema surge depois, isto é, na forma planeada - ou desorganizada - como se combate as chamas. Sim, mas de quem é a culpa? Objectivamente, é de todos os Governos pós 25 de Abril que até aqui tomaram decisões erradas naquilo que é o planeamento florestal e naquilo que também é a (in) definição estratégica de uma força área especializada no combate aos fogos.
 
Mas, vamos partir do princípio que eu sou um cidadão que habita nos concelhos de Coimbra, Cantanhede, Montemor-o-Velho, Ferreira do Zêzere ou Tomar. Já para não falar de Pedrogão. Vamos considerar que perdi tudo o que tinha e faço um exercício introspectivo e questiono-me: “de quem é a culpa?”

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Meu Algarve Encantador...

15/8/2017

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Por Sara Luz

Meu Algarve encantador,
P’ra o poeta e p’ra o pintor
Tens motivos de sobejo...
Até eu, se tivesse arte,
Queria ao mundo mostrar-te
Como te sinto e te vejo.

 

Meu Algarve encantador,
A par da tua alegria,
Tens o encanto, a magia,
Das amendoeiras em flor.
 
Meu qu’rido Algarve em Janeiro,
Ao turista endinheirado,
Escondes o corpo ulcerado
No fatinho domingueiro.
 
Só vêem flores os olhos
Desses ilustes senhores
Mas no algarve, os abrolhos
São muito mais do que as flores.
 
Mas quem, como eu, o conhece,
Sabe que ele infelizmente
Por dentro é muito diferente
Do que por fora parece.

 
António Aleixo

 
Boas férias e boas leituras!

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ERA UMA VEZ...UM PAÍS A CRESCER!

14/8/2017

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Por João Fernandes

Para encontrarmos um período tão positivo para as contas portuguesas teríamos que recuar uma década, até ao último trimestre de 2007. E…pasme-se, o INE vem confirmar que o crescimento do segundo trimestre se alicerçou na procura interna (investimento e consumo)…Ele há diabos assim!
No âmbito de uma iniciativa promovida pela Delegação Regional da Ordem dos Economistas do Algarve, o Ministro da Economia afirmou que Portugal vive um bom momento e que acredita que os resultados do primeiro semestre são um bom prenúncio para o futuro.
 
Segundo o Ministro, pelo terceiro trimestre consecutivo, o Produto Interno Bruto (PIB) cresce mais do que a média da União Europeia! Convicções, aliás, secundadas pela estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que informam que a economia portuguesa voltou a crescer no segundo trimestre 2,8%, em termos homólogos, e 0,2%, em cadeia.
 
Ao nível do investimento externo, o ministro revelou ainda que, para além das inúmeras Intenções de investimento de PMEs, estão já em fase de concretização relevantes projetos de reforço do investimento de grandes empresas estrangeiras com participações em Portugal (VW, Bosch, PSA…), cujo impacto se fará sentir nos próximos trimestres.
 
Numa perspetiva mais abrangente, o Prof. Caldeira Cabral relembra o expressivo aumento das nossas exportações nos últimos 12 anos, que nos permite hoje assegurar que a competitividade do tecido empresarial português ultrapassou com sucesso os primeiros impactos da globalização.
 
Trata-se de um crescimento que também evoluiu de forma mais equilibrada, diversificando a sua base, com o contributo de vários setores como o agroalimentar, o automóvel ou o do metal, embora sempre com o Turismo à cabeça dos desempenhos mais favoráveis.
 
Verifica-se igualmente uma clara melhoria no mercado de trabalho e no desemprego, em quase todos os índices. Comparando o período de abril a junho de 2017 com o mesmo trimestre em 2016 (evitando assim enviesamentos devidos à sazonalidade), podemos constatar que a população empregada cresceu 3,4% (+158 mil novos posto de tralho), o que permitiu diminuir a taxa de desemprego em 2 % (de 10,8% para 8,8%).
 
Não menos importante é destacar que o desemprego de longa duração reduziu de 6,9% para 5,2%.
 
Já no que se refere ao desemprego juvenil, não obstante a considerável descida de 26,9% para 22,7%, continuamos a registar valores a que é necessário dar prioridade.
 
Do lado do emprego, para além do mencionado aumento, há a salutar o facto de cerca de 90% destes novos empregos estarem suportados em contratos sem termo!
 
É bom relembrar que no Orçamento de Estado 2017 o Governo previa um crescimento do PIB para este ano de 1,8%, sendo que a maioria das organizações internacionais apontavam para desempenhos bem mais modestos, mostrando-se mesmo muito relutantes em aceitar as propostas do atual executivo português. No mesmo sentido, os dados do desemprego foram, felizmente, muito mais baixos do que os Intenção de investimento “ameaçados” pelo Fundo Monetário Internacional, Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico, União Europeia…que apontavam para valores superiores a 10%!
 
Estes resultados demonstram que a estratégia e as políticas públicas do nosso governo são adequadas, ao contrário do que a grande maioria das organizações internacionais jurava a pés juntos!
Valeu a pena restabelecer rendimentos aos portugueses, acelerar fundos comunitários para financiar o investimento, agilizar a capitalização das empresas, baixar o IVA da restauração, sanar os imbróglios da banca…
 
Uma nota final para destacar o desígnio apresentado pelo Prof. Francisco Serra, Presidente da CCDR Algarve, e que a todos deverá mobilizar. Em 2020, a nossa região deverá cumprir a meta contratualizada com a União Europeia, por forma a contribuir para o PIB nacional na ordem dos 4,9%, sendo que estamos no bom caminho (em 2016 – estima o Pres. CCDR, deveremos ter atingido os 4,6%).
Um bem-haja à Delegação do Algarve da Ordem dos Economistas, cujo presidente é o nosso ilustre companheiro de pena deste Lugar ao Sul, Pedro Pimpão, pela iniciativa de discutir a economia nacional na região que maior contributo dá para o motor dessa mesma economia – O Turismo.
 
 


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O Algarve para além da praia

12/8/2017

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Por Hugo Barros

​Chegou o agosto!
Chegaram as bolas de Berlim, a fruta fresca e a bolacha americana nas praias. Chegaram as horroríficas e intermináveis filas na Nacional 125, particularmente para os mais resilientes de nós que ainda não conhecem os prazeres de um carro com ar condicionado. Chegaram as “summer parties” e as noites brancas, noites vermelhas, noites amarelas e todas as festas de verão. As sardinhadas e as petiscadas. E para os que têm filhos pequenos e que não estão de férias, o difícil período de encerramento das creches.
Mas há mais Algarve…
Complementarmente a toda esta azáfama (isto das férias é cansativo), apraz-me realçar a relevância que os produtos autóctones têm vindo a assumir neste período de elevada densidade populacional, potenciados pelo turismo, e pela notoriedade da região junto dos meios de comunicação social, é claro. Mas é bom que assim seja. É bom poder provar as bolinhas de alfarroba, comer os figos frescos e os figos cheios, os doces de amêndoa, a aguardente de medronho e de figo, a melosa e o sumo de laranja. É bom poder temperar com flor de sal e descobrir a reinvenção do artesanato regional e as potencialidades da cortiça.
O Algarve está bem e recomenda-se (ate já temos uma app para pedir as bolinhas… sendo que, pessoalmente, nada pode substituir o tradicional grito “Oh Chefe!, são duas com creme”), e espero que assim se mantenha por muito tempo.
MAS NÃO É DESTE ALGARVE QUE VOS QUERO FALAR!


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Silly, mas pouco

11/8/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Aconteceu finalmente: Agosto no Algarve.

O clímax do calendário algarvio chegou, e com ele o País, que por cá pára em peso, parando completamente.

Num tempo baptizado de silly season, nós por cá bem silly somos de embarcar neste conceito. É que nesta altura, com toda a gente por cá entalada qual peixe em lata de conserva, era a altura ideal para falar dos nossos problemas.

​Sem ter para onde ir, que remédio têm senão ouvir-nos?

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Vozes antigas do Algarve chamam por nós!

10/8/2017

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Por Dália Paulo

Nosso querido mês de Agosto! Tempo de descanso para muitos e de rumar a sul para umas merecidas férias. Nós por cá gostamos muito de vos receber e, como bons anfitriões, queremos que visitem o que de melhor temos para vos mostrar. A nossa História, os nossos Monumentos e a nossa Cultura são aquilo que nos distingue e que temos imenso orgulho em partilhar. Faço-o aqui como um convite a viver e sentir o nosso Património, assim como a (re)descobrir alguns dos locais mais emblemáticos da história nacional - a Fortaleza de Sagres, entre muitos outros de Aljezur a Alcoutim!
De uma das nossas vozes algarvias de maior relevo, Nuno Júdice  num poema belíssimo sobre nós (algarvios), dito por Afonso Dias e inspirado nos Monumentos do Algarve, leva-nos numa viagem de sentidos e sensações através das gentes que ao longos dos séculos aqui viveram .
Estas vozes do Algarve,  de hoje e de ontem, desejam-vos umas ótimas férias e bons momentos com o património natural e cultural algarvio.


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Silly Season Post: Como falar algarvio.

9/8/2017

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Por Bruno Inácio 

É Agosto. No Algarve, "ser" Agosto é toda uma dimensão de coisas tão diferentes que é de todo incomparável com o que possa acontecer em qualquer outro local do pais. 

Por isso, e porque a silly season também me atacou em força, hoje deixo-vos um momento de humor de um compatriota Algarvio, o Dário Guerreiro mais conhecido por Môce dum Cabréste. Nestes cinco minutos de video é explicado como falar Algarvio ou melhor, como compreender os Algarvios. Que sirva para nos rirmos um pouco de nós e para que os outros,os que nos visitam, também se possam  divertir com o que nós somos! 

Se for caso disso, BOAS FÉRIAS, no melhor destino do mundo, o Algarve, claro! 
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Brexit e os seus efeitos sobre o turismo Algarvio

8/8/2017

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Por Luís Coelho.
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Dados revelados no início da semana passada pela Associação de Hóteis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) mostram uma quebra homóloga na procura originada pelo mercado Britânico para a região do Algarve na ordem dos 12.6%. Segundo esta Associação, tal fenómeno está directamente relacionado com o Brexit o qual terá levado a libra a desvalorizar-se em cerca de 15% face ao euro no decurso dos últimos 12 meses. A questão é: ficaremos por aqui?

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125 Azul ou ...highway to hell!!! A banda sonora de uma região...que não são hits de Verão.

4/8/2017

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Por Joana Cabrita Martins

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Os temas musicais não são de agora, nem tão pouco o são, os que aqui vou abordar.
O Algarve tem, de extensão longitudinal entre Vila Real e Sagres, aproximadamente 165 km que outrora as gentes desta terra percorriam de quando em vez, quando necessidade havia e vagar também...
Mas isso são tempos idos e que não se pretendem vindos.
Tempos em que os burros não éramos nós, mas aqueles que nos levavam, e os nossos bens carregavam por essas estradas fora.
Hoje esse Algarve não mais existe por mão da evolução, embora esta última, teime por vezes em... tentar abrandar, desacelerar, o que literalmente se reflecte na circulação rodoviária.
Objectivamente a sustentabilidade económica, turística e social deste outrora Reino, assenta preponderantemente nas deslocações diárias das suas gentes, sejam estas residentes, trabalhadores locais, comerciantes ou visitantes.
Muito por falta de uma boa rede de transportes públicos, estas deslocações inerentes à vida activa da região fazem-se maioritariamente por meios rodoviários particulares/próprios, o que se reflecte numa sobrelotação do espaço público viário e consequente diminuição da rapidez das deslocações, assim como numa taxa de sinistralidade e mortalidade rodoviária acima da média nacional (segundo dados do INE).
Fazendo uma analogia com a 125 Azul dos Trovante, a verdade é que a nossa se pinta de vermelho e se veste de negro com mais regularidade do que reflecte o azul do céu Algarvio.
Esta é a grande responsável pela elevada taxa de sinistralidade e mortalidade, sendo no entanto a principal via que serve a região, sem custos para o utilizador (salvo seja, pois de acordo com os dados eu diria que os custos são...invariavelmente altos no que respeita a vidas humanas e não só).
Com o objectivo de trazer acalmia e melhoria à circulação regional, foi construída a Via do Infante de Sagres que, por razões óbvias ligadas a questões de realeza, hoje se faz pagar a peso de ouro para quem queira deslocar-se por via do tapete de alcatrão real.
Ora, para testar a dimensão da paciência de quem por ela se desloca, com a implementação do desconfortável sistema de portagens, sim porque o implícito acto de pagar já é desconfortável per si, este sistema tem a agravante de que, quem não possuir o sistema de pagamento automático, Via Verde, tem ainda que memorizar, para posteriormente se lembrar de se deslocar a um sítio apropriado para pagar.
De preferência dentro dos curtos prazos que... sinceramente não memorizei.
Obviamente que no caso dos Algarvios, porque pouco ou nada trabalhamos, não nos causará grande moléstia visto que, tempo para tratar deste processo é algo que não nos faltará.
Que se roam os invejosos do resto do país que para pagarem as SCUTs têm que roubar uns dias às suas férias.
A não esquecer que, no acto de pagar não só se paga o preço da portagem mas, simultaneamente os custos administrativos... caso a memória não nos falhe, porque se falhar (que é, com frequência, o meu caso e ainda só estou nos 30) acresce o pagamento dos juros.
E valha-nos o facto do IVA já estar incluído.  
Ora portagens à parte, porque por muito que queiramos, que protestemos, o Infante de Sagres (ou os Infantes de Lisboa) não deixaram de se fazer pagar por cada vassalo que ouse pisar aquele tapete.

Resolveram então, tão nobres senhores, reabilitar a degradada e famosa 125.
Eis senão quando, a mesma só contempla meia via. De Faro a Sagres.
Porque é certo e sabido que de Espanha nem bons....nem bons!
Concluída a reabilitação da Dona Engrácia, digo da 125...meia digo, meia 125.
Ora metade de 125, fazendo as contas dá 62,5.
Esta é a velocidade máxima que um carro poderá, por ventura atingir de madrugada nos meses de Inverno, quando o tráfego automóvel é bastante mais reduzido que por estes dias, tanto na meia 125 reabilitada como na meia 125 não reabilitada, porque:
Na primeira metade, de rotunda e traço contínuo em contínuo, a rotunda e traço contínuo em contínuo é impossível andar a velocidades superiores.
Na outra metade, de buraco em buraco...idem.
Se optarmos por fazer os percursos durante o período nocturno quando, supostamente, haverá menos transito e talvez tenhamos a sorte de poder realizar os percursos pretendidos em menos tempo...desenganem-se, porque para além de se manterem as referidas condições da estrada, existe a agravante da falta de iluminação da via que para quem a conhece pode revelar-se uma verdadeira Aventura e para quem não a conhece, um desafio digno de um Ayrton Senna.
Logo...o melhor mesmo é não experimentar.

E para confirmar que a tentativa de requalificar meia 125, e de continuar a não dar outra “alternativa” viável de circulação, segura e económica à região, tem sido criminosa, temos os mais recentes dados da ANSR (Autoridade Nacional Segurança Rodoviária) que no período de 1 Agosto de 2015 a 31 de Julho  de 2016 registou no Algarve 27 mortos e 165 feridos graves, e no período homólogo de 2016/2017 registou uma subida para 38 mortos e 179 feridos graves.

A EN 125 pode ser apelidada de alternativa por muitos que por cá não andam, a não ser agora em Agosto e de férias com vagar.
Só nós, Algarvios residentes, parecemos dar-nos conta do que é isso o ano inteiro.

Se a EN 125 é uma alternativa, a ECOVIA do litoral Algarvio certamente também o é.
Sim, porque, se a opção for por ir de bicicleta, burro ou cavalo pela Ecovia em vez de de carro pela EN 125 a probabilidade de se chegar primeiro ao destino deve ser ela por ela.

Fica a pergunta:
O que é que, objectivamente, é necessário para que questões estruturais de uma região sejam resolvidas e decididas por aqueles que a habitam? 
​
Fica a sugestão:
Só para testar se a paciência de quem nos visita é maior do que a nossa!!!
Quiça... uma GREVE GERAL de todos os serviços públicos e privados, da hotelaria à restauração, do turismo à saúde, durante o mês de Agosto, pudesse ver todos os desejos de uma região satisfeitos!
 
 Ficam as versões a descrever as situações... ou as soluções:
“Foi sem graça nem pensando na desgraça
Que eu entrei pelo calor”
Trovante, 125 Azul
 
“I'm on the highway to hell
No stop signs, speed limit
Nobody's gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody's gonna mess me around”
AC/DC, Highway to hell
 
 
Nota: Por opção, a autora não escreve aplicando o acordo ortográfico actualmente em vigor.
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Estudar Onde É Bom Viver

3/8/2017

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Por André Botelheiro.

O final do ano escolar, que coincide com o início do verão, trouxe boas noticias, se por um lado o Algarve antevê um dos melhores anos para as atividades económicas ligadas ao turismo, por outro lado a Universidade do Algarve (UAlg) continua a afirmar-se como uma das instituições de ensino superior mais internacionais. Tal como a região que lhe serve de lugar ao sul de Portugal, neste último ano letivo, um número record de cerca de 1250 estudantes estrangeiros, de mais de 80 nacionalidades, representando 16% da população estudantil, escolheram “Estudar Onde É Bom Viver”.
 
Não sendo necessariamente coincidentes as razões e os factos geradores destas duas boas notícias, não deixa de ser importante verificar que o Algarve, sendo a região portuguesa com maior percentagem de população estrangeira residente (13,2% em 2015 – Fonte: Pordata), acolha uma das mais internacionais universidades portuguesas.
Não é inusitado que, cada vez mais, estudantes internacionais escolham a UAlg para frequentarem um programa de mobilidade ou de intercâmbio, vulgarmente designado por Erasmus. Desde 1993 que a academia mais a sul de Portugal continental recebe (e envia) alunos para realizaram um período de estudo ou de estágio além-fronteiras. Nos últimos 20 anos a Universidade do Algarve estabeleceu mais de duas centenas de acordos bilaterais com universidades em todo o mundo, permitindo que, só na última década, mais de 5 mil alunos tenham passado pelo Algarve em mobilidade ou intercâmbio académico, numa média anual superior às 5 centenas. As ruas da cidade de Faro há muito tempo que se  habituaram a ser percorridas por jovens estrangeiros, durante todo o ano, quando ainda nem se imaginava o recente boom turístico da capital do Algarve.
Como se verifica, a internacionalização da Universidade do Algarve não é um fenómeno recente. Só um trabalho coletivo, duradouro e estável pôde permitir a construção de uma instituição cada vez mais global.
Se os últimos anos têm sido marcados pelo crescimento exponencial da procura turística em todo o país e, em particular no Algarve, paralelamente as instituições de ensino superior portuguesas e, em particular a UAlg, são cada vez mais o destino escolhido por estudantes internacionais para obterem um diploma de licenciatura, mestrado ou doutoramento.
Para o acentuar desta realidade foi determinante a publicação, em 2014, de um diploma que veio regular o Estatuto do Estudante Internacional, criando um concurso especial de acesso ao ensino superior para candidatos que não tenham nacionalidade portuguesa, ou de um Estado Membro da União Europeia,  ou não residam legalmente em Portugal, e de forma ininterrupta, há mais de dois anos.
No preâmbulo do Decreto-lei n.º 36/2014, de 10 de março, podemos encontrar o espírito do legislador que, pelo seu interesse, não resisto a transcrever: (...) A captação de estudantes estrangeiros permite aumentar a utilização da capacidade instalada nas instituições, potenciar novas receitas próprias, que poderão ser aplicadas no reforço da qualidade e na diversificação do ensino ministrado, e tem um impacto positivo na economia (...).
Importa realçar que este novo estatuto veio, também, dotar as instituições de ensino superior (universidades e politécnicos) da capacidade para estipularem e cobrarem valores de propinas diferentes entre os estudantes nacionais/comunitários e os internacionais. Representando assim, idealmente e na prática, um “balão de oxigénio” para um ensino superior estrangulado financeiramente nos últimos anos, e em especial com passagem da Troika pelas terras lusas.
Logo no ano letivo seguinte à criação deste novo concurso de acesso e ingresso para estudantes internacionais, ou seja em 2015/16, matricularam-se na UAlg meia centena de novos alunos, tendo-se candidatado várias centenas. No ano letivo de 2016/17 o número de inscrições aproximou-se das duas centenas, e as candidaturas passaram para os quatro dígitos. Para o próximo ano lectivo, 2017/18, as matrículas já roçam as duas centenas e meia de novos estudantes internacionais, quase esgotando as vagas disponibilizadas.
Na sua maioria estes novos inquilinos do campus académico do Algarve cruzaram o Atlântico para, neste lugar ao sul, levarem avante o seu sonho e projeto académico, seja numa licenciatura ou num mestrado-integrado. Na verdade, as vagas abertas pela Universidade do Algarve têm sido esmagadoramente ocupadas por candidatos provenientes do Brasil.
Esta crescente procura é reflexo de um trabalho continuado no tempo, na verdade os alunos brasileiros já haviam descoberto a UAlg nos últimos dez anos, assumindo-se como a maior comunidade de estudantes estrangeiros (com a frequência de mais de 500 estudantes brasileiros em 2017). Mas para esta nova janela de oportunidade  foi decisiva a assinatura de um protocolo entre a UAlg e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), organismo dependente do Ministério da Educação brasileiro e que, entre outras responsabilidades, operacionaliza o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que equivale aos nossos exames nacionais do ensino secundário e acesso ao ensino superior. Para que se tenha uma ideia da escala deste imenso universo de potenciais candidatos, pense-se que em 2017 mais de 6 milhões de brasileiros inscreveram-se para a realização destes exames!
A academia algarvia ao se adiantar como uma das três primeiras instituições do ensino superior português que passaram a reconhecer as notas do Enem como válidas para o Concurso Especial de Acesso e Ingresso do Estudante Internacional, posicionou-se estrategicamente para receber um inédito fluxo de jovens brasileiros que procuram ampliar as suas qualificações num contexto internacional.
A internacionalização da UAlg é beneficiada com o crescimento da sua maior comunidade de alunos estrangeiros, que com muita rapidez se integram e têm sucesso académico. A Universidade afirma a sua multiculturalidade e os alunos portugueses têm a oportunidade de conviver com colegas de todo o mundo, nomeadamente do país irmão.
São vários os motivos para esta nova vaga das terras de Vera Cruz. No caso da Universidade do Algarve os alunos referem que a sua decisão se deveu à qualidade de ensino e investigação da instituição algarvia, bem como a qualidade de vida na cidade de Faro e na região do Algarve, que apelidam de “Califórnia da Europa”. A segurança e custo de vida também são muito referidos. A facilidade de integração, atendendo à história e língua comum, e o facto de a UAlg ser uma das universidades portuguesas mais internacionais, o que se traduz num ambiente muito cosmopolita, tornam a Universidade do Algarve bastante atrativa para quem procura uma formação universitária de qualidade na Europa, reconhecida internacionalmente, ao mesmo tempo que permite a vivência e a circulação no espaço europeu.
Para que estas boas notícias o continuem a ser por muitos anos, em paralelismo com o que se exige ao turismo, necessitam que saibamos receber estes novos cidadãos de Faro e do Algarve, e quiçá assim estaremos a mitigar o saldo demográfico negativo dos últimos anos, ao mesmo tempo que engrossamos as gerações mais qualificadas, que tanto têm contribuído para este lugar ao sul.

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Algarve: mais do que a descentralização, queremos a regionalização!

2/8/2017

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Por Cristiano Cabrita

O atual Governo está enamorado pela descentralização. De facto, no último ano, António Costa tem vindo a público defender a necessidade de avançar fortemente com a descentralização “com claro reforço das competências dos municípios e das freguesias na gestão dos seus territórios". A ideia é que o processo esteja concluído durante esta legislatura. Recentemente, o Ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, sublinhou que a "descentralização é um grande desafio da reforma do Estado e é uma prioridade do Governo", e que o objetivo da legislação "é dar mais poderes às autarquias". O objetivo é que a intervenção municipal assuma uma maior preponderância em áreas como a educação, a saúde, a acção social, na gestão das praias, na reparação de estradas nacionais, entre outras. O que pressupõe, a curto e médio prazo, que as autarquias absorvam as competências do governo central.

Este momentum merece, desde logo, três considerações rápidas. Em primeiro lugar, a descentralização é um tema que tem vindo a ser debatido há muitos anos e não me parece que se consiga agora dar um salto em frente, cortando tudo a direito, sem o devido espaço para discussão e consensos. Parece-me, isso sim, mais retórica política do que outra coisa, mas esperemos para ver. Aliás, o tema foi sendo sucessivamente debatido desde o Governo de Durão Barroso. E, na anterior legislatura, também existiram alguns avanços nesta matéria. Por isso, não foi encontrada nenhuma fórmula mágica tendo em conta que o debate não é novo.
 
Em segundo lugar, tenho sérias dúvidas sobre a eficácia do efeito “descentralizador”. Ou seja, não acredito plenamente nos objetivos que se propõe a alcançar. Tenho algumas dúvidas, para não dizer muitas, de que terá o mesmo efeito em todos municípios e freguesias do país, as quais encerram em si especificidades próprias. Será que um Município com um orçamento anual de 10 milhões de euros tem capacidade para “assumir” o papel do Estado, nas várias áreas? Esta passagem de competências far-se-á num corte a direito? Por outro lado, por exemplo, existem autarquias algarvias que há longos anos que se substituem àquilo que deve ser o papel do Estado, mas que, devido à ponderação do número de residentes, recebem apenas 4 ou 5 milhões de euros dos cofres do Estado, quando na realidade todos os meses têm no seu território cerca de 150 mil pessoas. Existirão novas ponderações em termos de afetação de verbas por parte do Governo? A proposta em cima da mesa não responde claramente como serão efetuadas as repartições de competências e os poderes de cada entidade e, mais importante, como é que o financiamento chegará.
 
Repare-se que o trabalho desenvolvido pelas CCDR’s e pelas Áreas Metropolitanas tem ficado aquém das expectativas sendo órgãos sem legitimidade prática e com competências em áreas, muitas vezes, transversais a outras entidades, como as autarquias. Posto isto, uma solução assente na descentralização aumentará o risco dos titulares dos órgãos nem sempre estarem preparados para as funções e responsabilidades de gestão administrativa. É também verdade que podemos elencar as vantagens teóricas da descentralização, como a maior celeridade na administração, maior democraticidade, maior facilidade da participação dos interessados na gestão da Administração, e uma maior limitação do poder público, consequência da sua repartição pelas pessoas coletivas. Mas, no global, fico com a sensação de que não passa de uma solução intermédia.
 
Em terceiro lugar, quanto a mim, e aqui é que está o cerne da questão, este debate pretende esconder um outro ponto mais importante: saber se existem condições para voltar a debater a temática da regionalização. Isso é que importa discernir. E este é um tema que deve interessar ao Algarve, no geral, e aos algarvios, em particular. Porquê? Porque, sinceramente os algarvios estão cansados de serem constantemente esquecidos pelo poder central.
 
O Algarve é a região do país que mais contribui para o PIB proveniente do sector do turismo, representando mais de cinquenta por cento das receitas, e onde esta atividade apresenta uma maior relevância económica. Além disso, como se viu recentemente, geramos mais de metade dos bens transacionáveis em Portugal. Somos um exemplo mundial ao nível do turismo. Mas arriscamos o futuro. Porquê? Porque temos paupérrimas condições estruturais na região! Este é o retorno que temos por parte do Estado central. Como é que queremos competir com outros destinos turísticos quando diariamente nos deparamos com a inexistência de acessibilidades ferroviárias e rodoviárias? Como é que abordamos a promoção turística quando existe falta de médicos e quando os Centros de Saúde operam em condições precárias? Quando é que entendemos de uma vez por todas que as portagens na Via do Infante representam uma “barreira” económica para residentes e turistas? Quando é que o Hospital Central do Algarve sai do papel? São as autarquias que neste suposto processo descentralizador vão construir um novo hospital no Algarve? Não me parece. Mais, quando é que os utentes hospitalares têm um tratamento condigno? Quando é que se resolvem os problemas da orla costeira? Quando é que os acidentados deixam de esperar uma hora por uma ambulância? São as autarquias que vão resolver este problema, criando um INEM de raiz? Também não é crível.  Quando é que acabam as obras na EN125? Quando é que a região assume o controlo do seu próprio destino e deixa de ser esquecida? Sim, porque não vale a pena pensarmos num paradigma de valorização do Algarve quando depois apresentamos um conjunto de respostas estruturais que são manifestamente insuficientes. É contraprudecedente. Qual é denominador comum? Todos os grandes problemas que existem no Algarve resultam da inércia do Governo central. O mais grave disto tudo é que não conseguimos controlar a nossa galinha dos ovos de ouro. É como ter um carro topo de gama e ao abrirmos o capô encontramos um motor de um corta relvas. A dimensão é extremamente preocupante porque somos completamente dependentes desta indústria, mas não conseguimos controlar as respostas para aumentar a qualidade da mesma. Estamos num colete de forças, maniatados pelo centralismo.

Desde logo, importa relembrar que a Constituição da República Portuguesa de 1976, consagrava a organização do poder político local no artigo 238º. No número 1 do mesmo artigo lia-se: “no continente as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas”. Portanto, em termos constitucionais, existe esta possibilidade desde o período pós revolucionário. A regionalização em Portugal deve ser uma meta a atingir, o problema é que o país tem adiado a decisão, talvez fortalecido pelo negativismo que saiu do referendo de 1998, refugiando-se em processos de descentralização e em instrumentos de desconcentração para, sucessivamente, adiar a regionalização preconizada na Constituição de 1976. Acredito que a regionalização, a prazo, poderia trazer grandes benefícios económicos para o país e para os portugueses. Teria uma maior legitimidade democrática e um papel mais forte junto das populações, em relação a órgãos distantes e intermédios, como é o caso das CCDR’s. Dentro da própria União Europeia as regiões também têm ganho uma maior importância e são um exemplo positivo neste aspeto.
 
Todavia, a realidade diz-nos que os sucessivos Governos não acreditam na regionalização. Na generalidade, acreditam que tal processo colocaria em risco a coesão nacional e a integridade num país pequeno como o nosso. Que geraria mais burocracia e um clima de conflito entre regiões, que seria um risco desnecessário num país onde não existem diferenças socioculturais evidentes. Que a despesa aumentaria e que, em caso de dúvida, é preferível reforçar os poderes das autarquias e manter o modelo atual de descentralização. Não partilho desta opinião, sobretudo, se colocarmos em cima da mesa o exemplo do Algarve. Acredito, isso sim, que a regionalização reforçará a coerência das políticas públicas; que será importante para cumprir com o princípio da subsidiariedade e com o aprofundamento da democracia, diminuindo o peso excessivo do Estado e o centralismo; que também pode reforçar o peso das organizações da sociedade civil que atuam em benefício do desenvolvimento local e regional; que mitigará as desigualdades e as assimetrias locais e regionais, podendo reforçar o desenvolvimento regional; que a probabilidade é bem grande da diminuição das despesas do Estado porque o número de autarcas regionais é diminuto e implicaria o desaparecimento de alguns cargos atualmente existentes na Administração Pública como, por exemplo, os presidentes das comissões de coordenação e desenvolvimento regional e respectivo quadro de pessoal; que melhoraria também as vias de comunicação nos domínios rodoviário, ferroviário e aéreo com ganhos para a mobilidade das populações; que distribuiria de uma forma mais justa e racional a riqueza gerada na região; que tornaria o país mais moderno e mais auto sustentável. Dito isto, sou a favor daquilo que deve ser o combate das assimetrias regionais e em prol de uma maior equidade social.

Compreendo, em teoria, por exemplo, a especificidade das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, para manter um estatuto “autónomo” sustentado num Governo Regional. Todavia, não concordo que se invoque “características específicas” para dotar aquelas regiões com um estatuto político-administrativo e de órgãos de governo próprios. A geografia, a insularidade, não pode, não deve, ser suficiente para determinar a especificidade de uma região. Se assim o for, então o Algarve tem um conjunto de características próprias, já para não falar na História, que serve de um bom ponto de partida.
 
Agora, tudo isto não vale de nada se, em caso de um novo referendo, mais de 50% da população portuguesa voltar a ficar em casa, e mais de metade dos algarvios não votar no SIM!
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O primeiro dos 19 milhões...

1/8/2017

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Por Sara Luz

Findo o mês de julho é com ânimo que vejo o plano de investimento destinado à reposição da capacidade técnica e criação de oportunidades de desenvolvimento do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) (atualmente designado por Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA)) para o triénio 2017-2019, materializar-se.

O primeiro dos 19 milhões já teve destino. Primeiro, primeiro talvez não. Até porque o mapa global de investimento disponibilizado pela instituição hospitalar dá-nos a conhecer que a parcela dirigida à aquisição de imobilizado corpóreo (foco/natureza deste plano de investimento) para o ano de 2017 tem o valor de 11.293.197 euros. Depreende-se, portanto, que existam outros projetos a decorrer e outros tantos já concretizados no presente ano, mas sendo este o primeiro de grande envergadura que nos é dado a conhecer com a visibilidade (ou transparência se é que assim se pode chamar!) que lhe é devida é deste que falo.

De acordo com o Conselho de Administração (CA) do CHUA para o ano de 2017 foram três as grandes apostas de melhoria, mais concretamente na área de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), com um investimento total de 1.330.000 euros. Ao nível da Cardiologia de Intervenção, optaram por recuperar e atualizar o equipamento do laboratório de hemodinâmica, com um investimento no valor de 430 mil euros. Ao que tudo indica a reabilitação e atualização de um equipamento obsoleto e com 14 anos de utilização para um de última geração (terceiro instalado no mundo) permitirá melhorias ao nível da capacidade térmica e taxa de dissipação, performance durante a realização dos exames e maior resolução de imagem. Ao nível da Imagiologia/Radiologia, foram aplicados 400 mil euros para o upgrade da Ressonância Magnética, o que permitirá a realização de exames de forma mais ágil e com uma complexidade diagnóstica que até à data não era possível realizar. Além disso, é ainda referido pelo CA do CHUA o início das obras preparatórias para um novo aparelho de Tomografia Computorizada (TC) (anteriormente designado por “TAC”), a instalar no final do ano. Neste caso, prevê-se o investimento de 500 mil euros num equipamento de última geração capaz de realizar exames com 128 cortes (contra os atuais 16 da TC em funcionamento) e de ser utilizado em áreas como a Pediatria, Angiologia e Cardiologia.

Com o controlo apertado da despesa em saúde e a queda do investimento público nos últimos anos, um investimento desta magnitude não pode deixar de ser uma boa notícia para uma “saúde algarvia” à beira do abismo. Não há muitas dúvidas sobre o seu impacto ao nível da qualidade e eficiência, o que o torna um investimento interessante quer do ponto de vista da saúde, quer do económico. A diferenciação e produtividade inscritas nestas plataformas tecnológicas são determinantes para o posicionamento estratégico do CHUA nos próximos tempos, o que entre vários ganhos poderá representar uma melhoria da qualidade e segurança nos cuidados de saúde prestados, maior capacidade em atrair profissionais de saúde para as suas instituições, aumentar as expetativas e o nível de confiança da população  e propulsionar a investigação e o desenvolvimento.

Tornar o setor público da saúde no Algarve mais competitivo não é, contudo, boa notícia para todos, especialmente para o setor privado que interpretará este investimento como uma ameaça ao seu negócio. É que esta quebra de dependência entre o setor público e o privado no que concerne à realização de MCDT permitirá, por exemplo, uma poupança estimada no valor de 300 mil euros segundo o CA do CHUA. Um valor irrisório comparado a outras dependências escandalosamente mais avultadas. Mas o que se seguirá a esta parafernália tecnológica? De facto, o crescimento desenfreado do setor privado no Algarve não é a causa dos problemas crónicos em saúde da região, refere-se antes a uma oportunidade de negócio em tempo de crise (e não só da económica e financeira!). Mas, assumir em pleno a obrigação pública em servir os cidadãos em matéria de cuidados de saúde só faz sentido distanciando-nos de onde estamos – uma saúde de primeira para uns e de segunda para outros – e, portanto, isso terá o seu impacto ao nível dos players instalados. Estará o Serviço Nacional de Saúde à altura do desafio?

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