Lugar ao Sul
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos
  • Sobre nós
  • Autores
  • Convidados
  • Personalidade do Ano a Sul
    • Personalidade de 2017
  • Contactos

Bem-vindo

João Fernandes é o novo presidente da RTA

28/7/2018

0 Comments

 
Na passada Sexta-feira, dia 27 de Julho, o "nosso" João Fernandes tomou posse como novo presidente da Região de Turismo do Algarve.

O Lugar ao Sul fez questão de estar presente, através de vários dos seus membros, para felicitá-lo e apoiá-lo neste seu novo e exigente desafio.
Imagem
​O turismo é um dos temas mais debatidos neste Lugar, frequentemente polarizador, ou não fosse uma actividade de impacto preponderante nas dinâmicas económicas, sociais e também ambientais da região.

Num tempo em que o sector vive tempos de euforia, graças a um desempenho notável a vários níveis, mas em que se adivinham rápidas e significativas mudanças na conjuntura internacional, concretamente ao nível de mercados concorrentes, a renovação, a dinâmica e a inovação afiguram-se, cada vez mais, como traços estratégicos a incorporar.

Para além disso, pelo seu papel central na economia regional e pelos impactos que gera, o reforço da responsabilidade social e ambiental do turismo é cada vez mais fundamental.

Tais tarefas são desafiantes e complexas, e o contributo da Região de Turismo do Algarve será decisivo.

Pela sua capacidade e competência, pelas suas ideias e pela sua postura, acreditamos que o João, acompanhado pela sua equipa, é a pessoa certa para alcançar esse objectivo.

Votos de um excelente trabalho, João!
Imagem
0 Comments

NONE million bicycles in Algarve

27/7/2018

0 Comments

 
Por Joana Cabrita Martins

Hoje venho-vos falar de uma paixão antiga que ainda continua acesa... não é fácil mas há paixões assim!
 
As bicicletas! Tenho uma longa e apaixonante relação com elas desde pequenina.
E a verdade é que até hoje ainda não tivemos um desgosto de amor. Tem sido uma relação duradoura, sem altos e baixos.
 
Começou como tantas outras, aos fins-de-semana às escondidas da mãe.
Saíamos de casa, lá para os lados do Medronhal, um sítio da freguesia de Santa Barbara de Nexe, Faro, eu e o meu primo, cada um com a sua amada e dizíamos à minha mãe que íamos a casa de uns amigos ali ao lado em Estoi. Meia dúzia de metros percorridos cada um ia namorar para seu lado... ele para Estoi para casa de amigos e eu... para a Praia de Faro.
 
De casa à praia e da praia a casa... sozinha com a minha bicicleta... liberdade e felicidade... o meu maior preenchimento.
 
Este foi o início de uma grande paixão, hoje um grande amor.
 
Arrufos?!
Não me recordo, a não ser no dia em que o meu pai resolveu oferecer-me uma nova bicicleta para substituir a 1ª, a pequena BMX amarelinha, em que me iniciei nestas lides.
Fomos os dois busca-la, virgem e imaculada, ao Faro Shopping (sim era o que existia na altura), e eu fiz-me à estrada em cima dela até ao Medronhal, para termos o nosso primeiro momento a duas. A meio do caminho sem eiras nem beiras, ao sermos ultrapassadas por um automóvel resvalei contra um murro que substituía a beira da estrada e ...
 
Ficamos com uns arranhões e uns sermões, da mãe, para memória futura daquele primeiro dia.
 
Depois seguiram-se uns anos de abstinência, porque me mudei para Lisboa e a nossa relação tornou-se esporádica e à distância.
Mas a paixão não esmoreceu e ... redescobri-a em Bolzano, Itália, onde vivi faz agora 10 anos.
 
Foi amor à primeira vista pela minha Viaggera, assim a apelidei, estava em Bolzano fazia 2 semanas, e não mais a larguei até hoje...
Percorremos kms num lugar ao norte de Itália desde então. E agora percorremos km num lugar ao sul de Portugal.
 
Temos uma relação sólida em que nos acompanhamos diariamente para todo o lado, relações esporádica e aos fins-de-semana foram coisas da adolescência.
 
Somos felizes!
 
Serve esta história de amor para introduzir o tema da mobilidade em bicicleta que como poderão imaginar é algo que a mim e à Viaggera nos toca profundamente.
Imagem
Sendo este lugar ao Sul uma região com tradição no ciclismo como desporto de destaque, confesso estranhar a lacuna que existe na sua utilização como meio de transporte diário para curtas distancias.
 
As cidades Algarvias enquadram-se todas elas no padrão de dimensão em que o meio de transporte privilegiado deveria ser a bicicleta. Porque as distâncias a percorrer são mais rápidas de se fazer de bicicleta do que a pé, de automóvel ou transportes públicos.
 
Por experiência própria em Faro, onde resido e me desloco diariamente de bicicleta, salvo raras excepções, é exactamente essa realidade que verifico. E quando há excepções é porque a cidade está ainda longe de estar optimizada para a circulação em bicicleta, como o está para o automóvel.
 
 
Num mundo global com tantos problemas associados à utilização do automóvel, desde o consumo desenfreado dos combustíveis fósseis para alimentar a sua utilização, à supressão de espaço público para circulação e parqueamento, à sinistralidade com elevado numero de mortes e incapacitações físicas a longo termo, a OMS recomenda que se dê prioridade aos modos pedonal (andar a pé) e ciclavel como formas de deslocação no dia a dia.
 
Um pouco por todo o mundo dito ocidental, o paradigma actual é o de reformular os modos de deslocação dos cidadãos por meio do redesenhar das cidades.
E não precisamos de ir “lá fora” para encontrar exemplos, temo-los aqui em Portugal desde a capital, passando pelo centro/norte do país...
 
Quando chegamos a sul... parece que... somos ainda árabes. Nem ainda Reino dos Algarves somos!
 
Mas eu acredito que a barreira do Caldeirão conseguirá um dia ser transponível até de bicicleta!!!
 
 
 
De há 2 anos a esta parte noto um aumento exponencial na utilização diária da bicicleta como meio de transporte na capital Algarvia.
A frequência com que me cruzo com cidadãos de bicicleta em movimento na estrada, nos semáforos, nos parqueamentos espalhados pela cidade. A ocupação lotada de alguns parqueamentos são indicativo de que a adesão está a acontecer e a crescer .
 
Mas não basta a vontade do cidadão residente e/ou turista (sim porque muitos são os casais e famílias de turistas que se deslocam no nosso Algarve de bicicleta de lés-a-lés ou simplesmente nas cidades), é preciso que haja condições efectivas para circulação em bicicleta.
 
Por condições efectivas quero dizer segurança que se consegue através de diversas variáveis, entre as quais:
-sinalética,
-campanhas de informação, sensibilização e fiscalização em acordo com código da estrada por parte das autoridades,
-vias e zonas adaptadas em determinadas áreas das cidades,
-parqueamentos.
 
 
Estas condições devem ser encontradas e promovidas pelos decisores locais, de preferência em diálogo com as populações.
 
Confesso que foi com grande esperança que tomei conhecimento que há um ano atrás a Câmara Municipal de Faro colocou em consulta pública a FASE II do Plano de Mobilidade e Transportes onde os modos de deslocação suaves se encontravam enquadrados.
 
Consulta na qual participei com mais 5 munícipes com uma proposta de plano ciclavel para a cidade de Faro, sendo que até hoje não nos chegou nenhum pedido de esclarecimento sobre a mesma, ou informação sobre se teria sido tida em consideração na FASE III, última do plano.
 
Assim como até ao presente momento não consegui descortinar nenhuma evolução respeitante à criação de condições para a mobilidade em bicicleta na cidade desde então, devo referir que algumas obras estruturais têm sido feitas nas vias e espaço público e a circulação em bicicleta não tem sido objectivamente contemplada.
 
Mas sendo portuguesa tenho sempre a esperança, porque ela é, segundo dizem a última a morrer.
E para dar esperança à esperança, estão neste momento a decorrer candidaturas para autarquias, entidades públicas e privadas para investimento em projectos ligados à mobilidade sustentável no Algarve que tenham sido previamente enumeradas no Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS) . Sendo que o montante ascende aos 14 milhões de euros.
 
Espero que o PMT em que o Município de Faro tanto investiu tempo e verbas tenha sido atempadamente incorporado no PAMUS da região do Algarve de forma que neste momento o departamento responsável no município esteja a trabalhar na candidatura a este financiamento cujo montante pode ser aplicado em :
-construção de ciclovias ou vias pedonais,
-melhoria da rede de interfaces de transportes urbanos colectivos,
-melhoria de soluções de bilhética integrada,
-planeamento de corredores urbanos de elevada utilização,
-desenvolvimento e aquisição de equipamento para sistemas de gestão e informação para soluções inovadoras e experimentais de transportes
-entre outras que promovam a mobilidade sustentável
 
Que esta oportunidade não se perca, que não se falhem os prazos... curtos... que se invista em soluções fundamentais para alterar o paradigma actual com menor esforço financeiro!
 
Que se envolvam os cidadãos, que se envolvam as escolas e a Universidade do Algarve e outras entidades nesta construção.
 
Que não se permita por exemplo que entidades como a UALG que moldam uma cidade e uma região não entendam este paradigma como uma prioridade a abraçar ficando de fora de programas de incentivos financeiros como o recente U-Bike (2016-2018), onde 15 universidades e politécnicos de norte a sul do pais (excepto Algarve) se candidataram para prover a comunidade académica de bicicletas (nomeadamente eléctricas) e outros equipamentos necessários à correcta e adequada utilização das mesmas.
 
https://www.u-bike.pt/
 
Com o planeamento do Polo Tecnológico e do Algarve Tech Hub na calha afigura-se-me incompreensível o investimento no programa U-Bike não ter sido uma prioridade estratégica para munir a comunidade que ali vai trabalhar e habitar de modos suaves e rápidos de deslocação até ao centro da cidade.
 
Quando empresas de dimensões muito inferiores investem já em bicicletas, equipamentos e espaços para as guardar para usufruto dos seus trabalhadores e/ou colaboradores.
 
Dando um exemplo concreto, a Turbine Kreuzberg, em Faro tem bicicletas no escritório para os trabalhadores que vêm de fora.
 
Tenho esperança...porque tenho uma paixão...que dentro de uns anos sejamos 9 million bicycles em vez de NONE million bicycles neste Portugal, sobretudo neste lugar mais a Sul.

Nota: Por opção, a autora não escreve aplicando o acordo ortográfico actualmente em vigor.

0 Comments

Britânicos precisam-se. Ou talvez não.

24/7/2018

0 Comments

 
Por Luís Coelho

Desde o início de 2018 que temos vindo a receber notícias menos boas no que toca ao número de turistas que visitam o Algarve.

Uma peça recente da TVI dá bem conta desta realidade (ver aqui), dando nota da importante quebra de visitantes oriundos do Reino Unido, nosso principal mercado emissor turístico. Será esta uma mera flutuação conjuntural ou algo de estrutural? 


Read More
0 Comments

A reinvenção a martelo dos postais algarvios

20/7/2018

1 Comment

 
Por Gonçalo Duarte Gomes

O Bruno Inácio tem escrito, nas últimas semanas, sobre ambiente.

Ele diz que não, mas temo que a bicheza “embientalista” se esteja a entranhar num coração anteriormente pétreo, vedado a qualquer sensibilidade esverdeada – honrosa excepção feita à elevada condição sportinguista que o caracteriza.

Assumidamente novato nesta temática, ainda não domina por completo os meandros, o que lhe valeu, na semana passada, algumas críticas – mais por uma questão de forma do que propriamente de conteúdo, pareceu-me.

Nesta semana, tenho eu algo a apontar-lhe, daí ter pedido à Joana para escrever na vez dela. Não um erro ou uma crítica, mas um lapso.

É que propôs-se abordar investimentos que respeitam o ambiente, mas acabou a escrever sobre o Ombria Resort...
Imagem

Read More
1 Comment

Investimentos que respeitam o ambiente e nele criam âncora de atracão

18/7/2018

0 Comments

 
Por Bruno Inácio
Imagem
No último texto que escrevi para o Lugar ao Sul entrei por campos pouco desbravados (no caso, até era sobre o desbravamento de campo) por mim no que respeita a opinião escrita e publicada. Uma alarvidade ambiental que ocorreu em Cacela Velha levou-me as palavras para o ambiente o que me valeu umas críticas valentes mas onde também me senti alinhado com um conjunto de vozes que, tendo muito mais peso do que eu para o fazerem, criticaram a acção ocorrida naquela que é uma das localidades mais bonitas do Algarve. Como escrevi, “a coisa passará rapidamente como de resto o tempo liquido que vivemos trata de fazer desaparecer.”. E assim foi. Resta-nos esperar que alguma investigação (será que existe!?) nos dê respostas a questões que ficaram no ar.

Não diria que lhe ganhei o gosto mas hoje volto ao ambiente. Porque existem bons exemplos que nos devem motivar a acreditar que será possível um novo paradigma de investimentos no que respeita a forma como olham para o meio ambiente que os rodeia não com a necessidade de desbravar para cimentar (no sentido do cimento da obra) mas numa lógica ponderada entre os habitats naturais, as densidades populacionais locais e o contexto económico das áreas onde se inserem.

Falo-vos do Ombria Resort, no interior do concelho de Loulé, entre as freguesias de Querença e Tôr. Aquele que é provavelmente um dos projecto de investimento turístico mais escrutinados em termos ambientais no nosso país. A história é longa, vinte e muitos anos, e no início não trazia novidade: um grupo de investidores finlandeses quis na década de 90 fazer um resort num local onde ninguém queria fazer nada. Compraram terrenos, lançaram projectos e começaram os problemas. Uma autoestrada que depois de já estar construída ainda tinha um desenho que impedia o avançar do projecto; os medos (alguns justificados, sublinhe-se) de uma intervenção do género junto de um sítio classificado; umas lontras que por lá pouca gente tinha visto; morcegos que foram estudados, expondo a intimidade dos animais; tomilhos que não cresciam em mais lado nenhum… foram muitas as razões que levaram a queixas em diversos organismos nacionais e internacionais. Os promotores venceram umas, perderam outras e o projecto foi ficando permanentemente adiado.

Honra seja feita a quem tanto combateu o projecto. Mas honra seja também feita, e muita, a quem nunca desistiu dele. Isto porque os anos de tantos avanços e recuos fizeram o projecto ser alterado de tal forma que hoje o que está em marcha é uma pequena parte do que estava inicialmente previsto e existe uma consciência ambiental, do meio que o rodeia que, especulando, diria que não existiria no seu início. E porque é que eu acredito que existiu efectivamente essa mudança? Não me parece que tenha sido uma epifania ambientalista que tenha varrido os investidores (que sejamos justos sempre a apregoaram). Julgo sim que hoje, a exigência do cliente, mais maduro, mais informado, obriga a que investimentos desta natureza tenham que seguir o caminho eco amigo para garantir uma efectiva e real prosperidade do seu negócio e assim garantir o retorno de investimento.

Tudo isto porque nos últimos dias o investimento em causa anunciou um projecto pioneiro e ambicioso com vista a instalar um dos maiores sistemas de geotermia da península ibérica. Ou seja, através de um sistema devidamente testado e comprovado, são realizados um conjunto de perfurações no solo que através de um sistema de circuitos fechados, um fluido inócuo circula, transportando o calor e o frio para bombas de calor geotérmicas que permitem a redução das emissões de gases com efeito de estufa, permitindo um consumo mais sustentável. Estando certo que esse é um bom investimento para o empreendimento, não deixa igualmente de ser uma boa noticia pois vai contribuir para uma melhor eficiência energética dos espaços poupando assim o meio ambiente circundante.

Adicionalmente a Direcção-Geral da Energia e Geologia olha para este projecto de forma interessada e acompanha-o por forma a verificar como será aplicado e os resultados que vai alcançar, admitindo até que possa utilizar esta experiência para moldar a legislação existente a este tipo de intervenções.

Não coloco em causa que ainda vamos assistindo a algumas aberrações pela região fora. Não coloco em causa que existe ainda caminho a trilhar naquilo que é a relação entre os poderes públicos e os poderes privados. No entanto, não deixa de ser igualmente relevante que seja um concelho como o de Loulé, que tem sido pioneiro na implementação de uma estratégia de adaptação as alterações climáticas, a receber um investimento desta natureza.
​
Que estes bons exemplos possam ser utilizados para criar e replicar em boas práticas, devidamente legisladas, controladas e auditadas. Também é assim que se constrói um destino turístico diferenciado. 
0 Comments

No Algarve nascem mundos fantásticos

13/7/2018

0 Comments

 
Por Gonçalo Duarte Gomes

O Algarve tem coisas do arco da velha.

Insólitas, mesmo.

Veja-se o exemplo da vergonha ocorrida em Cacela-Velha, que manchou a semana passada, ou tantos e tantos episódios degradantes de uma região que é incapaz de se respeitar a si própria, aceitando todos os atentados de cabeça em baixo, na esperança de que ao menos caiam algumas moedas na púcara das esmolas.

Progresso, desenvolvimento, economia. Vários nomes para uma prostituição decadente dos valores ambientais e culturais da região.

O panorama é por vezes tão degradante, que dá vontade de fugir.

​E, nesse capítulo, podemos contar com um nome: Luís Peres.
Imagem
Copyright Luís Peres

Read More
0 Comments

Nós devíamos é de ser Coreanos (do sul, claro)

10/7/2018

0 Comments

 
Por Luís Coelho   

A larga maioria dos Portugueses provavelmente ainda não visitou a Coreia do Sul (Coreia daqui para a frente). Eu próprio fazia parte deste grupo até à semana passada, algo que só mudou com a ajuda do programa Erasmus+. De facto, foi através de um acordo de mobilidade estabelecido no âmbito deste programa que tive a oportunidade de ir à Coreia, tendo passado pela cidade de Daejeon e visitado a capital do País, Seul. São três os aspectos essenciais que retiro da minha experiência e que agora partilho na convicção de que estes possam ser importantes para o nosso País.

Read More
0 Comments

Porquê simplificar quando podemos complicar!!!

7/7/2018

0 Comments

 
Esta parece ser a base de partida e a estrutura mental do legislador na maior parte das dinâmicas publicas. Pelo menos, esta é a noção com que muitas vezes fico, quer enquanto profissional como enquanto cidadão.
No caso dos quadros comunitários de apoio, especificamente, esta parece ser, recorrentemente, a linha orientadora dos principais despachos, regulamentos, orientações, guiões de apoio, formulários, e tantos outros documentos de suporte que configuram qualquer processo. Acresce o facto de usualmente, conseguirmos a nível nacional, confundir aquilo que a Comissão Europeia já complicou. 

Read More
0 Comments

Naturismo e Naturalismo. Ou a confusão com o acto de ficar nu.

4/7/2018

1 Comment

 
Por Bruno Inácio
Imagem
Foto de Teresa Patrício retirada do Sul Informação
Para os mais destemidos ou afoitos que possam pensar que vou escrever um texto com rasgos de erotismo, lamento desiludi-los. Mas, já que aqui estão, vão até ao fim não vá a minha imaginação de um verão-não-verão me levar para essas bandas.

Feito o primeiro ponto prévio quero deixar mais dois. Um sobre o receio que normalmente tenho de escrever sobre matérias sobre as quais não tenho muito conhecimento, correndo o risco de ser incorrecto ou injusto para alguém, seja uma pessoa ou uma organização. Ainda assim, vou arriscar, dado o simbolismo que o exemplo que vos quero falar tem na minha singela opinião. O terceiro e último ponto prévio, para dizer que o pelouro do ambiente é coisa que pouco visito e que de resto o Gonçalo Duarte Gomes representa (ás vezes com a minha total discordância) aqui no Lugar ao Sul, à sua singular maneira. Vou pois lhe passar uma finta e me antecipar naquele que podia ser tema de um próximo texto seu. Não tenho a sua capacidade mordaz de chamar bois aos bois mas a intenção também não é essa. Porque existem bois que se sentiriam ofendidos com alguma sugestão comparativa.

Posto isto, vamos ao que vim.

Ali para os lados do paraíso, ou como quem diz em Cacela Velha, alguém entendeu que seria boa ideia colocar a nu um terreno, em frente à Ria Formosa, desbravando vegetação como se não houve amanhã ou como se o Armagedão tivesse chegado hoje. Não sei, porque a noticia que li sobre o assunto não o dizia, o porque de tanta sofreguidão no desbaste da coisa. O proprietário lá terá as suas razões, e vamos presumir que serão validas – pelo menos para ele – porque mesmo não sendo, o ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Floresta, entendeu que era mesmo e lá terá licenciado o desbaste. Ao que chamaram alegremente de limpeza. E a dita limpeza terá sido realizada ao abrigo do famoso Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios. Famoso porque colocou o país todo em polvorosa (pólvora aqui não será o termo mais empático para usar neste tema) com a necessidade de limpar as matas como forma de prevenção de incêndios.

Se existia um terreno com vegetação, se existe uma licença do ICNF, então o que está errado? Provavelmente legalmente, nada. A questão centra-se no entanto nesta nossa capacidade de podermos usar as leis ao belo proveito e não haver o discernimento institucional para se perceber que tal pode não ser uma boa ideia. As tantas até é, mas desconfio que não será. E porque tantas vezes é exactamente ao contrário ao que exponho que actua o ICNF. Com um rigidez tão inflexível, firme e hirta, que nem o Alexandrino quebra.

O ICNF que é tão lesto a meter luzes vermelhas em tantos projetos e ideias, que é tão lesto e cego a proibir tanta coisa, devia ser igualmente lesto a olhar para o que autoriza com olhos de ver e não se escondendo atrás de legislação que dá jeito para muita coisa. Muita coisa boa certamente, mas depois também para disparates, que é o que na realidade este caso aparenta ser.

A gravidade maior deste ato é acentuada porque o terreno em causa está em pleno Parque Natural da Ria Formosa e como tal sujeito a legislação especifica ditada pelo sistema nacional de áreas protegidas. Que é como quem diz, ali não dá para ficar nu. Por muito bonito que possa ser o que está por baixo – não é claramente o caso-, convém que se mantenha alguma cobertura de decoro. Porque o ato de ficar nu é muito diferente de naturalismo e de naturismo. Mas as vezes dá jeito confundir.

A questão que se coloca é pois legítima por parte de outros que tenham terrenos nas mesmas condições, seja no Parque Natural da Ria Formosa, seja em qualquer outra área do território nacional sujeita a tais protecções: dá para dar um jeito e fazer igual? Não dá, pois não?. Ai onde entra a igualdade de tratamento que o ICNF invoca em tantas situações? Não entra. Fica a porta.

A silly season esta a chegar e portanto a coisa passará rapidamente como de resto o tempo liquido que vivemos trata de fazer desaparecer.
 
Nota final: desculpem, efectivamente a minha imaginação de um verão-não-verão não me levou para outras bandas. 
1 Comment
    Visite-nos no
    Imagem

    Categorias

    All
    Anabela Afonso
    Ana Gonçalves
    André Botelheiro
    Andreia Fidalgo
    Bruno Inácio
    Cristiano Cabrita
    Dália Paulo
    Dinis Faísca
    Filomena Sintra
    Gonçalo Duarte Gomes
    Hugo Barros
    Joana Cabrita Martins
    João Fernandes
    Luísa Salazar
    Luís Coelho
    Patrícia De Jesus Palma
    Paulo Patrocínio Reis
    Pedro Pimpatildeo
    Sara Fernandes
    Sara Luz
    Vanessa Nascimento

    Arquivo

    October 2021
    September 2021
    July 2021
    June 2021
    May 2021
    April 2021
    March 2021
    February 2021
    January 2021
    December 2020
    November 2020
    October 2020
    September 2020
    August 2020
    July 2020
    June 2020
    May 2020
    April 2020
    March 2020
    February 2020
    January 2020
    December 2019
    November 2019
    October 2019
    September 2019
    August 2019
    July 2019
    June 2019
    May 2019
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    January 2019
    December 2018
    November 2018
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    July 2018
    June 2018
    May 2018
    April 2018
    March 2018
    February 2018
    January 2018
    December 2017
    November 2017
    October 2017
    September 2017
    August 2017
    July 2017
    June 2017
    May 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017
    January 2017
    December 2016
    November 2016
    October 2016
    September 2016

    RSS Feed

    Parceiro
    Imagem
    Proudly powered by 
    Epopeia Brands™ |​ 
    Make It Happen
Powered by Create your own unique website with customizable templates.