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Afinal de onde vem e o que é a Hospitalização Domiciliária?

26/6/2019

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O Lugar ao Sul conta hoje com a opinião de mais uma convidada especial. A convite da Sara Luz, hoje, no Lugar ao Sul, escreve Ana Nascimento. É Enfermeira no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, EPE, e integra a equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária na Unidade de Faro. Mais apresentações podem ler-se aqui.
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“Cuidar em Casa” tem-se evidenciado como um modelo de assistência hospitalar com claros ganhos em saúde quer a nível internacional, quer nacional (e aqui saudar o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde do Hospital Garcia de Orta!). E, portanto, quando em setembro de 2018 foi publicado um Despacho a prever a implementação e dinamização de Unidades de Hospitalização Domiciliária nos estabelecimentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, enquanto estratégia promotora da modernização e reorganização dos serviços de saúde, não faltou vontade em escrever sobre o assunto. Esse desejo tornou-se ainda mais premente quando o próprio Centro Hospitalar Universitário do Algarve, EPE, assumiu o compromisso em criar uma dessas unidades. A esta altura considerei, porém, ser mais pertinente dar voz a um dos principais rostos envolvidos neste projeto inovador em desenvolvimento na região algarvia, o que justifica o desafio lançado à Ana Nascimento para nos falar sobre o assunto. Boa leitura!
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A Hospitalização Domiciliária surgiu pela primeira vez em 1947, nos Estados Unidos da América, com a experiência “Home Care”, na sequência da Segunda Guerra Mundial com o intuito de descongestionar os hospitais, assim como, criar um ambiente psicológico mais favorável à pessoa em situação de doença. Na Europa, a primeira unidade surgiu em 1957, no Assistance Publique – Hôpitaux de Paris, em França. Seguiram-se outros países como a Suíça, a Alemanha, o Reino Unido e o Canadá. Em Espanha, este modelo assistencial foi implementado pela primeira vez há 38 anos, no Hospital Universitário de Gregório Marañón.

As unidades de Hospitalização Domiciliária em Espanha e em França fizeram um importante caminho de desenvolvimento e modernização. Segundo a Sociedade Espanhola de Hospitalização Domiciliária, em 2011, Espanha já contava com 101 unidades registadas. Em França, a Federação Nacional de Estabelecimentos de Hospitalização Domiciliária, em 2010, tinha 300 estabelecimentos de hospitalização domiciliária registados.

Em Portugal, a experiência dos Enfermeiros na Unidade Funcional de Cuidados Continuados do Hospital Garcia de Orta, desde 1998, foi essencial para que este hospital avançasse com a primeira Unidade de Hospitalização Domiciliária em novembro de 2015. No seguimento desta experiência positiva, foi delineada uma Estratégia Nacional para a Hospitalização Domiciliária, que contempla a sua disponibilização em  25 Hospitais/Centros Hospitalares do país até ao final de 2019, até ao final de maio encontravam-se em funcionamento 16 Unidades.

A hospitalização domiciliária, enquanto modelo de prestação de cuidados em casa, afigura-se como uma alternativa ao internamento convencional, uma vez que dá resposta à pessoa, em idade adulta, com situação de doença aguda ou doença crónica agudizada com necessidade de admissão hospitalar para internamento (Despacho n.º 9323-A/2018 de 3 de outubro de 2018 - Modelo de Deliberação de criação e de Regulamento da Unidade de Hospitalização Domiciliária). Podem integrar estas unidades as pessoas que cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos (Norma da DGS 020/2018 de 20/12/2018 - Hospitalização Domiciliária em idade adulta) em consonância com a realidade concreta de cada instituição e das necessidades locais da população.

Desta forma, este modelo da prestação de cuidados deslocaliza a pessoa das instituições hospitalares para o domicílio, não se sobrepondo a nenhum dos serviços já existentes na comunidade, privilegiando a articulação com os Cuidados de Saúde Primários e a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados para assegurar a continuidade dos cuidados.

A hospitalização domiciliária permite envolver o doente e a família/cuidador no plano de cuidados, capacitando-os através do ensino personalizado em função das necessidades e dos recursos individuais. Uma abordagem centrada na pessoa, constituindo uma importante mudança face ao paradigma atual dos cuidados hospitalares, uma transição do cuidar “de” para o cuidar “com”.

A evidência científica internacional tem demonstrado que existem vantagens para todas as partes envolvidas, designadamente, a redução do risco de complicações, como quedas, úlceras de pressão, desorientação ou confusão, a diminuição dos reinternamentos hospitalares, a redução da taxa de infeção hospitalar, a redução dos custos de internamento (comparativamente ao internamento convencional) e elevado nível de satisfação do doente e família/cuidador.

Apesar de todas as vantagens que este modelo apresenta, importa valorizar o esforço e a capacidade de adaptação, que a implementação e o desenvolvimento destes projetos exigem a todos os profissionais que de alguma forma são implicados no processo. Em particular, o dos profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados, uma vez que, todo o modelo de prestação de cuidados em internamento hospitalar estava pensado para a pessoa dentro das instalações hospitalares.
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Precisamos de firmar uma estratégia de médio-longo prazo para os cuidados de saúde em Portugal, em particular, no Serviço Nacional de Saúde, onde as Unidades de Hospitalização Domiciliária podem dar um forte contributo.
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Algarve: o que queremos para o nosso presente e futuro?

25/6/2019

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O post desta semana é diferente. Em particular, decidi construir um pequeno questionário na tentativa de perceber o que os Algarvios (sejam de nascença ou, como eu, de adopção) querem para a sua região. Assim, convido-vos a aceder ao instrumento que preparei para este efeito aqui (se tudo correr bem abrir-se-á uma página do google forms) e a responder às questões que coloco. Demora cerca de três minutos a completar o exercício, sendo que se abordam temas que vão desde matérias económicas até a aspectos de organização política. Nenhuma das questões identifica o respondente, sendo que a informação recolhida será tratada com a garantia de total anonimato. Fica a promessa de publicar os resultados numa futura oportunidade sempre e quando se consiga atingir a meta de um mínimo de 50 respostas completas.

Muito Obrigado!
Luís Coelho

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O rooftop é o limite, ou Ícaro atirando-se de uma açoteia farense

21/6/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

A mitologia grega tornou famosa a ilha de Creta, à conta de uma pequena falcatrua levada a cabo pelo rei Minos relativamente a Poseidon, deus dos mares, que levou a que este fizesse com que a esposa do rei tivesse uma fraqueza das carnes e se enamorasse de um lindo toiro, da qual nasceria uma bicheza de mau-feitio conhecida como o Minotauro.

Teve entretanto que entrar em cena Dédalo, empreiteiro de renome, que lá fez um labirinto para conter a mítica criatura. Com medo que o mestre-de-obras fosse contar mais do que devia, o rei Minos aprisionou-o.

Mas nas veias de Dédalo corria sangue de MacGyver, e mesmo sem canivete suíço, o homem lá construiu umas asas de cera e penas de pássaros para si e para o seu filho, Ícaro, de forma a que pudessem escapar.

Na altura do voo, o ancião avisou o fervoroso filho para ter cuidado. Deveria voar a uma altura média, evitando demasiada proximidade do mar (sob pena de humedecer em demasia as asas) e alturas que em excesso o aproximassem do Sol (derretendo os úteis apêndices). Uma metáfora para a oscilação entre a indulgência e o hubris, dizem-nos.

Ícaro ignorou o último conselho e, voando bem alto, viu as suas asas transformarem-se em líquido depilatório, mergulhando a la tijolo no Mar Egeu.

Diz quem viu que, no entanto, o lançamento do voo foi coisa linda, e a partir de um rooftop.
Mais ou menos do mesmo ponto de onde Faro pretende lançar parte do seu futuro…

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Paisagem com a Queda de Ícaro, de Pieter Bruegel (c. 1558)

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O plano para salvar o resto das nossas vidas

7/6/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Moisés voltou a descer do monte!

Mas, em vez do Monte Sinai, foi do Cerro de S. Miguel. E, em vez do Decálogo, trouxe uma pendrive.

E nessa pen… vinha o Plano!

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Quem tem coragem de falar de Decrescimento Económico?

3/6/2019

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Por Anabela Afonso

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É verdade que as eleições europeias foram pouco participadas em Portugal, mas se alguma coisa de positivo trouxeram, foi tornar visível até que ponto as questões ambientais entraram nas agendas políticas para ficar. Se acredito que isso acontece porque toda a classe política finalmente acordou para a emergência do tema? Claro que não.

O tema entrará na agenda política porque os partidos perceberam que este é um assunto que começa a mobilizar os cidadãos (e aqui os jovens tiveram um papel fundamental com as greves climáticas inspiradas pela jovem sueca Greta Thunberg e pela sua intervenção em 2018 na cimeira do clima) e que a sua sobrevivência – dos partidos políticos -  passará também pela capacidade de incorporarem esta temática nos seus programas e discursos. O problema é que, na grande maioria dos casos, não passará disso mesmo. Limitar-se-ão a mudar o suficiente para que tudo fique na mesma; o mesmo será dizer, introduzirão as inovações discursivas necessárias para convencer o seu eleitorado de que estão realmente preocupados com o assunto. Na prática pouca coisa mudará. Pelo menos para já.

E digo, pelo menos para já, porque apesar de ténues, há sinais de esperança, e não são assim tão incipientes como isso. Deixo dois exemplos com os quais tive contacto com apenas alguns dias de distância, os quais estão ambos relacionados com um conceito que, apesar de há já algum tempo ter surgido e ser objeto de estudo, tem sido muito convenientemente ignorado por quase toda a gente – políticos, academia e comunicação social - no nosso país e não só: o Decrescimento Económico. Para quem não está muito a par, o decrescimento económico defende o bem-estar de todos, deixando os objetivos do crescimento da economia e o constante aumento da produtividade de estar no centro do modelo social e económico vigente.

Voltando aos dois exemplos: na semana que passou, coincidência ou não, surgiram nas redes sociais dois artigos dedicados a esta temática.
Um deles, da autoria de Shayla Love, levanta a possibilidade de uma mudança radical de paradigma, isto se queremos mesmo salvar o planeta, e intitula-se The radical plan do save the planet by working less. A autora parte de um estudo do conceituado MIT - Massachussetts Institute of Technolgy datado de 1972 (sim, leram bem, de 1972, há nada menos que 47 anos) dedicado ao tema “ The Limits of Growth” e que previa o que aconteceria à civilização humana se a população e a economia continuassem a crescer. E não é difícil de imaginar, num planeta com recursos finitos, o que acontece se a população e a economia só se preocuparem em produzir cada vez mais, pois não?

No entanto, no modelo atual que vangloria o contínuo crescimento económico e aumento da produtividade (independentemente de muitas vezes ambos se fazerem à custa da destruição de recursos naturais preciosíssimos ou dos limites mínimos da dignidade humana), não há país nenhum que não se concentre em, a cada ano, poder dizer que está em crescimento económico, mesmo que sejam 2 ou 3 décimas percentuais, ou de se penitenciar quando não o consegue fazer.

E é aqui que chego ao segundo artigo. Totalmente em contracorrente com o que se passa no resto do mundo (pelo menos do mundo democrático com um nível de transparência que permita escrutinar as suas políticas públicas), a primeira-ministra neo zelandesa Jacinda Ardern é a primeira chefe de governo – se não for agradeço que me corrijam - a anunciar um orçamento que retira dos seus objetivos prioritários o crescimento económico do país, e que subordina a execução de despesa à necessidade de dar resposta às 5 grandes prioridades definidas para o país:

- Melhorar a saúde mental;
- Reduzir a pobreza infantil;
- Atender às desigualdades que enfrentam os povos indígenas Maori e das Ilhas do Pacífico;
- Prosperar na era digital;
- Transitar para uma economia sustentável de baixas emissões.

Só estes dois artigos, cujos links disponibilizo acima, deixam suficiente matéria de reflexão e alguns pontos de discussão que gostaria muito de ver ocuparem o espaço público nos meses que se avizinham e que irão anteceder as eleições legislativas.

As pistas por eles apontadas podem parecer utópicas e radicais, mas se a questão das alterações climáticas se trata mesmo de uma questão de vida ou de morte para os nossos filhos e os nossos netos – e pode muito bem ser isso o que está em cima da mesa -, espero bem que quem se predispõe a gerir os destinos do país tenha coragem suficiente para não ficar apenas a brincar ao faz de conta para conseguir mais um votos a explorar o filão da ecologia.
​
Para os que queiram aprofundar um pouco mais sobre o assunto, fica a informação que a próxima Conferência Internacional sobre o Decrescimento Económico, terá lugar em Manchester em 2020, e o link com mais detalhes.

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