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O Algarve em animação suspensa

28/4/2017

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 Por Gonçalo Duarte Gomes

À beira de um fim-de-semana prolongado, e de outros em perspectiva, como não dar continuidade ao debate em torno do turismo no Algarve?

É que, a menos que mais alguém se consiga espremer para dentro do já lotado santuário de Fátima (talvez se endereçarem algumas preces à peça da Nossa Senhora da Vista Alegre, que parece ser capaz de milagres nesse capítulo), os efeitos da laica tolerância de ponto atirada à Função Pública para daqui a duas semanas, qual milho a pombos, vai ter efeitos é cá em baixo.

E ainda bem que é nessa altura, e não antes. Pois embora o Algarve esteja sempre pronto a receber e a fazer as suas habilidades turísticas, qual elefante no Jardim Zoológico, a troco de alcagoita, tem uma já proverbial fase de dormência, ali mais ou menos entre Outubro e Fevereiro/Março.

Salvo as devidas excepções, nesse período tudo encerra e toda a gente é despedida - ou gentilmente cedida ao Instituto do Emprego e da Formação Profissional, depende da perspectiva - para reencarnar profissionalmente meses mais tarde, vezes sem conta, no mesmo ponto da carreira, com um vencimento imutável, o que até revela despojamento relativamente aos bens materiais. No fundo, o emprego no Algarve é budista. Se porventura não voltam, por não serem crentes, toca de formar tudo do zero – a qualificação da mão-de-obra é, bem vistas as coisas, largamente sobrevalorizada, e sempre se paga menos do que o menos que se pagava.

E desse soninho, acompanhado de tal algarvian dream, não há príncipe ou princesa capaz de nos arrancar…
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A vida associativa: um grito claro para uma sociedade livre                       A propósito do 10.º aniversário da Tertúlia Farense

27/4/2017

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"Paisagem", Manuel Baptista (Artadentro ), um dos tertulianos da Tertúlia Farense

Por Dália Paulo

Faro tem uma história de cidadania atuante desde os tempos do regime salazarista. Nessa época, como forma de oposição ao regime, o grito pela liberdade dava-se através da transformação de ações e pensamentos pela Cultura e pela Educação. Foram um verdeiro oásis para algumas gerações neste Sul; umas organizadas formalmente, outras em forma de tertúlia.

Quero aqui recordar três exemplos que nos permitem sentir o fervilhar da cidade ou da sua elite intelectual, conjunto de pessoas que tinha eco fora da região e que por cá foi a porta de muitos para a Cultura e a Arte:
1. O Círculo Cultural do Algarve (1940) que teve um forte impacto na vida cultural da cidade e da região. A ele estiveram associados nomes como Joaquim Magalhães e Campos Coroa, entre tantos outros. Neste momento, o Círculo Cultural do Algarve pela mão e entusiasmo juvenil de João José da Ponte e Castro, aprovou novos estatutos e está em fase de reativação, pretendendo dar um contributo importante para a valorização cultural e patrimonial e para a dinamização da dimensão associativa da região, como agregador de vontades e dinamizador de uma rede cultural da cidade e/ou da região.

2. O grupo que se junta em torno de António Ramos Rosa quando este regressa a Faro em 1951, com a fundação da revista Árvore e quatro anos depois da revista Cassiopeia (1955) ou dos Cadernos do Meio-Dia inseridos na Coleção A Palavra (1958), dirigida por Casimiro de Brito. A Biblioteca Municipal de Faro, que tem o nome do poeta, celebrou, no passado dia 21 de abril, 16 anos de inauguração do atual edifício com a organização da Primavera Literária, onde se teve o privilégio de escutar Gastão Cruz que generosamente partilhou connosco a sua relação com o poeta e com a obra, dizendo-se “discípulo de Ramos Rosa”, tendo afirmado que “abriu-me os horizontes, fez-me ver mais além”.

3. O Cineclube de Faro (1956) com um forte impacto na promoção da cultura cinematográfica no Algarve, foi (continua a ser) um pólo cultural de referência e excelência na região. Com o Cineclube de Faro aprendeu-se através do cinema a refletir sobre a sociedade, a resistir pelo pensamento, a ter contacto com realidades distintas e distantes, a promover os valores da tolerância, acima de tudo com esta instituição cultural difundiu-se cinema de qualidade e aprendeu-se a amar cinema.

Neste novo milénio novas formas de cidadania associativa se foram construindo. Aqui quero partilhar três exemplos que contribuem significativamente como “palcos” onde se convida a exercer o direito de cidadania ativa e atuante e que, com o seu empenho e criatividade, dão um significativo contributo para Faro.

1. A constituição da CIVIS, Associação para o Aprofundamento da Cidadania (1997), pioneira e inovadora a trabalhar estas matérias na região e no país, relacionando-as igualmente com a educação, tendo iniciado projetos como o Encontro de Partilhas de Práticas Educativas de Cidadania (ENPAR), hoje da responsabilidade da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - Direção de Serviços da Região Algarve; ou o ciclo de conferência “Património, Memória e Cidadania” (2013); ou no último ano (abril 2016 a abril de 2017) quando organizou - conjuntamente com a Associação 25 de Abril, a Universidade do Algarve e os Municípios de Faro e Loulé - as comemorações dos 40 anos da Constituição da República Portuguesa e que marcaram a agenda regional das comemorações nacionais.

2. A Tertúlia Farense, uma organização informal - que comemora hoje o seu 10.º aniversário - que pela força, empenho, notável organização e iniciativa de Fernando Leitão Correia tem vindo a desenvolver o sentido crítico dos farenses, a ajudar a pensar a cidade, a reivindicar, a constituir-se como massa critica e a impelir os poderes públicos a agir. Vigilantes e resilientes os tertulianos, destes permitam-me que destaque Fernando Grade, têm dado, na última década, um forte contributo para a construção da cidade e para cumprir a cada dia os valores de Abril. Um espaço plural, em que convergem diferentes opiniões; em que se aprende a ouvir, a escutar o outro, a refletir e a divergir. Um espaço que quebra barreiras de comunicação, que (des)une, um espaço que não pretende consensos mas que discute abertamente vários temas que afetam a vida da cidade e que concorre para a solução de várias matérias de gestão da cidade.

3. Faro à Conversa, um grupo informal, que nasceu este ano, tem vindo a dinamizar e a congregar diferentes gerações de farenses e sensibilidades políticas e sociais em torno do pensar a cidade e o concelho, realizando ações concretas sobre temas como a Mobilidade, entre outros. Um grupo que quer influenciar as decisões mas, acima de tudo, quer exercer o seu papel cidadão e a liberdade de construir um projeto para a cidade. Um projeto de cidadania em primeiro lugar, de capacitação das pessoas, ousado e que provoque alguma rutura, para que a transformação seja efetiva.

Escolhi este tema para dar os parabéns e desejar longa vida à Tertúlia Farense e  porque acredito que, nesta semana que se comemora Abril, a democracia e a liberdade se conquistam, a cada dia, se existirem projetos fortes, impactantes e disruptivos na (dita) sociedade civil. Hoje, se queremos afirmar as cidades e a região precisamos de densificar o conhecimento, o pensamento e os níveis de ação, para que possamos chegar mais longe e construir territórios inclusivos e felizes.

Porque estamos em ano de eleições autárquicas, é preciso que as propostas de pensamento e de projeto para as cidades sejam capazes de, por um lado, utilizar o pensamento produzido pela sociedade civil, e, por outro, de prospetar as múltiplas realidades, sensibilidades e que possam inspirar-se no conceito de Michel Foucault, Heterotopia - indica que as realidades não são homogéneas – para a construção de um projeto de cidade onde tenham presente a integração das diferenças e as contaminações de que deve ser feita a pólis e, a partir daí, desenvolver um projeto de futuro (e presente) alicerçado nas pessoas e na inovação dos territórios.


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Vacinação coletiva e compulsiva em prol da massa critica regional

26/4/2017

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Por Bruno Inácio
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Por aqui andamos muito dedicados ao tema da saúde. Depois de na semana passada o Gonçalo Duarte Gomes ter receitado uma vacina ao turismo do Algarve, o João Fernandes, já esta segunda-feira, colocou a coisa em perspectiva e, quanto a mim, deixou claro a importância do sector na região -  se é que tal (ainda) fosse necessário – e quanto a mim rematou para golo na baliza que o Luís Coelho havia construído sobre a necessidade de colocar um travão no turismo.
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Fechada que estava, aparentemente, a discussão, os “habitantes” deste Lugar, receberam ontem uma nova conterrânea que meteu o dedo na ferida e trouxe as chagas da saúde na região para cima da mesa, não fosse ela uma profissional da área. Como tantas vezes acontece com outros colegas deste Lugar, a Sara Luz tece um conjunto de considerandos com os quais não concordo, mas -  como também muitas vezes acontece –finaliza o seu artigo com o que todos desejamos aqui: mais e melhor região, mais e melhor qualidade de vida para quem aqui vive e para quem nos visita. Caminhos diferentes que nos levam a lugares comuns. Não é essa também a maravilha da democracia? É pois. 
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Composição VIII Pintura a óleo sobre tela realizada pelo artista russo Wassily Kandinsky

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De CHA para CHUA...

25/4/2017

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Sara Luz junta-se à equipa do Lugar ao Sul e publica hoje o seu primeiro artigo. Semana sim, semana não poderá encontrar os seus artigos à terça-feira.

Quem é a Sara Luz?
Sara Luz é gente que cuida de gente na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Centro Hospitalar do Algarve, EPE – Hospital de Faro. É licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, Mestre em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve e Doutoranda em Enfermagem na Universidade de Lisboa. Além disso, é Assistente Convidada na Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve e Vogal Suplente do Conselho Fiscal da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros. Entre passagens por Faro, Lisboa e Londres, foi na cidade algarvia de Loulé que encontrou o poiso para desfrutar de uma vida tranquila. Pessoa cheia de vida, organizada e empenhada. Se há coisas que a cativam são gente genuína e de riso fácil (e diga-se com preferência para as sportinguistas). Considera perfeita a combinação de uma taça de vinho e o convívio com família e amigos. É defensora vincada daquilo em que acredita. Ideologicamente valoriza o liberalismo moderno e a luta pelos direitos humanos, especialmente os das mulheres. E talvez porque nasceu no penúltimo dia do ano da década em “em que tudo era possível” crê que quem não sonha não voa, quem não acredita não alcança!
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​De CHA para CHUA...
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​Por Sara Luz

Invejável do ponto de vista geográfico e climatérico, o Algarve é para muitos que o visitam sinónimo de uma experiência única. Não fossem as contrariedades (e em matéria de saúde “xiça” se há contrariedades!), poder-se-ia assemelhar a um verdadeiro oásis a sul do país.

Nesta terra de contrastes, o acesso aos cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde é limitado. Salta à vista a escassez de recursos humanos e a obsolescência dos equipamentos, o que entre várias perdas se traduz em tempos médios de espera aumentados. Em abril de 2016, a percentagem de consultas realizadas dentro do tempo máximo de resposta garantido (TMRG) pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve foi de 66%, comparativamente aos 71% da ARS Norte, 72% da ARS Alentejo, 75% da ARS Lisboa e Vale do Tejo e 76% da ARS Centro. Mas é, sobretudo ao nível da atividade cirúrgica que a ARS Algarve fica muito aquém da média nacional, apresentando apenas 68% das cirurgias realizadas dentro do TMRG contra resultados de 93% da ARS Norte, 89% da ARS Centro, 88% da ARS Alentejo e 86% da ARS Lisboa e Vale do Tejo.

A realidade dos cuidados de saúde do Algarve é, à boa moda portuguesa, fruto de uma cultura de gestão em que a mudança dos tempos determina a mudança das vontades. Na hora das escolhas há quem ainda subvalorize a complexidade da gestão das organizações de saúde e considere que aspetos como os da cultura organizacional são facilmente ultrapassáveis. Ora veja-se a fusão dos Hospitais de Faro e Portimão em 2013 como um dos casos mais flagrantes no que toca ao estilo próprio de gestão dos hospitais portugueses. Atrelada a uma visão economicista e financeira, esta fusão não só contribuiu para o desmantelamento da saúde no Algarve, como deu abertura para que outros tirassem proveito da situação. O êxodo dos profissionais de saúde do setor público para o privado ou estrangeiro e a constante falta de material ou avaria de equipamentos têm tido sérias implicações ao nível do diagnóstico e intervenção (já para não falar dos custos!). Sabe-se também que, na hora de um aperto de foro ortopédico ou oftalmológico o fator sorte dita as regras de quem é observado a Sul ou tem de rumar à capital. Insólito cenário neste dia de abril!

Surge agora uma luz ao fundo do túnel para a resolução deste problema que não parece ter fim. Diz-se que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) vem a todo o gás para substituir o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), se aprovada a proposta da ARS Algarve ao Ministro da Saúde. Esta proposta visa a integração de quatro pólos, nomeadamente o Hospital de Faro, o Hospital de Portimão, o Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMRSul) e a Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve. Das manifestações públicas, esta parece ser a medida que reúne maior consenso para alterar o atual modelo de gestão hospitalar algarvio e melhorar a resposta às necessidades em saúde da população. Há uma intenção clara em descentralizar a decisão dos organismos centrais com o reforço da gestão intermédia das unidades de saúde, devolver as valências perdidas ao Hospital de Portimão após a fusão com o Hospital de Faro, reabrir o número total de camas do CMRSul encerradas desde que a ARS Algarve assumiu a sua gestão, recuperar as idoneidades formativas do Hospital de Faro, e promover uma relação mais estreita entre as instituições de saúde e a Universidade do Algarve como forma de fortalecer o Curso de Medicina, melhorar a qualidade ao nível da investigação e ajudar a atrair e a fixar profissionais de saúde que anseiam por novos desafios e valorização profissional.
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Mas, para os que cá andam neste lugar ao sul, será o CHUA uma nova esperança ou mais um gostinho agridoce de que tanto estamos habituados? É que numa altura em que a prioridade deveria ser a dotação das infraestruturas existentes com um número de profissionais adequado e equipamentos e tecnologia de ponta para dar resposta ao novo modelo hospitalar, há quem concentre as suas energias na contínua e inoportuna defesa da construção do novo hospital central do Algarve. Nada contra investimento público, mas o passado recente diz-nos que é sensato ter cautela no que toca a estranhos amores por este tipo de investimentos. Além do mais, nunca pareceu que as paredes, por mais antigas, fossem o core do problema. Ressalvo que, desprendida de vontades, não se trata de um olhar de baixo alcance sobre os benefícios que uma unidade de saúde de ponta e altamente diferenciada poderia trazer para o futuro da região, sobretudo pelo seu elevado potencial ao nível do turismo de saúde, mas não creio que seja passível de se adiar mais o que verdadeiramente é emergente na saúde do Algarve – o tão esquecido direito fundamental à proteção da saúde!

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NO ALGARVE, NÃO HÁ TURISMO A MAIS, HÁ É OUTROS SETORES A MENOS!

24/4/2017

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por João Fernandes
Como não poderia deixar de ser, junto-me à discussão do travão, da estrada e da vacina.
Democrata convicto, valorizo especialmente a diversidade de opiniões. Todo o exercício que contrarie a sentença “TINA” (There Is No Alternative), tão em vigor na Europa a propósito de tudo e de nada, é um contributo para a construção de novas soluções… Não liguem, ainda estou sobre o efeito Macron.
Dito isto, começo por congratular os meus colegas de pena Luís Coelho, Bruno Inácio e Gonçalo Gomes, que na passada semana escreveram interessantes artigos sobre o turismo: “É preciso colocar um travão no turismo - Lugar ao Sul”, “Não travem o turismo. Dêem-lhe uma boa estrada para ele chegar a um bom destino. - Lugar ao Sul “e “E uma vacina para o turismo? - Lugar ao Sul”. Como se poderá depreender pelo título que escolhi, discordo da premissa de base do Luís, mas saúdo a atitude crítica e estimuladora de reflexão.
A ideia do Turismo como o eucalipto que seca tudo à sua volta, do setor que atrofia toda e qualquer atividade que se desenvolva no mesmo território, esconde outras fragilidades.
É certo que o turismo no Algarve, à semelhança de outros destinos que despontaram na década de 60, se desenvolveu muito focado no Sol&Mar, com uma especial concentração da atividade no Verão e em áreas muito demarcadas junto à costa. Este grau de especialização teve os seus benefícios - a criação de uma imagem internacional que se traduziu num forte crescimento dos fluxos turísticos para a região - mas são também conhecidos os efeitos negativos, nomeadamente, ao nível da sazonalidade, da coesão territorial e do ordenamento do território.
As questões que seguidamente coloco são, propositadamente, provocatórias e até tendenciosas, na medida em que negligenciam impactos negativos vários ao nível da sustentabilidade ambiental, social e económica, causados por um modelo de turismo que já muito poucos defendem. De qualquer forma poderão servir de contraponto a alguns lugares comuns, a meu ver errados, sobre o real impacto do Turismo no Algarve.
É facto que no mesmo período em que o turismo crescia, setores como a agricultura, a pesca e a indústria sofreram um significativo enfraquecimento. Mas será que a responsabilidade do declínio de outros setores se deve especialmente ao desenvolvimento do turismo?
Será que foram os empregos “precários, sazonais e mal pagos” que afastaram a mão-de-obra dos outros setores?
Será que o facto de sermos visitados por milhões de turistas e excursionistas, com maior poder de compra que os residentes, nos dificultou a venda de bens e serviços produzidos na região?  
Será que os investimentos realizados com a receita do IVA Turístico, como a melhoria das infra-estruturas de saneamento básico que se realizaram no Algarve nos anos 70 (muito antes do resto do país), prejudicaram a qualidade de vida dos residentes ou as atividades económicas em torno do mar?
Será que um Aeroporto Internacional com fortes ligações aos maiores mercados de consumo, que ainda hoje é subaproveitado na sua vertente de transporte de carga, foi inibidor do desenvolvimento de uma indústria exportadora?...E o que dizer da “imparável dinâmica” do Porto Comercial de Faro?
E o abandono e a decadência de inúmeros edifícios nos centros das cidades, alguns deles património classificado, que agora são procurados para o turismo residencial ou para o alojamento local? Não poderiam ter antes sido objeto da nossa atenção?
Já agora, será que na cidade de Faro a culpa da proliferação de mamarrachos, quais baluartes da arquitetura, também se deve ao turismo? Prédios hediondos e altos no meio da cidade, fábricas abandonadas junto à Ria, depósitos de hidrocarbonetos e bairros da lata em zonas nobres… Para os mais distraídos, Faro, mesmo com o aumento da procura representa sensivelmente 2% das dormidas na região.
Será que os concelhos de maior procura turística, como Loulé e Albufeira (juntos representam cerca de 56% das dormidas na região) são os que apresentam hoje piores respostas sociais aos seus concidadãos?
Será que pagamos mais impostos e taxas por termos turismo? Ou será que o abate dos Programas de Apoio à Economia Local (PAEL), a que muitas autarquias do Algarve tiveram que recorrer para pagar divida contraída para investimento público (Escolas, Teatros, Mercados, Equipamentos Desportivos, estradas, fornecimento de água potável…), se fazem agora por via das receitas adicionais de IMI, IMT e Derrama com origem no Turismo?
Nesta facilidade de imputar ao turismo a causa de todas as nossas incapacidades, há pontos de partida que roçam a pós-verdade. Comparar os 2,9 milhões de hóspedes que o Algarve recebeu em 2016 com os 35 milhões de turistas que Barcelona acolhe por ano… é, como o próprio Luís Coelho explica, falar de cargas e de realidades do próprio território completamente distintas.
É bom lembrar que na hotelaria da região, no ano de maior procura de sempre (2016), a taxa anual de ocupação por quarto foi de apenas 64,9% (48,7% se considerarmos a Tx de ocupação por cama). Temos turistas a mais????????  
Como diria o Dr. Vitor Neto, ex-secretário de Estado do Turismo, Presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve e Empresário na área da Agroindústria: “No Algarve, não há Turismo a mais, há é outros setores a menos!”.
Outro exemplo deslocado é o “efeito perverso do Alojamento Local (AL)” no arrendamento em Faro.  
Então vamos a factos: dos 18.853 registos de AL do Algarve (Registo Nacional de Turismo, 19 Abril 2017), apenas 251 são do concelho de Faro e destes apenas 119 se situam na freguesia Sé-São Pedro (23 estabelecimentos de hospedagem, 26 moradias e 70 apartamentos, correspondendo no total a 713 camas). Ora, só a Universidade do Algarve, com os seus muitíssimo bem-vindos alunos, professores e funcionários, em boa parte oriundos de outras regiões, representa uma pressão incomparavelmente superior sobre o mercado de arrendamento. O mesmo se pode dizer em relação ao efeito da presença temporária dos muitos (e ainda assim muito poucos) profissionais de saúde, justiça, segurança pública ou professores do Ministério da Educação. E então? Ficávamos melhor sem eles?????
E que tal apostarmos na requalificação urbana e em políticas municipais estruturadas de arrendamento?... Já estou a mesmo a imaginar quais as receitas que vão pagar estas políticas que há muito deveriam estar aplicadas…
 
Virando a página, que as provocações por si só não resolvem muito.
É hoje relativamente consensual entre os stakeholders do turismo regional que o Algarve tem que acelerar o processo de reposicionamento, através de novos fatores de competitividade. São também as novas exigências do consumidor que o ditam.
Atualmente, as orientações estratégicas para o setor estão focadas no desenvolvimento de um turismo sustentável, redutor das assimetrias regionais, promotor do bem-estar das populações e que salvaguarde a responsabilidade na utilização dos recursos naturais e patrimoniais.
Pela oportunidade de incorporar bens e serviços na sua cadeia de valor, o Turismo pode e deve ser um catalisador de outros setores. É também a oferta turística que beneficia com uma maior diversidade e capacidade de outros setores da economia regional, na medida em que se diferencia de outros destinos, sempre que um turista tenha a oportunidade de vivenciar o que é genuíno e o que carateriza a região.
Assim tem acontecido com os estímulos recentes à Gastronomia e Vinhos da região, como o atestam: a criação da Rota e do Guia dos Vinhos; as campanhas e os eventos de promoção da Cataplana, da Cavala e da gastronomia regional em geral; a formação de profissionais altamente qualificados em Cozinha, Pastelaria e Mesa&Bar, entre muitos outros.
Há também inúmeros projetos que reforçam e renovam a própria identidade da região, todos eles com um denominador comum - o investimento do Turismo. A Dieta Mediterrânica candidatada e reconhecida como Património Imaterial da Unesco; a nova candidatura dos Lugares da Globalização; o programa 365 Algarve; a criação de rotas turístico-culturais associadas ao património, história e tradições algarvias…
É também por via do turismo que se está a dinamizar o interior algarvio. Veja-se, a título de exemplo, o crescimento da procura fora da época alta motivado pelo Turismo de Natureza e o impacto que está a ter nos territórios de baixa densidade.
As apostas no Golfe, no Turismo Residencial, no Turismo Náutico, no Turismo Sénior, no Turismo Acessível, no Turismo Desportivo e nos Congressos e Incentivos são claros sinais de compromisso com a diversificação de produtos que visam captar não só turistas com outras motivações de visita, como gerar uma procura que permita atenuar a Sazonalidade.
Resumindo, não há que travar o turismo, há sim que reforçar o seu potencial de dinamização e de mudança de perfil da economia regional.
O Turismo não será, como aliás nenhum outro setor per si, a panaceia para todos os males, mas poderá e deverá constituir-se como uma alavanca para a diversificação da base económica da Algarve.
O QUE É MESMO PRECISO É ACELERAR O TURISMO SUSTENTÁVEL!
 

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E uma vacina para o turismo?

21/4/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Pois é. Nem travões, nem estradas. No que diz respeito ao turismo, aqui o menino atanchava era com uma vacina para a coisa, bem na bochecha do rabiosque do Algarve, só assim por causa das tosses.

Camilo Castelo Branco bem se poderia ter inspirado na relação entre a nossa região e o turismo para escrever "Amor de Perdição". Isto porque, no limite, a paixão entre este canto à beira-mar estragado e as hordas de meias brancas em sandálias é toda uma novela que, peripécia após peripécia, se encaminha para uma tragédia romântica em que os amantes se amam, perdem-se, e morrem amando.

​Um tal amor escalpeliza-se com recurso às palavras de Manel Cruz, imortalizadas pela voz de Vítor Espadinha no arrepiante epílogo da balada “Ouvi dizer”, dos saudosos Ornatos Violeta: 
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A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

​Ora para uma doença deste calibre, uma vacina é o melhor remédio.
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Viva a LIBERDADE!  Conquiste-se a CIDADANIA.

20/4/2017

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Por Dália Paulo

Dedico este espaço à LIBERDADE, pela data que se aproxima – 25 de Abril – quase sem palavras, apenas com um apontamento poético de Sophia de Mello Breyner Andresen:
És tu a Primavera que eu esperava,
 A vida multiplicada e brilhante,
 Em que é pleno e perfeito cada instante!

Este pleno e perfeito depende de não esquecermos que a liberdade é um valor que se conquista a cada dia. É um valor que está, igualmente, neste mundo a perigar a cada dia, veja-se, a título de exemplo, os Estados Unidos da América ou a Turquia.

Que hoje saibamos ir defendendo e vivendo Abril e acredito que para isso há um lugar a conquistar para termos uma sociedade melhor: o da cidadania!

Mas hoje como nos lembra o poeta António Ramos Rosa “não é tempo de afirmar nada” é tempo de cada um de nós refletir, ser resiliente, celebrar, implicar-se e contaminar com atitudes contra o medo, o outro e aquilo que nos cerceia o direito de viver em democracia e liberdade!


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Não travem o turismo. Dêem-lhe uma boa estrada para ele chegar a um bom destino.

19/4/2017

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Por Bruno Inácio

Ao turismo no Algarve, entalado entre a “gentrificação não urbana” e a sua importância económica, continua a lhe faltar o essencial: investimento público robusto na dimensão, consistente no tempo e estratégico na implementação.

Tenho seguido com atenção e interesse o debate que em Portugal se tem realizado sobre o excesso de turismo. Esse debate também chegou aqui ao Lugar ao Sul. Recomendo a leitura do texto do Gonçalo Duarte Gomes intitulado “A jactante modéstia de uma casa Algarvia” e o texto do Luís Coelho que em tom provocatório, assumido pelo autor, afirma titulando “É preciso colocar um travão no turismo”. Cada um ao seu jeito, com exemplos distintos, lá nos vai dando pistas sobre as vantagens da qualidade sobre a quantidade e ainda paralelos com outros casos cuja maturação está mais avançada.

Julgo que existe um outro lado do círculo que importa abordar e que procurarei lançar nas próximas linhas na esperança que a força da espuma dos dias me permita voltar ao tema com maior profundidade substantiva na próxima semana. 

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É preciso colocar um travão no turismo

18/4/2017

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Por Luís Coelho.
 
Bem sei que o título que escolhi para o meu apontamento semanal não me vai trazer muitos amigos. De facto, o Algarve é turismo como comprovam todos os estudos sobre a economia regional. Acresce que o discurso pró-turismo é o apanágio da quase totalidade dos responsáveis políticos da região, bem como dos nossos opinion-makers, bloggers e afins. Mas… Será que o turismo é mesmo bom para os que cá vivem?

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A Economia Circular (a Sul)

17/4/2017

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Por Pedro Pimpão

O que é a Economia Circular? Falamos de parte dela, mas não falamos do que significa. Este pequeno artigo apela ao aprofundamento da discussão e sensibilidade das demais Entidades, tais como, Instituições Públicas, Empresas e Cidadãos em geral.

Segundo o Ministério do Ambiente, a Economia Circular é “um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia…e é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, relação até aqui vista como inexorável.” Para tal, a Comissão Europeia lançou a 02.12.2015, o Plano de Ação da UE para a Economia Circular (COM 2015 614 Final) que aponta para que cada etapa da cadeia de valor – na produção, incluindo a conceção de produtos e processos de produção, no consumo, na gestão de resíduos e reutilização, por exemplo da água, do plástico ou até nas áreas da construção e demolição, sejam levadas a cabo em conformidade com os princípios de “legislar melhor” e sob reserva de consulta adequada e de avaliação de impacto.

A Economia Circular deve ser incutida em todos os agentes económicos como forma de salvaguardar os recursos indispensáveis à qualidade de vida das gerações vindouras. As medidas inseridas neste Plano de Ação contam com o apoio do Banco Europeu de Investimento, com especial incidência na energia e nos resíduos, como é exemplo a realização do 11º Fórum nacional de Resíduos, nos próximos dias 19 e 20 de Abril em Lisboa. O foco das Autoridades Nacionais neste tema torna a Economia Circular uma proposta de futuro para toda a Administração Central, incluindo setor empresarial do Estado e Local, como as empresas municipais. No decorrer do presente ano, a Comissão Europeia irá promover uma Estratégia para a Gestão dos Plásticos no âmbito da Economia Circular, bem como uma Proposta Legislativa para a Reutilização da Água.

A Economia Circular, do qual considero poder vir a ser uma importante fonte de criação de empregos a nível local é acompanhada por uma meta comum a todos os Municípios da UE de reciclagem de 65% de todo o seu lixo até 2030 ou reduzir os aterros a apenas 10% do lixo municipal até 2030, entre outros objetivos quantificáveis.

Para compreender melhor a importância da Economia Circular, junto envio um vídeo do “The Economist” em que apenas em 1 minuto dá-nos um exemplo de prospetiva da Economia Circular, dando como exemplo o Japão.
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A jactante modéstia de uma casa algarvia

14/4/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Turismo no Algarve escreve-se com letras de néon – e o turismo em tempos até reescreveu o Allgarve, num alegre e pitoresco episódio de prostituição regional.

Tudo, desde o formigueiro etílico de Albufeira ao desfile de gente apuradamente bonita pelos bares da gente famosa em que interessa ser visto nas noites de Vilamoura, passando pelas sunset-party um pouco por qualquer cantinho com areia que dê para assentar uma mesinha para o DJ ou um transístor mais potente e pelas boat-party que transformam qualquer tarde na praia num baile funk de favela à distância, tem que ter movida e aquilo que hoje passa por glamour.

Mas há ainda quem acredite que o “ardente Algarve impressionista e mole, (…) lindo preguiçoso adormecido ao Sol” de João Lúcio tem o seu espaço. E leve canecos para casa à pala de tal crença!
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O (in)visível nas cidades e a importância do conhecimento

13/4/2017

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Por Dália Paulo
Volto ao tema das cidades, da sua construção, dos seus símbolos, dos sonhos individuais e coletivos que enceram, das suas invisibilidades, do seu conhecimento, a propósito de um estudo publicado pela editora Sul, Sol e Sal de Tânia Rodrigues, resultado da sua tese de Mestrado em História da Arte Portuguesa na Universidade do Algarve, intitulado Faro na Época Moderna: do urbanismo à arquitetura e apresentado esta semana no Museu Municipal de Faro.

Faro ganha valor acrescentado com esta investigação, como refere no prefácio José Eduardo Horta Correia, a autora “ousou estudar o ínfimo, o que a história dá normalmente por perdido. Ir ao encontro do comum, do não monumental, do recheio do urbano, da arquitetura, da dita «casa corrente»”, contribuindo para que a gestão e o fazer cidade hoje possa ser alicerçado no conhecimento daquilo que fomos, daquilo que somos e do que queremos vir a ser. Estamos perante uma ferramenta que deverá ser usada pela gestão da cidade, que tem de ser divulgada junto de quem faz cidade – urbanistas, arquitetos, historiadores, arqueólogos, executivos municipais e cidadãos. Este conhecimento das várias cidades que estão presentes na cidade hoje deve contribuir para uma mais eficaz gestão urbanística, para aumentar a qualidade de vida e para ter opções mais sustentáveis e sustentadas a longo prazo.

Comumente falamos em sustentabilidade ambiental, económica e social, transversalmente a todas está a Cultura (aqui incluo o Património) como fator maior que deve estar subjacente ao planeamento e às transformações quotidianas da cidade. Estudos como Faro na Época Moderna: do urbanismo à arquitetura permitem olhar a cidade invisível e, a partir dela, construir as bases para fazer a cidade hoje. Nesse sentido, podemos sintetizar a importância da publicação e do estudo de Tânia Rodrigues através das palavras de Mia Couto na aula inaugural da Escola de Comunicação e Artes (2012) na Universidade Eduardo Mondlane intitulado “Da cegueira coletiva à aprendizagem da insensibilidade” quando termina afirmando: “Fazemos o que fazemos não porque sejam grandiosas iniciativas mas porque necessitamos de mudar as coisas e melhorar o mundo (…) e “porque queremos ser donos do nosso destino e capitães da nossa alma coletiva”. Considero que o nosso poder de mudar o Mundo está em fazê-lo através do conhecimento, da cultura e da nossa vontade coletiva de exercer o nosso direito de cidadania.

Com esta obra Tânia Rodrigues inaugura uma nova linhagem de investigadores e homenageia muitos outros investigadores ou cidadãos implicados que conseguiram lutar pelo que Sophia de Mello Breyner Andresen, naTávola Redonda, n.º 21 de Janeiro de 1963, escrevia “É preciso que aquilo que vai ser construído não destrua aquilo que existe.”, refiro-me, entre outros, a de Pinheiro e Rosa, Francisco Lameira, António Rosa Mendes, José Eduardo Horta Correia, Fernando Grade… Devemos agradecer-lhes o seu estudo, luta e resiliência por um Algarve que não se tornasse um não lugar e é,  também, por eles que hoje o Turismo consegue repensar-se e criar ofertas diferenciadoras do destino baseadas nas paisagens culturais e naturais.

Termino como José Eduardo Horta Correia terminou a sua apresentação “É Faro que precisa da Tânia e não o inverso”, sim precisamos da Tânia Rodrigues e de muitos investigadores para que possamos ter cidades que se conhecem e possam assim ser mais competitivas, com projetos inovadores, fortes e diferenciadores.

Muito obrigada Sul, Sol e Sal por cumprir a função social de transformar a investigação em valor acrescentado e em output positivo para a sociedade e que a colaboração com a Universidade do Algarve continue a permitir afirmar, cada vez mais, o conhecimento produzido e a torná-lo um instrumento ao serviço da região.


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O momento do Algarve se unir 

12/4/2017

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Por Bruno Inácio

Dizem que existe um primeiro dia para tudo. Ora bem, hoje é o dia de concordar com o PCP.

Coisa nova por estas (minhas) bandas mas que faço com o fulgor de quem acredita que as convicções políticas são maiores que os partidos e que a causa pública é mais importante que qualquer interesse particular e circunstancial.

O PCP veio ontem afirmar publicamente, no âmbito das suas jornadas parlamentares, que irá propor um novo referendo sobre a regionalização em Portugal até ao primeiro trimestre de 2019. 
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O pesadelo da fiscalidade sobre o trabalho em Portugal

11/4/2017

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Por Luís Coelho.

Todos nós nos queixamos da carga de impostos que, infelizmente, temos de suportar. Este (legítimo) queixume tende a ser particularmente intenso quando nos cruzamos com trabalhadores por conta de outrem. Pois bem, notícia publicada hoje no Negócios coloca esta questão em perspectiva. Em particular, utilizando informação produzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), este Jornal dá conta que, cá no burgo, em 2016, o tax wedge ascendeu a 42%. Trocando por miúdos: nesse ano, um solteiro sem dependentes que tenha trabalhado por conta de outrem ganhando o salário médio levou para casa 58.5% do seu rendimento bruto… 

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E TUDO ISTO SEM MUDAR O NOME DO AEROPORTO!

10/4/2017

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Por João Fernandes

Prosseguindo um esforço que se tem concretizado em resultados assinaláveis para o destino Algarve, o Aeroporto de Faro terá este ano, no chamado Verão IATA (Março – Outubro), um significativo reforço das ligações existentes e também novas rotas a explorar.

Com os dados disponíveis, está estimado um acréscimo superior a 1 milhão, correspondendo a um aumento de cerca de 17% da capacidade disponível em relação ao ano anterior, para o período homólogo. No total, as companhias aéreas disponibilizarão uma oferta de voos que abrangerá mais de cem aeroportos, 20 países e cerca de 8, 5 milhões de lugares.

O planeamento, como sempre, fez toda a diferença! O equilíbrio previsto entre a consolidação da tendência de crescimento dos tradicionais mercados emissores da região, a oportunidade de reforço de ligações a mercados emergentes, o estabelecer pontes nos principais hubs europeus e o arrojo de explorar novos mercados traduz um exercício bem conseguido e que, estou certo, produzirá os resultados por todos ambicionados.

Este equilíbrio é ainda mais exigente quando, para além dos mercados, aeroportos, novas rotas/novos serviços, ainda consideramos variáveis como a negociação com companhias aéreas de diferentes naturezas (regulares e charters, companhias de bandeira e operadoras low cost).

Parece anacrónico, mas muitas vezes o bom resultado no Verão é o fator que mais contribui para o alargamento das operações na chamada shoulder season (época intermédia) e até mesmo no Inverno IATA (Nov-Mar).

Novas oportunidades acarretam novas responsabilidades! Estou confiante de que o nosso destino responderá ao repto de tornar mais passageiros em mais turistas satisfeitos!

Na senda do “lado positivo da força”, uma palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido por toda a equipa do Aeroporto. Assegurar um bom acolhimento aos passageiros numa altura em que se verificam aumentos tão expressivos de tráfego (+24,5% até Fev) é digno de registo. Fazê-lo durante um período especialmente exigente de obras de requalificação, demonstra uma enorme capacidade para ultrapassar desafios. 

Um agradecimento também às equipas das inúmeras empresas e instituições públicas (RTA incluída) que têm assegurado o normal funcionamento daquela que é a principal porta de entrada de turistas na nossa região.

E tudo isto, sem mudar o nome ao aeroporto :). 

 
 
 


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Algarve estufado, mas com um Aeroporto chamado Zézé

7/4/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Diz-se que o Algarve tanto faz cozido como assado, que é sempre bom.

Esta polivalência culinária exclui, no entanto, uma modalidade: o estufado.

Preocupado com essa lacuna no cardápio regional, anda para aí um pessoal a tentar complementar o menu com tal especialidade. Só que em vez de panelas... usa rolos de polietileno!
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E a Sul, que instituição cultural podemos beneficiar com a apresentação do IRS 2016?

6/4/2017

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Por Dália Paulo

Como aqui escrevi a 12 de janeiro, este ano, podemos, pela primeira vez, como contribuintes descontar 0,5% do nosso IRS diretamente para uma instituição cultural. Volto ao assunto para divulgar as entidades na região do Algarve que podemos escolher apoiar:
Casa da Cultura de Loulé Casa do Povo do Concelho de Olhão Cineclube de Faro Orquestra de Jazz do Algarve R.C.L. Rádio Clube de Loulé Sociedade da Banda de Tavira Sociedade Artística e Recreativa Farense Todas as instituições culturais nacionais podem ser consultadas em
http://www.gepac.gov.pt/irs-lista-de-entidades-culturais-beneficiarias-da-consignacao-ja-disponivel.aspx

Muitos interrogar-se-ão sobre esta lista, lembrando-se de tantas instituições culturais da região e que nela não constam. Esta questão prende-se com as instituições elegíveis de acordo com a Portaria n.º 22/2017, de 12 de janeiro, que vem regulamentar a Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março e, por isso, este apontamento tem duplo destinatário: todos os contribuintes e as instituições culturais de utilidade pública, para que possam inscrever-se e ter a oportunidade de beneficiar desta possibilidade em 2018.

Estas são instituições culturais de utilidade pública da região algarvia que se inscreveram para beneficiar desta oportunidade de criar novas formas de envolvimento dos cidadãos na vida associativa. Esta é uma oportunidade para, nós cidadãos, exercermos um direito de escolha e decidirmos para onde vai 0,5% do nosso IRS; exige mais de nós, exige atenção, escolha, responsabilidade, disponibilidade e construção coletiva da área Cultural. Com esta opção promove-se a democratização da escolha cultural, uma cidadania ativa e possibilita-se que o contribuinte “desenhe” o seu mapa cultural e reforce a sua partilha com os outros, ao incentivar uma instituição cultural a criar novas formas de comunicar, de envolver e de inovar.

Importa, ainda, divulgar junto das instituições culturais de utilidade pública que têm até 30 de setembro de 2017 para junto do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC) do Ministério da Cultura - através do endereço eletrónico –
cultura.irs@gepac.gov.pt – inscrever-se e fazer prova que desenvolvem a sua atividade predominantemente de natureza e interesse cultural, enviando os estatutos e relatório de atividade do ano anterior e requerer a atribuição do benefício fiscal. Este passo é fundamental, porque caso não o façam impossibilitam qualquer cidadão de escolher a instituição cultural para consignar os 0,5% do seu IRS 2017.

Uma medida há muito sonhada e que agora possibilita que cada um de nós se implique e possa escolher apoiar uma instituição cultural contribuindo desse modo para consolidar e densificar o tecido cultural através de uma relação de proximidade e de impacto(s), bem como para criar lastro e transformar os territórios e as pessoas pela criatividade.

Agora é só escolher! para que, como muito bem disse Sophia de Mello Bryener Andresen no texto “A Cultura é cara, a incultura é mais cara ainda”, é preciso “construir o mundo de outra maneira” e esta maneira é a da cidadania, da decisão que está nas nossas mãos, na possibilidade de construção coletiva de territórios culturais e criativos.


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Se ajudamos as vacas a voar porque não ajudamos as galinhas também?

5/4/2017

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Por Bruno Inácio

Pelo titulo bem sei que isto mais parece uma feira de gado, mas hoje quero é realmente falar-vos de habitação, arrendamento e turismo no Algarve. 
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A herdade Nova – uma fábula inspirada no caso do Novo Banco

4/4/2017

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Por Luís Coelho.
 
Imaginem-se cidadãos da Lusitânia, pacato País à beira-mar plantado. Hoje é um dia especial. Após abrirem a vossa caixa de correio encontram uma carta enviada pelo tribunal da terra. Inquietos, abrem o envelope e devoram o conteúdo da missiva. Mal podem acreditar no acabam de descobrir. O infeliz falecimento de um tio-avô muito distante acaba de vos habilitar como herdeiros da pitoresca herdade Nova. Esta conta com um simpático terreno de 10 hectares e um monte a precisar de restauro. No entanto, o vosso falecido tio-avô determinou que para poderem tomar conta da herdade Nova terão de ser capazes de mobilizar 4.9 Ecus (moeda da Lusitânia), valor estimado da intervenção necessária na propriedade. O tribunal entregará a herdade à Misericórdia local caso falhem esta determinação.

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De Regresso ao Sul

3/4/2017

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Por Pedro Pimpão

Após 3 meses de “sabática” do Lugar ao Sul, regresso com um novo parceiro, o João Fernandes, que correspondeu e manteve de uma forma eficaz a escrita das Segundas-Feiras. Agora sou eu que o vim ajudar!
Neste regresso ao Sul, queria expor alguns apontamentos de um tema que para mim é de prioridade política e de cidadania: a descentralização.

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