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Bem-vindo

“Pelo Algarve e seus interesses principaes é a nossa divisa”

29/3/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Cumprem-se hoje 111 anos sobre a 1ª edição do jornal “O Algarve”, disponível para consulta na hemeroteca digital… da Câmara Municipal de Lisboa. 

Assinalo esta efeméride com um excerto do “Nós” que se apresentou, em jeito de editorial, e de onde se empresta, de resto, a expressão que dá título a este texto:
Mais um humilde combatente n’este pelejar do interesse publico, em que se debatem tantos campeões, assenta hoje inscripção, sob a denominação “O Algarve”, perante os nossos comprovicianos, a quem dedicamos, e só a elles, o trabalho que vamos empreender.

O nosso titulo, simples e modesto, vae como simbolo da missão, que tomamos sobre os nossos hombros!

Para a nossa querida provincia, tão linda, tão uberrima na pujança dos valores materiaes e moraes que contem, tão digna de incentivos e auxilios, trabalhadora, honesta e gloriosa na historia do paiz, nunca póde haver desperdicios d’esforços dos seus filhos, para que venha como uma invalidade a nossa collaboração na sua aspiração de progresso!
​
Nenhuns enraizamentos trazemos de nossas antigas origens partidárias e despegámo-nos por completo d’essas ligações pelo reconhecimento da vetutez dos partidos e por nos havermos convencido que as suas bandeiras já não se desfraldam sôbre o sopro quente e fervoroso do sentimento patriotico, e antes para ahi se enrodilham empanadas de egoismos, peçonhentas de rancores, sem o pudor ao menos d’esconder as suas vergonhas, sem a dignidade sequer que conserva o respeito nos que decahem e vão para a obscuridade!

​111 anos volvidos e, mutatis mutandis, quase tudo poderia ser escrito hoje.

No Algarve e no País.
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ANI – Algarve Não (há) Inovação

26/3/2019

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Hoje o Lugar ao Sul tem como convidado Juan Pablo Rodrigues Correia. Licenciado em Informática – Ramo tecnológico e Mestre em Gestão Empresarial pela Universidade do Algarve. Atualmente é responsável pela coordenação comercial do grupo Algardata, onde coordena o negócio no âmbito nacional e internacional.

É também Professor Assistente Convidado na Faculdade de Economia da Universidade do Algarve para as disciplinas de Estratégia e Planeamento Empresarial e Métodos de Decisão.
Tem como interesses a tecnologia, sobretudo a componente de Análise de Dados e Machine Learning, desporto e leitura. E, claro, é sócio do SPORTING!

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Muito recentemente, a ANI (Agência Nacional de Inovação), entidade a quem a CCRD Algarve recorre para analisar candidaturas de projetos de inovação, chumbou uma série de projetos propostos por empresas Algarvias, por considerar os projetos “não inovadores” ou por considerar que a empresa não reúne as condições (inovação, capital, etc.) para poder realizar o projeto a que se candidata.
 
Para referência, alguns números (apenas de projetos submetidos pelo CRIA):

No programa QREN, o número de projetos submetidos à medida de Sistema de Incentivos à Investigação e ao Desenvolvimento Tecnológico, foram 25, com 88% de taxa de aprovação (22 projetos). Neste programa, a “peritagem” foi realizada pela ADI, antiga Agência De Inovação, entidade que deu origem à ANI, ou seja, basicamente, a mesma entidade.

O número de projetos submetidos à medida de Sistema de Incentivos à Investigação e ao Desenvolvimento Tecnológico, no âmbito do Portugal 2020, o programa em vigor, foi de 59, um crescimento muito significativo em relação ao programa anterior. No entanto, o número de projetos aprovados foi de apenas 21, i.e. 35,6% do total. Ou seja, houve mais candidaturas de inovação mas houve menos aprovação de projetos do que no quadro anterior em volume e uma redução dramática em percentagem (de 88% para 35,5%).

É pois imperativo colocar uma questão: será que as empresas deixaram de ser inovadoras com o tempo ou estaremos num quadro onde as análises foram mal feitas no programa anterior, estando agora em curso uma “correção” materializada através da aplicação de critérios de avaliação mais restritivos?

É compreensível e até recomendável que, para projetos de maior complexidade, a CCDR Algarve recorra a especialistas externos para poder ter uma avaliação mais justa das candidaturas. Nesse aspeto a ANI aparenta ser uma entidade de referência. No entanto, se o critério é tão apertado que o resultado final é que a verba disponível não é aproveitada e/ou é devolvida para outras regiões, ou ficando no Algarve é redirecionada para linhas que não estão ligadas à inovação, talvez se recomende algum debate sobre o assunto.

Importa salientar que um projeto que é reprovado poderá ser sempre corrigido e novamente submetido, algo que pessoalmente já fiz por três vezes sem sucesso. De facto, o mesmo projeto foi sendo chumbado por razões diferentes sendo que, curiosamente, na segunda e terceira volta, os motivos alegados pela ANI não chegaram a ser identificados nos momentos de avaliação precedentes … o que torna complexa qualquer revisão.

​O problema é muito mais profundo do que aparenta. Se por um lado, os projetos de inovação permitem que as empresas evoluam (novas técnicas, produtos ou tecnologias) e o apoio ao investimento garante essa evolução (não só por via do investimento, como também do controlo da execução do projeto), por outro, permite um reforço da ligação entre o meio académico, onde é fundamental realçar o papel da Universidade do Algarve e o mundo empresarial, que tem evoluído de forma muito significativa nos últimos anos, muito por via dos projetos de inovação.
 
Finalmente, pergunto, como é que as empresas, que não são do âmbito turístico no Algarve, competem neste contexto? Ou será que o esperado é que deixemos de ser incómodos permitindo assim que o dinheiro flua mais livremente para as empresas que estão no Centro e Norte do país? Se não é, parece, pois esta política leva a que sejam as nossas concorrentes internas a poder evoluir, captando assim o nosso capital intelectual e fazendo com que o Algarve sirva apenas para que a “malta” venha cá passar férias e, se possível, sem gastar muito dinheiro.
 
A verdade é que assistimos a dois fenómenos muito contraditórios:  o turismo a ser premiado num âmbito europeu e até mundial e as empresas a ser chumbadas em projetos de inovação a nível nacional...
 
Ainda assim, contra tudo e todos, não desistimos! Missão assumida: por o nome Algarve no mapa de inovação nacional e internacional!
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Onde está(ão) a(s) abelha(s)?

25/3/2019

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Por Anabela Afonso
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Hoje quase não escrevia. Falta-me tempo, e às vezes também assunto. Não é que eu não tenha sempre muitas coisas que me inquietam, sobre as quais me interessa conversar, debater, discutir. Só não acho que isso seja sempre o suficiente para escrever. 

Esta semana, já quase prestes a deitar a toalha ao chão fui desafiada a não desistir, partilhar uma foto que fosse, um pensamento ou um poema até. Lembrei-me então de umas fotos que tinha, de um passeio com os meus pais pelo campo, perto de onde moramos, e de um pedido da minha mãe que este desafio recuperou: "Filha, um dia tens que escrever sobre as abelhas. Com esta febre de cortar o mato, as abelhas já não têm o que comer."

Esta é a altura do ano onde, em tempos idos, um passeio pelo campo seria acompanhado do tão característico zumbido das abelhas que por todo o lado recolhiam o pólen de tudo o que são flores apetitosas.

A propósito do pedido da minha mãe, olhámos em volta, procurámos, e quase não vimos abelhas. Fizemos silêncio e o zumbido das abelhas já não se faz ouvir. Consegui, finalmente, registar em algumas fotografias, as poucas abelhas que encontrámos e é isso que hoje partilho.
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Partilho a presença das escassas abelhas que ainda conseguem retirar alimento das também cada vez mais escassas flores do campo, como são o Rosmaninho e a flor da Mariola.

​Escassas porque para aos Invernos cada vez mais quentes e com cada vez menos chuva, junta-se agora o desbaste de terrenos sem, muitas vezes, acautelar algum bom senso. 
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Pode ser que, assim, à primeira vista, a imagem acima possa parecer só mato, mas neste mato crescem (ainda) o Rosmaninho, a Mariola, a Papoila e muitas outras espécies que são fundamentais para alimentar as nossas abelhas. Nestes campos cresce (ainda) tomilho com fartura e outras ervas aromáticas que muitas vezes pagamos a preço de ouro nos supermercados.

​Talvez fosse de algum bom senso evitar que esta paisagem seja destruída, apostar mais na vigilância dos nossos campos. Isto a bem da sobrevivência das abelhas, que o mesmo será dizer da nossa.

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Há Vida em Marte e Gente Geek no Algarve!

21/3/2019

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Por Vanessa Nascimento
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Geek Session Faro - Fotografia Raquel Ponte
As condições para a existência de vida em Marte continuam a dividir o mundo científico, ao contrário da existência dos Geeks tecnólogicos no Algarve. Estes sim reais e evidenciaram a sua presença na passada sexta-feira dia 15 de Fevereiro em mais uma Geek Sessions-Faro.
 
Qualquer semelhança entre a "multiplicação" assistida e alimentar depois da meia noite ou colocar  em contacto com água um Mogwai/Gremlin, é pura coincidência! O que é certo é que o anfitrião deste evento já não tinha mãos a medir. Instruídos por Fabian Reich de Berlim com a talk “Alexa: Why do you understand me?” - The technical foundations of Chatbot building, e João Cabrita - “X things to improve on REST APIs”,  num “Full House hand" na Contentserv.
 
Para aqueles que perderam o evento, estão/são curiosos ou só agora começam a despertar para o facto de que prolifera tecnologia e eventos associados no Algarve, aqui fica o broadcast dos próximos eventos:
  • 29 de Março - Fireside chat freeCodeCamp powered by Geek Sessions and hosted by StartUp Portimão;
  • 05 de Abril  - Geek Girls Portugal - Faro hosted by ETIC Algarve
  • 16 de Abril  - Coding Portugal hosted by Turbine Kreuzberg
  • 25 de Maio - Day Day'19 powered by Turbine Kreuzberg
 
É de salientar que todos os eventos são gratuítos mas normalmente carecem de inscrição. Apareçam e porventura ainda se aprende que afinal a Terra até nem é plana e que há mais do que Turismo no Algarve. 
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O Meu Pai pelo olhar de uma criança…

19/3/2019

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Por Luisa Salazar (2 minutos de leitura)

Hoje é dia do Pai!

Um dia que é comemorado por muitos e cujos sentimentos em todos nós podem ser diferentes… 

É interessante como ao longo da nossa vida o que sentimos pelo nosso pai vai mudando, mas fica sempre o Amor e a Admiração…

Quanto somos pequenos é o nosso super-herói…

Quando somos adolescentes é o pai que não nos deixa fazer tudo o que queremos…

Quando somos adultos é o nosso conselheiro e companheiro…

E quando somos já velhinhos fica na nossa saudade…

Hoje pedi à minha amiga Matilde Nicau Valério, de 11 anos, para publicar um dos seus poemas neste dia tão especial.

Por isso aqui deixo o meu bem-haja a todos os pais e ao meu pai e ao da Matilde em especial!
“A gravata do meu pai
O meu pai tem uma gravata
que usa todos os dias
azul às risquinhas
assim para o trabalho tu ias...
O meu pai tem uma gravata
que usa e não tira
da cor do coração
da cor da imaginação.
A gravata do meu pai
uma prenda especial!
Para ti é o amor
Para o mundo é normal.”                                      in a Mais Bela Poesia, por Matilde Valério
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Quando eu, Algarve, em vós os olhos ponho

15/3/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Sá de Miranda, poeta português nascido no Século XV, escreveu:
Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho,
e vejo o que não vi nunca, nem cri
que houvesse cá, recolhe-se a alma a si
e vou tresvaliando, como em sonho.
Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m’espanto às vezes, outras m’avergonho.
Que, tornando ante vós, senhora, tal,
quando m’era mister tant’ outr’ ajuda,
de que me valerei, se alma não val?
Esperando por ela que me acuda,
e não me acode, e está cuidando em al,
afronta o coração, a língua é muda.
​O Algarve tem mais ou menos o efeito da lírica senhora a que o poema se reporta, causando desvario e a perda de chão. Concretamente ao nível das intenções imobiliárias associadas ao turismo.
​
Numa semana marcada por mais uma exibição épica de Cristiano Ronaldo, o seu feito de pôr a bola onde põe os olhinhos empalidece face à capacidade que certos patos-bravos demonstraram até hoje de, onde poisaram a vista, assentarem betão em monte.
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Impresso em Aglomerado de cortiça - Edição Foto Isidoro, Lisboa - SD - Dim. 14,9x10 cm - Col. A. Monge da Silva.

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Não existe misoginia em Portugal

13/3/2019

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Por Sara Luz

Quando o tema da equidade de género está em cima da mesa há quem insista no argumento que não existe misoginia em Portugal, mas o certo é que os factos o desmentem de forma inequívoca. Segundo o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres ganham em média menos 22,1% do que os homens apesar de mais escolarizadas, apresentam condições contratuais mais precárias e têm maior probabilidade de ficarem no desemprego. Os cargos de direção e políticos são maioritariamente ocupados por homens e é, igualmente, curioso que nas áreas onde a força de trabalho é na sua maioria constituída por mulheres, como no caso da saúde, que os cargos de liderança sejam também eles predominantemente ocupados por homens. Realçar, ainda, que as mulheres são quem mais sofre com assédio laboral e sexual, e com violência doméstica que, fatidicamente, continua a vitimizar um sem número de mulheres em Portugal – entre 2004 e 2018 registaram-se mais de 500 femicídios e este primeiro trimestre de 2019 que, embora ainda não tenha terminado, já conta com 12 vítimas mortais. 

Compreende-se, portanto, que os factos tornam a crença – de que a misoginia não existe em Portugal – frágil e inconsistente. O problema é que por detrás da mesma existe uma falácia lógica que continua a ter impacto na liberdade das mulheres, expressa na desigualdade de oportunidades e participação na vida económica, científica e política. Ou seja, há uma significativa franja da sociedade portuguesa que considera que os comportamentos misóginos fazem parte do passado e crer o contrário não é mais do que uma elaboração irrealista ou proveniente de um discurso feminista que tem como fim a luta dos direitos das mulheres por via da misandria; ao fim ao cabo, em Portugal o acesso à educação é igualitário entre géneros, os casos de mutilação genital feminina e violência física e sexual feminina estão ambos previstos no código penal e as mulheres podem conduzir, votar, casar, utilizar contraceção e recorrer aos serviços de saúde com base em escolhas livres…Ora, assim, “como pensar de forma diferente?”. Pois é precisamente esta narrativa social que asfixia, silencia, desvaloriza e normaliza uma realidade que, infelizmente, teima a persistir em Portugal. A opressão patriarcal mantém-se e constitui, a meu ver, um manifesto obstáculo às medidas que visem promover a igualdade e equidade de género.

Veja-se, por exemplo, o caso da mais controversa das medidas: a nova Lei da Paridade e Representação Equilibrada. Há quem parta do pressuposto que a Lei da Paridade não faz sentido porque as desigualdades não existem, sugerindo que a falta de representatividade feminina nos cargos políticos se deve ao desinteresse pela política, ou a haver são residuais e mutáveis ao longo do tempo (“mão invisível na cultura”). Há também outros que se referem ao facto da mesma não garantir que a escolha seja baseada no mérito ou, ainda, que atenta às desigualdades que, sim, devem persistir (referindo-me em concreto, neste último caso, a uma opinião publicada recentemente n’Observador) (pode ler-se aqui). E quanto a isto cabe-me dizer que se não fossem 209 os anos necessários para a mulher deixar de ser encarada como a principal cuidadora familiar, segundo o relatório da OIT; a inexistência ou o escasso número de medidas que visam a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, sobretudo, para as mulheres condicionadas pela maternidade; ou as escolhas poderem, e deverem sim, privilegiar o princípio da meritocracia; (e, quanto ao argumento da defesa da misoginia publicado n’Observador, opto realmente por me abster!); até eu me sujeitava a acreditar nisso.

Termino parafraseando Simone de Beauvoir, em “O segundo sexo”, as mulheres, herdeiras de um passado pesado, devem, em conjunto com os homens, almejar e forçar um novo futuro; futuro esse em que as mulheres estão devidamente representadas nas áreas da ciência, política e economia, em conciliação com a vida pessoal e familiar e sem que isso acarrete a supremacia de qualquer um dos géneros. Esta é a convicção do que acredito ser vital em matéria de género para a coesão social e para o progresso do país. 
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Do desamor às árvores

11/3/2019

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Por Anabela Afonso

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​Faro não é propriamente conhecida pelos seus espaços verdes e zonas ajardinadas. Não há farense nenhum que não se roa um bocadinho de inveja sempre que chega a outra cidade com jardins bem tratados, espaços verdes com dimensão para se passar uma tarde em família, ou ruas com árvores que se erguem orgulhosas da sua idade e da sua beleza.

A atualidade dos temas relacionados com as alterações climáticas e o aquecimento global do planeta, fazem com que, mesmo para os que não dominam o tema do ponto de vista científica (como é o meu caso), se torne evidente que uma das formas que o planeta, e as cidades em particular, terão para se defender das cada vez mais frequentes e intensas ondas de calor, será multiplicando os espaços de sombra natural através de cada vez mais vegetação e árvores em particular.

Só estes dois aspetos deveriam ser razão para os poucos espaços verdes da cidade de Faro serem tratados com o maior cuidado, tanto do ponto de vista de limpeza, manutenção e segurança, promovendo o seu usufruto responsável, como do ponto do vista da sua preservação e até multiplicação, encontrando novos pontos da cidade que se possam converter em zonas verdes onde se possam plantar novas árvores que, dentro de alguns anos, ajudem a refrescar-nos nas inevitáveis ondas de calor que estão por vir.

Foi, por isso, com enorme surpresa que, ao passar pela Alameda, talvez o único jardim digno desse nome existente na cidade, fui surpreendida pelo desbaste completo das belíssimas copas que as antigas árvores daquele espaço ostentavam há tantos anos.

Começo por reconhecer a minha total ignorância em matéria de podas, pelo que aceito que o erro de análise seja meu, e desde já agradeço qualquer esclarecimento que demonstre que o que foi feito, foi a bem do nosso único e histórico jardim, mas confesso que me é muito difícil entender, como é uma poda tão agressiva pode ter algum benefício para as árvores que se veem agora despidas de décadas de folhagem.
​
Fica a imagem do que me parece ser um ato de desamor às velhinhas árvores da nossa Alameda.

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António João Bento: um herói Algarvio

5/3/2019

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Por Luís Coelho

Estava eu a passar os olhos pela imprensa regional no início desta semana quando me deparo com a seguinte chamada de capa: “Joao Bento Algarvio é o novo campeão do mundo de WBU”. Confesso que na altura não fazia a mais pálida ideia sobre o significado das siglas WBU; no entanto, fiquei imediatamente interessado no tema pois, na verdade, não é todos os dias que um dos nossos conterrâneos merece distinção planetária. Investiguei um pouco mais e…

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O vazio é um lugar imenso

4/3/2019

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Por Patrícia de Jesus Palma

«… O vazio é um lugar onde não existe nada, mas no interior do qual se espera que venha a acontecer tudo.»    Lídia Jorge, O Organista


Quem melhor do que os músicos para reconhecer a verdade expressa na abertura da magistral fábula de Lídia Jorge?

O vazio, gerador de silêncio, é o único capaz de transmitir sentido criativo ao som. É o lugar por excelência da criação e da expectativa.

Cada vez se sabe menos isto, porque o ruído é cada vez mais intenso e contínuo. Precisamos, como de pão para a boca, de reaprender esta condição essencial para o entendimento de nós e do mundo. De contrário, o vazio espreita-nos e, ao mais pequeno descuido, instala-se em nós, redondo e gordo.

O Rui Afonso sabe isto. O Rui é músico. O Rui conhece os diferentes significados do vazio. Sabe como cruzá-los, transfigurando-os em acto criador e sublime. Conheci o Rui na Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines, onde é professor. No início do ano lectivo, fundou o Clube da Batucada (https://www.facebook.com/clubedabatucada/), no âmbito do projecto «Sorrir M». O projecto é um serviço da Casa do Povo (https://www.facebook.com/casadopovo.messines/) que desenvolve competências da pessoa com deficiência e incapacidade, tendo em vista a sua autonomia, bem-estar e inclusão social. A música surgiu como mais uma das ferramentas ao dispor do projecto de reabilitação social, mas a sua natureza confere-lhe um carácter extra instrumental.

As aulas estão abertas a todas as pessoas que desejem aderir com mais de 12 anos e acontecem em pleno espaço público da vila, no Jardim Municipal, às quintas-feiras entre as 17h30 e as 18h30. Ao Rui juntou-se voluntariamente o Carlos Peixoto, também professor e fundador do conhecido grupo de percussão que originou o Percutunes (https://www.facebook.com/orquestrapercutunes/).

Os ensaios são, na verdade, apresentações públicas. Em cada ensaio, os participantes tomam conta de si e do espaço em identidade singular e em relação, exibindo, sem pudor, o som que habita o corpo em diferentes ritmos e atitudes. Perante os olhos que escutam - oiça-se sempre bem aquilo que se vê -, nasce a função mágica da actividade artística.

O vazio enche-se. Transborda. «Eu não sabia que era capaz. Agora sei. Não tenham medo, eu sei que todos somos capazes», disse um dos participantes no final de uma apresentação.

A experiência do Clube da Batucada recupera, para os participantes e para o espectador, a dimensão comunitária de ser e de estar: «evoluímos do social para o comunitário», considerou o Rui, avaliando o percurso do grupo.

Ontem, o Clube da Batucada abriu admiravelmente o Entrudo de São Bartolomeu de Messines (https://www.facebook.com/Carnaval-de-Messines-699383030086134/), fazendo jus à raiz latina da palavra entrudo («introitus» ‘começo, princípio’) e a felicidade, o reconhecimento e o sentido de pertença não usaram máscara, apenas tiveram novo princípio: o vazio é um lugar imenso!

E eu lembrei-me, e quis corrigir, o condicional do texto de Lídia Jorge (perdoe-me a ousadia, Lídia!): O vazio poderia vir a encher-se de homens, mulheres, órgãos, música e canto, som e harmonia.

Assim: O vazio enche-se de homens, mulheres, órgãos, música e canto, som e harmonia.
 


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Por uma aridez fecunda

1/3/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Pedindo emprestado o título de um poema de António Ramos Rosa, utilizo ainda o excerto de um outro seu poema:
 
Ter um braço de barro, um braço só
Todo o carinho: terra!
Cabelos, telhas, livros, solidões
Pedras e pedras, pedras
E ruídos doces de casas velhas de fundos corredores.
Um braço: uma raiz.
 
Para legendar esta foto, que me parece ilustrar na perfeição a mediterrânica arte de do pouco fazer muito.

Com a qual temos cada vez mais a (re)aprender.
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