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Bem-vindo

Ållgarvë DIY

31/3/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes
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Rizoma:  um desafio para pensar os concelhos

30/3/2017

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Por Dália Paulo

Foram marcadas as eleições autárquicas para 1 de outubro. Estes anos de eleições autárquicas são anos de sonhos, de formulações, de exercícios prospetivos e eu acrescentaria que deveriam ser também anos de uma escuta acrescida da cidade, de envolvimento e de racionalidade. Como referiu Keynes na sua Teoria Geral do Emprego (1936) “A dificuldade não é gerar novas ideias, é escapar das antigas”; reformulando a frase digo que para além de escapar das antigas ideias, é importante escapar de entropia e de velhos modos de fazer, abrindo a novos modos de fazer e novas formas de diálogo e de comunicação de ideias, retomando e revistando o pensamento da cidade/concelho a partir de um rizoma, como proposto por Gilles Deleuze e Felix Guattari.

Pensar a cidade/concelho como um rizoma, significa trabalhá-la a partir de uma multiplicidade de olhares, de um/múltiplos fundamento(s), de um sistema aberto mas, mais do que isso, de olhar para o invisível, de perceber que a cidade tem várias camadas e que está em permanente construção e mutação; que é necessário ter várias abordagens - umas mais micro e outras mais macro - que a mesma é feita de contradições, de contaminações, de forças, de coexistências que devem harmoniosamente (ou às vezes não) concorrer para a felicidade dos cidadãos, como foi (quase) unanime nas comunicações nacionais e internacionais apresentadas o ano passado na conferência Zoom Smart Cities, realizada em maio em Lisboa, onde uma das conclusões foi precisamente a de que as cidades inteligentes trabalham para a felicidade dos cidadãos.

Cidades inteligentes, cidades criativas, cidades educadoras…. hoje são imensas as cidades que se associam em redes nacionais e internacionais para trabalhar a cidade na sua totalidade a partir de um aspeto concreto. Estas redes permitem ter um foco e, a partir daí, perspetivar um modelo de desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural para aquele território, que cada vez mais tem como base uma construção participada, onde o cidadão é (deve ser) convidado (e auto convidar-se) a ser ator e não mero espetador.

São enormes e exigentes os desafios de uma gestão autárquica nos dias de hoje; por isso, nestes momentos, em que se deve apresentar projetos de futuro para as cidades, estes devem ser participados, tecnicamente sólidos, inovadores, acessíveis, inclusivos, plurais, exigentes, claros e com visões de longo prazo que permitam um desenvolvimento sustentado e um território e pessoas mais felizes.

Este é o momento em que o País se repensa localmente, num mundo e numa Europa em ebulição e numa altura em que descentralização e desconcentração são temas políticos quentes e que devem exigir reflexão e participação na decisão, que possamos aproveitá-lo para construir pensamento e gerar propostas e ações diferenciadoras, com visão e ambição, que desafiem letargias, preconceitos e que possibilitem com os projetos e programas a apresentar aos eleitores, como no poema de Ruy Belo, “edificar sobre ele o Portugal futuro” e que neste Sul se apresentem projetos locais alicerçados em pensamentos globais.



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Seja “hard” ou “soft”, serão “always welcome”

29/3/2017

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Por Bruno Inácio
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No dia em que Theresa May enviou uma carta formal à União Europeia a invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa colocando em marcha o Brexit, parece-me importante que nós, a Sul, possamos invocar a nossa vocação turística e dizer de peito cheio, aos milhões de turistas britânicos que nos visitam e aos que escolheram viver entre nós, que seja qual for o resultado das negociações, seja um “hard brexit” ou um “soft brexit”, os britânicos são sempre bem-vindos ao Algarve.

A democracia é assim mesmo. Os britânicos, pela força do voto popular, disseram aos seus governantes que o caminho era a saída da União Europeia. Podemos assinalar um sem numero de razões para contrariarmos a sua escolha, mas colocá-la em causa é colocar em causa o que sustenta a própria união: a liberdade que a democracia nos propicia.

A Sul, no Algarve, há muitos anos que recebemos Britânicos. E vamos continuar a receber durante muitos mais anos. Não será este percalço na historia que irá colocar em causa esta relação, assente no turismo (a industria da Paz!), que o Algarve tem com os Britânicos.

E por isso hoje, mais no que nunca, importa dizer aos Britânicos: aqui, são sempre “very welcome”! ​
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Os milhões da Caixa Geral de Depósitos 

28/3/2017

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Por Luís Coelho
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No passado dia 23 de Março de 2017 a Caixa Geral de Depósitos (CDG) emitiu 500,000,000 de euros em títulos de dívida perpétua, obrigando-se a pagar por este empréstimo a módica taxa de juro de 10.75% ao ano. Eis senão que esta é apenas uma pequena parte do tão famigerado plano de recapitalização do banco público. Negociado por António Domingues, o mal-amado, tal plano obriga o Estado - único accionista da Caixa - a passar um cheque de 2,500,000,000 de euros a esta instituição. Mais: por conta do mesmo plano o banco público terá em breve de voltar ao mercado para emitir 430,000,000 de euros de dívida perpétua equivalente aquela que foi agora alocada a um selecto grupo de investidores institucionais (i.e. fundos de investimento, hedge funds, fundos de pensões e seguradoras).

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“EU É QUE SOU O PRESIDENTE DA JUNTA”

27/3/2017

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por João Fernandes

Aproveitando desde já a oportunidade para agradecer os muitos likes e partilhas do último post, resultado que deverá ser reconhecido não ao autor do texto, mas ao mérito dos elogiados, continuarei a minha senda de pugnar pelo lado positivo da força.
Desta feita, tentarei prestar o meu tributo aos Presidentes das Juntas de Freguesia.
As Juntas de Freguesia foram criadas em 1832, por altura da instituição da paróquia (mais tarde freguesia) como unidade administrativa. Terão sido os republicanos que, ainda durante a monarquia, apresentaram as soluções inscritas pelas Cortes Constituintes, através das quais o reino, no seu território continental, viria a ser dividido em 6 províncias (Minho, Trás-os-Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve), 26 divisões eleitorais, 785 concelhos e 4086 freguesias. O poder local e a descentralização eram assim temas caros ao ideário republicano, por contraponto com o quadro então vigente de tendência centralista, o que permitiu que as juntas de freguesia se mantivessem na primeira república e que chegassem até aos nossos dias.
Curioso como ainda hoje se coloca o desafio da descentralização e a necessidade de o entendermos como um princípio orientador da política de serviço público.
A realidade é que só muito recentemente, talvez pela dinâmica criada na capital, o que até parece um contrassenso, é mais comum vermos Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia a avaliarem as condições práticas para a delegação de competência em diferentes domínios.
Este tem sido, no entanto, um percurso a várias velocidades. Ainda não é dado assente para todos que a descentralização, a proximidade e a responsabilidade partilhada são os princípios que melhor servem as populações, na sua relação quotidiana com o território.
E o que tem mudado? A meu ver, de forma muito expressiva, tem mudado o perfil dos Presidentes das Juntas de Freguesia. Com a limitação de mandatos dos autarcas, nas últimas eleições surgiram candidatos mais qualificados, mais jovens e menos conotados com o statu quo….E a população escolheu-os!
Como muitos se lembrarão, a frase que dá título a este texto ficou conhecida nos idos anos 90, através de uma personagem do programa Herman Enciclopédia, transmitido pela RTP. Exímio na caricatura dos tiques de vários dos atores da sociedade portuguesa, Herman José deu vida a uma personagem de óculos fundo de garrafa e uma voz toldada pelo álcool. Qualquer que fosse a pergunta, declarava repetidamente "Eu é que sou o presidente da junta!".
Mais de 20 anos volvidos, a SIC volta a pegar no mesmo lema e lança o desafio a todas as freguesias do país para um retrato bem diferente da sátira inicial. Diz o canal de Carnaxide, que a estação “Procurou exemplos de boa governação”. Este novo olhar sobre o primeiro elo da cadeia do poder revela uma significativa alteração do perfil e da ação destes novos personagens.
E não é que hoje, de freguesia em freguesia, encontramos ideias criativas, projetos inovadores e soluções inspiradoras!
Desde as tradicionais incumbências da limpeza, conservação e pequenas reparações em espaços e equipamentos públicos, passando pelas habituais festividades populares, até às questões da segurança, da formação, do desporto, da saúde ou da promoção da cidadania, hoje assistimos a uma evolução francamente positiva na maioria das freguesias. Neste processo, tem sido fundamental a capacidade dos executivos e das suas equipas em estabelecerem redes colaborativas em torno dos problemas e das expectativas dos fregueses. Como resposta, o crescente envolvimento das comunidades e a disponibilidade dos indivíduos de boa vontade para que este esforço se concretize num benefício do coletivo.  
Sem desprimor para os autarcas mais experientes, a quem muito devemos, apraz-me registar esta nova vaga que, com a sua energia e arrojo, têm aportado às suas freguesias uma nova vida.
Talvez a maior preparação desta geração para os desafios do futuro, combinada com a ação numa escala mais humana e mais próxima, estejam a dar lugar a um lento e progressivo restabelecimento da confiança dos eleitores nos eleitos. Talvez, neste caso, o exemplo venha de baixo!
 
P.S.: Um abraço sentido aos familiares e amigos do João Paulo da Encarnação Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Bordeira (Aljezur), que esta semana prematuramente nos deixou.

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Um algarvio e o Dijsselbloem entram num bar de alterne…

24/3/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

… e o algarvio bebe até cair, não sem antes abonar todas as profissionais do amor carnal que naquela altura davam o corpo ao manifesto na chafarica. No final, o Dijsselbloem, que entretanto ficou a ler o “Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar” de Espinoza, acompanhado de um copo de água, paga a conta de ambos e vai para casa brincar consigo próprio.

Esta bonita historieta corresponde mais ou menos à visão que os povos do Norte da Europa têm do pessoal que vive mais a Sul. Inveja do nosso Sol? Dor de corno por sermos mais bonitos e do it better? Recalcamento por não terem o Éder na selecção deles? Não sei dizer, mas quando o líder do Partido Socialista lá da Holanda largou a bujarda de sugerir que o pessoal a Sul gasta o que tem e o que não tem em mulheres e copos, para depois andar à rasca, apenas verbalizou um sentimento amplamente partilhado lá por terras cinzentas e sombrias.

Nós, como bons latinos, eriçámo-nos logo! “Beber vinho é dar o pão a 1 milhão de portugueses”, “há lá coisa melhor que gajas!?”, “com esse cabelinho deves andar de bicicleta mas é sem selim”, “antes copos e mulheres que gastar em homens, ganzas, pó ou cavalo na veia, como os holandeses!”, indignação, ultraje, revolta, apelo à exportação massiva de loiça das Caldas directamente apontada a uma cavidade corporal do homem, também uma boa dose de humor, tudo muito figadal… mas pouco racional.

E é por isso que tardamos a dar a única resposta que calaria os Dijsselbloem desta Europa: provar inequívoca e factualmente que estão errados.
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Dar tempo a projetos que nos (trans)formam

23/3/2017

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Salvador Dalí, A Persistência da Memória, 1931

Por Dália Paulo

Neste nosso sul da vagueza, impressionista e mole ou sonhadora nas palavras do poeta João Lúcio, há um fator que tendemos a menosprezar: o tempo, mais concretamente o de dar tempo aos projetos para que se concretizem, densifiquem e cresçam sustentados. Quando há resiliência e se dá tempo, temos projetos que nos transformam como pessoas (e como coletivo) que nos questionam e que modificam aqueles que por eles são tocados.

Miguel Torga  dizia que o tempo  era a “definição da angústia” e a falta de tempo neste sul deve-se às nossas idiossincrasias regionais, relacionadas com a nossa história de isolamento, afastamento e, a partir dos meados do século XX, deslumbramento, encantamento e (quase) perdição! Chegados ao século XXI, falta-nos tempo porque queremos (agora) um modelo diversificado de desenvolvimento que assente em várias áreas de saber e para isso precisamos de criar projetos duradouros e de futuro. Mas (muitas vezes) não sabemos esperar! E as sementes que se lançam à terra precisam de paciência e saber para se transformarem num bonito jardim. Mas a nossa sede de fazer acontecer, de transformar agora, de ganhar o tempo para ombrear com outras regiões, impede-nos (amiúde) a concretização de projetos mais consistentes.

Todavia há projetos que no seu labor de formiga, de persistência e de crença, conseguem ir criando lastro e transformando este nosso Algarve num lugar melhor. Hoje partilho dois projetos culturais que se deram tempo e que tenho acompanhado, tendo tido a oportunidade de estar esta semana com cada um deles. Dois projetos que em comum têm - para além de serem artísticos - a necessidade e a oportunidade de trazer olhares exteriores para o Algarve criando diálogos e interseções com o outro para, por oposição ou espelho, nos conhecermos melhor e ganharmos uma maior capacidade crítica e de transformação, em suma, da Cultura contribuir para fazer um melhor Algarve hoje e amanhã.

Parceria ACTA, Companhia de Teatro do Algarve e APATRIS 21, Associação para Portadores de Trissomia 21 – um projeto de inclusão pela Arte, eu diria mesmo de integração para pessoas com Trissomia 21, perturbações do espectro do autismo, hiperatividade e défice de atenção que funciona desde 2011 e que em 2015 integrou o projeto europeu “Display your abilities” que contou com 4 parceiros - STRANAIDEA S.C.S. Impresa Sociale Onlus de Torino  (líder do projeto); ACTA- A Companhia de Teatro do Algarve/ APATRIS 21- Associação para Portadores de Trissomia do Algarve, Portugal; ALFA Association, de Espanha e Theaterwerkplaats Tiuri Foundation, da Holanda. Um projeto que liga arte, educação e deficiência, que tem como objetivo capacitar jovens portadores de Trissomia 21 para serem co-formadores, conferindo-lhes competências. Esta semana foi realizado o Encontro Internacional do projeto na Universidade do Algarve, tendo sido importante verificar o processo, as metodologias, os progressos relacionais quer dos portadores de deficiência quer dos outros alunos adolescentes, assim como a possibilidade de trabalhar a acessibilidade, não só ao acesso à fruição cultural mas também à possibilidade de integração como profissionais na área cultural. Sairá no próximo mês o Manual com a metodologia do projeto, que permitirá a disseminação de boas práticas e a possibilidade de contaminar outros projetos. É um caminho que tem de continuar e que rapidamente deve transformar-se numa autoestrada de contaminação para uma sociedade mais humana.

Encontros do Devir 2017, DeVir/ CAPa, Centro de Artes Performativas do Algarve – um projeto (iniciado em 2012) disruptivo, diferenciador, questionador e que deveria  chegar a todos os algarvios (de coração ou nascimento); e porquê? Por diversos motivos mas principalmente porque nos inquieta (da inquietação nasce a luz) e ajuda a conhecer melhor: como nos vemos, como nos vêm e como nos damos a ver. Neste ano, partindo do olhar de criadores nacionais e internacionais sobre as cidades de Faro, Loulé, Quarteira e São Brás de Alportel, com uma programação de março a maio que deve ser vivida, sentida, discutida, conversada e que pode ser consultada em
www.encontrosdodevir.com
No editorial do projeto ele é apresentado como: “só o desenvolvimento territorial equilibrado, atento à realidade, às fragilidades e às potencialidades, permitirá não hipotecar mais o que ainda temos e somos.” Um projeto positivo que a partir do real acredita que é possível (ainda) um futuro promissor para estes territórios.
Deixo aqui um desafio aos organizadores dos Encontros do Devir: que numa próxima edição os diálogos não se façam somente “entre nós” ou seja, aqueles que já estão sensíveis para o questionamento dos territórios, que falam a nossa linguagem; confrontem-se os gestores do território e os criadores; questione-se tudo para que a transformação do pensamento e da ação sobre o território possa ser afetiva e efetiva.

Dois projetos que nos fazem acreditar em nós e que quando na base há pensamento e criação (de conhecimento ou artística) que exige tempo, os outputs têm mais impacto, ganhando a região e os seus cidadãos e visitantes. Dando tempo para ganhar tempo!


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“Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí”. Ou o desafio de contrariar o cântico negro da mobilidade no Algarve.

22/3/2017

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Por Bruno Inácio

Não são raras as vezes que neste Lugar ao Sul o tema da mobilidade regional é colocado em cima da mesa. Tem-no sido como uma espécie de bife que leva umas marteladas antes de colocar na brasa e por norma, no final dos textos sobre a temática que por aqui vão surgindo (meus e dos meus colegas de teclas), acaba queimado.

Hoje, talvez inspirado pelo texto positivo desta semana do João Fernandes (para ler aqui), vou por outro lado, pelo lado positivo da força. Mas como isto é Algarve, tenho de ir de carro ou andando porque de transportes públicos, como o Idálio Revés explica (aqui) no jornal Público, “No Algarve, quem não tem carro não vai a (quase) lado nenhum”
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A loucura do (nosso) Fado Europeu

21/3/2017

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Por Luís Coelho.
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Vale a pena ler duas notícias que fazem hoje capa na edição do Negócios. A primeira tem um título sugestivo: “BCE quer ultimato a Portugal: mais reformas ou sanções”. A segunda faz referência à malfadada tragédia Grega: “Impasse na Grécia agrava risco de nova crise no euro”. Conjuntamente expressam bem a loucura europeia em que estamos metidos.

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GENTE QUE ESTÁ A MUDAR A NOSSA TERRA  

20/3/2017

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Por João Fernandes

Em Portugal, e o Algarve não é infelizmente uma honrosa exceção, só se fala bem de alguém quando já nada aproveita ao visado. Antes, a indiferença ou a crítica.
Aproveitando este espaço, tentarei contrariar esta nossa predisposição para o lado negro da força.
Gosto especialmente de gente guerreira, que arrisca, que cai, mas que se levanta! Não raras vezes, gente que nos mostra que algumas fatalidades não são mais do que oportunidades por descobrir. Gente cujo trabalho tenho tido o privilégio de conhecer.
Ora aqui fica o meu singelo tributo a uma pequena amostra de um grande pelotão de microempreendedores que se dedicam ao Turismo
de Natureza na nossa região:
 
Marta Cabral, lisboeta de gema, 41 anos, licenciada em Gestão e Marketing, obstinada e sem medo de ninguém.
Com um emprego porreiro, a trabalhar na Parque Expo, decide mudar-se de armas e bagagem para os confins da “floresta” em Aljezur. Os deuses devem estar loucos, mas a Marta não! Dirige as Casa Brancas, uma associação de alojamentos da costa SW Alentejana e Algarvia e assume, anos mais tarde, a liderança da Rota Vicentina. Em pouco mais de 3 anos, dá alma a um projeto que já conta com 17 prémio internacionais e que foi distinguido com a Certificação Europeia “Leading Quality Trails – Best of Europe”, integrando o lote exclusivo dos melhores destinos de caminhada na Europa.

http://rotavicentina.com/
 
 
João Ministro, louletano marafado, 42 anos, licenciado em Engenharia do Ambiente, não sabe estar quieto.
Sem “ninguém lhe pedir nada”, está metido em tudo o que agita o interior da região. Do TASA ao Loulé Criativo, do Festival Internacional de Caminhadas do Ameixial à génese da Via Algarviana. Pelo meio ainda se lançou num projeto-piloto em Querença, que pretende aproximar jovens universitários do interior. É ainda empresário nas áreas do Ecoturismo e do Turismo Criativo e está a comercializar uma Barra Energética, feita à base de frutos secos e mel do barrocal algarvio…a Redbull que se cuide!

http://projectotasa.com/
 
 
António Ferreira, lisboeta, 45 anos, licenciado em Ciências da Comunicação, boa onda e muita garra.
Marketeer a trabalhar na capital em projetos como “Tou xim? É p’ra mim!” (quem não se lembra?), perdeu a cabeça e achou que boa ideia era reabilitar uma aldeia em ruínas e ao abandono, perdida na serra em Vila do Bispo…Enfim, “mais um que se passou da marmita”, diriam alguns… Hoje é um espaço com vida e que convida, um negócio próspero e em overbooking. Pelo meio abriu um Hostel em Lagos, criou o Algarve Surf Bus, esteve ligado à Bienal de Turismo de Natureza. Coisa pouca…

http://www.aldeiadapedralva.com
 
 
Fernando Canteiro, natural de Albufeira, 54 anos, especialista em cicloturismo e um osso duro de roer. Não dá descanso a ninguém, principalmente se o tema é a Ecovia do Litoral!
Em 1992, quando basicamente ainda ninguém se tinha lembrado de que isto de andar de bicicleta poderia até ser um bom negócio, o bom do Fernando abre a sua empresa. A bem dizer, desde o século passado que traz milhares de turistas estrangeiros a pedalar pelo nosso Algarve. Com a sua inseparável companheira, a Ana Cristina Dias, promoveu e desenhou grande parte dos trilhos que hoje todos usam para a prática do cicloturismo.
Atualmente, assume ainda a representação regional da Federação Portuguesa de Cicloturistas e Utilizadores da Bicicleta.    
http://www.megasportravel.com/pt/
 
 
Marco Fernandes (não é meu familiar, apenas foi agraciado com o um bom sobrenome J), 33 anos, Farense, licenciado em Gestão Hoteleira e dotado de uma persistência própria de quem já foi ciclista. É atualmente Coordenador Regional da Federação Portuguesa de Ciclismo e responsável nacional pela criação dos centros BTT. Enquanto Presidente do Clube de BTT da Conceição de Faro, uma estrutura amadora, organiza a Algarve Bike Challenge, uma competição de BTT no interior de Tavira. O evento atrai campeões de todo o mundo, uma vez que está integrado no calendário internacional da UCI, sendo pontuável para o ranking mundial. Esta prova é difundida pelos 4 cantos do mundo e acaba de ser alvo de uma reportagem da CNN!

http://www.algarvebikechallenge.com/pt/
 
Meus car@s, para além dos que aqui destaco, poderia facilmente construir uma lista de A a Z, com muitos e bons exemplos.
Comum a todos eles alguma dose saudável de loucura, que lhes dá cor e que nos dá esperança.
 
Com Gente desta, Gente boa, o Turismo de Natureza no Algarve terá certamente um caminho promissor!
 
 


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Existencialismo à algarvia

17/3/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Fosse o Shakespeare um moço algarvio, e o Hamlet não perderia tempo a babujar nessa espuma intelectual do "ser ou não ser".

Qual quê! Desde logo, a coisa não se passava nas cinzentas terras dos bracos, mas sim num principado mais prazenteiro, como por exemplo, sei lá, a Fuseta. E aí, banhado pelo Sol e pelo calor, as grandes questões da vida passariam não pela dilacerante dialéctica de uma certa malucagem existencialista, mas sim por temas realmente fracturantes: "sardinha ou carapau?", "imperial ou sangria?" ou, quiçá, “praia ou centro comercial?”.

​Porque afinal de contas, no Algarve, a vida é para se ir vivendo nas calmas...
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Do gueto à partilha nos museus do Algarve*... 10 anos depois!

16/3/2017

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Por Dália Paulo
No dealbar deste milénio a museologia portuguesa fervilhava de esperança, com a criação ainda nos anos 90 do século XX do Instituto Português de Museus e da Rede Portuguesa de Museus (2001), assim como com a tão esperada Lei-Quadro dos Museus Portugueses, saída a 19 de Agosto (Lei n.º 47/2014). No Algarve, os profissionais estavam atentos e participavam destas reflexões e quatro museus integraram em anos consecutivos a RPM: Tavira e Portimão (2001), Faro (2002) e Albufeira (2003).
 
Nesta revolução e renovação silenciosa que se fazia nos museus portugueses, no Algarve toma forma uma rede regional de Museus, que foi considerada a nível nacional como pioneira e inovadora, tendo servido de modelo a muitas outras redes que entretanto se formaram e ganho o Prémio Inovação e Criatividade 2011 pela Associação Portuguesa de Museologia. Formalmente constituída a 16 de outubro de 2007, a Rede de Museus do Algarve (para saber mais sobre a rede
https://museusdoalgarve.wordpress.com/) comemora este ano 10 anos e realiza amanhã, em Loulé, as 1.ª Jornadas da Rede de Museus do Algarve. 
 
Neste apontamento as questões que se impõem e que podem interessar, também, os não profissionais são: 10 anos depois qual o impacto interno e, sobretudo, externo da Rede de Museus do Algarve? E que perspetivas para o futuro? O impacto interno repercute-se externamente também, a rede possibilitou a criação de pensamento, de formação e qualificação das equipas técnicas (que conseguiram nos últimos tempos – de diminuição de meios humanos e financeiros - ultrapassar com maior sucesso as dificuldades devido à rede) proporcionando um melhor serviço público, de partilha e de conhecimento sobre a realidade, nomeadamente pelo excelente trabalho de diagnóstico dos grupos de trabalho de Arqueologia e de Conservação e Restauro, sobre as reservas de arqueologia e sobre a área da conservação. A realização de projetos de geometria variável permitiu construir conhecimento sobre a região e proporcionar aos públicos novos olhares sobre a evolução do território.
 
Os impactos diretos externos da Rede de Museus do Algarve são ainda ténues, pode afirmar-se como os mais significativos, a abertura da discussão sobre a realidade museológica regional, envolvendo, técnicos e decisores políticos e o aumentar da visibilidade regional dos museus juntos dos públicos, pelas ações conjuntas realizadas.
 
Que futuro? Há muito caminho, sobretudo, a nível de impacto externo e de diálogos intersectoriais a realizar, assim como de afirmação da rede junto dos decisores políticos para que os trabalhos de diagnóstico produzidos tenham consequência prática nas linhas estratégicas na área museológica regional, bem como para que a oferta museológica regional possa ser complementar e contribuir para a afirmação do território, a inclusão social e o pensamento regional.
 
A nível mais prático a Rede de Museus do Algarve está a preparar um Guia de Museus do Algarve (a editar este ano) que contribuirá para a divulgação e valorização dos museus da região, que deve articular-se com a possibilidade de bilhetes/entradas conjuntas e de atividades que levem o visitante a percorrer o território e a(s) sua(s) história(s).
 
Projetos comuns em torno da acessibilidade, da cidadania, do futuro da região, da Europa e do Mundo e projetos com outras redes deverão ser objetivos da rede, porque importa intervir na sociedade e preparar o seu futuro, estas casas seguras onde se podem discutir assuntos inseguros e que devem ser casas de inquietação (expressão feliz de Pedro Ferré), devem inspirar-se no desafio de Mia Couto que se referiu, na 23.ª Conferência Geral do ICOM 2013 no Rio de Janeiro, aos museólogos como aqueles que devem “criar a ousadia dos amanhãs”, é um desafio imenso este da Rede de Museus do Algarve mas 10 anos depois pode afirmar-se que juntos muitos caminhos se continuarão a desenhar e que os desafios serão mais facilmente concretizáveis, pelo que pode não saber-se o caminho mas sabe-se que o caminho de cerzir a rede é para continuar porque ganham os técnicos, os públicos e a região!

 

* título retirado de artigo científico de PAULO, D. “Do gueto à partilha nos museus do Algarve”, Cadernos de Sociomuseologia n.º 41, p. 245-285, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

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As 5 trapalhadas do PR(D)EC – Processo Revolucionário (de descentralização) em Curso

15/3/2017

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Por Bruno Inácio

Ninguém entende qual a estratégia deste Governo para a descentralização. Recordo quando Miguel Relvas desenvolveu uma reforma descentralizadora que foi atacada por toda a oposição só porque o protagonista era Miguel Relvas. Agora vivemos avanços, recuos, passos ao lado e ninguém sabe o que se pretende. Se antes o problema para a oposição era o Ministro hoje estranha-se o silêncio dos partidos que suportam o governo sobre tanta trapalhada. Amanhã (quinta-feira) o Parlamento discute a proposta do governo para a transferência de competências para os municípios e vamos assistir a mais uma mão cheia de nada.

E o Algarve a ver passar vai uma oportunidade. 
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O curioso mercado de trabalho Algarvio

14/3/2017

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Por Luís Coelho
 
Tenho o hábito de passar algum tempo a ler as notícias publicadas pelos órgãos de comunicação social regionais na minha tarde de Domingo. Esta semana notei que vários deram destaque ao tema do recrutamento de recursos humanos, algo que associei ao facto de nos estarmos a aproximar da época estival. Vai daí, decidi explorar o tema e tentar perceber um pouco melhor a realidade do nosso mercado de trabalho. As linhas seguintes resumem as minhas principais conclusões.

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E SE O SEU CARRO NÃO PAGASSE PORTAGENS?

13/3/2017

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Por João Fernandes
Responder às diferentes necessidades de deslocação dos residentes, visitantes e turistas, constitui um desafio cada vez mais complexo. É necessário saber: Quantos passageiros? Quem? São pessoas com necessidades especiais? Quando? Em que horários? Como? A pé, de bicicleta, de comboio, autocarro, mota ou carro? E para que se deslocam? Para o acesso à habitação, ao emprego, à escola, à saúde, ao desporto ou à compra de bens essenciais?…What Else? (já estou mesmo a precisar de um “nespresso”)
A agravar o problema, a necessidade de nos descolocarmos aumenta a cada ano. Como consequência, o número de veículos motorizados não para de crescer causando cada vez mais: perdas de tempo no trânsito, acidentes, ruído, consumo de energias não renováveis, poluição, problemas de estacionamento, enfim…mais stress e menos qualidade de vida. A situação tende a piorar se políticas mais eficientes não forem adotadas.
É justo reconhecer-se que, ao nível dos organismos públicos, temos assistido a uma progressiva preocupação com a implementação de medidas mais eficientes, mais inclusivas e assentes na transição para uma economia de baixo teor de carbono. Na ordem do dia, estão: a mobilidade suave, a intermodalidade, a melhoria da oferta de transporte público, o aumento dos padrões de segurança, a adoção de novas medidas de gestão do tráfego e estacionamento, a promoção de combustíveis alternativos ao gasóleo e gasolina… (mais um “expresso” sff)
Na perspetiva de que este é um objetivo coletivo que depende de todos, muitos são também os movimentos da sociedade civil que apelam a uma mobilidade mais sustentável, alertando para as vantagens de nos deslocarmos a pé, de bicicleta, de transportes públicos, para a partilha do carro ou para a utilização de veículos com consumos mais eficientes.
 
Mas e o que nos reservará o futuro? O que se andará a indústria dos transportes a inventar?
A Airbus e a Italdesign apresentaram, no último Salão Internacional do Automóvel de Genebra, um conceito que mais parece vindo de um filme de ficção científica - uma espécie de carro e avião num só veículo elétrico.
Apesar de nesta fase apenas se tratar de um conceito, o “Pop Up” já está a ser desenvolvido e prevê-se que, no prazo de 20 a 30 anos, venha a tornar-se uma realidade.
www.youtube.com/watch?v=L0hXsIrvdmw&feature=youtu.be

 
Até parece que já me estou a ver…de prótese dentária e reumático avançado, a acelerar por essas nuvens sem pagar portagens! A passarada que se cuide que isto não vai estar para distrações :)


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Algarve, more than this

10/3/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Foi recentemente noticiada a instalação de uma produtora cultural em Faro, a Sons da Frente, cujo responsável, José Abel Cruz, tem no currículo, por exemplo, a organização do concerto de Roxy Music no Estádio de S. Luís, a 21 de Agosto de 1982.

Notícias como estas criam a esperança de que o Algarve ainda se venha a afirmar como, e utilizando o título de um grande êxito destes britânicos, desse mesmo ano de 82, “more than this”.

Porque dizer que o Algarve é uma região espectacular, na qual cerca de 3/4 da população mundial não se importava de viver, mesmo que tivesse que doar um membro ou órgãos internos para tal, é muito giro.

Mas depois constatar que os únicos investimentos que se conseguem cativar são sempre iguais, e invariavelmente associados a um único sector económico, deixa-nos mais ou menos como aqueles jogadores de futebol de equipas dos distritais que têm alcunhas como “Messi”, mas apenas porque são praticamente anões, já que talento para a bola... está quieto.
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Bilhete do concerto do dia anterior ao de Faro, no Estádio do Restelo

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Porque só defendemos o que conhecemos: um ciclo de inclusão à distância de um clique…

9/3/2017

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Por Dália Paulo

Os profissionais da cultura ao longo das últimas décadas têm vindo (mesmo que a diferentes ritmos) a integrar as questões de acessibilidade e inclusão nas suas práticas profissionais. Para isso têm contribuído, primeiro, o Grupo Acessibilidade em Museus e, desde 2013, a Acesso Cultura. Do Sul, o Museu de Faro chegou a participar em meados da primeira década deste milénio nos seminários do GAM com a apresentação dos projetos na área da acessibilidade.

A Acesso Cultura tem concentrado os seus esforços em três áreas principais: formação de profissionais; consultadoria e organização de fóruns de discussão (seminários, debates, conferências) levando a sua ação a todo o país e a todo o tipo de instituições culturais, tendo chegado a milhares de profissionais (veja-se o balanço dos três anos
Acesso Cultura 2013-2016: o que mudou?). Também a Sul se têm feito vários cursos de formação e debates (estes últimos desde dezembro de 2014), permitindo uma maior responsabilização dos profissionais e a abertura do debate à sociedade civil, porque quanto mais conhecedores e despertos para estas matérias os cidadãos estiverem mais exigentes se tornam e, assim, contribuem de uma forma ativa para a mudança de modos de fazer e de mentalidades.

A acessibilidade como forma de permitir a qualquer cidadão o acesso à cultura tem consequência na área da cidadania e da felicidade coletiva e permite garantir o direito constitucional de acesso. É um trabalho que nestes últimos anos ganha uma face visível com exemplos de boas práticas que têm de ser disseminadas por outros espaços e por outras regiões do país; referimo-nos à audiodescrição nas Marchas Populares de Lisboa, as sessões descontraídas no Teatro Maria Matos, em Lisboa ou no Teatro Nacional S. João, no Porto ou, ainda, ao teatro com recurso a Língua Gestual Portuguesa, uma sessão por cada espetáculo nesta temporada no São Luiz, em Lisboa. Um caminho que está a ser trilhado e que necessita de cada vez mais exemplos e, sobretudo, de capacitar (e aqui volta-se à cidadania) as pessoas com necessidade especiais para exercerem o seu direito a exigir o acesso à Cultura, impelindo as instituições a agir e a criar essas condições.

Para cumprir o que a Acesso Cultura colocou como a sua visão – tornar a acessibilidade mainstream – para além da capacitação dos profissionais, da realização de boas práticas de acesso, como algumas acima identificadas, é necessário que a acessibilidade esteja na agenda das instituições e das pessoas e, por isso, o projeto que aqui se quer destacar, permite chegar a qualquer pessoa e despertá-la para estas questões, possibilitando densificar a cidadania em torno da acessibilidade e isso pode contribuir para fazer a diferença. Trata-se de um projeto, de uma instituição que tem colaborado com a Acesso Cultura, o Instituto Politécnico de Leiria. O UP2U Cursos On-line de acesso gratuito Masssive on-line Courses  com 20 cursos e que têm um Ciclo Inclusão com 11 cursos de 59 minutos:  Normas de Acessibilidade Web e validação automática de websites; Tecnologias de Apoio; Vamos Falar de Inclusão; Comunicação Aumentativa; Descrição de Imagens em Contexto Web e Digital; Documentos Acessíveis no MS Word; Como Interagir com uma pessoa cega; vamos falar de dificuldades de aprendizagem específica; Algumas curiosidades cobre o cão-guia; Vídeos acessíveis no youtube e Conteúdos acessíveis no Wordpress, que permitem a gestão do tempo de cada formando ao longo de 30 dias, sem requisitos de acesso. Nós a Sul também podemos aceder a estes cursos para que, cada um de nós, possa, no seu dia-a-dia, contribuir para que as questões da acessibilidade sejam trabalhadas de forma integrada, continuada e com impactos maiores do que os sentidos a Sul até agora.
 
Um bom exemplo de uma instituição académica que é um parceiro incontornável na área da acessibilidade e que promove projetos com impacto na sociedade, na sua transformação e na valorização das pessoas. Porque estamos a falar de um direito constitucional de acesso à cultura para todos, todos ainda somos poucos!

E a Sul precisamos de projetos integrados e de rede - museus, cineteatros… - para que consigamos, em conjunto, fazer a diferença na vida das pessoas e permitir que a Cultura seja efetivamente fruída por todos.


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A horta das Benfarras

8/3/2017

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Por Bruno Inácio

“Ao tornar-me dono da “horta”, passei a considerar minha obrigação fazer o possível para que as árvores continuassem a ser tratadas e a erva daninha cortada. Não foi fácil. Era uma homenagem que devia ao meu Pai.”

É neste registo, melancólico, sentimental e de profunda ligação “ao berço” que Aníbal Cavaco Silva escreve o capítulo 13 da primeira parte do seu livro, capítulo esse dedicado à horta de seu pai situada na Freguesia de Boliqueime. 
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Cavaco Silva na chegada a Querença em Agosto de 2009 por ocasião da Fundação Manuel Viegas Guerreiro

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A ruína das nossas instituições: o triste caso do Banco de Portugal

7/3/2017

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Por Luís Coelho.
 
Anos de alguma reflexão levam-me a concluir que uma democracia funciona melhor quando está assente numa economia de mercado onde se dá primazia ao sector privado quando o tema é a alocação de recursos escassos. No entanto, para que esta abordagem à economia possa gerar resultados socialmente aceitáveis, é fundamental que exista um Estado com um forte papel Regulador. É ao Estado Regulador que cumpre impor regras de funcionamento ao mercado, forçando-o a organizar-se de forma virtuosa. Infelizmente, Portugal é em grande medida a negação deste racional.

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GERINGONÇA®, MARCA EUROPEIA 2017

6/3/2017

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Por João Fernandes
A “Geringonça”, ou se preferirem, aparelho ou mecanismo de construção complexa, ameaça tornar-se a salvação da Europa.
O ano em curso será decisivo para o rumo da Europa e o seu desfecho tem o potencial de produzir uma crise profunda no projeto europeu. Desde as eleições legislativas na Holanda, já no próximo dia 15 de março, às na Alemanha no final de setembro, passando pelas presidenciais e legislativas em França (abril/maio e junho, respetivamente), o cenário é preocupante.
Comum a estes importantes sufrágios é o crescimento das frentes de extrema-direita, com os respetivos discursos profundamente xenófobos e as posições eurocéticas. Questões como as desigualdades sociais são colocadas em contraponto com a imigração e a integração das minorias, sobre a capa do “nós primeiro”. Os nacionalismos exacerbados aparecem acompanhados de ameaças de referendos sobre a permanência na União Europeia. E…estão bem presentes as amargas surpresas em plebiscitos recentes (Grã-Bretanha, Itália)…
 
Geringonça NL
Na Holanda, apesar da recuperação do VVD nas últimas semanas, de Mark Rutte (conservador-liberal, atual primeiro-ministro), o Partido de Geert Wilders (Partido da Liberdade, de extrema-direita) lidera a maioria dos barómetros.
Vá lá que a vitória de Wilders dificilmente lhe permitirá um lugar no governo! Há mais de cem anos que a Holanda forma governos compostos por mais do que um partido e os principais partidos oponentes afastaram declaradamente a possibilidade de viabilizarem soluções de coligação com o “Trump Holandês”. Solução mais provável – uma Geringonça Holandesa.
A concretizar-se, este resultado da extrema-direita, não deixará de reforçar a motivação dos movimentos nacionalistas em França e na Alemanha.
 
Geringonça FR
Em França, a campanha tem sido marcada pela incerteza. Fracionamento à esquerda, sucessivos candidatos fragilizados por escândalos à direita e a sombra de uma (im)possível vitória da extrema-direita. Emmanuel Macron, centrista que todos consideravam "uma bolha político-mediática”, acaba por estar a ser o grande beneficiário do descontentamento com os partidos tradicionais. Marine Le Pen está bem colocada para garantir um lugar na segunda volta das presidenciais e, pela primeira vez em quase 60 anos, os partidos tradicionais da França devem ficar fora do governo.
Benoît Hamon, o candidato socialista, andou por Lisboa a pedir conselhos a António Costa sobre como unir as esquerdas francesas…
Macron lidera as intenções de voto mas não dispõe de uma base partidária tradicional. Se for eleito, o candidato que se apresenta ao eleitorado como sendo de “esquerda e de direita” ao mesmo tempo, terá pela frente um desafio interessante: Como governar sem a maioria de deputados e senadores resultantes da eleição legislativa do mês seguinte?
 
Geringonça DE
Na Alemanha, de acordo com as últimas sondagens, a AfD deverá conseguir 11% das intenções de voto, assegurando presença no Bundestag.
Com Martin Schulz (sociais-democratas), antigo Presidente do Parlamento Europeu, a liderar as intenções de voto, o SPD surge pela primeira vez um ponto à frente da CDU da chanceler Angela Merkel (democratas-cristãos).
Uma vitória do SPD pode gerar na Alemanha um governo de coligação de esquerda, que se diz contaria ainda com os Verdes e o Die Linke.
 
Geringonça WORLD
Depois de deputados finlandeses terem demonstrado curiosidade pela Geringonça Portuguesa, o Centro de Estudos Europeus da Universidade de Harvard vai organizar um simpósio em que um dos temas em análise será a solução governativa portuguesa. O Trump que se cuide!
 
Portugal terá mesmo que registar a marca! Há fortes probabilidades de internacionalização e o AICEP já deveria estar atento! Até já estou a ver… Jerigonza, Briquebalante, knarrende Wagen, Krakende Wagen, Contraption


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O Algarve que persegue a própria cauda

3/3/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Apesar do Verão não ter ainda aportado a estas bandas, o Algarve já vai aquecendo graças a alguns temas, cuja discussão na praça pública revela um muito algarvio almareio cívico.

No que à questão da cidadania diz respeito, somos como o cão que persegue a própria cauda: não sabemos bem porque o fazemos, e se alguma vez a conseguirmos abocanhar… não saberemos o que fazer com ela!

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Deve a estética sobrepor-se à ética e à dignidade humana?

2/3/2017

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Richard Long

Por Dália Paulo
No dia 8 comemora-se o dia da Mulher. Dia que recorda um longínquo 8 de março de 1857 quando as operárias fabris de Nova Iorque se revoltaram para lutar pelos seus direitos laborais. Foi neste dia que, em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi declarado como o Dia Internacional da Mulher e que, em 1975, foi adotado oficialmente pelas Nações Unidas. Contudo, hoje, mais do que o género, interessa que se fale da pessoa e da sua igualdade de acesso e de tratamento. Mas o que motiva este apontamento a Sul é o óscar de Melhor Actor com que Hollywood distinguiu Casey Affleck - pelo seu trabalho no filme Manchester by the Sea -  quando está acusado de um crime de abuso sexual (ainda sem ter sido condenado é certo). Não é o primeiro desta indústria e, infelizmente, não será o último caso em que o sucesso é proporcionalmente oposto ao respeito pelo outro, neste caso as mulheres.

Nestas breves notas e porque muito se tem escrito sobre o assunto, pretende levantar-se algumas questões para reflexão: deve a estética sobrepor-se à ética, aos valores e à dignidade humana? Pode dissociar-se o homem da sua arte ou vice-versa? Estas são questões que amiúde são discutidas, normalmente quando temos obras que estão a serviço de regimes ditatoriais (e todos se lembraram de Leni Riefenstahl e o seu Triunfo da Vontade de 1935, que foi apelidada de “uma obra eticamente falha por expressar atitudes eticamente repreensíveis”). No caso em análise não se trata da obra de arte mas do seu intérprete que, de acordo com a Academia de Holllywood, é brilhante; mas será correto fazer esta distinção quando há um comportamento que pode ser repreensível? Ou será que a ética é irrelevante perante a estética? Que consequências terá esta distinção na sua atuação como ser humano, como pessoa? São perguntas de difícil resposta e a mesma não se baliza apenas neste caso mas no modelo de sociedade que temos, que desenvolvemos e que, quer queiramos ou não, estamos a desenvolver.

Numa sociedade do espetáculo, do efémero, do imediato, em que a voracidade das imagens e dos acontecimentos se sobrepõem ao pensamento, ao tempo para refletir estas questões podem parecer de somenos importância. Contudo são, em nosso entender, o esteio para a construção de uma sociedade mais saudável, mais humana e norteada por valores. Sim, precisa de se discutir, de se voltar à ética em detrimento da estética sem valores e sem densidade; precisa de se voltar ao respeito pelo outro como fator chave onde se alicerçam os valores da sociedade contemporânea. E a arte e a cultura têm aqui um papel de charneira ao serem disruptivas, ao inquietarem, ao poderem colocar o dedo onde sangra para espiar males e renascer o belo que é simultaneamente ético e estético.

O que podemos nós fazedores e/ou consumidores de cultura fazer? Muito (ou alguma coisa) se nos unirmos; em primeiro lugar deixando as salas de cinema vazias se formos espetadores ou não incluir este filme na programação do espaço cultural que programamos. Ou a incluí-lo liga-lo a um ciclo de debate sobre os valores da sociedade ocidental ou a sua ilusão, sobre a dignidade da pessoa ou sobre abuso de poder. Por outro lado, o filme não é só o Afleck, tem outros magníficos atores e atrizes. Vamos penalizá-los por isso? Aceitaram trabalhar com ele…são tão culpados como ele? Deviam ter-se recusado a contracenar com ele? A temática do filme passa essas questões e levanta muitas outras…enfim temas a analisar, refletir e que certamente não têm respostas únicas, lineares ou fáceis. Pode não ser muito mas é com pequenos ritos mudos que se pode construir do local para o global uma sociedade mais digna, menos egoísta e mais feliz.

Como este é o último apontamento antes do Dia da Mulher, desejo que todas as Mulheres utilizem este dia para fazer ouvir a sua voz e termino com o poema “O mar dos meus olhos” de Sophia de Mello Breyner Andresen, que dedico a todas as mulheres que lutam para que a questão de género não seja discriminatória.
Há mulheres que trazem o mar nos olhos/Não pela cor/ Mas pela vastidão da alma/E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos/ Ficam para além do tempo/ Como se a maré nunca as levasse/Da praia onde foram felizes/ Há mulheres que trazem o mar nos olhos/pela grandeza da imensidão da alma/ pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens.../ Há mulheres que são maré em noites de tardes/e calma


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Os Idos de Março

1/3/2017

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Por Bruno Inácio 
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Eram os Romanos que os catalogavam assim. Era a forma que tinham para dividirem os meses. Os idos eram a 15 de Março, de Julho e de Outubro. Contudo os de Março ficaram para sempre célebres, em género de marca histórica, por Júlio César, o mítico Imperador romano ter sido assassinado nessa data por Brutus, seu comparsa das megalomanias.   
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A morte de Júlio César, retratada por Vincenzo Camuccini

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