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O Algarve, o Ranking das Escolas e o meu Colégio!

26/2/2019

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Foto da Fachada do Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro
Por Luisa Salazar (2 minutos de leitura)

Admito que desde que os meus filhos começaram a frequentar a escola que este ranking passou a interessar-me, não porque entenda esta classificação como uma competição, mas sim pelo interesse que tenho em ver quais as escolas algarvias que se destacam por entre as nacionais.

Fico orgulhosa quando ano após de ano, o Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro, que frequentei entre desde o 3º ao 9º ano se destaca entre os estabelecimentos de ensino nacionais.

Sinto que o Algarve está representado entre as melhores escolas nacionais quer sejam públicas ou privadas. É certo que gostaria de ver muito mais escolas no TOP 20, e vejo que nós algarvios temos capacidade para isso desde que exista a combinação certa entre escolas, alunos, pais e professores. O trabalho conjunto de todos estes intervenientes no processo educativo faz toda a diferença.

Normalmente, quando sou questionada sobre qual a minha opinião, nos dias de hoje, sobre o Colégio do Alto costumo dizer com um certo sorriso nos lábios que: “É exactamente igual quando eu lá estudei há 30 anos atrás...” Este mix de saudosismo com algum orgulho (admito!) pode parecer aos mais distraídos que a minha opinião não é positiva. No entanto, é exactamente o contrário. Vejo que o rigor e a disciplina se mantêm ao longo de todos estes anos mesmo com algumas mudanças que têm acontecido. A preservação dos valores do ensino, da família, da vontade de fazer melhor sempre com tradição, cuidado e persistência justificam a classificação deste Colégio entre os melhores de Portugal.

Vejo que há espaço para melhoria e inovação, mas vejo também que este método que resultou comigo e continua também hoje a resultar com estas crianças e jovens que graças ao seu estudo, esforço e dedicação fazem com que o meu Colégio se destaque por entre as escolas e colégios nacionais.

Penso que todos nós algarvios temos de estar orgulhosos por ter uma escola bem classificada neste ranking e que faz destacar a educação o nosso Algarve!

Cabe-nos, agora e por diante, como pais e educadores lutar para colocar mais escolas nos lugares mais cimeiros desta classificação.
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Uma declaração de amor ao lugar-raiz

18/2/2019

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Por Patrícia de Jesus Palma

O texto de hoje - talvez pelo avançado da hora - é mais expressivo do que o usual. É uma declaração de amor à paisagem, ao lugar-raiz, àquele que é, em igual medida, o lugar de todas as possibilidades.
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Foto: Ribeira de Odelouca, Fev./2019. PJP.


 Procuro filtrar
no alambique dos tempos
 
a
s memórias de um desenho
ou de uma moldura

no halo do rio
    ossos-raízes 
útero de estrelas evaporadas 

ah! como se dorme bem

     sobre o dorso das águas.


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A morte fica-lhes tão bem

15/2/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

O poeta ​Ovídio legou-nos, entre outras obras, "A arte de amar", escrita mais ou menos pela altura em que Jesus Cristo nasceu.

Aconselhava-nos aí a considerar os ofícios do coração na perspectiva dinâmica de um jogo, em perpétua mutação, com avanços e recuos, inebriantes e pírricas vitórias e amargas e gloriosas derrotas.

Em Portugal, esse jogo revela-se tão duro, que deveria ser obrigatória a utilização de protecções, ao estilo do hóquei no gelo.

Principalmente para as mulheres, pois são elas quem mais vezes acaba no frio de uma câmara frigorífica, numa qualquer morgue, de Norte a Sul do País, como cadáveres que bóiam num mar de lágrimas de crocodilo.

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“Até que a morte nos separe”, histórias sem amor

14/2/2019

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 Por Vanessa Nascimento
​​São Valentim... o dia é reconhecido como uma celebração cultural, religiosa e comercial do romance e amor um pouco por todo o mundo. Nestas coisas do amor temos que ter cautela com interpretações ou assumpções que fazemos e como tal gostaria de reiterar que a permanência num relacionamento violento não é, nem nunca será um sinal de amor!
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Não se trata de uma temática que afecte em exclusivo as mulheres, mas sem sombra de dúvida está fortemente associada ao género feminino e a permanência ou recidivas neste tipo de relações é explicada pelo Ciclo de Violência Doméstica.

Para aqueles que formulam opiniões como “está com el@ é porque gosta de levar”, “voltou para casa é porque lá é que está bem” e “entre marido e mulher não se mete a colher”, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) explica bem o Ciclo que as vítimas vivênciam:
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Fonte: ​https://apav.pt/vd/index.php/vd/o-ciclo-da-violencia-domestica
"A violência doméstica funciona como um sistema circular – o chamado Ciclo da Violência Doméstica – que apresenta, regra geral, três fases:
  1. aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as ameaças tecidas pelo agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo eminente.
  2. ataque violento: o agressor maltrata física e psicológicamente a vítima; estes maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.
  3. lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência).

Este ciclo caracteriza-se pela sua continuidade no tempo, isto é, pela sua repetição sucessiva ao longo de meses ou anos, podendo ser cada vez menores as fases da tensão e de apaziguamento e cada vez mais intensa a fase do ataque violento. Usualmente este padrão de interacção termina onde antes começou. Em situações limite, o culminar destes episódios poderá ser o homicídio"  Cit in https://apav.pt/vd/index.php/vd/o-ciclo-da-violencia-domestica

Neste S. Valentim (e em todos os outros dias) vamos celebrar verdadeiramente o amor, recordando que a Violência Doméstica é um crime público, amor não tem de ser sinónimo de sofrimento e muito menos terminar vidas. 
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O Azar de ter Tanta Sorte

12/2/2019

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O Lugar ao Sul conta hoje com a opinião de um convidado especial. Eduardo Horta, Farense de gema é um verdadeiro apaixonado pela psicologia, área na qual é um profissional muito respeitado. Falador, curioso e dotado de uma mente inquieta, o Eduardo gosta de questionar. É pois “material” de Lugar ao Sul!

Nota Biográfica:
O Eduardo nasceu, cresceu e estudou em Faro até terminar a licenciatura em gestão na UALG. Começou a trabalhar na empresa da família, em Faro, e por aqui andou à zaragata com os negócios até descobrir que não era isso que o fazia feliz. Finalmente saiu de Faro, foi para Lisboa estudar psicologia clínica no ISPA e fazer uma pós-graduação em Coaching Psicológico na Faculdade de Psicologia. Voltou a Faro para dirigir um Veículo de Ideias onde se faz psicologia clínica, coaching (mas afinal, o que é isso de coaching?) e formação. Anda muito entusiasmado a criar uma clínica social, para levar a psicologia a todos, independentemente das possibilidades económicas. Só é necessário querer ser ajudado, e já não é pouco. Adora psicologia, falar de psicologia e até escrever sobre psicologia, embora diga que escreve mal. Não deixa de ser uma vocação estranha para alguém que fala tanto, principalmente de psicologia ou outro assunto qualquer. A paixão pelo futebol divide-se entre o clube da sal terra e os voos mais altos da aguia de Lisboa e gosta de boa comida, principalmente se for numa mesa cheia de boa conversa e amizade. 

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Quando estou fora da minha terra e apresento-me como sendo algarvio, começam os comentários à minha região. O clima é tipicamente o primeiro, logo seguido das praias, da alimentação, da qualidade de vida e do ritmo mais pacifico, principalmente comparando com as chamadas grandes cidades.

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E vão 10!

11/2/2019

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Por Anabela Afonso
Num país que deixa morrer todos os anos, em média, uma mulher a cada quinze dias, já todos vimos como é fácil saltar da indignação do número de mulheres brutalmente assassinadas, para o número de golos da jornada.
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​Ainda 2019 vai a ganhar balanço e são já 10 as mulheres (entre elas uma menina de 3 anos) assassinadas em contexto de violência doméstica. Sabemos que não são só as mulheres as vítimas de violência doméstica mas, infelizmente, os números mostram que são elas, na esmagadora maioria dos casos, as vítimas mortais.
 
Imagino que muitos leitores ao se depararem com o título abriram o link convencidos de que iriam ler uma crónica sobre a histórica jornada futebolística deste passado fim de semana. Lamento desapontá-los. Esta não é uma crónica sobre futebol.
 
Ou talvez seja.
 
Como acontece tantas vezes, depois de uma semana de indignação incontida contra a violência latente dentro dos lares portugueses, basta um fim-de-semana de golos para tudo esquecer e voltar à pacata normalidade. Seria bom que desta vez fosse diferente. Mas duvido.
 
Num país que deixa morrer todos os anos, em média, uma mulher a cada quinze dias, já todos vimos como é fácil saltar da indignação do número de mulheres brutalmente assassinadas, para o número de golos da jornada.
 
Não sei, por isso, o que precisamos mais de fazer, dizer, inventar, para que a chacina acabe.
 
Dada a minha falta de palavras para competir com tanto golo, quero só deixar as palavras de alguém que, pelos vistos, tem muito o que dizer sobre esta questão de violência doméstica, e cujas palavras, pelos vistos, não foram suficientemente lidas. Se tivessem sido, este senhor já não estaria a exercer nos tribunais portugueses. Deixo-vos com o famoso excerto do acórdão do Juiz Neto de Moura, cuja leitura atenta recomendo, para se perceber porque contam mais, neste país, 10 golos numa jornada, do que 10 mulheres assassinadas. Boa leitura!
 
«Este caso está longe de ter a gravidade com que, geralmente, se apresentam os casos de maus tratos no quadro da violência doméstica.
 
Por outro lado, a conduta do arguido ocorreu num contexto de adultério praticado pela assistente.
 
Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem.
 
Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte.
 
Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte.
 
Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo
72.0) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse.
 
Com estas referências pretende-se, apenas, acentuar que o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou e condena fortemente (e são as mulheres honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras) e por isso vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher.
 
Foi a deslealdade e a imoralidade sexual da assistente que fez o arguido X cair em profunda depressão e foi nesse estado depressivo e toldado pela revolta que praticou o acto de agressão, como bem se considerou na sentença recorrida.
 
Por isso, pela acentuada diminuição da culpa e pelo arrependimento genuíno, podia ter sido ponderada uma atenuação especial da pena para o arguido X.
As penas mostram-se ajustadas, na sua fixação, o tribunal respeitou os critérios legais e não há razão para temer a frustração das expectativas comunitárias na validade das normas violadas.»
 
Negritos e sublinhados meus.
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Desabafos de um doutorado!

9/2/2019

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No passado dia 01 de fevereiro, ao abrir os jornais online para um ponto de situação do mundo, deparei-me com uma afirmação, no mínimo discutível/controvérsia do Sr. Ministro da Ciência e Ensino Superior, Doutor Manuel Heitor.
Afirmava o Sr. Ministro "Não tenho dúvida nenhuma” de que há “pleno emprego” entre os doutorados".
Numa altura em que os processos PREVPAP e contratação de doutorados têm sido tudo menos claros, e que as dinâmicas da FCT são no mínimo erráticas, e procurando realçar o peso deste tema numa região como o Algarve, imediatamente assumi que seria um tema para artigo de discussão.
Mas, depois da primeira reação, muito embora eu próprio seja um ativo do movimento "je suis PREVPAP", não sou doutorado ou investigador, e como diz o povo "cada macaco no seu galho".
Assim, decidi estender convite a um colega e amigo que, muito embora as competências e qualidades pessoais e profissionais, contraria a afirmação do Sr. Ministro.

Hugo Barros
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​Por Dário Passos

Na passada sexta-feira, dia 1 de Fevereiro, estava eu como de costume a ler os cabeçalhos do Público, quando dei de caras com uma notícia sobre o ministro da Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor. Nessa peça (1), o Sr. Ministro faz uma declaração na qual diz, e passo a citar ”Não tenho dúvida nenhuma” de que há “pleno emprego” entre os doutorados”. Logo ao início não percebi a declaração e até pensei que fosse uma manipulação jornalística para dar mais realce à coisa. No entanto, ao ler a notícia por completo, foi com alguma admiração que me dei conta que essas foram mesmo as palavras que saíram da boca do ministro. Algo não batia certo! Pleno emprego entre os doutorados? Que raio quer dizer “pleno emprego”, especificamente escrito entre aspas? Como dita a regra, em caso de dúvida e antes de substanciar algum julgamento precipitado, decidi procurar o significado deste conceito de “pleno emprego”. Após um par de clicks na bola de cristal da informação (Google) cheguei a um conceito de “pleno emprego” que em Macroeconomia é definido como: “diz-se estar em pleno emprego quando todos aqueles autorizados a trabalhar (e.g. crianças não) que buscam emprego o encontram em pouco tempo e com pouco esforço.” ou então “o pleno emprego é definido como o nível de emprego em que não há desemprego cíclico ou de demanda insuficiente.”(2). Esta descoberta só veio a aumentar a minha desconfiança em relação às declarações do Sr. Ministro, pois a minha experiência pessoal contradiz as mesmas.

Antes de continuar com esta linha de raciocínio, devo confessar que eu, pessoalmente não sou exemplo para ninguém. Eu sou, provavelmente, um dos poucos investigadores que “renunciou” a um contrato de investigação de 6 anos (ao abrigo do DL57) no Instituto Superior Técnico em Lisboa, por razões familiares. Na altura, ficar a morar no Algarve para manter a família unida, foi o que me pareceu ser a decisão mais acertada. Passados quase dois anos dessa decisão, quis o destino ser manhoso e eu ir parar aos Açores, mais uma vez por querer manter a minha família unida. Mas pronto, isso são desabafos para outra altura…

Voltando ao conceito de pleno emprego, gostaria de esclarecer um par de coisas que o leitor poderá não estar familiarizado. Uma pessoa depois de fazer um doutoramento, pode seguir duas vias: a Academia, isto é, dar aulas e/ou fazer investigação, ou então entrar para o mundo empresarial (por conta própria ou por conta de outrem). Quando se fala em emprego científico, refere-se normalmente à componente de investigação em instituições públicas (universidades e laboratórios). Este “emprego científico” é na sua grande maioria dependente de bolsas ou contratos precários de curta duração que em muitos casos não permite sequer o acesso à Segurança Social nem a uma carreira contributiva. Mas pronto, quem escolhe este caminho está no seu pleno direito. Só os “melhores” conseguem sobreviver num ambiente de competição constante no qual os investigadores têm que mostrar serviço (publicar) e na maior parte das vezes arranjar financiamento para os seus projetos de investigação. Sim, porque não são as universidades a financiar os projetos, são as equipas de investigadores que competem entre si para poder financiar a sua investigação através de concursos a fundos nacionais e/ou internacionais. Muitas das vezes é o projeto que o investigador responsável se candidatou que paga as bolsas dos outros investigadores que estão associados ao projeto. A meu ver o grande problema aqui é que não existe um mecanismo de financiamento estável no tempo. Há anos em que há financiamento e concursos, seguido de um par de anos em que não há quase nada. Isso não permite às pessoas poder planear antecipadamente uma estratégia. Mas pronto, como disse inicialmente, estas são as regras e quem vai a jogo tem que estar ciente das mesmas (incertezas incluídas). Basicamente se jogares bem as tuas cartas e tiveres bastante mobilidade consegues ser bolseiro até aos 67 anos e depois “talvez” tenhas direito a uma reforma da ordem dos 300€ e piques!

O outro problema da empregabilidade dos doutorados tem a ver com o tecido empresarial em Portugal. Não existe ainda uma cultura de contratar pessoas com doutoramento, talvez por se achar que são “caras”. A minha experiência pessoal mais uma vez discorda com esta assunção. De entre os meus amigos mais próximos, sou dos poucos que tem um doutoramento, e posso atestar em primeira pessoa, que todas a ofertas de trabalho às quais tive acesso (em empresas), o salário oferecido foi sempre inferior ao de amigos sem doutoramento (chefes de cozinha, engenheiros civis, bancários, e até artistas plásticos). Isto sem mencionar que estas ofertas foram, à exceção de uma, todas para Lisboa. Além do mais, os doutorados são muitas vezes rotulados como “investigadores” e uma vez que a grande maioria das empresas portuguesas não promove a investigação, essas pessoas ficam erradamente desajustadas para o mercado de emprego nacional. Felizmente vão começando a aparecer exceções à regra.

Pondo estas constatações em contraste com a definição de pleno emprego descrita acima, torna-se evidente que esta não se aplica à situação que se vive em Portugal. A situação dos doutorados algarvios é então ainda muito mais desajustada devido à falta de oportunidades na região. É raro o município que tem planos e incentivos que permitam a fixação de empresas de base tecnológica e industria na região. Além do mais, muitos dos doutorados que se formaram em Portugal na última década não estão nas listas do desemprego pois estão a fazer pela sua sobrevivência, quer emigrando quer trabalhando em empregos para os quais não é preciso um doutoramento. Daí a dizer que há pleno emprego entre doutorados, existe uma lógica algo populista e a meu ver irreal, talvez sintoma de um mind set pré-eleitoral? Não faço ideia! As palavras do Sr. Ministro caíram muito mal na comunidade científica portuguesa dando azos, como já seria de esperar, a diversas manifestações de descontentamento por parte dos investigadores (3,4,5). Para quem gosta de números aconselho a consultar estas últimas referências. Pessoalmente acho que toda esta situação é um problema estrutural de fundo que demorará vários anos a ser resolvido (se alguma vez o for). Entretanto, os doutorados têm que continuar a fazer o que fazem melhor, i.e. inovar e procurar maneiras de ser útil numa sociedade que muitas vezes não os reconhece, trata-os como “meninos mimados à procura de um tacho” e na qual a classe política não dá respostas eficazes.
 
 
(1) https://www.publico.pt/2019/02/01/ciencia/entrevista/nao-duvida-nenhuma-ha-pleno-emprego-doutorados-1860009
(2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Pleno_emprego
(3) https://www.publico.pt/2019/02/04/ciencia/noticia/investigadores-indignados-garantia-ministro-ha-pleno-emprego-1860682
(4) https://www.publico.pt/2019/02/04/ciencia/opiniao/manuel-heitor-empregador-implacavel-1860619
(5) https://www.publico.pt/2019/02/05/ciencia/opiniao/ministerio-ficcao-cientifica-186059
​Dário Passos é sambrasense, licenciado em Engenharia Física Tecnológica pela Universidade do Algarve e doutorado em Física/Astrofísica pelo Instituto Superior Técnico, Lisboa. Entre 2010 e 2017 foi investigador de pós-doutoramento FCT nas áreas da Física Solar e Space Weather na Universidade de Évora, no Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA) do Instituto Superior Técnico em Lisboa e na Universidade de Montreal no Canadá. Durante esse período colaborou também com o CfA em Harvard (EUA), NOAA em Boulder-Colorado (EUA), Max Planck Institute for Solar Physics (Alemanha), IISERK Kolkata (India), entre outros. Foi professor convidado de Astrofísica (a custo zero) no IST Lisboa, coordenador nacional da Divisão de Astronomia da Sociedade Portuguesa de Física e membro do comité científico do Centro Ciência Viva Algarve em Faro. A meio de 2017 iniciou nova fase de investigação em ótica não linear e espectroscopia no Centro de Ótica, optoelectrónica e Telecomunicações (CEOT) da Universidade do Algarve. Neste momento tem como principais interesses, a aplicação de algoritmos de machine learning e deep learning ao processamento de dados experimentais em espectroscopia e é bolseiro (BM) do CEOT-UALG.
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"Boom" de eventos

8/2/2019

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Por Sara Fernandes

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​Portugal está afirmar, ano após ano, a sua capacidade de dinamizar o território, o tecido empresarial e as comunidades com eventos. O relatório da International Congress and Convention Association (ICCA) espelha precisamente isso: um país que, em 2017, recebeu mais eventos do que em 2016, e que ocupa agora o 11º lugar do ranking mundial de países e cidades que mais congressos, conferências e eventos internacionais recebem ao longo de um ano. Como sabem estes rankings são instrumentos de avaliação cujos resultados dependem e muito dos critérios estabelecidos a priori…em bom português: valem o que valem! Contudo, os resultados de 2018 estão quase a sair e, só podem ser igualmente positivos se tivermos em conta o recente investimento, tanto em Lisboa como no Algarve, no reforço das suas infra-estruturas para aumentar a capacidade de recepção de participantes em eventos desta natureza que combatem fortemente o efeito da sazonalidade.
​
Também em missão de atenuar os efeitos da sazonalidade, surgiu no ano passado pela mão da Cooperativa QRER, em parceria com o Município de Alcoutim e da Associação Almargem e com o apoio da Região de Turismo do Algarve, o Algarve Walking Season (AWS). O AWS é um calendário comum de festivais de caminhadas que se realizam nas estações do ano de época baixa. Esta estratégia conjunta optimiza recursos ao nível de promoção nacional e internacional e reforça a atractividade global da região para um diferente segmento: o turismo de natureza.

No entanto, não são só os eventos corporativos e de natureza que merecem destaque mas também os eventos recreativos, como por exemplo o controverso Boom Festival. Recentemente e pela sexta edição consecutiva, o Boom Festival foi premiado com o galardão “Outstanding Greener Festival Award”. Uma condecoração internacional que destaca os eventos que adoptam e implementam práticas de sustentabilidade (por exemplo em Idanha-a-Nova 40% de todo o lixo produzido no evento foi reciclado ou transformado em composto orgânico e todos os utensílios de restauração eram biodegradáveis). 

Ainda que se possa discutir a quantidade e os divergentes impactos dos eventos, é incontornável a sua relevância na dinamização do território, na salvaguarda de causas e na disseminação de boas práticas. Para além disso, estamos a dar cartas na organização e acolhimento de eventos, não só de grande dimensão como a Web Summit ou a Eurovisão, mas também outros eventos de menor escala que se diferenciam pela sua ligação positiva à comunidade e ao ambiente. Todos eles, pouco a pouco, conquistam os seus participantes e criam a necessidade e a vontade de repetir a experiência!
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Ser Mãe ao Sul!

5/2/2019

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Por Luisa Salazar (2 minutos de leitura)

Ser Mãe ao Sul é sabermos que damos aos nossos filhos a ideia de que no Mundo é todo tão bonito como o Algarve!

É levá-los a conhecer as nossas praias, a areia dourada, as rochas e rochedos.

Passeá-los pelo campo, mostrando os animais, as árvores, as amendoeiras, as alfarrobeiras e as laranjeiras.

Ser Mãe ao Sul é ser capaz de os ensinar a conviver com diferentes tipos de culturas, ensinar-lhe que o Mundo é diverso e que temos no nosso segredo um conjunto de nacionalidades, culturas e experiências, que só mesmo a Sul é capaz de se ter.

É dar-lhes a conhecer a Ria Formosa, a beleza que temos à nossa porta de casa!

Ser Mãe ao Sul é não deixar de lhes ensinar umas algarviadas, umas palavras que ninguém conhece e umas expressões melhores ainda. É ficar Marafada quando pisam o risco!

Querer dar-lhes a conhecer o Oceano que nos banha, ensiná-los a respeitar esse Mar imenso e a desfrutar da sua água, cor e ondas…

Mostrar-lhes a nossa gastronomia tão rica, o nosso Xarém, as Cataplanas, as sardinhas, as conquilhas e muito mais!

O pão algarvio, explicar-lhes que não é igual em todo o país. Dizer-lhes o que é uma carcaça e um paposseco.

É levá-los a um rooftop para apreciar um lindo e colorido pôr do sol!

Dar-lhes a oportunidade de crescer no Algarve, nesta paisagem e nesta natureza fantástica e extraordinária.

Ser Mãe ao Sul é dar-lhes AMOR, compreensão como todas as outras mães, mas acima de tudo deixar-lhes o Algarve no coração!

PS - Dedico este texto a TODAS as Mães Algarvias! Em especial à minha!
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SAPERE AUDE! Ousa saber!

4/2/2019

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A propósito dos 10 anos do Curso de Medicina da UALG

Por Patrícia de Jesus Palma

Cursos, conferências, palestras, oficinas, clubes, publicações são modalidades recorrentes para quem continua a acreditar que o conhecimento, a curiosidade, a transmissão do pensamento aos outros e ao futuro continua a ser a única forma de encarar, com esperança, os desafios que se nos colocam.
Não é de hoje, porém, este optimismo, como bem comprova a expressão latina «Sapere aude!», que o Iluminismo fixou como lema.

Precisamente neste tempo histórico surgiu entre nós D. Nuno José Fulgêncio Agostinho João Nepomuceno de Mendonça e Moura, 6.º Conde Vale de Reis, governador do Algarve entre 21.8.1786-9.11.1795. Como gosto de imaginá-lo dirigindo a sua acção sob esta divisa!...

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Como já referi aqui (http://www.lugaraosul.pt/home/2019-40-anos-de-universidade-do-algarve-228-anos-de-universidade-no-algarve), a ele se deveu a oficialização do primeiro curso com estatuto de ensino superior no Algarve: o Curso de Estudos Militares. Mas também a ele se deveu a vinda do cirurgião e professor de cirurgia, José Gonçalves de Andrade, que a 23 de Janeiro de 1787 foi nomeado «cirurgião mór do hospital militar de Tavira» com a obrigação de socorrer os hospitais e demais regimentos (Faro e Lagos), assim como de «explicar Cirurgia na Aula, que lhe destinar o Governador daquele Reino, Conde Vale de Reis» (Decreto de 23.1.1787).

Sabemos que a Aula de Medicina (Anatomia e Cirurgia) esteve em funcionamento até 1805. Representou, nessa época, a entrada de uma nova área e modalidade de ensino na região, equivalente ao que só era possível frequentar no curso do Hospital Real de São José em Lisboa, ficando os seus alunos igualmente habilitados cirurgiões, após o exame final naquele hospital.

Esta «ousadia» de D. Nuno contribuiu para a descentralização do ensino radicado em premissas científicas e para a fixação de profissionais de saúde na província, reforçando a rede de cuidados prestados à população.

Um indício seguro das vantagens desta Aula colhe-se no duplicar da experiência formativa que o governador António José da Franca e Horta (n. Faro, 4.9.1753) levou a São Paulo, no Brasil, criando o «primeiro curso médico oficial instituído no Brasil», capaz de deixar naquela capitania «pessoas com todos os conhecimentos da arte que possam socorrer as moléstias da humanidade destituída até aqui de uma tal providência» (in Ernesto de Souza Campos, História da Universidade de São Paulo).

Foi também como uma ousadia que a abertura do Mestrado Integrado em Medicina, da Universidade do Algarve, foi encarada há 10 anos atrás. Hoje ninguém ousa duvidar da sua relevância para o conhecimento e cuidados de saúde. Vida longa!

A realidade precisa da ousadia de todos nós, sobretudo da que nasce do rigor do conhecimento e da excelência da inventividade: sapere aude!

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Olhá descentralização fresquinha! É fruta ó ch’clate!

1/2/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Em tempos idos, cruzando a praia em nobre sacrifício pelo bem comum, havia um conjunto de pessoas que se esfalfava para levar às gentes banhistas um bálsamo contra o tórrido calor do litoral tuga.

Falo desses heróis não cantados que eram os vendedores da Olá – passe a publicidade.

Vendo ao longe a sua alva figura, de inconfundível arca refrigeradora a tiracolo, não havia como conter o arrepio, principalmente ao ouvir aquele pregão:

“Olha o Olá fresquinho! É fruta ó chocolate!”

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