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Bem-vindo

O Carnaval da política Nacional

28/2/2017

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Por Luís Coelho.
 
A maior parte dos Portugueses não se revê nem acredita nos políticos Nacionais. É triste mas é uma realidade que me parece indisputável. Pior, o passar do tempo parece só agudizar o estado de coisas. Vejamos dois exemplos recentes que explicam o porquê desta minha afirmação.

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Charters de…Franceses

27/2/2017

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Por João Fernandes

Ainda na semana passada, ficámos a saber que as receitas turísticas em Portugal duplicaram nos últimos 10 anos e que em 2016 ultrapassaram os 12 mil milhões de euros (+ 11% que em 2015). Neste capítulo, a França apresenta-se como o maior contribuinte, com cerca de 18% das receitas turísticas da rubrica "Viagens e Turismo" da Balança de Pagamentos, perto de 2,3 mil milhões de Euros (Fonte: Banco de Portugal dados provisórios de 20/02/2017).

No contexto na União Europeia, a França é o 2º maior mercado em termos de dimensão populacional, com cerca de 64,1 milhões de habitantes. Este país é também a 5.ª maior economia mundial e a 2ª da União Europeia, sendo responsável por 14,4% do PIB da EU (valores de 2015).
Em termos turísticos, este importante mercado emissor representa cerca de 48 milhões de viagens turísticas outbound.

Portugal é atualmente o destino de férias da moda para os franceses, sendo inclusive, de acordo Sindicato das Empresas dos Operadores Turísticos Franceses, o destino turístico líder em termos de crescimento.

Só no ano passado registaram-se 3,9 milhões de dormidas de franceses na hotelaria classificada portuguesa, o que contrasta com as 1,6 milhões assinaladas em 2010 e 1 milhão em 2004 (Fonte: INE).

Já agora, no nosso Algarve o crescimento deste indicador foi de 41% face a 2015!!!!!! A França entrou em 2016, pela primeira vez, para o Top 5 das dormidas de estrangeiros na região, destronando nuestros hermanos.
 
E como se explica esta “invasão” de turistas franceses? il sont fous ces francais? Non!!!!
É certo que o reforço desta procura nos últimos anos pode parcialmente explicar-se pelo desvio de fluxos de destinos concorrentes do mediterrânico assolados pela insegurança, como a Tunísia, Egito, Turquia ou mesmo Marrocos. Mas essa justificação isolada peca claramente por defeito, até pelo período temporal e respetivos resultados que vos apresentei quanto às dormidas (2004-2016). Uma evolução que demonstra também que este não é um crescimento apenas do momento.

Portugal tem um conjunto de fatores que têm despertado a atenção dos franceses, como: a existência de boas acessibilidades e comunicação com o seu país de origem; a elevada qualidade de vida; o clima ameno; a qualidade dos serviços públicos; a segurança; as atividades de lazer; os preços adequados aos seus rendimentos…e depois, o mais importante – a Genuinidade e Hospitalidade do povo português!
Para além dos turistas, há também muitos franceses a optarem por Portugal para fazerem as suas reformas, aproveitando os benefícios fiscais do estatuto do residente não habitual. A compra de casa em Portugal tem um papel muito importante para a economia nacional, não só pela reabilitação do imobiliário e dos centros históricos ou pelo consumo gerado no território durante a sua permanência, mas também pelo facto de originarem novos fluxos de procura ao longo de todo o ano (por ex: de familiares e amigos), que permitirem sustentar as rotas das companhias aéreas, contribuindo para a redução dos índices de sazonalidade.

Temos bons recursos recursos, mas é igualmente preciso reconhecer o mérito do aumento muito significativo do esforço de promoção e o apreciável reforço da capacidade aérea para França. São recorrentes as ações com jornalistas, bloggers, agências de viagens, operadores turísticos, companhias aéreas, a presença em feiras, a dinâmica de comunicação nas redes sociais, as novas rotas aéreas e o reforço das existentes.
 
Portugal está a seduzir cada vez mais os franceses e há potencial para se ir ainda mais longe!
 
Alors, allons-y! Au travail!


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Do urbanismo, gentrificação, hidrocarbonetos e demolições...

25/2/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

[LAMENTAMOS MAS O CONTEÚDO DESTA SEMANA FOI CONSIDERADO INCONVENIENTE]
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Seduções transformadoras… ou reflexões soltas em torno da educação, cultura e cidadania

23/2/2017

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Pedro Cabral Santo, Unforeseeable, Casa Rural das Ruínas de Milreu, Estoi, 2017

Por Dália Paulo

 “Talvez o objetivo nos dias de hoje não é descobrir o que nós somos mas refutar o que nós somos”
Michell Foucault

 
As instituições culturais são “seres” que vivem (devem viver) implicadas e inseridas na sociedade contemporânea e, por isso, a sua ação tem de assentar, em primeiro lugar, na leitura do mundo, no questionamento da vida e devem ter como fim, primeiro, transformar. Esta transformação, para ser alicerçada e consistente, tem de ter como base a produção de conhecimento. Esse conhecimento, que servirá para construir janelas onde antes só havia paredes, resulta das questões que urge fazer entrar nas instituições culturais – que concorrem para a missão, visão e objetivos, para que estas se conheçam e coloquem na agenda a investigação como base de ação, de inovação e de criação, com vista a uma programação que, a cada momento, se consiga metamorfosear.
 
Programar uma instituição cultural é, acima de tudo, estar atento, “ler” o mundo e fazer escolhas – o que dito assim parece linear, mas não o é! Estas escolhas são extremamente importantes na relação que criam com o público, na forma como são apresentadas; se são apenas transmissão de conhecimento ou se o mesmo se traduz em indagação e na possibilidade de, através dele, criar novas leituras e novos olhares sobre o mundo, a vida; sobre nós. Esta opção (talvez não consciente) faz a diferença entre uma instituição cultural que apenas transmite conhecimento e uma instituição cultural que trabalha o conhecimento e que pretende deixar lastro e, através da sua programação, ser um veículo de inquietamento e reflexão sobre a sociedade, sobre os valores, a identidade, a criação, o esquecimento e a memória, fazendo disso parte da responsabilidade social da instituição.
 
A responsabilidade social dá palco à dimensão educativa de uma instituição cultural; significa isto que a questão da mediação entre os fazedores de conteúdos e os públicos (também eles fazedores de conteúdos) é primordial para que o conhecimento seja transmitido e, por outro lado, para que seja transformado em reflexão e construção de uma consciência crítica e incrementando a cidadania. Importa, igualmente, perceber que esta transmissão de conhecimento deve concretizar-se, também, dentro das próprias equipas, uma vez que o vão utilizar e transformá-lo (mediando-o) em diálogos e em questionamento, centrando-o no quotidiano dos públicos. Há, infelizmente, nesta última questão, algumas barreiras (sobretudo mentais) a derrubar.
 
Considero que é necessário colocar a questão educativa no palco principal, e à mesa com a programação e a gestão da instituição, e isto implica que a educação faça parte das equipas que definem a agenda e as linhas estratégicas do diálogo que se mantém com os públicos. Para ser colocado em prática é preciso sensibilizar os gestores para um diálogo equilibrado e, igualmente, mudar hábitos e pré-conceitos. Para tal, cabe às equipas que, por norma, têm a tarefa da dimensão educativa nas instituições culturais serem persistentes e resilientes e, aos pouco, ir ganhando o seu lugar na gestão e na programação.
 
O trabalho de “sedução” levará a que se perceba que a dimensão educativa numa instituição cultural deverá ter o papel de charneira na formação de uma cidadania ativa e contribuir para o espírito crítico e a reflexão, questionando e colocando em causa. Se tal não se verifica, o que responder à pergunta de Gilles Lipovetsky: “Quem se queixará desta suave anestesia para a qual tudo concorre?” (2011: 181), nós, a esta questão, seremos forçados a responder: ninguém. Se este cenário dantesco ocorresse teríamos, eminentemente, falhado.
 
Não sendo ainda o tempo do olvido, as instituições culturais têm um papel fundamental, através da sua programação, de contribuírem para a formação cívica e crítica dos cidadãos. De que forma? Percorrendo diversos caminhos, sendo casas seguras para debater questões inseguras; casas onde se manifestam opiniões plurais e onde se questionam verdades absolutas, casas que apresentem programações que surpreendam, intriguem e levem ao questionamento e, acima de tudo, que despertem a curiosidade e impliquem os públicos e os levem a refletir. Nesse sentido, a dimensão educativa deve, na sua versão de educação não formal, ir contaminando a educação formal para que, também na escola, se comece a privilegiar os porquês e as dúvidas e se caminhe para “criar” cidadãos que sabem pensar, inteiros e únicos. - "Não importa. Tente outra vez. Fracasse outra vez. Fracasse melhor." – Samuel Beckett

 
 
* Texto realizado a convite do programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do seminário “Que Lugares para a Educação? A dimensão educativa nas instituições culturais”, 2014

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Façam o favor de discordar 

22/2/2017

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Por Bruno Inácio 

“Peguem, por favor, num papel e escrevam o seguinte. Vá lá, peguem no papel. Já está? Então façam o favor de escrever com letras grandes e gordas: EU VOU DISCORDAR.” 
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O António Saraiva é um fixe!

21/2/2017

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Por Luís Coelho

​Tenho aproveitado este espaço de reflexão para ir deixando clara a minha preocupação com a situação de endividamento extremo do nosso País. De facto, a dívida - tanto pública como privada -  apresenta-se como um dos principais estrangulamentos ao nosso desenvolvimento.. Infelizmente há pouco que se possa fazer no curto-prazo. Isso assusta-me. Muito.

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#Obrigado Turismo! #Obrigado Algarve!

20/2/2017

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Por João Fernandes

Tenho, neste espaço de opinião, procurado não chamar a brasa à minha sardinha. Abordei temas de outras áreas, evitando o apelo fácil aos feitos do setor em que trabalho. Desta feita não resisti! Num contexto económico mundial adverso ao crescimento, sobretudo para setores expostos à concorrência internacional, o Turismo tem-se constituído como a tábua de salvação da economia nacional.
 
Sendo assim, resumidamente, procurarei apresentar o fruto do trabalho de um vasto conjunto de stock e stakeholders a quem todos devemos reconhecer os devidos méritos.
 
Conhecido o desempenho do turismo nacional no ano passado, ficámos a saber que o número de hóspedes em Portugal aumentou 9,8%, as dormidas 9,6% e os proveitos 17%, totalizando 2.900,7 milhões de euros. É bom reforçar que estamos apenas a falar da execução dos empreendimentos turísticos classificados, o que não abrange boa parte da oferta existente e muito menos o contributo total do Turismo para a Economia Nacional. 
 
Para se aferir o Contributo Total das Viagens&Turismo para a economia teríamos que considerar:
A Contribuição Direta, que reflete a despesa em território nacional dos turistas que nos visitam e os gastos do estado diretamente associados à visita; A Contribuição Indireta, que traduz o Investimento, os gastos do estado com a promoção do destino e com serviços de suporte à atividade, bem como as compras das empresas do setor de bens e serviços no mercado Interno; A Contribuição Induzida, que retrata os gastos dos empregados direta e indiretamente pelo turismo.  
Mas esta abordagem mais abrangente ficará para quando os dados o permitirem (provavelmente em março). Por agora importa sobretudo focarmo-nos no Turismo do Algarve, partindo dos principais indicadores da atividade turística em Portugal.
 
O relatório, produzido pelo IPK International para a ITB Berlin 2016/17, salienta que o turismo continuará a crescer, apesar dos ataques terroristas e da agitação política. Embora não sejam esperados impactos sobre o volume global do número viagens de outbound, são expectáveis mudanças no comportamento. Os europeus tenderão a privilegiar a segurança em detrimento da aposta num novo destino.
 
De acordo com o World Travel&Tourism Council (WTTC), no relatório Travel&Tourism Economic Impact 2016-Portugal, o peso do Turismo na Economia deverá aumentar consecutivamente até 2026. Este contributo expressa-se ao nível do Produto Interno Bruto (PIB), Emprego, Exportações e do Investimento.
 
 De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no passado dia 15, em 2016 na principal região turística nacional – o Algarve, registaram-se mais de 18 milhões de dormidas na hotelaria classificada, o que constitui um resultado impar (lá vem o “melhor ano de sempre” J). Sim, com efeito, este Lugar ao Sul é de longe o maior destino regional português, tendo representado neste indicador mais de um terço dos valores nacionais (33,8% de mais de 53 milhões dormidas nacionais).
Dormidas
Para que não hajam quaisquer dúvidas, vejamos o peso relativo de cada região no indicador dormidas (valores em milhares):
Portugal - 53 526,4
1 - Algarve - 18 111,9 (33,8%)
2 - Área Metropolitana de Lisboa - 13 147,3 (24,6%)
3 - Madeira - 7 308,9 (13,7%)
4 - Norte - 6 886,4 (12,9 %)
5 - Centro - 4 943,9 (9%)
6 - Alentejo - 1 584,4 (3%)
7 - Açores - 1 543 (3%)
 
Se analisarmos as dormidas apenas de estrangeiros (cuja receita se traduz em exportações), o  Algarve reforça a sua posição (14,2 milhões, 37,2% das dormidas de estrangeiros no país). A região manteve-se também como o principal destino de férias dos portugueses (3,9 milhões, 25,4% do total das dormidas de residentes em Portugal).
 
O que é igualmente significativo é o facto de o Algarve ser o destino turístico que mais contribuiu para o crescimento das dormidas em relação a 2015 (das 4,7 milhões de dormidas a mais em 2016, cerca de 1,5 milhões ocorreram no Algarve, o que representa quase 32% deste crescimento).
 
Já agora, neste indicador em 2016 o Algarve compara bem com os seus concorrentes diretos:
Dormidas totais - a Andaluzia cresceu 7,8%, Canárias 9,1%, Baleares 6,5% e o Algarve 9%.
Dormidas de Estrangeiro - a Andaluzia cresceu 12,1%, Canárias 9,9%, Baleares 7,8% e o Algarve 11,9%.
 
Proveitos
Ao nível dos proveitos totais da hotelaria regional, 2016 fechou com um aumento expressivo face ao ano anterior, na ordem dos 19,4 por cento, para mais um recorde de 904,6 milhões de euros. Mais um indicador em que o Algarve regista o valor absoluto mais elevado de todas as regiões nacionais (31% do total nacional).
 
Hóspedes
4 milhões de hóspedes acorreram à nossa região, um resultado que traduz um crescimento de 10,1 % quando comparado com 2015. A estada média em estabelecimentos hoteleiros foi de 4,5 noites, o que compara com uma estada média nacional de 2,8 noites.
 
Aeroporto de Faro
Ano recorde também quanto ao número de passageiros! Em 2016 foram registados no Aeroporto de Faro 7,6 milhões de passageiros, o que corresponde a um crescimento de 18,5 % em relação a 2015. (Fonte: ANA – Aeroportos Algarve)
 
Golfe
No ano passado foram assinaladas cerca de 1,3 milhões de voltas de golfe, o que correspondeu a um aumento de 10,5 % em relação a 2015 (Fonte: ATA – Associação Turismo do Algarve).
 
 
At last but not least…. Entre janeiro e maio e entre outubro e dezembro de 2016, verificaram-se mais de 1 Milhão de dormidas a mais que em 2015. Ou seja, mais de 70% deste crescimento aconteceu fora da chamada época alta!
 
#Obrigado Turismo! #Obrigado Algarve!
 


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Um Algarve digno do Infante

17/2/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

​Assinalou-se ontem, dia 16 de Fevereiro de 2017, o 750º aniversário da assinatura do Tratado de Badajoz, que integrou o Algarve no Reino de Portugal.

El-Rei D. Afonso III, preocupado com as férias balneares dos seus descendentes, decidiu dotar o Reino de Portugal de um recreio privilegiado, com belas praias, muito Sol, e camones/as alcoolicamente bem-dispostos/as.

Vai daí, sentou-se à mesa com os nossos vizinhos adoradores de caramelos, e completou, em definitivo, o domínio da Coroa Portuguesa com o Reino dos Algarves, cedendo-lhes em troca aquelas urbanizações horrorosas e abandonadas, na margem esquerda do Guadiana (que, ainda assim, são o sonho molhado de muito saloio na margem direita…), com a obrigação de para sempre virem comprar turcos e atoalhados em Vila Real de Santo António - acordo que entretanto os espanhóis, que não são de fiar, violaram.

Uns anos mais tarde, houve um rapaz chamado Henrique, que dizia que era Infante, que lançou por estas bandas uma start-up audaciosa, na área dos Descobrimentos, que era na altura um sector emergente da economia.

E este Algarve de hoje, português de pleno direito, ainda que um bocado esquecido boa parte do ano, também bastante mal-comportado para provar que nem sempre merece o respeito que reclama (há selvajarias, por exemplo ao nível do ordenamento do território, que só mesmo no Algarve, assumindo plenamente a herança de terra de degredo e de piratas), sempre alegre e muito bronzeado, honra a memória do Infante de Sagres?

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Parabéns ALGARVE!... Obrigada Carlos Albino, António Branco e Manuel Brito

16/2/2017

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Sessão sobre os "750 anos do Tratado de Badajoz", Universidade do Algarve, 16 de fevereiro de 2017, com Guilherme d'Oliveira Martins, Vítor Neto, António Branco, Lídia Jorge e Luís Filipe Oliveira

Por Dália Paulo

Hoje estamos, algarvios, de parabéns! A 16 de fevereiro de 1267 assinava-se, em Badajoz, uma convenção entre os reinos de Castela e de Portugal, governados por Afonso X de Leão e Afonso III de Portugal, que punha termo ao conflito territorial entre as duas coroas e efetivou a integração oficial do Algarve na coroa portuguesa.

Pode pensar-se que a data foi amplamente comemorada com a realização de atividades educativas em escolas, de atividades culturais em bibliotecas e museus; pasme-se, não foi! E teria passado ao lado de todos nós esta efeméride - simbólica apenas dirão uns, mas os símbolos importam e, mais do que isso, estes momentos também motivam para refletir, ouvir, escutar e fazer um exercício prospetivo da região – se não fosse a voz sempre atenta, assertiva e acutilante de Carlos Albino no seu SMS do Jornal do Algarve a recordar.

À voz de Carlos Albino juntaram-se para, simbolicamente, comemorar a data a Universidade do Algarve e a editora Sul, Sol e Sal; pelo que o Algarve deve felicitar e agradecer ou mesmo ser grato a Carlos Albino, António Branco e Manuel Brito. Eu sou! Porque hoje estas três pessoas fizeram a diferença neste nosso Sul e permitiram comemorar uma data importante para a construção da identidade da região, para, como nos recordava António Branco na sessão organizada na Universidade do Algarve, que todos devemos “combater militantemente o desmemoriamento” para garantir valores essenciais à democracia.

Hoje, 16 de fevereiro de 2017, realizou-se a sessão na Universidade do Algarve que teve como oradores António Branco, Lídia Jorge, Luís Filipe Oliveira, Vítor Neto e Guilherme de Oliveira Martins. Foi uma tarde rica de reflexões e olhares múltiplos, organizada pelo “coração da nossa esperança” como Lídia Jorge se referiu à Universidade do Algarve, coração pela liberdade, pelo conhecimento, pela inovação que são os seus valores. Uma sessão que devia ser da região, que devia ter contado com as principais instituições da região e a comunicação social. Será porque como nos inquietava e desassossegava Lídia Jorge “somos uma região ressentida” e por isso esse ressentimento inibe a ação? Inibe uma construção conjunta que é tentada mas que como nos recordava Vítor Neto falta um “instrumento de gestão política integrada” a que chama regionalização ou então a constituição de uma Área Metropolitana no Algarve, propondo que se realize um Congresso do Algarve para pensar a região; e a que Guilherme d’Oliveira Martins acrescenta a noção de que é preciso inverter ou derrubar o (pre)conceito que a cultura portuguesa é feita apenas no sentido norte-sul.

Luís Filipe Oliveira e Guilherme de Oliveira Martins recordaram a importância geoestratégica e geopolítica do tratado e António Branco, Lídia Jorge e Vítor Neto refletiram sobre o Algarve de hoje e sobre a “lassidão dolorosa do presente” nas palavras da escritora.

Estas efemérides são importantes porque nos possibilitam algo precioso: tempo para o questionamento, tempo para parar (temporariamente) a voragem dos dias e do quotidiano que nos absorve de emails urgentes, de relatórios inadiáveis, de reuniões intermináveis e nos devolve TEMPO para ouvir, para conversar, para estar. Foi isso que aconteceu esta tarde na Universidade do Algarve, a felicidade (na expressão utilizada por Carlos Albino) de, a partir do tratado de há 750 anos, sonhar um Algarve para mais 750 anos…


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Vais ao Hospital? Não. Vou à cidade. 

15/2/2017

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Por Bruno Inácio

A regeneração urbana, a construção da cidade, a mobilidade. Conceitos que associamos de forma indelével ao core business da administração pública central e local. A reflexão em torno deste tema acaba consequentemente por se centrar nos políticos e naqueles que procuram intervir publicamente de forma mais ou menos interessada neste tema. 
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O crescimento económico e o turismo em Portugal

14/2/2017

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​A Comissão Europeia (CE) acaba de divulgar as suas previsões económicas de inverno. O documento que agora vem a lume revê em alta a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) Português em 2016 para os 1.3% (em Novembro esta era de apenas de 0.9%), reconhecendo ainda que o deficit público no ano passado deverá ficar perto dos 2.3% do PIB. Cumulativamente, a CE afirma que é expectável que o PIB nacional cresça 1.6% em 2017, valor que representa também uma melhoria face à última estimativa conhecida (1.2%). São ainda de destacar as declarações de Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira sobre esta matéria. Em particular, quando questionado pelos jornalistas, Moscovici afirmou que "são visíveis os progressos feitos por Portugal", algo que fica sempre bem a quem é responsável pela gestão dos macro-problemas europeus.

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POLÍTICA – a Origem!

13/2/2017

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Por João Fernandes

Hesitei na escolha deste tema...gera habitualmente muita urticária e pouca mobilização.
Em jeito de teaser, começo por breves definições:
 
POLÍTICA
Palavra de origem grega que representava a gestão da polis (cidade-estado), da coisa pública, com o objetivo de assegurar o bem comum.
 
REPÚBLICA
Do latim res publica, “coisa pública”, regime político em que o chefe de Estado é eleito pelos cidadãos ou pelos seus representantes, tendo a sua chefia uma duração limitada por lei. O termo poderá igualmente significar:
- Estado ou país que adotou esse regime político, ou
- Interesse geral de todos os cidadãos de um Estado.
 
DEMOCRACIA
Do grego demokratía, “governo popular”, sistema político em que a autoridade provém do conjunto dos cidadãos, baseando-se nos princípios de igualdade e liberdade.
 
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Sistema político-administrativo em que o povo governa através de representantes periodicamente por si eleitos.
 
CIDADÃO
Indivíduo pertencente a um estado livre, no gozo dos seus direitos civis e políticos, e sujeito a todas as obrigações inerentes a essa condição.
 
POLÍTICO
Num regime democrático, os políticos são cidadãos eleitos pelos seus concidadãos, com a função temporária de prestarem um serviço à sociedade a que os próprios pertencem.
Com origem no grego politikós, o termo Político designa quem se ocupa da política. A palavra deriva de polites que quer dizer “cidadão”.
Por intermédio do latim, politicu, que significa “cívico”, o termo proliferou por todas as línguas ocidentais. No inglês do séc. 16 surge o termo politician, que deixou de estar associado à imagem de estadista e adquiriu uma conotação negativa: alguém que fumentava a intriga para conseguir poder.
(…)
 
 
É certo que conhecemos exemplos de ambos os significados!
O afastamento dos cidadãos daqueles a quem deram, ou permitiram que outros dessem, o encargo e a oportunidade de governar é hoje uma ameaça ao próprio regime democrático.
Em Democracia, o que é de todos a todos deve interessar!
Em Outubro vamos ter eleições para os municípios e freguesias da nossa região. Alguns candidatos dos diversos partidos, coligações e movimentos estão já em campo, outros se seguirão.
Sejamos interessados e exigentes com as escolhas e com os projetos!
 
Nota: Texto escrito com recurso ao Dicionário infopédia da Língua Portuguesa. Porto: Porto Editora, 2003-2017.
 


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Índice de Transparência Municipal – O Índice do Tem ou Não Tem, afinal que substância tem?

11/2/2017

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Por Filomena Sintra

A  TIAC – TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE, ASSOCIAÇÃO CÍVICA, é uma organização não governamental que define como missão principal o combate à corrupção.

Merece-me à partida, pelo substrato dos membros que constituem os seus órgãos, a sua missão e estrutura, admiração e apoio. No entanto, o mediatismo preconizado, sem proporção na substância, do já famoso, Índice de Trasnparência Municipal (ITM), faz-me sentir reserva e até descrença. Conforme se pode consultar no seu transparente site www.transparencia.pt, no contexto das inquestionáveis acções, aquela que tem maior dimensão pública será o Relatório do ITM.

Ora, o Índice de Transparência Municipal (ITM), supostamente, mede o grau de transparência das Câmaras Municipais através de uma análise da informação disponibilizada aos cidadãos, leia-se bem, no site da internet de cada município. O ITM é composto por 76 indicadores, que são graduados com “zero” ou “um”.  Tem ou não tem!

O site do Município, Tem ou Não Tem:
  • Tem ou Não Tem a divisão dos pelouros do presidente e dos vereador?
  • Tem ou Não Tem os e-mails do presidente e dos vereadores?
  • Tem ou Não Tem motor de busca?
  • Tem ou Não Tem um plano (autónomo) para a cultura?
  • Tem ou Não Tem um plano (autónomo) para os resíduos?
  • Tem ou Não Tem os processos de concurso de pessoal? (por sinal publicados em Diário da República)
  • Tem ou Não Tem a lista das contratações? (por sinal publicadas na Plataforma de Contratação Pública)
  • Tem ou Não Tem o Boletim Municipal?
  • Etc...

Ou seja, Tem ou Não Tem, na página da internet, aquilo que supostamente todos têm público, nas mais diversas formas e plataformas. Salvo algumas excepções!
Não interessa a substância de nenhum dos items!

Grave, e no caso particular do Município de Castro Marim, por bem conhecer, muitos dos “Tem”, não foi considerada, mesmo que reclamado! A todos lanço o desafio, para confrontar a afirmação em www.cm-castromarim.pt. Primeiro faz-se a notícia, que enferma de erro na base, depois logo se analisa a reclamação.... Processo transparente, pelo menos! Mas pouco ético, pouco profissional e pouco democrático, diria!


Municípios do Algarve:

                                           ITM         Ranking  Nacional
Vila do Bispo            92,86                      13
Alcoutim                     87,77                      24
Portimão                    78,85                      38
Aljezur                         78,57                      40
Loulé                             65,80                      78
S. B. Alportel            65,52                      80
Tavira                            65,25                      81
Olhão                           53,57                   126
Lagoa                           53,57                   127
VRS António           52,74                    130
Silves                           45,74                    170
Albufeira                   36,12                    243
Faro                             35,44                     248
Monchique              33,10                     263
Lagos                          30,63                     275
Castro Marim        24,72                     297
(adaptado da matriz nacional, in www.transparencia.pt)


Felicito aqueles que por mérito, engenharia, ou melhor análise da equipa que inspeccionou os sites, bem se posicionou, mas estou solidária com todos aqueles que desconsideram as suas baixas posições relativas, sempre que se verifique a efectiva transparência dos seus actos.

Louvo o trabalho deste grupo de cidadãos, aplaudo todo o combate à corrupção nas mais diversas formas, mas assusta a forma como se distorce e condena publicamente, através de uma coisa simples, não interpretada e nem enquadrada.

Portanto, TIAC, jornalistas e outros analistas, a TRANSPARÊNCIA pressupõe também Responsabilidade, Responsabilização e Rigor; Solidariedade e Coragem; Justiça e Equidade; Objectividade e Independência e a Defesa dos valores fundamentais da Democracia, como bem elencam, e subscrevo, na missão enunciada.

​Vide Lista dos Critério - Leia Mais

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Monte Gordo del Mar

10/2/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Todos os anos, ou perto disso, a peregrinação de estudantes portugueses rumo a Lloret del Mar é notícia.

Em busca do Santo Graal da bezana, da amizade instantânea, de um momento romântico em pleno live-show do processo de digestão do jantar de ontem, que alguém resolveu partilhar com o Mundo, ou simplesmente daquela foto épica de balconing, é ver a juventude rumar em massa à Catalunha, como gado para uma reunião de concertação socia… perdão, feira.

E todos os anos, ou perto disso, a coisa resulta em chatices porque a malta quando se junta em ambiente de festa (seja em que idade for) tende para o disparate, e os acidentes acontecem. Mas a solução para esta dor de cabeça começa a desenhar-se. E chama-se Monte Gordo del Mar!
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Murmúrios, ruídos e livros a Sul…

9/2/2017

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Créditos: Elisabete Rodrigues, Sul Informação, 5.02.2017

Por Dália Paulo

Há imagens que nos marcam e nos mostram quão impotentes somos! Que nos fazem questionar sobre cidadania e o seu exercício ou sobre solidariedade (ou a falta dela). Há momentos em que devemos perguntar: palavras para quê? Ou como dizia António Ramos Rosa num texto de prosa-poesia: “Não é tempo de afirmar nada”. Não quero afirmar nada mas neste apontamento a Sul tinha de passar pela imagem que me levou a estes pensamentos – a fila de centenas de pessoas que se deslocaram ao alfarrabista Simões, em Faro, a fim de gratuitamente levarem livros para casa. É uma cidade que vê as suas livrarias fecharem – Odisseia, Pátio de Letras… - projetos empreendedores, diferenciadores mas com pouco impacto comercial; duas pessoas que ousaram concretizar um sonho tão desejado por alguns e que tanta falta fazem como espaços de encontro, de pensamento, de construção de cidadania, de cumplicidades, de afetividade e onde se encontrava o “tal livro”. Mesmo numa cidade universitária, cada vez mais sólida, estes projetos não vingaram. O nosso muito obrigada ao Luís Guerreiro e à Liliana Palhinha por terem acreditado e por nos terem proporcionado momentos inesquecíveis de beleza, cultura e conhecimento.

Um incauto que passasse na rua do alfarrabista Simões, em Faro, no sábado passado, duvidaria dos resultados do Eurobarómetro de 2013, nomeadamente o relatório Cultural access and participation, que indicavam que 40% dos inquiridos em Portugal não tinham lido um único livro no ano anterior. Estamos perante uma sociedade do espetáculo, do efémero em que os fenómenos mediáticos e consumistas nos entram diariamente pela casa dentro e conseguem mudar hábitos e criar necessidades (des)necessárias. Tenho um desejo que aquelas pessoas possam fruir dos livros que levaram e possam, assim, contaminar mais e mais pessoas para a leitura! E que não seja para os vender a peso para reciclagem; de forma a que não caiamos no que Enrique Vila-Matas, no Dublinesca, chama de “gente com velocidade, mas sem pensamento”.

Voltando um pouco ao tema da lentidão que a belíssima crónica de Lídia Jorge nos trouxe a passada semana e porque acredito que estes fenómenos de alienação, de mediatismo, de consumo se combatem (também) com afetos e com poesia, recordo aqui a publicação “ALGARVE – 12 poetas a Sul do século XXI”. Uma obra organizada por Fernando Esteves Pinto, que é um diálogo de afetos entre 12 poetas do Algarve, aqui nascidos ou que escolheram esta região para viver e escrever e que, certamente, estaria nas estantes que ficaram vazias na Rua do Alportel.

Nesta obra perpassa a importância do lugar na formação do eu – a luz, a geografia, os costumes, as tradições, as pessoas – assim, estes poetas, a Sul, têm, consciente ou inconscientemente, em comum esse lugar: uns por nascimento outros por escolha de afetividade. Este Sul que nas palavras de Nuno Júdice é “Tudo, ali, é simples e complexo: a luz,/ a solidão, o olhar que se comove com o cair/ da noite e o nascer do dia(…)”. A leitura deste livro desvenda-nos precisamente 12 olhares sobre o Mundo, sobre nós, sobre a vida, que nos são transmitidos por cada poeta e que em comum têm, atrever-me-ia a dizer, sobretudo a mesma curiosidade sobre a vida e sobre os seus mistérios: a infância, a casa, a solidão, o vazio, o amor, a beleza, entre outras. Ou como diz Nuno Júdice “mais forte do que tudo é o desejo de viver”!

António Carlos Cortez, na introdução, afirma que “importa-nos o nosso tempo (…) e dar a conhecer o que o Algarve tem de poetas” e acrescenta que é um “livro feito ‘para’ o Algarve, isto é, um livro para que os leitores, no Algarve possam saber que há poetas, e dos maiores da nossa língua”. Acrescento que é um livro que permite ao leitor, em simultâneo, revisitar ou conhecer poetas. É, ainda, um livro que possibilita uma leitura diacrónica da poesia a Sul desde meados da década de 50 (poema mais antigo de Casimiro de Brito “Do poema” de 1959) até aos nossos dias.

Um livro para conhecer (e dar a conhecer) um pouco mais do Sul…  
Boas leituras!


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Algarve: o paraíso a sul 

8/2/2017

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Por Bruno Inácio
“Oh sol que pões no Céu um brilho violento
E fazes chamejar, ao longe, os horizontes;
Que pões fogo no ar e pões brasas no vento
E que vais calcinar a epiderme aos montes:
Adoro a tua luz vigorosa e sadia,
Que moldura no campo a música das cores,
Que rega, em nossa alma, os cactos da Alegria
E esculpe na semente os bustos das flores”

excerto do poema “O meu Algarve” de João Lúcio. 

Nota: o vídeo, de 2015, é ao que parece uma promoção a uma empresa de turismo do Algarve. Não conheço mas tiro o chapéu a quem produziu e a quem o encomendou. Parabéns. Está fantástico. 

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E se Gúrria e a OCDE fossem...

7/2/2017

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Por Luís Coelho.

Quem me conhece sabe que tenho dificuldade em ver o mundo por outras lentes que não as de um Economista. É uma limitação. Eu sei. Talvez por isso me abespinhe quando as instituições internacionais decidem falar sobre o nosso País. Ora, ontem tivemos Ángel Gurría, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em Lisboa a apresentar em pleno Ministério das Finanças um relatório desta instituição sobre o nosso país. Num tom que alternava entre o modestamente simpático e o grave Gúrria (cudos por se ter esforçado para falar em Português) dizia aos nossos governantes máximos algo que traduzido para linguagem comum soaria como “Rapaziada, o esforço até é simpático, os resultados notáveis mas é preciso mais. Muito mais.” E precisamente neste momento pensei “E se Gúrria e a OCDE fossem...”

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PORTUGAL MULTICULTURAL

6/2/2017

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Por João Fernandes

A cultura em geral e a relação entre culturas em particular, assumem cada vez mais relevância nas sociedades.
 
Muitos defendem que a globalização tem contribuído para a reconfiguração das identidades. A crescente facilidade de comunicação entre pessoas de todo o mundo e a maior mobilidade humana têm gerado sociedades multiculturais, compostas de indivíduos de diferentes origens, religiões, costumes, identidades… .
 
Só mesmo alguns (infelizmente, ainda assim muitos) defensores do “nós primeiro” contestam esta evolução das sociedades, mas estão em colisão com o curso da história e, em não raros casos, com a sua própria história.
 
As nossas sociedades serão cada vez mais multiculturais, pelo que a questão que nos devemos colocar é: Qual a melhor forma de integrar as minorias culturais?
 
 Alguns Modelos na Europa
 
O Modelo Francês privilegia a integração através da assimilação cultural. Não visa apenas a tolerância das diferenças, mas a sua integração na cultura dominante. Os emigrantes são encorajados a assumir os valores da República, a língua e a história da França, em detrimento dos valores das suas sociedades de origem. O Estado é usado para dissolver as diferenças, não apenas para as tolerar.
 
O Modelo Britânico (em vigor antes dos atentados em Londres em 2005) visava a integração dos imigrantes, através da manutenção das diferenças culturais. Aqui o Estado era um agente ativo na salvaguarda das diferentes comunidades e da tolerância pelas diferenças, mas não exercia verdadeiramente uma política da diferença.
 
Independentemente da classificação que lhe possamos atribuir, sabemos é que ambos os sistemas estão em crise, conforme acontecimentos recentes o evidenciaram.
 
Os atentados e a degradação das condições sociais, motivadas pela crise financeira mundial, desencadearam uma chuva de críticas em ambos os países.
 
Os britânicos diziam que os bombistas eram um produto do modelo multiculturalista que diminuiu o sentido da comunidade, balcanizou a sociedade e destruiu a “britishness”. Hoje, até pelos movimentos que emergiram com o BREXIT, temos uma opinião pública britânica maioritariamente favorável ao reforço do controlo de fronteiras e à descriminação negativa das prestações sociais a garantir a estrangeiros.
 
Por outro lado, os franceses culpam o modelo anti-multiculturalista da incapacidade de integrar os jovens identificados com os grupos de emigrantes da 2ª e 3ª gerações, mas aderem cada vez mais a medidas extremas de repúdio pela cultura dos “outros”.
 
 
O Modelo Português
 
Em Portugal, a multicuturalidade assume uma relevância assinalável, conforme o confirmam os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF). Em 2015 a população estrangeira residente em Portugal rondava os 390.000 habitantes. No Algarve, o SEF apresenta para o mesmo ano mais de 58.000 estrangeiros residentes, num total de 492.000 habitantes (prodata), o que corresponde a quase 12% da população da região.
 
Por outro lado, muitos são os emigrantes portugueses nos mais diversos países do mundo que acabam por criar laços afetivos ou até mesmo criar família nesses locais.
  
Mas será que Portugal tem um modelo estruturado para a integração de imigrantes e de diferentes culturas? Muitos afirmam que temos um modelo Intercultural, que preconiza uma gestão da diversidade, reforçando o sentido de pertença e a construção participada da sociedade de destino. A diversidade é considerada um valor em si mesmo.
 
Mais que a co-existência pacífica das diferentes comunidades e indivíduos, o modelo afirma-se na miscigenação cultural. Mais que a aceitação do outro, propõe-se o acolhimento e a transformação de ambos, decorrendo daí um ”Nós”.
 
A interculturalidade inclui também o princípio da múltipla pertença, isto é, a integração na sociedade de acolhimento deve co-existir com a ligação à cultura de origem, sem roturas e sem obrigatoriedade de deixar uma para pertencer à outra.
 
Talvez a nossa história tenha, de alguma forma, condicionado a capacidade de acolhemos outros povos. As sucessivas ocupações por povos do Norte e Centro europeu e da Bacia Mediterrânica, a epopeia dos descobrimentos ou mesmo por via da emigração, fomos beneficiando dos contactos com outras vivências culturais.
 
O “certo” é que hoje a nossa identidade é contruída em cima de um legado cristão, islâmico e judaico… que o nosso prato mais tradicional é de um peixe que não existe na nossa costa, muitas vezes apimentado com especiarias oriundas de outras paragens. O certo é que o Fado se reinventa e ganha contemporaneidade com influências de partes do globo que outrora influenciámos. O certo é que a nossa própria identidade ganha com o contributo de outras culturas.   
 
 
Conclusões
 
Não se depreenda deste texto que considero existirem soluções mágicas e universais para a integração dos imigrantes. De acordo com o Eurobarómetro Standard do outono de 2016, a imigração é mesmo considerada o primeiro problema da EU em todos os Estados-Membros, com exceção de Espanha e de Portugal. Para esta realidade concorrem obviamente inúmeras variáveis como: as especificidades culturais de quem emigra e de quem acolhe, a pressão da imigração a que cada sociedade está sujeita, a realidade económica de cada país…
 
Enfim, são muitas as dúvidas e poucas as certezas, mas as experiências bem-sucedidas, como a do caso português, talvez nos devam merecer a melhor atenção.


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MAIS BEBÉS, PRECISAM-SE! Mas, não sejamos demagógicos… 

4/2/2017

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Por Filomena Sintra 

O Algarve, Portugal e a Europa, atravessam um problema estrutural sério, no que se refere ao envelhecimento da população, em resultado de vários factores, desde a emigração, ao aumento da esperança média de vida, ao decrescente número de nascimentos.

Sinais da consciência do problema, são evidentes nas políticas dos governos últimos. Todas muito tímidas e algumas um verdadeiro retrocesso.

O Índice Sintéctico de Fecundidade, ou seja, o número de crianças nascidas por mulher é de 1,28 em Portugal, contra a média europeia de 1,58 (dados 2012). Sabendo-se que o valor mínimo do ISF para garantir a substituição natural das gerações, andará por volta de 2,1.

Vejam-se os números absolutos dos nascimentos do país e do Algarve:
  • Nascimentos em Portugal em 2001 – 112.774
  • Nascimentos no Algarve em 2001 – 4.164
 
  • Nascimentos em Portugal em 2014 – 82.367
  • Nascimentos no Algarve em 2014 – 3.760
E o saldo natural (diferença entre o total de nascimentos e o total de óbitos)
  • Saldo Natural de Portugal em 2001 – 7.682
  • Saldo Natural do Algarve em 2001 – (-390)
 
  • Saldo Natural de Portugal em 2014 – (-22.476)
  • Saldo Natural do Algarve em 2014 – (-935)

As causas da baixa natalidade, serão inúmeras, mas assim sem grandes estudos de números e estatísticas, percebemos facilmente que as questões do emprego, a mobilidade do emprego, a competitividade do emprego, o desemprego, a desestruturação das bases familiares de suporte, as acessibilidades à educação, os equipamentos de apoio de proximidade, os custos da habitação, entre muitos outros, serão condicionantes externas, que formatam as opções dos casais, que em paralelo acreditam cada vez menos na união e na família.

Um dado interessante e para reflectir é também (indicador baseado na residência da mãe):
  • % nascimentos fora do casamento, em Portugal, em 2001 – 23,6%
  • % nascimentos fora do casamento, no Algarve, em 2001  – 41,6%
 
  • % nascimentos fora do casamento, em Portugal, em 2014 – 49,3 %
  • % nascimentos fora do casamento, no Algarve, em 2014  – 62,7%
 
 
Transpondo os complexos problemas do país para a região, percebemos que:

No mercado de trabalho a função maternidade, é ainda vista (ainda que se diga o contrário), como uma condicionante laboral e não como uma dádiva da vida. Deviam as empresas ser apoiadas, para que as ausências das trabalhadoras mães, e suas repercussões na produção da empresa, fossem minimizadas. É fácil, e eventualmente terá o mesmo custo, substituir uma recepcionista de hotel por 5 meses, mas mais difícil será substituir um cargo qualificado e/ou com linhas de produção interligadas. Pior ainda, numa região, onde o emprego é claramente sazonal! Provavelmente seria mais benéfico e ajustado para todos, poder haver uma licença de maternidade de um ano, por exemplo!

É caro, e desigual, a rede de equipamentos de apoio à infância, assegurada na sua maioria por privados com e sem fins lucrativos, mas cuja matriz de apoio do Ministério da Segurança Social é exactamente igual para uma cidade litoral, ou para uma aldeia interior. Como pode uma instituição vingar e garantir um apoio público equiparado, se não tem fonte de receita que a sustente?! Deveria a interioridade e ruralidade ser apoiada com majoração, tal como atribuir um incentivo aos médicos que se instalem nas periferias. É um problema da mesma dimensão!

Adquirir casa em zonas com serviços de saúde e de apoio à família, cresces, infantários, ATL’s e escolas, por norma, é mais caro, mas muitas vezes a única forma de sonhar com essa mesma família.  Entretanto adiam-se decisões difíceis!

É um tema sério, com necessidade de uma intervenção estrutural séria. Todos os partidos tem promovido, propostas, acções, medidas, políticas, mais ou menos eficazes. Na essência espelham as preocupações dos políticos. O governo PSD/CDS, nesta matéria, promoveu alguns avanços, mesmo assim  duramente criticado pelo PCP, que elaborou uma pacote de Soluções Integradas de Incentivo à Natalidade, em 2015, por sinal muito bem estruturado. Entretanto, deve ter esquecido!

Algumas evoluções se fizeram, mas continua a ser fiscalmente mais favorável  fazer o IRS com parceiro sem rendimentos, do que ter um filho. Ora façam lá a simulação…. É abismal!

Em matéria de IMI, medida na minha opinião, pouco representativa, justificou uma clara regressão. Num primeiro ano, implementaram-se medidas fiscais em função do número de filhos, variável em relação ao valor do imóvel. Agora barrou-se o incentivo, com um limite máximo por filho (e não variável, em função do IMI apurado). A lógica será, só beneficiar quem precisa financeiramente, suponho! Mas… o limite é claramente inferior! De que há medo?!

Até lá, os Municípios, vão aprovando medidas de “Promoção da Natalidade”, criando a ilusão de que essas acções, são de facto importantes para a promoção da natalidade. Em função do número de nascimentos médio do seu concelho, pode arriscar-se uma estimativa, pois infelizmente, todos saberão que não haverá risco associado de vir a crescer a despesa.

Municípios, executivos e oposições, debatem-se, por matéria desta natureza, criam grandes caixas na imprensa. Mas, convenhamos, que muitas medidas são meramente populistas, ainda que tenham sempre o seu mérito.

Será que um cheque de 200,00 Euros, 300,00 Euros, ou 1.000,00 Euros, é na essência um incentivo  à natalidade?! A bondade da medida existe, especialmente porque é suportada pelo erário público, mas será mais um apoio à família. Resta saber se devem ser todos beneficiários da medida, ou somente aqueles que mais precisam. Sou defensora que num concelho onde tudo é difícil, e desafortunadamente, só se ouve o primeiro choro de meia dúzia de crianças, poderá fazer sentido um reconhecimento geral às famílias; mas, em concelhos, onde há realidades muito distintas, devem haver apoios distintos, em função dos que mais precisam. É essa a génese da função redistributiva do Estado!

É preciso estar atento. É um ano de muita inspiração artística, na criação de medidas políticas a implementar! E essas da natalidade, tocam os nossos corações.

A brincar termino, com uma nota:
​
Num Algarve onde admiramos muito as muitas cegonhas que todos os anos nos visitam, quem sabe consigamos, através de uma medida de valorização da cegonha, aumentar a natalidade?!
É uma espécie interessantíssima, para além de monogâmica, reparte as obrigações parentais.
 
Fotografia: Filomena Sintra
Fonte dos dados Estatísticos: PORDATA – Fundação Francisco Manuel dos Santos
 
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A facilidade com que nos mentem

3/2/2017

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Uma das muitas coisas que provavelmente choca o Mundo em relação a Donald Trump é o facto de, pela primeira vez em muitos anos, vermos um político cumprir escrupulosamente com o que prometeu em campanha, mesmo tratando-se, na maior parte dos casos, de boçalidades que oscilam entre a insanidade e a mera infantilidade.

Os próprios americanos foram apanhados de surpresa, e insurgem-se violentamente contra um resultado que deixaram na mão do acaso, como o demonstrou uma abstenção de cerca de 42%...

Ao menos nós por cá somos mais sossegadinhos, apesar de também gostarmos que nos enganem. Para nós, à mulher de César não basta parecer badalhoca. Tem que ser mesmo!

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ALGARVE DA LENTIDÃO

2/2/2017

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Dália Paulo convida Lídia Jorge

O Lugar ao Sul iniciou em Dezembro a publicação de um conjunto de textos de autores convidados.  Hoje cabe-me a mim fazer o convite. Convidei Lídia Jorge, uma escritora incontornável no panorama literário mundial, algarvia de nascimento. Lídia Jorge é, hoje, uma das vozes que deve ser escutada, pela sua leitura acutilante e assertiva sobre o mundo que nos rodeia, pela sua intervenção cívica, pelo seu humanismo e pela sua capacidade de nos inquietar e, simultaneamente, de nos encantar. Estou (estamos) grata pela colaboração e por tornar este Lugar ao Sul mais plural.


Mesmo nos tempos que correm,  eu louvo a lentidão.

Uma lenda antiga dizia que um dia os deuses do Olimpo, cansados das durezas da guerra  e das batalhas do amor, deixaram o monte mágico onde residiam e voaram na direcção do extremo ocidental do mundo, para repousarem a cabeça sobre  doces colinas, areias brancas e águas plácidas. Esse travesseiro pacífico, segundo o conhecimento que então se tinha da  Terra, corresponderia,  naturalmente, ao Algarve. Se escutarmos o mar, talvez ainda hoje o som das ondas seja um eco das suas respirações  cansadas, que aqui ficaram para lembrar essas divinas sestas. Entretanto, o tempo passou, os deuses morreram e a lenda desapareceu,  mas o ritmo da  lentidão desses sonos ficou. Com algumas alterações maçadoras, claro.
Pois, entretanto, com muitas décadas de lento atraso, também aqui chegou a revolução industrial, que colocou relógios nas torres das igrejas, e sirenes nas fábricas,  campainhas nas escolas,  apitos tremendos nas locomotivas, e por fim chegaram os aviões atroando os ares. Uma maçada, a lentidão passou a ter horas. E que horas!  Se uma pessoa se descuidava, perdia o comboio e o avião.  Depois, aqui há uns anos,  a revolução electrónica pôs de lado  os ponteiros e os mostradores, os apitos e as sirenes, e  introduziu  os horários  com  um  chip  invisível, directamente, no interior do corpo  da pessoa, e logo a seguir a nossa vida passou a ser comandada por sincronias  em rede. O tempo passou a ser uma região  da histeria, e o cumprimentos ao minuto, uma prática imprescindível. O timing de uma reunião qualquer,  passou a ser um galope ao segundo. Primeiro fala o presidente, um minuto. Depois cumprimenta o delegado, trinta segundos, depois senta-se o secretário, outros trinta, depois fala o primeiro participante, cinco minutos e trinta e três segundos, e assim por diante. Calendário nórdico, rigoroso,  calvinista, luterano. Claro que o Algarve  quase mediterrânico, feito para a lentidão, com deuses cochilando e dormindo,  imita bem mas ressente-se. Não é fácil  incorporar semelhante galope . Estabeleceu-se entre nós uma contradição que merece ser estudada com seriedade.  Proponho  mesmo um congresso sobre LENTIDÃO/ SLOWNESS,   em que se debata este tema controverso, defendendo  as virtudes do nosso  ritmo lento. Lembramos países longínquos,  regiões  exóticas,  terras africanas que  um estreito mar separa.  Tudo isto é útil,  a nossa lentidão serve para vender e sonhar.
E no entanto,  há  aqui um   problema  difícil de equacionar, e  esta é a base da contradição que nos assiste.  Trata-se da questão do  incumprimento,  o vício dilecto  da lentidão. Francamente, nem   sei como explicar. Isto é, entre nós, à conta da lentidão, quem diz que aparece dentro de minutos, só surge dali a duas horas. Quem  diz que telefona amanhã, telefona dali a um mês. Quem marca uma sessão para dali a um mês, está a pensar que será realizada dali a três. Quem diz que fará uma obra em seis meses, está a querer dizer dezoito. Quem anuncia  uma escritura de compra e venda para dali a um ano, está a querer  dizer dez.  Uma estrada deve ser reparada em dois anos? Passados vinte, ainda lá estão os buracos, as setas e as vedações à espera.  O Ministro veio prometer uma reforma? Se atravessou o Alentejo e chegou ao Algarve, ele deve saber que virão dez outros ministros futuros  prometer exactamente o mesmo,  com as devidas alterações provocadas  pelo correr do tempo.  Até que um dia acontece, e os pais contam aos filhos as promessas que já ouviram aos avós dos filhos. Naquele tempo, meu filho,  prometeram  assim, era o tempo do teu avô.  Claro, ninguém  leva a mal, é um problema da lentidão. Por mim, quando há excepções, e o rapaz do gás chega na hora, o notário marca e cumpre, ou a  promessa de telefonar, escrever,  intervir,  acontece, preparo uma bandeja com copos, e saúdo à excepção  da excepção.  Apetece-me abraçar quem cumpre. Quem não confunde lentidão com incumprimento.  Sou suspeita, mas  em minha opinião,  este assunto  merece um colóquio e vinte conferencistas à mesa. Pois como é que se compagina esta herança de ritmo vago, lerdo, moroso, herdado do calor do sol e da sesta dos deuses cansados, com  um mínimo de cumprimento? Eu não sei como. Mas deve haver  quem saiba. O jovem que disse que chegava dentro de dez minutos, e chegou, e aqui está na minha frente, por certo  que sabe. Por certo que ele tem uma chave que roda e se chama respeito pelos outros. Eu mesma escrevi este texto apressado  para  enfeitar  o meu gosto pela lentidão com o desejo  de cumprimento, em face dos que me são  caros.


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O Rei vem ao Algarve e não se surpreende

1/2/2017

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Por Bruno Inácio

​O Rei, a família real e a corte passavam muito tempo sem vir ao Algarve. E muito tempo naquele tempo não eram semanas ou meses. Eram anos, eram décadas. 
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