As últimas semanas têm sido profícuas em notícias que destacam o Algarve como local de dinâmica empresarial, o que, felizmente, contraria a dinâmica a que temos vindo a assistir. É, de facto, muito bom assistir a esta alteração. No seio desta dinâmica, sobressai um significativo e dinâmico conjunto de empresas na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC) que escolheram o Algarve para desenvolver a sua atividade, criar emprego e contribuir para o desenvolvimento de um setor que é transversal a outros (como o turismo, por exemplo) considerados estruturantes para a Região. O Algarve acompanha assim aquela que já é uma realidade nacional e que se projeta além das nossas fronteiras, com impacto significativo. Ao que parece, Portugal está na moda e a moda está para continuar! Aos exemplos que contribuem para este frenesim em torno do potencial que o mundo parece estar (só) agora a descobrir em Portugal, e que vão desde os prémios meritórios atribuídos ao setor do turismo e às distinções ao nosso espetacular acolhimento, ao contributo que investigadores portugueses espalhados pelo mundo oferecem ao avanço da ciência em áreas de ponta, até ao impacto que as acrobacias estratosféricas do Cristiano Ronaldo têm na projeção do nosso país, adiciona-se um outro: ao que parece, também o hacker mais valioso é Português! É, por isso, o momento de tirarmos partido do bom momento em que nos encontramos e fazermos o possível para destacarmos setores, como o das TIC, que adicionam um valor acrescentado bastante significativo a este nosso Lugar ao Sul. A este respeito, decorreu em Faro há cerca de 2 semanas, um Hackathon (penso que pela primeira vez a Sul do Tejo!) – o Shift Faro. Mas que raio é um Hackathon?! O que é o Shift Faro? E porquê no Algarve? O Shift Faro é uma “maratona” tecnológica que desafia os participantes a criar um projeto tecnológico num período de 48 horas, submetendo-o à análise de um júri. Durante este período, os participantes acedem a um conjunto de palestras e workshops, com oradores nacionais e internacionais, em diversas áreas. Mas mais importante, mais que um conjunto de workshops ou uma competição tecnológica, o evento afirma a capacidade regional para agregar os principais agentes do setor, públicos e privados, numa lógica de cooperação. É um evento de networking que revela o dinamismo e o potencial instalado na Região, ambicionando que o todo se torne mais agregador do que a soma das suas partes. Pessoalmente, este é o ponto que me deleita realçar. O facto de existir uma dinâmica conjunta que ambiciona algo mais, para além dos interesses privados de cada agente e que dá forma e impulso ao desenvolvimento do ecossistema tecnológico da região. Um ecossistema que, sem ambição financeira ou necessidade de verbas significativas, permite uma atuação conjunta orientada para um objetivo comum, mostrando que é possível concretizar iniciativas de sucesso que reforçam a competitividade da região. Procurando concretizar, permitam-me salientar iniciativas como o Share Algarve ou o Shift Faro, que considero reflexo destas novas dinâmicas. Estas iniciativas resultam de um trabalho cooperativo e altruísta de um conjunto de pessoas e entidades, que procuram dar corpo ao potencial e à massa critica regional, afirmando o Algarve como solução de investimento e de habitação. Porque conhecemos aquele que é o potencial do Algarve, e porque temos recursos para fazer mais e melhor, importa valorizar os exemplos de sucesso e reforçar a cooperação, para que este Lugar ao Sul se assuma como um efetivo polo de competitividade económica, com capacidade de captação de recursos internacionais.
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