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A derrota da democracia em Portugal

28/5/2019

2 Comments

 
Por Luís Coelho
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Portugal foi a votos no Domingo passado. A abstenção é a grande vencedora. A nossa democracia la grande derrotada.
Segundo o Negócios, numa altura em que já foram apurados os resultados de todas as freguesias, os dados oficiais mostram que o número de votantes totalizou 3.312.579, o que traduz uma abstenção de 68,6%. Este é um novo recorde nacional pois o anterior – registado em 2014 – era de uns já preocupantes 66,16%. Serão várias as razões que explicam esta verdadeira tragédia. Por exemplo, há aqueles que sugerem que os Portugueses não entendem a importância de votar nas eleições europeias. Outros queixam-se da campanha, pouco informativa e alicerçada em temas nacionais. Há ainda aqueles que culpam o bom tempo, que teima em afastar os eleitores das urnas por troca de um belo dia de praia.

Para mim o problema é bem mais complexo, profundo e preocupante. Em particular, admito que muitos não vão às urnas porque não se identificam com o sistema de governo que temos em vigor. Para tal seguramente muito contribui o desmérito brutal que assola a classe política nacional. É penoso verificar que são muitos os Portugueses e Portuguesas que associam palavras como corrupção, compadrio, nepotismo e caciquismo a muitos daqueles que ontem e hoje estão ou estiveram na berlinda da política nacional. De facto, os exemplos são variados e afectam (quase) todos os quadrantes do espectro político nacional, algo que gera descrédito, desinteresse e, quiçá, um sentimento de revolta perigoso para com a nossa democracia. Mas deixemos os actores e centremo-nos na política (ou falta dela). Este é também um tema que me parece importante para explicar o divórcio que existe entre eleitores e eleitos. Já há bastante tempo a esta parte que não vejo uma troca de ideias pela positiva entre os principais políticos nacionais. O “debate” teima em acontecer em tom crispado, assente não raras vezes no remoque e no ataque pessoal. Nestas condições é impossível construir pontes e desenhar soluções de consenso alargado que permitam, efectivamente, ir resolvendo os muitos problemas com que o País se debate. Finalmente, dizer que se o conteúdo é mau, a forma é péssima. Parece que vivemos num circo mediático feito de plasticina, habilmente moldado por agências de comunicação que têm como único objectivo assegurar o sound byte do dia, reproduzido de forma acrítica por uma comunicação social que tem de fazer melhor. Em particular, fico deveras incomodado quando percebo que grande parte dos “comentadores” que têm voz no horário nobre dos nossos principais canais de televisão são na verdade ex-políticos que têm muito que responder pelo estado a que a nossa democracia chegou. Seria pois importante encontrar outras vozes cujo verdadeiro compromisso fosse para com os Portugueses e não com certos grupos de interesse, sejam estes partidários, económicos ou de outra natureza qualquer.

Nota final para o outro lado desta história. Se é bem verdade que temos razões para suspeitar de alguns dos políticos nacionais, também é verdade que a sociedade civil Portuguesa tem de se unir e fazer muito mais pelo País. Em particular, tirando honrosas excepções, nota-se que é quase impossível mobilizar os Portugueses para uma acção efectiva que ajude a combater o sistema instalado e, com isso, a mudar as nossas perspectivas de futuro para melhor. Temos muito a aprender com Países como a Alemanha, a Holanda, a Dinamarca, a Suécia ou a Finlândia, onde a rédea curta imposta pela sociedade civil dita margens de manobra muito mais estreitas à sua classe política, o que leva aos resultados que são conhecidos por todos.
​
Daqui a quatro meses há eleições legislativas. O futuro de Portugal estará novamente em jogo e, por isso mesmo, é fundamental votar. Não importa em quem e até se pode optar por votar em branco ou nulo, as quais me parecem formas legítima de protesto. Crítico é conseguir um nível de abstenção inferior aos 44,1% registados em 2015, i.e., no último exercício eleitoral desta natureza. Eu conto dizer “presente”. E você?
2 Comments
Miguel
29/5/2019 17:45:02

Caro Luís estarei presente como estou quase sempre mesmo que o voto seja nulo, subscrevo na integra tudo o que escreveu.
Portugal é um país em coma perpétuamente ligado ao soro de fundos europeus que sofregamente almejamos a troco de tudo, Fátima na forma original ou das tvs e noticiários, Fado na forma da kizomba e "funk" - que ofensa para o verdadeiro - brasileiro importado e Futebol na mais pura forma, tudo isto ao que se soma os parcos rendimentos dos portugueses, altas horas de trabalho e qualificações abaixo das de qualquer país desenvolvido, e temos um cocktail de futuro nada promissor, ou para suavizar: Fica sempre tudo na mesma.
Passo a publicidade, e sugiro este livro que explica uma boa parte de tudo isto: As cinco grande revoluções da história de Portugal - André Canhoto Costa.
Cumprimentos.

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Luis
6/10/2019 20:50:07

Sem dúvida Portugal odeia políticos e a política

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