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A constante ressurreição do mito

12/4/2019

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Por Gonçalo Duarte Gomes

Alguns historiadores apontam com curiosidade para o facto de, por volta de 200 a.C., alguns cultos revivalistas da mitologia Grega terem começado a proliferar em Roma, sem o filtro adaptador do panteão romano.

Nessa onda retro, ter-se-á enquadrado o culto de Cybele, cujo principal núcleo – ou foco original – se localizaria em torno do monte Vaticano. Cybele era vista como uma espécie de Mãe Natureza, uma vez que teria originado toda a Vida, mesmo a divina, sendo inclusivamente considerada a mãe dos restantes deuses.

Como isso de gerar toda a Vida é coisa cansativa, e até uma deusa precisa de distrações, Cybele tinha um amante, o deus Attis, rapaz ligado à vegetação e aos seus eternos ciclos de renascimento.

Certo dia, Attis terá sido malandreco, e traiu a deusa com uma ninfa mais atrevida, provocando a mais que compreensível ira de Cybele. Como castigo, Attis foi levado pela deusa a cortar a sua própria genitália, morrendo mais tarde em consequência dessa mutilação.

Mais tarde, e com o seu ponto de vista perfeitamente demonstrado, Cybele devolveu a vida ao amante, mas sob juras de fidelidade eterna, que depois da casa arrombada, trancas à porta.

Todo este autêntico filme capaz de fazer as delícias de Neto de Moura terá decorrido logo após o equinócio de Março, que marca o fim do Inverno.

Por isso mesmo, o mito de Attis assenta na sua morte a cada solstício de Inverno, altura em que Cybele inicia um pranto sobre toda a sua criação, que dura até à Primavera, altura em que o seu amado ressuscita novamente, para que juntos desfrutem da fertilidade e intensidade das épocas mais quentes do ano (pelo menos no hemisfério Norte).

Ora Attis era também alvo de culto, não apenas pelos seus poderes divinos, mas também pelo seu consórcio com Cybele, e a dramática história de amor apache que o caracterizou. Como parte desse culto, seria celebrada uma festividade que teria início numa Sexta-feira, e culminaria três dias depois, altura em todos rejubilariam pela ressurreição.

Um outro pormenor interessante é o facto de, supostamente, Attis ter nascido do ventre de uma virgem, numa data localizável no vigésimo quinto dia de um mês de Dezembro.

Não posso afiançar a fiabilidade de tais teorias, mas, numa altura em que nos aproximamos de forma galopante do frenesim pascal, não consigo afastar a sensação de já ter ouvido contar uma história parecida... 
1 Comment
Miguel
14/4/2019 14:34:56

Também me parece que já vi essa história nalgum lugar, ou melhor em vários, sendo Ateu considero as religiões construções humanas derivadas das diferentes culturas que as geram, como tentativas de explicar o mundo, a sociedade, o comportamento humano incompreendidos mas também como formas de organização e coesão social.
Respeito contudo a crença e sobretudo a acção social, a capacidade de entrega e empatia que tanta gente crente oferece e a valorização do Humano que embora na sua totalidade seja deturpada pelos dogmas religiosos (na visão de um ateu) acaba por ser uma golfada de ar fresco ironicamente, num mundo imediatista e consumista onde o Deus absoluto é o dinheiro e a satisfação imediata.
P.S Gostei especialmente do seu artigo no sul informação sobre a descaracterização regional (com o qual concordo na integra) algo que me passava sempre pela cabeça sempre que passava por aquele anuncio até ao dia em que vi as maquinas a colocar as palmeiras no terreno, quando finalmente li o anuncio lembrei-me de uma conversa com um estrangeiro "sabe quando estou em Portugal parece que não estou na Europa, as arvores que vejo nas ruas e no campo são dos 4 cantos do mundo menos da Europa" Existem da Europa, e sobretudo da península ibérica/mediterrâneo que são as nossas mais exemplificativas, mas tem razão, mesmo eu duvido às vezes se estou na Europa, pela botânica e tantas outras coisas.
Cumprimentos!

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