Por Gonçalo Duarte Gomes
Os finais de ano são propensos a balanços e a promessas de realização, ficando, quase sempre, os primeiros sem consequência e as segundas maioritariamente por cumprir. 2017 foi um annus horribilis para Portugal, pelo menos para quem não esqueceu os mortos e a devastação dos incêndios e o falhanço que tal representa para todos nós, enquanto País, Estado e Paisagem. A catarse em torno desta questão e dos seus múltiplos significados é o grande, talvez único – porque tudo entronca aqui – desafio que temos que abordar seriamente na construção do nosso futuro. Nem mesmo com um algarvio a ser chamado para coordenar uma pequena mas importante parte de tal processo foi possível à região evitar mais um ano de adiamento, sem prejuízo das valiosas e meritórias conquistas locais, de Barlavento a Sotavento, da Serra ao Mar. Adiamento da plena realização do Algarve enquanto região dinâmica e diversificada, sempre colocada na mesa dos pequeninos do pensamento e do investimento estratégico nacional – relativamente aos quais, em boa verdade, não consegue sequer entender ou posicionar-se internamente, quanto mais fazer-se ouvir! Seria portanto hipócrita fingir aqui que, face à magnitude do que temos pela frente, enquanto região mas, acima de tudo como País coeso e solidário e a tudo o que tal implica, não tenho sérias e, permitam-me, justificadas dúvidas relativamente à possibilidade do próximo ano ser de milagrosa redenção. Tenho-as. Mas tenho também, e principalmente, esperança. Porque temos capacidade. Falta-nos talvez a vontade, o foco, a concentração. Esperemos então encontrar tal ânimo nestes 12 meses que se avizinham. Venha de lá esse 2018.
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